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Modelo de Sentenca Trabalhista

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Poder Judiciário Federal – Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 9 ª Região
Vara do Trabalho de Paranavaí – PR
Juiz do Trabalho: Dr. Pedro Henrique Rodrigues da Silva
Autos Nº 321-2011
Reclamante: Jailson Monteiro de Souza
Reclamado: Esquina da Luz LTDA.
SENTENÇA
I - RELATÓRIO
O reclamante propôs, em 20/01/2004, a presente ação trabalhista em face da empresa reclamada, requerendo pelos fatos e fundamentos aduzidos na exordial, a condenação da ré ao pagamento dos valores referentes à seu Fundo de Garantia, 13º salário, férias, adicional de férias, multa do art. 477 §8º da CLT, bem como pleiteou ainda indenização decorrente de danos causados por acidente de trabalho. Tudo devidamente acrescidos de seus respectivos reflexos. Deus à causa o valor de R$ 40.000,00 ( quarenta mil reais). Juntou documentos.
A reclamada na pessoa de seu preposto, apresentou defesa escrita, acompanhada de documentos, contestando os fatos narrados e pugnando pela improcedência dos pedidos. Ouviram-se o depoimentos das partes e de duas testemunhas (fls. 140/143), bem como fora determinado a realização de perícia médica, diante dos pedidos de indenização em virtude de acidentes de trabalho ( fl. 147).
O laudo pericial fora juntado às fls. 155
Na audiência retratada pela ata de fls. 160 foram ouvidas três testemunhas e, sem outras provas, encerrou-se a instrução processual.
Não foi possível a conciliação entre as partes.
II – FUNDAMENTAÇÃO
a) Das Verbas Rescisórias:
Considerando que o reclamante foi dispensado sem justa causa, verifica-se a existência de alguns direitos, os quais podemos extrair da lição do renomado doutrinador, Sérgio Pinto Martins, vejamos:
"O empregador pode dispensar o empregado sem justa causa, cessando assim, o contrato de trabalho. Para tanto, porém, deverá pagar as reparações econômicas pertinentes." 
Após isso segue, enumerando quais verbas fazem jus ao empregado nessa situação: 
"Terá direito o empregado a aviso prévio, salário proporcional, férias vencidas e proporcionais, saldo de salários, saque do FGTS, indenização de 40% e direito ao seguro desemprego”.
Quanto ao disposto acima, pode-se verificar no artigo 477, caput, da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT):
“É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direito de haver do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa.”
Afirma o reclamante que a reclamada não efetuou o pagamento dos 40% (quarenta por cento) do fundo de garantia a que tinha direito a receber em virtude da demissão sem a justa causa. Alega ainda ter recebido somente a quantia correspondente aos 8% (oito por cento) que foram depositados no período em que manteve o contrato de trabalho.
A reclamada não apresentou prova contraria a esta alegação, como o comprovante de depósito referente ao valor pleiteado. Diante disso, reconheço que a parte reclamante tem o direito a receber a quantia equivalente à R$ 2.304,00 (dois mil trezentos e quatro reais) correspondente a 40% (quarenta por cento) do seu fundo de garantia.
b) Do 13º Salário:
O reclamante alega que a reclamada não efetuou o pagamento do 13º salário a que tinha direito de receber, e mais uma vez a reclamada deixou de contestar os fatos alegados na inicial.
Com relação ao pagamento do 13º salário pode- se verificar que é um direito assegurado pela Constituição Federal, ao qual o reclamante faz jus ao recebimento, veja-se:
“São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: VIII – Décimo terceiro salário, com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria.”
O Doutrinador Sérgio Pinto Martins, apresenta a doutrina a seguir:
"Todo empregado tem direito ao 13º salário. É devido não só ao empregado urbano, como ao rural (S. 34 do TST), ao doméstico (parágrafo único do art. 7º da CF) e ao avulso (art. 7º, XXXIV, da CF)" - MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários à CLT. 10ª edição. Editora Atlas. São Paulo, 2006. p.400.
Diante disso, julgo totalmente procedente o pedido da parte reclamada.
c) Das Férias e do Adicional de Férias:
Conforme comprovado nos autos em epígrafe, o reclamante não recebera o pagamento de suas férias devidas, nem recebera o adicional de férias. Assim sendo, é entendimento jurisprudencial.
“RECURSO DE REVISTA. FÉRIAS. ADICIONAL DE 1/3 CONSTITUCIONAL. ABONO PECUNIÁRIO. FORMA DE CÁLCULO. O art. 7º da Constituição Federal , em seu inciso XVII, garante ao trabalhador o gozo de férias anuais remuneradas com o acréscimo de, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. Por outro lado, nos termos do art. 143 da CLT , o empregado tem direito ao pagamento de um terço sobre os trinta dias de férias a que faz jus, sejam estas férias gozadas ou vendidas (Súmula nº 328 do TST). Ocorre que, no caso em tela, o pagamento do terço constitucional foi calculado apenas sobre os vinte dias de férias, usufruídos, tendo em vista que a remuneração do abono pecuniário (10 dias) foi calculada com base no valor global das férias, acrescida de 1/3. Mantida, portanto, a decisão regional. Recurso de revista conhecido e não provido . (Encontrado em: 8ª Turma DEJT 11/05/2012 - 11/5/2012 RECURSO DE REVISTA RR 735001920115130005 73500-19.2011.5.13.0005 (TST) Dora Maria da Costa)”
Aprecia-se ainda no artigo 146 da CLT, a ratificação do entendimento supracitado:
“Art. 146. Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido”.
Assim sendo, considero totalmente procedente o pedido interposto pelo reclamante.
d) Da multa do art. 477 da CLT:
Sabe-se que não pagando as verbas rescisórias ao obreiro, por obvio, a reclamada extrapolou o prazo de que trata o §6º do art. 477 da CLT, o qual dispõe que as verbas devem ser pagas ate o primeiro dia útil imediato ao termino do contrato, ou então, ate o décimo dia contado da notificação da demissão.
Verifica-se que o reclamante foi dispensado sem aviso prévio e sem justa causa e ate a presente data não recebeu o acerto das verbas rescisórias, as quais estão sendo aqui pleiteadas, diante disso, defiro o pedido referente ao pagamento da multa, previsto na quantia equivalente a uma remuneração mensal. 
e) Do Acidente de Trabalho:
Diante da confissão ficta da reclamada, presume-se verdadeira a tese da inicial de que o reclamante sofreu acidente de trabalho (fratura do braço direito) na escada, em razão da ausência de corrimãos ao redor da mesma.
Na perícia realizada concluiu fl. 158 que o diagnóstico é de fratura pequena no braço direito, sendo assim a lesão é reversível e já encontra-se consolidada, não ocorrendo portanto, incapacidade laboral e nem mesmo dano estético.
Afirmou também, o perito, que não houve afastamento ao trabalho superior a quinze dias (fl. 159).
O direito a indenização está assegurado pela existência de dano, como requer nos artigos 927 e 944 do Código Civil, uma vez que o dano seja causado por ato ilícito ou que possa ser medido por sua extensão. Pode-se verificar que o dano relatado nos autos não enquadra-se em nenhuma das hipóteses mencionadas nos artigos supracitados, pois o reclamante nem mesmo ficou afastado do trabalho.
A doutrinadora Maria Helena Diniz, entende que:
“O dano é um dos pressupostos da responsabilidade civil, contratual ou extracontratual, visto que não poderá haver ação de indenização sem a existência de um prejuízo. Só haverá responsabilidade civil se houver um dano a reparar. Isto é assim porque a responsabilidade resulta em obrigação de ressarcir, que, logicamente, não poderá concretizar-se onde nada há que reparar.” 
O dano, é ainda conceituado pela doutrinadora como:
“O dano pode serdefinido como a lesão (diminuição ou destruição) que, devido a um certo evento, sofre uma pessoa, contra sua vontade, em qualquer tem ou interesse jurídico, patrimonial ou moral.” 
Portanto, pode-se verificar que não é qualquer acidente de trabalho que assegura ao empregado o direito de recebimento de indenização moral e material, somente dariam causa a devida indenização, aqueles que lhe causem um dano, uma lesão que veio a gerar prejuízo moral e material a uma pessoa. Entretanto, o acontecido aparenta ter sido apenas um acaso que não envolveu culpa por parte do empregador, uma vez que a segurança necessária estava presente, somente ocorreu por descuido do reclamante.
Vejamos o entendimento jurisprudencial:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DO TRABALHO. AUSÊNCIA DE PROVA DA CULPA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS.
	
