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RELATÓRIO PARCIAL PROINTER IV GESTÃO PÚBLICA

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA
POLO: RECIFE/PE
3ª SÉRIE
MAURÍCIO ALVES MARTINS - RA 3398634417
WEYDSON ANDRÉ DOS SANTOS - RA 3501642894
RODRIGO ANTONIO SILVACHAGAS - RA 4011672466
LUCIANO CELESTINO PEREIRA - RA 3504645257
EDVAR BEZERRA TORRES - RA 3368498389
RELATÓRIO PARCIAL
PROJETO INTERDISCIPLINAR APLICADO AOS CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA - PROINTER IV
DISCIPLINAS: ESTADO E PODER LOCAL, FINANCIAMENTOS PÚBLICOS, GESTÃO URBANA E DE SERVIÇOS PÚBLICOS, LICITAÇÕES, CONTRATOS E CONVÊNIOS E POLÍTICAS PÚBLICAS.
PROFESSOR-TUTOR PRESENCIAL – SIDNEY SANTANA
PROFESSORA-TUTORA A DISTÂNCIA –CAMILA NAHAS
RECIFE-PE
2017 
SUMÁRIO
Introdução....... ........................................................................................................................... 03
1.0. As Políticas Públicas de PrevidênciaSocial.........................................................................04
2.0. Principais benefícios oferecidos aos segurados..................................................................05
3.0. Fragilidades que dão margem à burocracia.........................................................................07
4.0. Sugestão de melhorias para minimização da burocracia nos processos.............................08
5.0 Conclusão .............................................................................................................................10
Referências Bibliográficas...........................................................................................................12
Introdução
A Previdência Socialbrasileira conta, hoje, com aproximadamente 58% da população economicamente ativa (PEA) na condição de segurado e é responsável pelo pagamento de aproximadamente 22 milhões de benefícios, entre aposentadorias e pensões do Regime Geral de Previdência Social(RGPS) e dos regimes próprios do funcionalismo público de todas as esferas de governo. Após 20 anos da criação do Sistema de Seguridade Social brasileiro, do qual fazem parte as políticas previdenciárias, e dez anos da primeira de série de emendas constitucionais voltadas para a questão do equacionamento financeiro- atuarial da Previdência Social, não restam dúvidas quanto à sua importância e seus avanços institucionais. O que não significa que novos ajustes não devam ser pensados, senão para o curto, médio e longo prazos, pois a Previdência Social, como sistema fundamentado em pacto intergeracional, precisa ser viável e sustentável no curto e longo prazo.
A Emenda Constitucional nº 47/2005 é tida como uma reforma paralela à Emenda nº 41, promovendo alterações no art. 201 da Carta Magna, além de tratar da maior parte das regras previdenciárias dos funcionários públicos.
A Emenda Constitucional nº 70/2012, por seu turno, acrescentou art. 6º-A à Emenda Constitucional nº 41, de 2003, com o fito de estabelecer critérios para o cálculo e a correção dos proventos da aposentadoria por invalidez dos servidores públicos que ingressaram no serviço público até a data da publicação daquela Emenda Constitucional.
Assim, os proventos de aposentadoria por invalidez concedidos a partir de 01/01/2004 deverão ser recalculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria.
No caso de aposentadoria por invalidez com proventos integrais passarão a corresponder a 100% da última remuneração do servidor na data da concessão do benefício previdenciário e, em se tratando de aposentadoria com proventos proporcionais, estes corresponderão a um percentual relativo ao tempo de contribuição do servidor para encontrar o valor inicial do provento.
É necessário lembrar que em virtude do princípio constitucional da irredutibilidade dos benefícios, após a revisão dos benefícios determinada pela EC 70, se houver redução dos proventos, a parcela correspondente à diferença entre a soma que estava sendo paga e o novo valor do benefício deve ser mantida e paga como verba apartada.
Impende destacar que é de suma importância a análise minuciosa da situação de cada contribuinte no momento de sua aposentadoria, de modo a lhe assegurar plenamente seus direitos constitucionalmente estabelecidos.
