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Renata Largura
Práticas educacionais
03
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – Práticas Educacionais no Atual Contexto Escolar ..........................................05
Introdução ....................................................................................................................05
1.1 Panorama do desenvolvimento da educação no Brasil ..................................................06
1.1.1 Um pouco de história da Lei de Diretrizes e Bases – LDB ......................................06
1.2 O sistema educacional brasileiro ...............................................................................10
1.2.1 A educação básica ..........................................................................................10
1.2.2 Ensino superior ...............................................................................................11
1.3 Modalidades de ensino .............................................................................................12
1.3.1 Educação escolar indígena ...............................................................................13
1.3.2 Educação básica do campo ..............................................................................13
1.3.3 Educação especial ...........................................................................................14
1.3.4 Educação de jovens e adultos (EJA) ...................................................................15
1.3.5 Educação profissional e tecnológica ..................................................................15
1.3.6 Educação a distância – EAD .............................................................................16
1.4 Foco na aprendizagem e no ensino ............................................................................16
1.4.1 Os sete saberes necessários à educação do futuro ..............................................17
1.4.2 Os quatro pilares da educação ........................................................................18
Síntese ..........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas ................................................................................................21
05
Capítulo 1 
Introdução
Você está iniciando agora o estudo da disciplina Práticas Educacionais no atual contexto escolar. 
As mudanças ocorridas na educação brasileira contemporânea, desde a elaboração da Lei de 
Diretrizes e Bases (LDB), trouxeram, entre outros fatores, impactos sobre as atribuições do edu-
cador.
Para compreender o cenário educacional atual, é necessário que você faça uma reflexão basea-
da no cotidiano profissional dos envolvidos no processo educacional, pois não se pode imaginar 
um futuro para a humanidade sem educadores. Mas, afinal, no que consiste o ato de educar?
Figura 1 – Juntos construímos a nossa sociedade.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Educar é um ato que vai além da ação mecânica de transmitir conhecimentos. Engloba a ação de 
educadores e cidadãos comprometidos com a construção ativa de uma sociedade justa, equâni-
me e igualitária. Gadotti (2003) afirma que o ato de educar é um processo em que o educador 
se educa em sua própria ação. O papel desempenhado desdobra-se no desenvolvimento de um 
perfil ao mesmo tempo flexível, com vistas a corresponder à necessidade de ser um facilitador no 
interior de um processo coerente, participativo e dinâmico, diante das constantes transformações 
do mundo.
Em sua essência, ser professor hoje, não é nem mais difícil nem mais fácil do que era há algumas 
décadas. É diferente. Diante da velocidade com que a informação se desloca, envelhece 
e morre, diante de um mundo em constante mudança, seu papel vem mudando, senão na 
essencial tarefa de educar, pelo menos na tarefa de ensinar, de conduzir a aprendizagem e na 
sua própria formação que se tornou permanentemente necessária (GADOTTI, 2003, p. 15). 
05
Práticas Educacionais no 
Atual Contexto Escolar
06 Laureate- International Universities
Práticas educacionais
São desafios constantes na prática do professor que o torna mediador do conhecimento, facilita-
dor da aprendizagem do aluno que é sujeito de sua formação e história. 
Para compreender esse importante papel do professor, neste capítulo, você estudará a descrição 
da educação básica, do ensino fundamental, do ensino médio e do ensino superior, bem como 
suas relações com as esferas dos sistemas federal, estadual e municipal de ensino. Em seguida, 
você será apresentado às modalidades alternativas de ensino, com destaque para a educação 
escolar indígena, a educação básica do campo, a educação especial, a educação de jovens e 
adultos, a educação profissional e tecnológica e a educação a distância. 
O final deste capítulo é um convite à reflexão sobre o processo da aprendizagem contemporânea 
com vistas a desenvolver competências significativas na prática educacional. 
1.1 Panorama do desenvolvimento da educação 
no Brasil
Para que você possa compreender o panorama atual do cenário educacional brasileiro, é neces-
sário fazer um resgate da lei que regulamenta as práticas atuais. Você já se questionou sobre que 
direcionamento essa lei pode dar às escolas? E sobre como era o cenário educacional brasileiro 
antes de sua publicação?
As respostas para esses questionamentos serão apresentadas a seguir, para auxiliá-lo na com-
preensão do desenvolvimento da educação no Brasil e também para orientá-lo na construção de 
uma prática didática que proporcione aprendizagem significativa na vida de seus alunos.
1.1.1 Um pouco de história da Lei de Diretrizes e Bases – LDB
A Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), estabelece os parâmetros de 
organização da educação nacional. Ela é fruto de um processo histórico iniciado em 1961. 
Acompanhe, a seguir, um breve recorte histórico sobre a evolução da LDB desde sua primeira 
publicação, com destaque para as principais características dessa trajetória.
LDB 1961 – Lei nº 4.024/61:
•	 possibilitou mais autonomia aos órgãos estaduais sobre as próprias decisões, diminuindo 
a centralização do Ministério da Educação;
•	 garantiu o empenho de 12% do orçamento da União e de 20% do orçamento dos 
municípios com a educação; 
•	 instituiu a obrigatoriedade de matrícula nos quatro primeiros anos do ensino primário;
•	 regulamentou a formação do professor do ensino primário, que passou a ser realizada 
por meio do ensino normal, e a do professor do ensino médio, que passou a exigir 
graduação de nível superior; 
•	 estabeleceu o ano letivo mínimo de 180 dias. 
