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Apostila Fundamentos de Direito Tributário

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Profº. Gabriel Quintanilha 		 	 www.quintanilhatributario.blogspot.com
Direito Tributário
O Tributo e suas espécies 
Tributo é toda prestação pecuniária, compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, instituída em lei, que não constitua sanção de ato ilícito, e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
Tome Nota 
Tributo e imposto não são sinônimos. O tributo é o gênero e o imposto uma de suas espécies. O tributo é sempre obrigatório, bem como sua cobrança. O contribuinte não escolhe se deve ou não pagar o tributo, pois ao praticar o Fato Gerador, é obrigado ao pagamento, sob pena de execução fiscal. 
Espécies Tributárias 
O direito brasileiro reconhece cinco espécies de tributos. que serão analisadas à seguir: 
1) Imposto (art. 145, I, CRFB c/c art. 16, CTN): espécie tributária que independe de qualquer contraprestação específica. Não gera para o ente público a obrigação de contraprestacionar, portanto é não vinculada. 
Isso mesmo: ao pagar imposto, o contribuinte não faz com que o estado tenha a obrigação de lhe devolver um serviço específico. É por meio dos impostos que o ente público se mantém, prestando serviços genéricos e mantendo seu funcionamento. 
O Imposto pode ser classificado como Direto ou Indireto. Tal critério é importante uma vez que o imposto indireto admite a transmissão do ônus financeiro, como ocorre com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, que é repassado ao consumidor final. 

Tal situação não ocorre com o Imposto de Renda, por exemplo, que não é destacado na nota fiscal e repassado. 

O Código Tributário Nacional - CTN, prevê que os impostos se classificam da seguinte forma: 
· 

		* Impostos sobre o comércio exterior - Imposto de Importação (II) e 
Exportação (IE); 
· 

		* Impostos sobre o Patrimônio e a Renda - Imposto sobre Propriedade Predial e 
Territorial Urbana (IPTU), Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), Imposto sobre Transmissão Onerosa de Bens Imóveis (ITBI), Imposto sobre Transmissão 
Gratuita de Quaisquer Bens (ITCMD); 
* Impostos sobre circulação e comercialização - Imposto sobre Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras de Crédito, Cambio, Seguros e com Valores Mobiliários (IOF). 
2) Taxa (art. 145, II, CRFB c/c art. 77 CTN): espécie tributária vinculada, que, portanto, exige contraprestação estatal específica. Assim, para que a taxa seja constitucional há necessidade de uma contraprestação estatal específica ao contribuinte. 
Pode ser cobrada como: 
		·  Taxa de polícia: art. 78, CTN. É cobrada pelo exercício regular do poder de 
polícia administrativo que é a limitação do interesse particular para benefício da coletividade. Não se trata de polícia investigativa, como a federal, por exemplo, mas sim da fiscalização realizada pelo ente público. 

		·  Taxa de serviço: art. 79, CTN. É cobrada pelo serviço público que seja específico e divisível e posto à disposição do contribuinte, caso contrário será inconstitucional.
Não pode ser obrada por qualquer serviço, só para os específicos e divisíveis. É o caso da taxa de coleta de lixo domiciliar. Caso esteja à disposição do contribuinte, mesmo que não seja utilizado o serviço, a cobrança será constitucional porque o serviço é específico e divisível. 
Já a taxa de Iluminação Pública é inconstitucional, porque o serviço é prestado para a coletividade e não especificamente para o contribuinte. 