As políticas públicas de Previdência Social
O conceito de seguridade social funda-se nos princípios da universalidade, equidade, uniformidade, equivalência, irredutibilidade dos valores dos benefícios, gestão democrática, descentralizada e participativa. Tais princípios passaram a orientar as ações, projetos, programas e planos nas áreas da saúde, assistência social e previdência social (pormenorizadas através de legislações específicas), entendidas como gestão pública, de responsabilidade do Estado, nos níveis federal, estadual e municipal. Contudo, pode-se perceber uma desigualdade política e de atenção orçamentária ao “tripé da seguridade”, no final da década de 1980 e início dos anos 1990, a discussão sobre a seguridade social concentrou-se na previdência social, pelo alto volume de recursos que movimenta e pelos impactos sociais e econômicos sobre a vida de aposentadas e pensionistas. Por outro lado, consideram-se a assistência e a previdência social como um referencial de proteção social. A previdência social caracteriza-se pela relação de interdependência com a assistência social, seus benefícios estão vinculados à cobertura da trabalhadora em situação de adversidade (doença, velhice, morte, etc.), enquanto na assistência social os benefícios são vinculados ao risco, à vulnerabilidade e a fragilidades intrinsecamente produzidas pelo desemprego. Neste sentido, destaca-se que quanto mais restritiva a previdência social maior a demanda por benefícios assistenciais. Nota-se historicamente as concepções de trabalho imbricadas em sentidos moralistas, assim como as práticas de assistência social são vinculadas à esfera religiosa e à caridade, tensionado o campo da democracia. Tais elementos dificultaram o reconhecimento tantoda assistência social quanto da previdência social enquanto direitos sociais. E o caminho da transição do “dever moral” ao “dever legal” no Brasil se iniciou por pressão das trabalhadoras nas décadas de 20 e 30 do século XX. Nesta breve contextualização, salientamos que, para além do mundo do trabalho, o Estado Brasileiro, a partir da Constituição de 1988, passa a institucionalizar e promover políticas de proteção social mesmo que a cultura ainda vincule estas políticas à benesse e ao mérito, ligando-as aoemprego formal. Na Constituição, as três políticas aqui tratadas são definidas como direito social e responsabilidade do Estado. Temos posteriormente a promulgação de leis complementares e normatizações que se somam às resoluções aprovadas nas conferênciasnacionais de políticas públicas, objetivando balizar as políticas de assistência social, previdência social e trabalho nacomposição do cenário contemporâneo em todo o país. A política de assistência social só passa a ser política pública a partir da CF/1988, e sua regulação se deu tardiamente, apenas em 1993, com a Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS. A assistência social, conforme texto da CF/1988, é política pública prestada “a quem dela necessitar”, portanto, não é contributiva e nem dependente de vínculo com o mercado de trabalho. Dada a insuficiência da LOAS para a gestão em território nacional, criou-se em 2004 nova regulação através da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), e o seu mecanismo de gestão, o Sistema Único da Assistência Social (SUAS). Assim, a política de assistência social recebe o status de sistema, único a todos os entes da federação e sob comando federal das ações, como no exemplo da área da saúde, que conta com o Sistema Único de Saúde (SUS). A política de previdênciasocial também sofreu várias mudanças e alterações no campo da regulação, mais especialmente nas formas de contribuição, repartição e organização, ao assumir caráter de direito social em 1988, a partir da promulgaçãoda nova Constituição Federal. Contudo,há que considerar as particularidades desta política, já que se organiza a partir da obrigatoriedade de contribuição. Deste modo, quando estas problematizam a marca contributiva da previdência estabelecida na Constituição de 1988.
Principais Benefícios oferecidos aos segurados
A previdência social é um seguro público, coletivo, compulsório, mediante contribuição e que visa cobrir os seguintes riscos: incapacidade, idade avançada, tempo de contribuição, encargos de família, morte e reclusão.
A previdênciasocial brasileira concede hoje dez tipos de benefícios:
(i) auxílio-doença;
(ii) auxílio-acidente;
(iii) aposentadoria por invalidez;
(iv) aposentadoria por idade;
(v) aposentadoria por tempo de contribuição;
(vi) aposentadoria especial;
(vii) salário-maternidade;
(viii) salário-família;
(ix) pensão por morte; e
(x) auxílio-reclusão.
Divide-se hoje em dois regimes:
(i) o regime geral de previdência social, para os trabalhadores do setor privado;
(ii) regime próprio de previdência social, paraos trabalhadores do setor público.
O custo do sistema previdenciário brasileiro é pago por quatro entes: 
(i) pelos trabalhadores (por meio de contribuição sobre o quanto ganha, que vai de 7,65% a 20% do salário-de-contribuição, dependendo do tipo de segurado);
(ii) pelas empresas empregadoras (através de uma série de tributos, como COFINS, CSLL, SAT, entre outros),
(iii) por parte da receita proveniente de loterias e;
(iv) pelo governo.