	
É incontroverso que o acidente de trabalho ocorreu; contudo, não ficou provado que este se deu em decorrência do cabo em que trabalhava o autor estar energizado, tampouco que cabe a responsabilidade civil da TELEMAR, porquanto não ficou comprovada a sua culpa no fatídico acontecimento, mas, ao contrário, a prova dos autos - principalmente documental - atesta que era da empregadora (TELENGE) toda a responsabilidade relativa à segurança de seus empregados (inclusive a manutenção dos cabos). Incidência da Súmula nº 126desta Corte Superior. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (Processo: AIRR 4534074200550100544534074.2005.5.01.0054; Relator(a): Pedro Paulo Manus; Julgamento: 17/08/2011; Órgão Julgador: 7ª Turma; Publicação: DEJT 19/08/2011”
Pelas razões acima relatadas, julgo improcedente o pedido acima exposto. 
III – CONCLUSÃO:
Ante o exposto, decido:
Julgo parcialmente procedente, os pedidos formulados pelo reclamante Jailson Monteiro de Souza narrados na inicial, em face da reclamada Esquina da Luz LTDA., condenando ao pagamento das Verbas Rescisórias remanescentes (40% do fundo de garantia devido ao empregador), 13º salário, Férias, Adicional de Férias e Multa referente ao art. 477 da CLT, nos termos da fundamentação.
Liquidação por simples cálculos, onde serão apurados os juros de mora (1% ao mês, a partir do ajuizamento da ação até o efetivo pagamento) e correção monetária de acordo com os índices da tabela do E. TRT da 9ª Região.
Custas, pelos reclamados, no importe de R$ 650,00, calculadas sobre R$ 6.500,00, valor provisoriamente arbitrado à condenação.
A sentença deve ser cumprida no prazo de 15 dias, após sua liquidação, sob pena de multa de 10% sobre o valor atualizado do crédito do exeqüente (art. 475-J do Código de Processo Civil). 
Publique-se, registre-se, intime-se.
Paranavaí, 01 de Agosto de 2013.
Marcela Tormena Cavalli
Juíza Federal

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