Tome Nota 

	Taxa de Limpeza Pública (varredura de ruas) 
	Inconstitucional 
	Taxa de Coleta de Lixo domiciliar – mensurável pelo tamanho do imóvel 
	Constitucional 
	Taxa de segurança pública 
	Inconstitucional 
	Taxa Iluminação Pública 
	Inconstitucional 
	Contribuição de Iluminação Pública (autorizada pela EC 39/02 – 149- A, CF) 
	Constitucional 
	Taxa de Saúde Pública 
	Inconstitucional 
	Taxa de Incêndio (quanto maior o imóvel maior a taxa) 
	Constitucional 
3) Contribuição de Melhoria (Art. 145, III, CF c/c 81 e sgs. CTN e DL 195/67): espécie tributária vinculada que tem como fato gerador a valorização imobiliária decorrente de obra pública. 
Para sua incidência, deve ser finalizada a obra para apuração da valorização aproveitada pelo particular, não podendo ser exigida em caso de desvalorização. Ademais, o serviço público não pode gerar contribuição de melhoria, por não se tratar de obra. 
Por fim, devemos destacar que caso a despesa seja realizada pelo particular, no exercício da exploração de uma concessão pública, não poderá ser exigida a contribuição de melhoria. 
4) Empréstimo Compulsório (Art. 148, CRFB): espécie tributária de competência exclusiva da União, que somente pode ser instituída por lei complementar nos casos de guerra externa ou sua iminência, calamidade pública ou investimento público de urgência e relevante interesse nacional. 
O direito tributário não recepcionou a possibilidade de cobrança do empréstimo compulsório para aquisição temporária de poder aquisitivo. 
O fato gerador não tem previsão constitucional e será a lei complementar que deverá prever o fato gerador, o prazo e os requisitos para a restituição do empréstimo. 
Isso mesmo: A União é obrigada a restituir ao contribuinte aquilo que foi arrecadado a título de empréstimo compulsório e, além disso, é um tributo que não pode ser criado por medida provisória, ou mesmo por lei ordinária, uma vez que somente pode ser criado por lei complementar, espécie normativa de quorum qualificado para votação e aprovação. 
5) Contribuições Especiais (art. 149, CF): não são tributos vinculados, mas são caracterizados pela destinação. Em outras palavras, o fato gerador é uma atividade do contribuinte, como nos impostos, mas a receita é caracterizada pela sua destinação. 
Dividem-se em:
5.1. Contribuições Sociais: Art. 195 da Constituição da República. Têm como fundamento o bem estar social, o mínimo existencial. Submetem-se ao princípio da solidariedade, que significa que todo indivíduo deve contribuir para o bem estar social. São classificadas em contribuições sociais gerais, para seguridade social e outras contribuições. 
Sociais gerais: são destinadas ao lazer, cultura, informação e educação e estão previstas nos arts. 212 e 240 da CF. Exemplos são as contribuições para o sistema “S” (Sesi, Sesc...) e salário educação. 
Seguridade social: São aquelas destinadas ao financiamente da seguridade social. São exemplos a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e a COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) 
Outras contribuições: uma vez que o bem estar social é direito fundamental, em caso de necessidade, a União poderá instituir outras forma de financiamento da seguridade social. Tal situação compreende a competência residual em matéria tributária, na forma do art. 195, § 4o, CF c/c 154, I, CF 
5.2. Profissionais: São aquelas destinadas ao financiamento de instituições que tem como finalidade a fiscalização de determinados ramos profissionais. Enquadra-se nesse conceito a contribuição social, que corresponde a um dia de salário por ano, descontada do salário do trabalhador. 
Além delas, as anuidades cobradas pelos conselhos de fiscalização profissional também possuem natureza de tributo, de modo sua cobrança é pelo rito da lei de execuções fiscais. 
Saiba mais: O Superior Tribunal de Justiça entende que a OAB não se enquadra em tal conceito, sendo que a anuidade cobrada dos advogados não tem natureza tributária.
· 
5.3. Contribuições de Intervenção do Domínio Econômico: São contribuições instituídas pela União com a finalidade de interferir da economia, seja pela sua alíquota, seja pela sua destinação constitucional. 