LDB 1971 – Lei nº 5.692/71:
•	 adequou os currículos de ensino de 1º e 2º graus com um núcleo comum, obrigatório em 
âmbito nacional, e um núcleo diversificado, para atender às necessidades e possibilidades 
locais, os planos das escolas e as diferenças individuais dos alunos;
07
•	 integrou a Educação Moral e Cívica, a Educação Física, a Educação Artística e os 
programas de saúde ao quadro de disciplinas obrigatórias;
•	 tornou obrigatório o ensino de 1º grau para os menores entre os 7 e os 14 anos de idade; 
•	 sugeriu a possibilidade da educação a distância como modalidade para o ensino supletivo.
LDB 1996 – Lei nº 9.394/96:
•	 estabeleceu que todo cidadão brasileiro tem direito à educação gratuita e de qualidade 
no ensino fundamental, e que tal direito deveria ser gradativamente estendido ao ensino 
médio;
•	 determinou funções diferenciadas de gestão da educação para o Governo Federal e para 
os governos estaduais e municipais; 
•	 estabeleceu as obrigações das instituições de ensino (escolas, faculdades e universidades) 
e as funções dos profissionais da educação (professores, gestores, etc.);
•	 formulou as diretrizes curriculares básicas;
•	 determinou a carga mínima paracada nível de ensino. 
Os objetivos estabelecidos pela atual LDB são a democratização da educação escolar, sua uni-
versalização e a melhoria da qualidade do ensino. Em linhas gerais, o artigo 3º define alguns 
princípios que determinam a igualdade de condições para acesso e permanência na escola, 
gratuidade do ensino público, valorização do profissional da educação, gestão democrática do 
ensino público, vinculação entre educação escolar, trabalho e práticas sociais e consideração 
com a diversidade étnico-racial (incluído pela Lei nº 12.796/13).
A LDB não é restritiva. Um dos eixos centrais da Lei nº 9.394/96 é a proposta de atribuir maior 
autonomia administrativa, financeira e principalmente pedagógica às instituições de ensino. Nes-
se sentido, o corpo pedagógico da instituição de ensino precisa ter uma concepção alinhada a 
respeito de quais competências e habilidades os alunos precisam desenvolver ao longo do ano 
letivo, pois não existe um documento comum que defina essas diretrizes, mas apenas Referen-
ciais e Parâmetros Curriculares Nacionais. Na prática, o que pode ser observado é que as ações 
educacionais são pautadas, muitas vezes, por avaliações externas, tais como o Enem e a Prova 
Brasil. 
Para solucionar a ausência de uma base curricular nacional comum, entre outros objetivos, foi 
sancionado o Plano Nacional de Ensino (PNE) em 25 de junho de 2014, com vistas a diminuir 
as desigualdades educacionais e também proporcionar formação inicial e continuada aos pro-
fessores. 
O PNE pode ser um documento norteador para o alinhamento do processo educacional e para o 
desenvolvimento de práticas educacionais articuladoras na próxima década, além de preconizar 
objetivos concretos de universalização para a educação nacional e para a gestão democrática. 
A Lei nº 13.005 de 25 de junho de 2014, que definiu as diretrizes para o PNE, estabelece tam-
bém 20 metas que devem ser cumpridas para garantir a efetivação do plano nos municípios e 
estados. 
Veja, a seguir, um resumo das metas que se referem ao ensino fundamental e ao ensino médio 
(1, 2, 3, 5, 6, 7, 9, 10 e 11), ou seja, aquelas que garantem o direito à educação básica com 
qualidade e que dizem respeito ao acesso, à universalização da alfabetização e à ampliação da 
escolaridade.
08 Laureate- International Universities
Práticas educacionais
Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil.
Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) 
a 14 (quatorze) anos.
Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 
17 (dezessete) anos.
Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino 
fundamental.
Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das 
escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, a 25% (vinte e cinco por cento) dos alunos da 
educação básica.
Meta 7: atingir, na educação básica, as seguintes médias nacionais para o Ideb: 6,0 nos anos 
iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino fundamental; 5,2 no ensino médio.
Meta 9: erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de 
analfabetismo funcional.
Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de 
jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.
Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a 
qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.
Na sequência, veja as metas estabelecidas para a educação especial/inclusiva e para a redução 
das desigualdades sociais e étnicas (4 e 8):
Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educa-
ção básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de 
ensino.
Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no 
mínimo 12 anos de estudo no último ano.
A valorização dos profissionais de educação também tem metas específicas (15, 16, 17 e 18). 
Confira:
Meta 15: assegurar que todos os professores da educação básica possuam formação específica 
de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.
Meta 16: garantir a todos os profissionais da educação básica formação continuada em sua 
área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de 
ensino.
Meta 17: equiparar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equi-
valente.
Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de carreira para os profis-
sionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino.
09
Fique atento: você estudará as metas 12, 13 e 14, que visam à promoção da formação conti-
nuada para os professores do ensino básico no item 1.1.2 deste tópico. 
