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AÇÃO DE INDENIZAÇÃO CONTRA UNIMED Copia

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Exmº. Sr. Dr. Juiz Conciliador do Juizado Especial do Consumidor de Feira de Santana, Bahia.
 JANETE SOARES BRANDÃO, brasileira, casada, do lar, nascida em 18/12/1950, portadora de RG 1332142 e CPF 910.539.605-06, residente e domiciliado à Rua Japão, nº 510, Ponto Central, Feira de Santana, Bahia, Fones: (75) 3223-0981, por seu advogado infra firmado, constituído na forma da procuração inclusa, vem perante a V.Exa., propor Ação Idenizatória de Danos Morais e Materiais contra UNIMED FEIRA DE SANTANA, Cooperativa de Trabalho Médico, com endereço profissional na Rua Barão do Rio Branco, nº 822, Centro, Feira de Santana, Bahia, pelos motivos de fato e de direito a seguir delineados:
					A autora celebrou Contrato de Prestação de Serviços de Assistência Médica com a Unimed – Cooperativa de Trabalho Médico, em 30/12/2004.
No dia 16/06/2005, a Autora apresentou-se no Pronto Socorro do hospital Unimed, com queixas de dores e desconforto abdominal. Feitos os exames e ultrassonagrafia constatou-se que a Acionante apresentava quadro de apendicite aguda, sendo necessária, portanto, intervenção cirúrgica de caráter URGENTE.
Contudo, segundo informações do setor de internamento do referido hospital (Unimed), a cirurgia não poderia ser efetivada naquele local, pois o plano de saúde ainda não estava totalmente coberto pela “carência” para tal procedimento, já que como assinado em 30/12/2004, somente em 30/06/2005 poderia a Autora gozar dos benefícios ofertados pelo plano de saúde, ou seja, apenas após seis meses da celebração do contrato.
Como o estado da Acionante era grave e esta não poderia esperar por muito tempo, foi levada, no mesmo dia 16.06.2005, a um outro hospital da cidade de Feira de Santana, onde a cirurgia foi realizada em caráter particular de pagamento, sendo, então, o diagnóstico clínico justificado com a cirurgia, evidenciando Apendicite aguda grave.
		
					MM Julgador do feito, se devidamente analisado, o contrato celebrado com a UNIMED, especificamente em sua página 10, item 07 – Início do Direito à utilização das Coberturas, demonstra que os serviços ali previstos seriam prestados ao usuário imediatamente após o cumprimento das carências e para os procedimentos considerados URGÊNCIA/EMERGÊNCIA, após 24 horas da data da vigência do contrato. Vejamos, in verbis:
“7.1 Os serviços previstos neste contrato serão prestados ao usuário regularmente incluído na Proposta de Admissão aceita pela CONTRATADA, imediatamente após o cumprimento das carências específicas e dentro dos limites a seguir:
24 (vinte e quatro) horas, após a data da vigência do contrato para os procedimentos considerados Urgência/Emergência;”	
Ora, Culto Julgador, se o caso da Autora foi clinicamente comprovado pelo médico Dr. Joaquim Paulo de Castro de Santana, através de seu relatório (documento anexo), como URGÊNCIA, por que o hospital Unimed não atendeu pelo plano de saúde a sua contratante? Se, como reza a cláusula sétima, procedimentos de caráter urgente e emergente seriam prestados após 24 horas da data de vigência do contrato, por que então não cuidar do caso da Autora, que como já dito, foi considerado como urgência, deixando-a a mercê da sorte, correndo, inclusive risco de vida?
O Réu, com isto, infringiu o art. 5º - X da Carta Magna, art. 159 Código Civil pátrio (antigo), o 186 e 927 do mesmo diploma legal (código novo), devendo ser responsabilizado por danos morais e materiais. 
		
Existem vários ensinamentos quanto ao caso em tela, dentre eles, apresentamos abaixo dois que estão em consonância com o requerimento da Acionante, como seja:
“A esse respeito é preciso esclarecer que o direito não repara a dor, a mágoa, o sofrimento ou a angústia, mas apenas aqueles danos que resultarem da privação de um bem sobre o qual o lesado teria interesse reconhecido juridicamente. O lesado pode pleitear uma indenização pecuniária em razão de dano moral, sem pedir um preço para sua dor, mas um lenitivo que atenue, futuro, superando o déficit acarretado pelo o dano”. Profª Maria Helena Diniz, In Dano Moral e o Direito do Trabalho, Valdir Florindo, Ed. Ltr, pág. 102.
 
 “Que o montante das indenizações deve ser algo inibidor, para impedir investidas do gênero. Por isso, deve o Juiz ser rigoroso e arbitrar cifras consideráveis, posto que o objetivo também é o castigo do autor. O montante da indenização deve traduzir-se em advertência ao lesante e a sociedade, de que comportamento dessa ordem não se tolerará.” Profº João Casillo - Dano à pessoa e sua indenização. Ed. RT, 2ª Edição, pág. 137. In Dano Moral e o Direito, Vladir Florindo, Ed. LTR, pág. 110.
					Sobre o dano material, nos transmite João Carlos Maldonado de Carvalho: “O dano patrimonial, como preceitua o art. 402 do Código Civil, abrange o que a vítima “efetivamente perdeu” e o que ela “razoavelmente deixou de lucrar” (lucros cessantes). (...) Há de ser portanto, uma conseqüência direta e imediata da conduta ilícita do agente, cujos efeitos se projetam para o futuro (art. 403 do CC).” (IATROGENIA E ERRO MÉDICO sob o Enfoque da Responsabilidade Civil. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Júris, p.130, 2005).
					E sendo assim, como teve a Autora que arcar com todas as despesas relativas ao seu internamento, posterior cirurgia e conseqüente controle pós-operatório, esta deve ser ressarcida em tudo quanto foi gasto, por um ato indevido praticado pelo Hospital Unimed.
					Na forma da legislação vigente e pertinente, o valor do dano moral causado por erro do Réu será arbitrado pelo MM Juízo do feito.
					Ex positis, requer a V. Exa. se digne inicialmente transformar em termo a presente Ação, condenando o Réu a pagar os Danos Morais e Materiais que causou ao Autor grandes constrangimentos quanto a fatos alheios a sua vontade.
					Dá-se valor a causa em R$ 12.000,00
					E. Deferimento
					Feira de Santana, 22 de Julho de 2005.
			
 Bel. Geraldo Oliveira
 OAB/Ba – 9.458

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