		·  A principal contribuição existente do direito tributário brasileiro é a CIDE COMBUSTÍVEISque tem como fato gerador a importação e a comercialização de combustíveis e derivados. 
· 

	5.4. Contribuições de Iluminação Pública: as contribuições de iluminação pública 
não podem ser confundidas com as taxas. Com a declaração de inconstitucionalidade da taxa de iluminação pública, foi alterada a Constituição Federal, sendo autorizado aos municípios e ao Distrito Federal a instituição da contribuição de iluminação de pública. Sua cobrança pode ocorrer na conta de consumo de energia elétrica e, por ser um espécie tributária não vinculada, mesmo que o contribuinte não tenha acesso à iluminação pública, sua cobrança é constitucional. 
· 

		·  Tome Nota · 

		 A contribuição de iluminação pública é instituída pelos Municípios e pelo Distrito Federal e sua cobrança pode ocorrer na conta de consumo de energia elétrica. 
· 
Limitações ao poder de tributar 
O poder de instituir tributos permite que o Estado invada a esfera particular de cada indivíduo para que lhe seja retirada uma parcela de sua riqueza. Caso tal poder não sofra nenhum tipo de limitação, poderá levar o contribuinte à falência, poderá destruí-lo. 
Assim, para que o tributo não viole os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, a Constituição Federal prevê duas formas de limitações ao Poder de Tributar. São elas os princípios e as imunidades. Passemos à sua análise. 
Princípio da Legalidade 
Previsto nos arts., 150, I, da CF c/c 97 do CTN, o tributo só pode ser criado, majorado, reduzido ou extinto por lei. Frise-se que o tributo pode ser criado por Medida Provisória, prevista no art. 62 da CF, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, porém não pode invadir NUNCA a reserva de Lei Complementar, espécie normativa que carece de quorum qualificado para sua instituição. 
Reserva de Lei Complementar 
Normas gerais de Direito Tributário (art. 146, CF) 
Art. 155, § 1o, III: reserva de LC para ITC Art. 155, § 2o, XII: reserva de LC para ICMS Art. 156, § 3o: reserva de LC para ISS 

Empréstimo Compulsório (art. 148, CF) 

III. I.G.F. art. 153, VII, CF)
IV. Competência Residual (art. 154, I c/c 195, § 4o) 
Nos casos expostos supra, é inconstitucional a utilização de medida provisória, lei ordinária ou lei delegada para tratar desses assuntos. 
Exceções ao Princípio da Legalidade 
Para flexibilizar o sistema tributário, o ordenamento jurídico prevê hipóteses e que fica dispensada a lei para tratar de assuntos tributários. Passemos a essa análise. 
Art. 153, § 1o da CF: os impostos extrafiscais da União (II, IE, IPI, IOF): poderão ter sua alíquotas alteradas por ato do poder executivo. Frise-se somente a alíquota pode ser alterada e não a base de cálculo; 

Art. 177, § 4o, I, “b”, CF: a CIDE combustíveis poderá ter a sua alíquota reduzida ou restabelecida por ato do poder executivo. Trata-se novamente de alíquota, que nesse caso não pode ser majorada além do limite legal, limitando- se à redução ou restabelecimento. 

Art. 155, § 2o, IV da CF: o ICMS terá a sua alíquota interestadual fixada por resolução do senado federal. 

Art. 155, § 4o, IV, CF: o ICMS monofásico incidente sobre combustíveis terá sua alíquota determinada por deliberação dos estados. 

Art. 97, § 2o, CTN: a atualização da base de cálculo do tributo não precisa de lei por ter natureza de recomposição de perda. Tal situação é caracterizada com a atualização da base de cálculo do IPTU, de acordo com os índices oficiais de inflação. 

Art. 160 do CTN: determinação do prazo de pagamento do tributo não precisa de lei. 