Por último, conheça as metas que se referem à promoção da gestão democrática e aos investi-
mentos no ensino (19 e 20):
Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão demo-
crática da educação, associada a critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública 
à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da 
União para tanto.
Meta 20: ampliar o investimento público em educação pública de forma a atingir, no mínimo, 
o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5º (quinto) ano de 
vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio.
Perceba que essas metas foram estipuladas e que o Plano Nacional de Educação tem 10 anos 
como prazo de implementação máxima. As estratégias devem ser elaboradas no sentido de se 
obter resultados que melhorem a qualidade da educação. É muito importante que os educadores 
e corpo discente das escolas estejam envolvidos com essas metas, com vistas a nortear o trabalho 
pedagógico de suas escolas em uma evolução anual.
O site Observatório do PNE traz informações detalhadas de cada meta estabelecida, 
bem como as estratégias que devem ser adotadas para o cumprimento delas. Essa 
plataforma mantém atualizados os indicadores de diversas localidades do Brasil sobre 
o desenvolvimento das metas para atingir os objetivos estabelecidos. Disponível em: 
<http://www.observatoriodopne.org.br/metas-pne>.
NÃO DEIXE DE LER...
É importante refletir: os documentos disponibilizados pelo Plano Nacional de Educação não 
determinam efetivamente como os professores e as escolas devem exercer suas práticas educa-
cionais para atingir as metas, mas podem fazer com que os sistemas de ensino recuperem os 
direcionamentos dos Referenciais Curriculares Nacionais (RCNs) e dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais (PCNs) para realizar o planejamento de conteúdos a serem trabalhados nas aulas.
Os municípios precisam rever os seus planejamentos para elaboração ou reelaboração conforme 
determinação do PNE (confira os prazos no link http://www.observatoriodopne.org.br/). Nesse 
sentido, o trabalho em conjunto dos professores, corpo discente e comunidade é elementar nessa 
etapa.
NÃO DEIXE DE VER...
A animação produzida pela Conviva Educação, que é uma instituição que visa a apoiar 
a gestão das secretarias municipais da educação e, por meio do seu ambiente virtu-
al gratuito, disponibiliza subsídios para auxiliar a construção do Plano Municipal da 
Educação. Disponível em: <http://convivaeducacao.org.br/>. Também em: <https://
www.youtube.com/watch?v=8XTcyYetyLI>.
10 Laureate- International Universities
Práticas educacionais
1.2 O sistema educacionalbrasileiro
A LDB preconiza que a educação é, ao mesmo tempo, um direito social assegurado a todos os 
brasileiros e um dever do Estado e da família, a ser promovido e incentivado com a colaboração 
da sociedade. Mas você já parou para pensar em como deve acontecer essa colaboração entre 
as esferas governamentais? No que compete ao Estado, essa atribuição é dividida entre: 
•	 A União, que representa o Estado Federal e desempenha o papel de coordenar, articular 
e redistribuir os recursos financeiros entre as demais unidades federadas. Também é de 
responsabilidade do governo federal definir e assegurar as grandes linhas do projeto 
educacional do país.
§ 1º A união organizará o sistema federal de ensino e o dos territórios, financiará as instituições 
de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e 
supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de 
qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios (Emenda Constitucional nº 14, de 12 de setembro de 1996).
•	 Os estados e o Distrito Federal atuam prioritariamente no ensino fundamental e no 
ensino médio. A cada um deles compete elaborar e executar as políticas e os planos 
educacionais, em consonância com os planos nacionais, além de integrar as suas ações 
às dos municípios.
•	 Os municípios atuam no ensino fundamental e na educação infantil, desempenhando o 
papel de manter, organizar e desenvolver o seu sistema de ensino, de modo a integrá-lo 
aos planos educacionais e às políticas instituídas pela União e pelos estados. 
É importante que você saiba que, de acordo com a Emenda Constitucional nº 14 de 12 de se-
tembro de 1996, cabe aos estados e municípios, entre as demais atribuições, a de assegurar a 
universalização do ensino obrigatório. Mas o que essa atribuição quer dizer na prática?
Quer dizer que os estados e municípios precisam desenvolver um planejamento que possibilite o 
acesso à educação de qualidade para todos os cidadãos brasileiros para promover uma socie-
dade mais igualitária. 
1.2.1 A educação básica
A educação infantil é a primeira etapa da educação básica e está dividida em: creches, para 
crianças de 0 a 3 anos; e pré-escolas, para crianças de 4 a 5 anos, e é oferecida pelos mu-
nicípios de forma gratuita. O que se observa na atualidade é a demanda por escolas de edu-
cação infantil particulares, principalmente pela oferta por período integral que elas possuem. 
Isso decorre da dinâmica interna de muitas famílias, cujos membros responsáveis pelas crianças 
trabalham em jornadas de 8 horas diárias.
Os estabelecimentos que atendem à educação infantil precisam adotar objetivos educacionais 
que os transformem em instituições de educação, segundo as diretrizes curriculares nacionais 
descritas pelo Conselho Nacional de Educação. 