Atualmente, a Previdência Social brasileira responsável porassegurar a renda dos trabalhadores e de seus dependentes quando da perda da capacidade de trabalho, faz parte de conjunto integrado de ações do Estado e da sociedade criado pela CF/88, denominado Sistema de Seguridade Social. Ainda que o sistema propostotenha resultado da evolução histórica das políticas sociais no país, a análise do período pós-constituição permite observar que sua consolidação não logrou congregar lógica de políticas integradas com vista à superação dos riscos vinculados à Seguridade Social. As políticas públicas nas áreas integrantes da Seguridade – previdência, Assistência Social e saúde – permaneceram fragmentadas e encerradas em seus próprios ministérios, apresentando pouca sinergia entre suas ações.
Ressalte-se que a complexidade dos novos riscos surgidos nos últimos anos torna cada vez mais tênue as fronteiras entre as áreas de políticas que compõem o sistema de Seguridade Social, além de comprometer sua viabilidade futura na ausência de mecanismos que gerem interfaces e externalidades entre as áreas.
Fragilidades que dão margem à burocracia
Naturalmente, a burocracia é importante quando se lida com dinheiro público, já que descontroles sempre dão margem à corrupção. A maior mazela previdenciária são as fraudes.
Estatísticasdemonstram que, de cada 10 benefícios, 4 são fraudados. Esses fraudadores geralmente são os próprios funcionários do INSS, como agentes administrativos e procuradores. Como têm acesso às informações e dados pessoais dos contribuintes, fraudam os cadastrose recebem as aposentadorias em nome dos diversos beneficiários. Estes, portanto, não recebem o que lhes é devido. Além disso, os infratores presenteiam amigos e parentes com aposentadorias fraudadas, adquiridas ilegalmente. Baseado nisso, é de se constatar que algum grau de burocracia sempre será necessário, entretanto o excesso de burocracia é muito danoso para aqueles que necessitam de um serviço público ágil e eficiente.
A Previdência Social, como já é de conhecimento do grande público, representa um dos pontos que dificultam o equilíbrio fiscal das contas públicas brasileiras. De fato, dados do Tesouro Nacional indicam que em 1997 o resultado do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) totalizou -0,3% do PIB do Brasil, valor esse que em 2005 atingiuo patamar de -1,9%.
Em outras palavras, na história recente da política fiscal nacional, o déficit da Previdência além de expressivo é crescente.
Na esteira desses resultados, o país passou de 1998 aos dias de hoje por três reformas da Previdência, cabendo destacar as Emendas Constitucionais nos 20/98 e 41/03 e a Lei no 9.876/99, que institui o fator previdenciário. Ainda assim, novas proposituras surgem amiúde.
Giambiagi (2005) é um exemplo. Em outras oportunidades, Caetano (2006) também esboçou que o ajuste da Previdência brasileira requer um redesenho de seu plano.
Mesmo que se reconheça a necessidade de novas reformas nas condições de acesso e fórmula de cálculo dos benefícios da Previdência Social, surge a discussão acerca do potencial das reformas em práticas administrativas na contenção, ainda que parcial, do déficit do RGPS.
O ponto positivo dessas reformas é seu trâmite político muito mais simples que as reformas constitucionais necessárias a um ajuste mais profundo, ao se ter em vista que exigirão modificações em legislação ordinária ou complementar ou mesmo em atos infralegais. Do mesmo modo, em termos políticos, a relação benefício–custo é bastante elevada, porque se obtém redução de despesas ou aumento de receitas sem passar pelo desgaste das alterações nas regras de concessão dos benefícios e suas fórmulas de cálculo. Isso, portanto, indica que o potencial das reformas administrativas na redução do déficit previdenciário não é muito alto, dado o capital político que um governante acumulariaao resolver o problema das necessidades definanciamento da Previdência sem todo o esforço necessário para uma reforma previdenciária tradicional. Pelos motivos expostos nesse parágrafo, se fosse possível desatar o nó previdenciário por meios administrativos, alguém já o teria feito e capitalizado todo o ganho político para si, em vez de se enveredar pelo tortuoso caminho convencional.
Outro aspecto a se considerar é que, em alguns casos, ganhos de eficiência administrativa aumentam a despesa previdenciária. Por exemplo, maior rapidez na concessão de benefícios ou no pagamento de precatórios dão maior agilidade em itens antes represados, cuja ineficiência contribuía para diminuir os gastos. Apesar de essa melhoria provocar ganhos de eficiência para a sociedade como um todo ao reduzir o ônus administrativo, as despesas se elevam, ao menos no curto prazo. Desse modo, é mito imaginar que todo e qualquer avanço administrativo reduz o déficit do RGPS.