O campo da Educação Infantil vive um intenso processo de revisão de concepções sobre 
educação de crianças em espaços coletivos, de seleção e fortalecimento de práticas pedagógicas 
mediadoras de aprendizagens e do desenvolvimento das crianças (DIRETRIZES CURRICULARES 
NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, 2010, p. 7).
11
É entre os 0 e 5 anos de idade que os estímulos educativos têm maior poder de influência so-
bre a formação da personalidade e sobre o desenvolvimento da criança. Daí a importância de 
readequação das práticas educacionais para essa faixa etária. A determinação da LDB decorre 
da necessidade de readequação das funções que as instituições de educação infantil possuíam 
historicamente, ao atender às crianças sob a ótica apenas dos cuidados básicos, com higiene e 
alimentação, por exemplo. 
O ensino fundamental é a segunda etapa da educação básica e está dividida em: anos ini-
ciais, que contemplam do 1º ao 5º ano; e anos finais, que contemplam do 6º ao 9º ano.
É obrigatório e gratuito. A LDB estabelece que, gradativamente, os municípios serão os respon-
sáveis por todo o ensino fundamental. Na prática, atualmente, os municípios estão atendendo 
aos anos iniciais e os estados aos anos finais.
A terceira e última etapa da educação básica é o ensino médio, antigo 2º grau, ofertado do 
1º ao 3º ano. É de responsabilidade dos estados e pode também ser ofertado nas modalidades 
técnico ou profissionalizante.
1.2.2 Ensino superior
O ensino superior é de competência da União, mas pode ser ofertado pelos estados e municí-
pios, desde que estes atendam de maneira satisfatória aos níveis de ensino sob sua responsabi-
lidade. O papel da União, no que diz respeito às instituições privadas de ensino superior, é o de 
autorizar e fiscalizar o seu funcionamento. 
Acompanhe, no esquema a seguir (figura 2), como está atualmente estruturado o ensino superior 
no Brasil.
Graduação
Bacharelado Licenciatura Plena Tecnólogo
Licenciatura 
Curta
Pós-graduação
Stricto Sensu
Mestrado Doutorado EspecializaçãoMestradoPro�ssional
Lato Sensu
Figura 2 – Estrutura do Ensino Superior no Brasil.
Fonte: Elaborado pela autora.
Os cursos de graduação são ofertados aos alunos que tenham o ensino médio ou equivalente 
concluído e que forem classificados em processo seletivo.
12 Laureate- International Universities
Práticas educacionais
Os cursos de pós-graduação são ofertados aos alunos que possuam diploma de graduação. 
Estão divididos em stricto sensu e latu sensu. No primeiro, são ofertados o mestrado, o mestrado 
profissional e o doutorado. Os cursos strictu sensu têm como objetivo desenvolver um ciclo de 
estudos regulares de aprofundamento que conduzam aos títulos de mestre e de doutor. Já o latu 
sensu oferta cursos de especialização, com duração mínima de 360 horas, para os alunos que 
tenham concluído a graduação. 
De acordo com dados coligidos pela Reestruturação e Expansão das Universidades Federais 
(Reuni), entre os anos de 2003 e 2012, observou-se uma grande expansão na oferta de cursos 
de ensino superior no Brasil. Esse novo cenário nacional indica o cumprimento de algumas das 
metas e objetivos previstos para o ensino superior pelo Projeto de Lei nº 8.035/2010 – Plano 
Nacional de Educação (PNE), a saber: 
•	 Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida 
para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade de oferta. 
•	 Meta 13: elevar a qualidade da educação superior pela ampliação de atuação de mestres 
e doutores nas instituições da educação superior para no mínimo 75% do corpo docente 
em efetivo exercício, sendo, do total, 35% de doutores. 
•	 Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, 
de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
Nesse cenário, é importante destacar que a Meta 15 da LDB prevê que todos os professores da 
educação básica tenham formação específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura 
na área de conhecimento em que atuam, o que exige o forte empenho das áreas relacionadas à 
educação, em todas as esferas de poder.
Você pode acessar as diretrizes de expansão, bem como indicadores de qualidade 
no ensino superior, no documento intitulado “Detalhes de análise de expansão das 
universidades federais de 2003 a 2012”, disponibilizado na íntegra pelo MEC no seguinte 
endereço: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_
download&gid=12386&Itemid=>.
NÃO DEIXE DE LER...
Perceba que as atribuições nas esferas dos sistemas federal, estadual e municipal estão bem defi-
nidas. Porém, não se pode perder de vista a principal finalidade dessas atribuições diferenciadas: 
a construção de um sistema educacional sólido, acessível à população e com o mesmo padrão 
de qualidade em todo o território nacional.
1.3 Modalidades de ensino
A estrutura educacional brasileira conta com outras modalidades de ensino que transitamem 
todos os níveis citados. Você sabe quais são essas outras modalidades? Você imagina quem são 
as pessoas atendidas por essas outras modalidades? Lembre-se de que a legislação precisa con-
templar todos os brasileiros.
13
1.3.1 Educação escolar indígena
É uma modalidade de ensino que atende às comunidades indígenas, de forma a respeitar a 
cultura e a língua materna de cada etnia. Visa a ofertar um amplo conjunto de soluções educa-
cionais, como, por exemplo: assistência técnica e financeira; oferta de programas diferenciados 
na formação inicial e continuada de professores indígenas; elaboração e publicação de materiais 
didáticos diferenciados; e elaboração de programas específicos para atendimento das necessida-
des das escolas indígenas, visando à melhoria das condições de ensino nas aldeias.
Outras preocupações dessa modalidade de ensino são assegurar a oferta de uma educação de 
qualidade aos povos indígenas e proporcionar acesso aos conhecimentos universais, sob a pers-
pectiva de valorizar as línguas maternas e os conhecimentos tradicionais. Além disso, pretende 
contribuir para a reafirmação das identidades e sentimentos étnicos. 
Dois grandes desafios encontrados na consolidação dessa modalidade de ensino incidem sobre 
a questão da formação indígena para o trabalho docente e sobre a gestão das escolas em terras 
indígenas. Geralmente, essa gestão ocorre por meio de membros das respectivas etnias.
Hoje, estão em curso as primeiras experiências de formação de docentes indígenas na perspec-
tiva de licenciatura, dando seguimento aos cursos de magistério indígena, que promoveram a 
escolarização básica e a formação específica de professores indígenas em diferentes regiões do 
país.
1.3.2 Educação básica do campo
O artigo 28 da LDB estabelece que a educação básica para a população rural tem como pre-
missa promover as adaptações necessárias e as metodologias adequadas à realidade de cada 
região. Dessa maneira, existe, entre outras, a preocupação em adequar o calendário escolar às 
fases do ciclo agrícola e às condições climáticas, além do interesse em adaptar os processos de 
ensino/aprendizagem à natureza do trabalho na zona rural.
É importante ressaltar que tais diretrizes têm como finalidade garantir o acesso a todos os níveis 
e modalidades de ensino: educação infantil, ensino fundamental, médio e profissionalizante, 
educação de jovens e adultos e educação especial. No entanto, observa-se, nos dias de hoje, 
a persistência de inúmeras desigualdades entre as zonas rural e urbana no que diz respeito ao 
acesso ao ensino fundamental.
Em muitos estados, os números das matrículas no campo demonstram que a priorização do aten-
dimento é até o 5º ano do ensino fundamental. Depois disso, os estudantes precisam procurar 
outro município para dar continuidade aos estudos, tarefa que nem todos têm condições de re-
alizar. Nesse sentido, a falta de políticas específicas para o campo é umas das principais causas 
da desigualdade e dificuldade de proporcionar uma aprendizagem significativa e democrática a 
esse público.
A formação dos professores que atuam no campo é desafiadora, não só pela falta de profis-
sionais com nível superior, mas também pela diversidade das realidades sociais encontradas. 
Além disso, prevalecem, como modelos que precisam ser revistos, as classes multisseriadas e os 
professores polivalentes.
A falta de infraestrutura adequada – como, por exemplo, ausência de bibliotecas e laborató-
rios de informática e de ciências – é uma parte significativa das dificuldades encontradas pelos 
educadores que atuam nas escolas rurais, que também enfrentam, muitas vezes, a ausência de 
infraestrutura básica, como energia elétrica, abastecimento de água e esgoto sanitário.
14 Laureate- International Universities
Práticas educacionais
1.3.3 Educação especial
Essa modalidade atende às pessoas com necessidades educacionais especiais, preferencialmen-
te na rede regular de ensino, a fim de promover a sua inclusão social. Isso significa dizer que, 
na maioria dos casos e dependendo do tipo de necessidade, o aluno deve ser inserido em uma 
classe regular de sua comunidade. 
De acordo com o Conselho Nacional de Educação, consideram-se educandos com necessidades 
educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem: 
•	 dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento 
que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois 
grupos: aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica e aquelas relacionadas 
a condições, disfunções, limitações ou deficiências; 
•	 dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando 
a utilização de linguagens e códigos aplicáveis; 
•	 altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar 
rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. 
A resolução que institui as diretrizes para atendimento na modalidade educação especial é a nº 
4 do Decreto nº 6.571/2008, que destaca que os sistemas de ensino devem matricular os alu-
nos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação 
nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado, ofertado em 
salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da 
rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos 
(BRASIL, 2009).
Ainda de acordo com o Conselho Nacional de Educação (CNE), são considerados professores 
capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentam necessidades educacio-
nais especiais aqueles que comprovem que, em sua formação de nível médio ou superior, foram 
incluídos conteúdos sobre Educação Especial adequados ao desenvolvimento de competências 
e valores. 
Os professores especializados em educação especial são aqueles com formação em cursos de 
licenciatura em educação especial ou em uma de suas áreas, preferencialmente de modo con-
comitante e associado à licenciatura para educação infantil ou para os anos iniciais do ensino 
fundamental. 
São considerados também professores especializados aqueles que comprovarem a complemen-
tação de estudos ou pós-graduação em áreas específicas da educação especial, posterior à 
licenciatura nas diferentes áreas de conhecimento, para atuação nos anos finais do ensino fun-
damental e no ensino médio. 
A necessidade de tornar a escola inclusiva e acessível para todos gera discussões sobre a práti-
ca pedagógica. Diante disso, é preciso refletir sobre o distanciamento que existe entre a teoria 
proposta e a prática adotada nas escolas públicas brasileiras. O que se tem observado é que 
os princípios relacionados à educação especial ainda apresentam contradições que impedem o 
avanço da inclusão.