Sugestão de melhorias para minimização da burocracia nos processos
Algumas medidas de cunho administrativo atenuariam a burocracia e as necessidades de financiamento da previdência. Tais medidas são:
	Recenseamento ou recadastramento periódico e bons sistemas de óbitos;
Na maioria das vezes, o recadastramento ébastante custoso e necessita de intervalo temporal de alguns anos para não causar transtornos aos segurados.
	Atualização constante do cadastro para impedir recebimentos indevidos;
Além da atualização cadastral, faz- se necessário o aprimoramento contínuo de um sistema de óbitos para que as informações dos atestados de óbitos saiam dos cartórios e cheguem de modo rápido e preciso aos sistemas informatizados da Previdência Social e, na sequência, suspendam ou cessem os benefícios.
	Licitação da rede bancária para pagamento de benefícios;
Hoje quando um aposentado ou pensionista recebe seu benefício na rede bancária, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) paga aos bancos pelos depósitos que efetua e pela manutenção da conta desses indivíduos. O INSSnão mais pagaria para a redebancária para realização dos depósitos, mas os bancos concorreriam entre si para disputar os beneficiários do RGPS. O cuidado com essa alternativa seria não permitir que vencesse a licitação um banco sem estrutura para administrar as mais de 20 milhões de contas de beneficiários do INSS.
	Auxílio Doença
Um conjunto de reformas poderia gerar maior potencial de redução dos Auxílios-Doença.
Em primeiro lugar, o estabelecimento de critérios objetivos na concessão, mediante informatização em que se estabelecessefunção entre o tipo de incapacidade e tempo de duração do benefício. Por exemplo, alguém que quebrasse uma perna teria um tempo preestabelecido de licença que independeria da discricionariedade do médico responsável pelo atestado que resulta na concessão do benefício. Informatização e padronização dificultariam a possibilidade de acordos escusos entre o médico perito e o beneficiário de Auxílio-Doença, dado que se tornaria mais fácil auditar os processos.
Em segundo lugar,a redução do valor do benefício de Auxílio-Doença como forma de induzir o segurado a não permanecer por muito tempo o recebendo. A fórmula de cálculo atual, que corresponde a 91% do salário de benefício, incentiva o indivíduo a retardar seu retorno ao mercado de trabalho, dado que a renda ao trabalhar ou ao usufruir o benefício é praticamente a mesma.
Em terceiro lugar, deixar para o beneficiário, e não para o INSS, o ônus referente à renovação do benefício. Isso, além de suspender a manutenção do benefício, caso o segurado não tome a iniciativa de requerer sua continuidade, permite reduzir os custos das perícias de alta médica, tendo em vista que na estrutura anterior o INSS deveria realizar a perícia de alta para cessar o pagamento do benefício. Esse procedimento já é efetuado e se aponta como uma das causas da redução recente do quantitativo de Auxílios-Doença.
Em quarto lugar, uma política pública muito mais ampla de melhoria na saúde pública para que as pessoas não necessitem recorrer aos auxílios.Saúde pública deteriorada aumenta a concessão e duração dos Auxílios-Doença e incrementa a probabilidade de essebenefício se transformar em aposentadoria por invalidez. Uma alternativa seria priorizar o atendimento na rede pública dos beneficiários de Auxílio-Doença, o que, em princípio, poderia reduzir o tempo de duração desse benefício. Em resumo, maior integração da Previdência com a Saúde permite melhor aproveitamento das sinergias e economias de escala dessas duas grandes áreas.
	Aposentadoria por idade rural
Os atuais critérios de comprovação de tempo de serviço rural são bastante flexíveis. Em alguns casos, fichas de crediários em estabelecimentos comerciais ou, até mesmo, registro em livros de entidades religiosas podem constituir prova suficientepara concessão de aposentadoria rural. Naturalmente, isso abre margem para indivíduos que nunca prestaram atividade rural se habilitem a receber aposentadoria rural. Faz-se necessário o estabelecimento de regras mais próximas àquelas aplicadas aos segurados urbanos.