15
1.3.4 Educação de jovens e adultos (EJA)
É a modalidade de ensino oferecida a pessoas adultas para que retomem seus estudos diante 
da falta de oportunidade para frequentar a escola na idade convencional. Ofertar EJA hoje no 
Brasil requer reflexões acerca das políticas educacionais e das propostas de inclusão dos alunos 
nas redes de educação pública. 
O histórico dessa modalidade remete apenas ao trabalho pedagógico de cunho eminentemente 
alfabetizatório. No entanto, alfabetizar é somente a primeira parte do processo, visto que não se 
pode deixar de pensar no desenvolvimento social do aluno da EJA e, consequentemente, de seu 
preparo para o mercado de trabalho. 
Nesse sentido, é necessário se preocupar com a abordagem metodológica a ser desenvolvida 
para a faixa etária que será atendida nessa modalidade. Este é um grande desafio para o pro-
fessor, pois um aluno que está retomando o 5º ano do ensino fundamental, por exemplo, não 
se interessará por conteúdos tradicionalmente característicosdessa etapa escolar, devido ao seu 
aspecto infantil e descolado do contexto da sua realidade social atual, como adulto. 
O aluno da EJA precisa ser visto como atuante no processo de sua educação e inserção social, 
não esquecendo que ele procura a escola não apenas para aprender a ler e escrever, mas para 
buscar o seu lugar na sociedade.
1.3.5 Educação profissional e tecnológica
A modalidade de educação profissional e tecnológica tem como objetivos preparar os estudantes 
para o exercício de atividades produtivas e atualizar e aperfeiçoar conhecimentos tecnológicos e 
científicos. Essa modalidade está dividida em três níveis:
•	 Básico: os cursos são abertos a qualquer pessoa interessada, independentemente da 
escolaridade prévia.
•	 Técnico: os cursos são oferecidos simultaneamente ao Ensino Médio ou após a sua 
conclusão e têm organização curricular própria.
•	 Tecnológico: são cursos de nível superior. 
De acordo com dados do MEC, a rede federal mantém hoje 38 institutos federais presentes em 
todos os estados, oferecendo cursos de qualificação, ensino médio integrado, cursos superiores 
de tecnologia e licenciaturas.
Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) mantém um programa para expandir 
o acesso à Educação Profissional e Tecnológica, denominado expansão da rede 
federal. Os dados são atualizados no endereço: <http://redefederal.mec.gov.br/index.
php?option=com_content&view=article&id=52&Itemid=2>.
NÓS QUEREMOS SABER!
A importância dessa expansão se dá no sentido de ofertar formação acadêmica aliada à prepa-
ração para o mercado de trabalho, além de proporcionar uma formação integral com aprendi-
zagens e princípios que potencializem a ação humana na construção de sua própria história de 
maneira digna e igualitária.
16 Laureate- International Universities
Práticas educacionais
1.3.6 Educação a distância – EAD
A educação a distância é a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica 
dos processos de ensino/aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de infor-
mação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em 
lugares e tempos diversos (Decreto nº 5.622 de 19/12/2005, artigo 80).
No Brasil, devido à sua extensão territorial e às desigualdades regionais, existe uma expectativa 
de que essa modalidade de ensino possa atender a um grande número de alunos, principalmente 
no ensino superior, devido às dificuldades de acesso a esse nível de escolarização. 
Um dos elementos essenciais para a estruturação da educação a distância reside na construção 
de um modelo pedagógico que atenda às especificidades de seus diferentes públicos-alvo. De 
acordo com Behar (2009, p. 23), tal modelo deve incluir as seguintes dimensões:
• Aspectos organizacionais: definição dos objetivos educacionais, da organização do
tempo e do espaço e das expectativas em relação à atuação da comunidade escolar.
• Conteúdos: definição dos materiais instrucionais e dos objetos educacionais que serão
utilizados durante o curso.
• Atividades, formas de interação/comunicação, procedimentos de avaliação e aspectos
metodológicos.
• Finalmente, a definição de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), bem como
suas funcionalidades, ferramentas de comunicação, tais como vídeos, entre outros.
Essas dimensões demandam uma proposta pedagógica robusta para que se possam explorar 
práticas educativas significativas.
1.4 Foco na aprendizagem e no ensino
O alinhamento entre a prática docente e as diretrizes norteadoras do sistema educacional im-
plica pensar em ações focadas no desenvolvimento de competências e habilidades dos alunos a 
partir da definição dos conteúdos. Mas você deve estar se perguntando sobre qual a metodologia 
que pode ser utilizada para embasar esse alinhamento, não é?
Não podemos esquecer que a metodologia precisa estar associada aos currículos escolares propostos 
pela legislação vigente e também compreender que a docência é uma prática que requer reflexões 
constantes e que precisa estar pautada nas necessidades dos alunos para enfrentar os desafios atuais.
NÃO DEIXE DE VER...
O documentário 21:21 – Aligning 21st Century Learning with 21st Century Learners 
estimula a reflexão sobre a necessidade de alinhamento das metodologias de ensino 
com os desafios do século XXI. A produção tem 21min21seg, foi realizada a partir de 
filmagens em nove escolas ao redor do mundo e discute o que – e como – os alunos 
estão aprendendo. O vídeo propõe uma profunda reflexão sobre os desafios do 
pe-ríodo histórico em que estamos vivendo. Disponível nos endereços:< 
http://rescola.com.br/alinhando-o-aprendizado-do-seculo-21-com-os-aprendizes-
do-seculo-21/> e <http://21foundation.com>.
17
1.4.1 Os sete saberes necessários à educação do futuro
Morin (2000) propõe uma discussão importante a respeito do processo educacional quando 
escreve sobre os sete saberes necessários à educação do futuro. Veja a seguir.
O primeiro saber, denominado as “Cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão”, tem como 
proposta reflexiva a discussão do processo de ensino-aprendizagem, com foco nas reflexões que 
giram em torno da adoção de práticas contextualizadas que resultem em uma aprendizagem 
significativa. O debate considera que o ocorrido nas salas de aulas fica muito mais próximo da 
transmissão mecânica do conhecimento. 
Nesse sentido, Morin (2000, p. 14) destaca que: “É necessário introduzir e desenvolver na Edu-
cação o estudo das características cerebrais, mentais, culturais dos conhecimentos, de seus pro-
cessos e modalidades, das disposições tanto psíquicas quanto culturais que conduzem ao erro 
ou à ilusão”.
Conclui-se que a preocupação com os estudos dos processos cognitivos dos alunos pode auxiliar 
a superar a visão de que o professor precisa dominar todo o conteúdo de determinada aula. Tal-
vez seja mais válido construir conhecimentos e aprendizagens junto com os alunos, de maneira 
colaborativa, priorizando o processo cognitivo de todos os envolvidos. 
O segundo saber, qualificado como “Os princípios do conhecimento pertinente”, propõe que a vi-
são mecanicista do universo e a divisão de ramos científicos seja gradualmente superada por meio 
da contextualização e da proposta da transdisciplinaridade. É o que conhecemos como ensino 
partindo da realidade do aluno e da interseção entre as disciplinas nos planejamentos das aulas.
“Ensinar a condição humana” é o terceiro saber apontado por Morin (2000). Ele afirma que a 
constituição biológica, física, psíquica, cultural, social e histórica do ser humano é desintegrada 
no processo educacional que se dá por meio da divisão das disciplinas curriculares. Nesse senti-
do, é necessário resgatar uma visão holística do ser humano em seu desenvolvimento.
Você já ouviu falar em holística? Trata-se de uma concepção que defende a importân-
cia da compreensão integral dos fenômenos – e não a análise isolada dos seus consti-
tuintes. A visão holística do ser humano, portanto, abrange corpo, mente, alma, enfim, 
sua existência como um todo (PRIBERAM, 2013).
NÓS QUEREMOS SABER!
O quarto saber aponta para o alerta de que a humanidade tem deixado de lado a preocupação 
com o cuidado do planeta e denomina-se “Ensinar a identidade terrena”. Ele sinaliza a necessi-
dade de adoção de práticas que visam à preservação do meio ambiente e a construção de um 
planeta sustentável para as próximas gerações.
“Enfrentar as incertezas”, apresentado como o quinto saber, visa a superar os princípios redu-
cionistas e questionar as verdades absolutas em que os processos educacionais estão imersos. 
Nesse sentido, o ensino baseado na problematização é a proposta indicada para possibilitar uma 
aprendizagem que prepare o indivíduo para lidar com os obstáculos.
O sexto saber remete a “Ensinar a compreensão”, com o objetivo de promover a interação entre 
os seres humanos.Esse saber nos mostra como compreender o outro e como é importante nos 
colocarmos no lugar do outro, além de respeitar a diversidade das ideias, dos valores e dos mo-
dos de vida de cada ser humano. É por meio da educação que se pode ensinar a compreensão 
mútua para o desenvolvimento de uma cultura de paz e de não violência. 
18 Laureate- International Universities
Práticas educacionais
Finalmente, o sétimo saber fala sobre “A ética do gênero humano” e propõe o ensino da cida-
dania por meio da democracia e do diálogo. A democracia autêntica, nesse caso, preconiza o 
conhecimento do aluno sobre a sua participação na construção de uma sociedade mais justa e 
igualitária por meio do dever ético. 
Com os sete saberes necessários à educação do futuro, Morin (2000) serve de inspiração para 
os educadores que desejam desenvolver uma boa prática educacional e com resultados que 
possam mudar o modo de vida das pessoas – práticas estas que visam ao desenvolvimento de 
competências e habilidades nos alunos. 
1.4.2 Os quatro pilares da educação 
Diante das novas exigências da sociedade do conhecimento, do competitivo mercado e da im-
portância de saber viver em grupo, as práticas pedagógicas tendem a absorver o paradigma 
inovador para atender às atuais necessidades dos alunos. O professor passa por um processo de 
mudança em que é necessária a reformulação de sua atuação, o que requer um novo modo de 
agir, de se relacionar e de se envolver tanto com os alunos quanto com a instituição de ensino.