Conclusão
A Previdência Social brasileira – regime geral e diversos regimes próprios – tem como segurados aproximadamente 58% da População Economicamente Ativa -PEA e é responsável pelo pagamento de mais de duas dezenas de milhões de benefícios mensais, apenas entre aposentadorias e pensões. Se incluirmos os benefícios transitórios, são outros 5 milhões de benefícios mensais.
Com a CF/88, a Previdência Social brasileira passou a fazer parte de conjunto integrado de ações do Estado denominado Sistema de Seguridade Social.
Este sistema, por sua vez, resultou da evolução histórica das políticas sociais no país. Entretanto, o processo de consolidação deste sistema não levou ao melhor arranjo integrado de suas políticas, com vista à superação dos riscos sociais.
As políticas das áreas integrantes da Seguridade Social permanecem fragmentadas, mesmo com a complexidade dos novos riscos surgidos nos últimos anos que tornaram mais tênues as fronteiras entre as áreas de políticas de Seguridade.
No entanto,a CF de 1988 foi por si só a maior impulsionadora do movimento de ampliação da cobertura previdenciária até os dias atuais. A possibilidade de concessão de mais de um benefício rural por unidade familiar elevou fortemente o grau de cobertura previdenciáriaemperíodo curto de tempo. Em paralelo a isso, a redução dos limites de idade para concessão das aposentadorias rurais representou grande elevação no número de idosos atendidos pela Previdência Social. Pelos preceitos constitucionais também foi possível omovimento de inclusão previdenciária, ou pelo menos sua tentativa, via simplificação da burocracia e redução da tributação sobre os negócios e as alíquotas subsidiadas para os trabalhadores autônomos, donas de casa e estudantes.
Para estes casos, os impactos das diversas políticas ainda precisam ser mais bem avaliados. Mas não deixam de ser tentativas de ampliar a cobertura previdenciária.
Dessa forma, pode-se dizer que a entrada dos trabalhadores rurais no sistema, a partir das mudanças instituídas pelaCF/88, foi a maior geradora de efeitos sobre a cobertura previdenciária. As demais políticas, por mais que sejam inclusivas, não tem seus resultados tão facilmente observáveis, pois dependem mais da ação dos empregadores e dos indivíduos que do governo. São medidas que incentivam a inclusão, mas não geram inclusão de forma automática. Outrossim, a conjuntura da economia e do mercado de trabalho tem grande peso
sobre o grau de cobertura previdenciária e s obre a decisão individual de filiar-se à previdência.
Um dos principais desafios para a Previdência Social brasileira continua a ser, vinte anos após a promulgação da Constituição, definir estratégias para a inclusão do grande contingente da PEA ainda no mercado informal, excluída do sistema. Comovisto, isto pode ser feito com a implantação de políticas diferenciadas que estimulem a formalização dos negócios e a inclusão dos trabalhadores que se encontram com inserção precária no mercado de trabalho.
Para mercado de trabalho com alta taxa de rotatividade e alta informalidade, como é o caso brasileiro, cabe aos gestores da política previdenciária criarem condições para que esta população, perene ou excluída do Sistema Previdenciário, possa ser incluída. Nos últimos anos, houve algumas medidas tomadas nesse sentido. As principais foram a criação do Simples – primeiramente o Federal e depois o Nacional –, do MEI e do PSPS.
Ainda no que diz respeito aos desafios, a sustentabilidade atuarial-fiscal de longo prazo versus a manutenção e a ampliação dos direitos sociais sempre é tema de acalorados debates.
Ampliar a cobertura do sistema via alíquotas subsidiadas ou os mais diversos incentivos econômicos significa inclusão no presente, mas também déficit atuarial que se tornará despesa financeira no futuro.O IPEA sustenta a necessidade de ampliar a cobertura do sistema, mas também a necessidade de que seus custos sejam claros e explícitos. Além disso, como esta ampliação da cobertura faz parte de política social, que a sociedade toda arque com os custos dese incluir os excluídos.
Referências Bibliográficas
http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/politicas_sociais/05_capt02_7e.pdf
http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1396
http://www.previdencia.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/historico/
BESSA,EmanuelleDantas Saraiva.Aaposentadoria por tempo de contribuição dos servidores públicos federais. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 100, maio 2012.Disponível em:<http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11567>. Acesso em out 2017.
FALEIROS,VicentedePaula.AquestãodareformadaPrevidênciaSocialnoBrasil. Disponívelem:<http://seer.bce.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/299/526>.Acesso em out 2017.
KERTZMAN,Ivan.CursopráticodeDireitoPrevidenciário.8ed.rev.eatual.Salvador: JusPodivm, 2011.

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