Em relatório elaborado para a Unesco, Delors (2005) afirma que a principal consequência da 
sociedade do conhecimento é a necessidade de uma aprendizagem constante ao longo de toda 
a vida. Ela é fundamentada nos quatro pilares da educação, que você verá a seguir: 
1. Aprender a conhecer: espera-se que o indivíduo aprenda a compreender a realidade, 
fator necessário para que possa viver dignamente, comunicar-se e também desenvolver 
capacidades profissionais. Os atos de compreender, descobrir, construir e reconstruir o 
conhecimento devem ser prazerosos para o aluno, para que se mantenham ao longo 
do tempo. A valorização da curiosidade, a autonomia, o exercício de pensar o novo e 
reconstruir o pensamento antigo para reinventar o presente são ações que devem permear 
a prática pedagógica do educador, que tem a intenção de desenvolver a habilidade de 
aprender a conhecer em seu aluno. 
2. Aprender a fazer: é a capacidade de fazer escolhas, pensar criticamente e não confiar 
ou depender apenas de modelos existentes. Iniciativa e intuição, coragem para se arriscar, 
habilidade de comunicação, perfil flexível e, principalmente, capacidade de resolver 
conflitos, são aptidões necessárias para o profissional inserido no mercado de trabalho 
contemporâneo. Essas aptidões envolvem a aprendizagem de diversas técnicas, tais como 
trabalhar em equipe, para desenvolver espírito colaborativo, valor necessário ao trabalho 
coletivo. Elas devem estar focadas tanto na inserção no mercado de trabalho quanto no 
preparo para o enfrentamento de novas situações de emprego, devido à rápida evolução 
pela qual passam as profissões atualmente. 
3. Aprender a conviver: é a habilidade de respeitar as diferenças entre os indivíduos e 
trabalhar em projetos comuns. Atualmente, esta é uma habilidade que todos precisam 
desenvolver, pois é na troca com o outro que se pode alcançar uma aprendizagem 
significativa. A troca de conhecimento propicia, além da compreensão do outro, a 
percepção de interdependência, a capacitação para administrar conflitos, a participação 
em projetos comuns e a satisfação do esforço comum. 
4. Aprender a ser: está ligada ao desenvolvimento da autonomia do indivíduo, o que permite o 
aperfeiçoamento do papel de agente transformador do mundo em que vive. Nesse sentido, 
é importante desenvolver habilidades como a sensibilidade, o sentido ético e o estético, a 
responsabilidade pessoal, o pensamento autônomo e crítico, a imaginação, a criatividade, 
a iniciativa e o crescimento global da inteligência. A aprendizagem significativa precisa ser 
integral e não negligenciar nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
19
Com base nessa visão dos quatro pilares da educação, podem-se conseguir grandes ganhos 
pedagógicos. O processo ensino/aprendizagem que visa apenas à absorção de conhecimento 
e que tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina deverá dar lugar ao ensinar a 
pensar, saber comunicar-se e pesquisar, ter raciocínio lógico, fazer sínteses e elaborações teóri-
cas, ser independente e autônomo; e, finalmente, ser socialmente competente.
A educação, assim fundamentada, sugere alguns procedimentos didáticos, tais como:
•	 relacionar o tema com a experiência do aluno e de outros personagens do contexto social;
•	 desenvolver uma metodologia problematizadora, que leve o aluno a buscar as respostas;
•	 proporcionar uma relação dialógica entre professor e aluno;
•	 envolver o aluno em um processo que conduza à busca por resultados, conclusões ou 
compromissos com a prática;
•	 oferecer um processo de autoaprendizagem e corresponsabilidade no processo de 
aprendizagem;
•	 proporcionar ensino transdisciplinar entre as áreas do conhecimento.
Após você ter conhecido os sete saberes necessários à educação do futuro e os quatro pilares 
da educação, lembre-se dos aspectos que levam a refletir sobre a necessidade de superar o 
modelo cartesiano de ensino. Nesse sentido, ao planejar uma ação educativa, observe se está 
adequando os objetivos propostos, bem como os recursos planejados, às reais necessidades dos 
seus alunos. 
20 Laureate- International Universities
Síntese
Você concluiu o primeiro capítulo desta disciplina, em que: 
•	 compreendeu as mudanças ocorridas na educação brasileira contemporânea e quais 
os impactos que tais mudanças trouxeram para o contexto atual da educação em suas 
diversas modalidades de ensino; 
•	 percorreu um breve histórico da instituição da LDB em nosso país, desde a sua primeira 
publicação até os documentos principais que regem atualmente as práticas pedagógicas;
•	 estudou as especificidades do Sistema Educacional Brasileiro; 
•	 compreendeu os desafios da integração entre a prática docente, a superação da 
fragmentação dos saberes e o foco na aprendizagem; 
•	 conheceu os sete saberes necessários à educação do futuro, embasados em Morin, e os 
quatro pilares da educação defendidos por Jacques Delors e subsidiados pela Unesco.
Síntese
21
Referências
BEHAR, P. (Org.). Modelos pedagógicos em educação a distância. Porto Alegre: Artmed, 
2009.
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Nacional de Educação e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm>. Acesso: em 12 abr. 2015.
______. Presidência da República. Lei n.º 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano 
Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.
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