Art. 113, § 2o do CTN: determinação de obrigação acessória. Atenção que as penalidades devem, obrigatoriamente, estar previstas em lei, conforme disposto no art. 97, V do CTN 

Princípio da Isonomia 
Previsto no art. 150, II da CF, consiste em tratar desigualmente os desiguais na medida que se desigualam. Em outras palavras, não pode haver benefício odioso, ou seja, somente poderá receber tratamento diferenciado quem está em situação diferenciada, como ocorre no regime do Simples Nacional em que Micro empresas e empresas de pequeno porte, tem redução de carga tributária e recolhimento dos tributos em guia única. Tal situação de apresenta de forma isonômica, pois aumenta maior competitividade para as MEs e EPPs. 
Princípio da Capacidade Contributiva 
Previsto no art. 145, § 1o da CF é uma instrumento da isonomia e determina que sempre que possível os impostos deverão incidir, de forma diferenciada, de acordo com a renda (capacidade econômica) do contribuinte. 
Embora o art. 145, § 1o da CF trate somente de imposto, o STF entendeu que as taxas também devem seguir este princípio (súmula 665 do STF). 
Princípio da Uniformidade Geográfica 
Previsto no art. 151, I da CF, tal princípio prevê que o tributo deve ser uniforme em todo território nacional, contudo, para atender à isonomia, pode ser dado incentivo fiscal para desenvolvimento de uma determinada região, mais carente. 
Princípio da Não surpresa 
Previsto no art. 150, III da CF é uma garantia constitucional para que o contribuinte não se surpreenda com uma carga tributária superior a que havia se programado para suportar. Para sua garantia, são previstos três outros princípios, quais sejam a irretroatividade, anterioridade de exercício e noventena. 
Na forma do art. 150, III, “a” da CF, o princípio da irretroatividade determina que a lei tributária não retroagirá para abranger fatos geradores pretéritos, ressalvado o disposto no art. 106, CTN e no art. 144, § 1o também do CTN, que são as hipóteses de retroatividade. 
Assim, a lei tributária retroagirá quando meramente/expressamente interpretativa. 
Retroagirá também a lei que comine penalidade menos severa e que deixe de tratar a conduta do agente como infração a norma tributária. Perceba que não se trata de retroatividade da lei mais benéfica e sim da lei que comine penalidade menos severa ou deixe de tratar a conduta do agente como infração a norma. Dessa forma, a lei que reduz alíquota do tributo não retroage, mas se tal reduzir a multa, poderá produzir efeitos retroativos. 
Frise-se que tal retroatividade somente ocorrerá se não houver coisa julgada, de modo que caso o contribuinte tenha discutido o crédito tributário em juízo e tenha sido mal sucedido, tendo transitado em julgado a decisão desfavorável, a lei tributária não retroagirá, mas que reduzida a penalidade. 
Ademais, na forma do art. 144, § 1o, CTN, retroage também a lei tributária que aumentar os poderes da fiscalização, bem como as garantias e privilégios do crédito tributário. 
Na forma do art. 150, III, “b” da CF, temos o princípio da anterioridade clássica ou de exercício, segundo o qual, se o tributo for criado ou majorado, só poderá ser exigido no exercício financeiro seguinte. Assim, como o exercício financeiro coincide com o ano civil, no caso de criação ou majoração de um tributo, a cobrança somente poderá ocorrer no ano seguinte. 
Ex: tributo criado em Fev/2016, só poderá ser cobrado em Jan/2017. 
Importante destacar que tal princípio somente se aplica nos casos de criação ou majoração de tributos, sendo certo que a redução ou extinção produzirá efeitos imediatos. 
Por fim, devemos abordar o princípio da noventena ou anterioridade nonagesimal, previsto no art. 150, III, “c”, da CF, que foi introduzido na Constituição Federal pela emenda constitucional no 42 para ser somado ao princípio da anterioridade. Tal princípio garante que se um tributo for criado ou majorado, somente poderá ser exigido se respeitados ao menos 90 dias entre a data da criação ou majoração e a cobrança do respectivo. 
Assim, como a anterioridade de exercício, somente se aplica nos casos de criação ou majoração do tributo, não se aplicando nos casos de extinção ou redução, por exemplo. 
Agora, temos um quadro com as exceções aos princípios supra citados. Nesse quadro, temos os tributos que podem ser exigidos imediatamente, sem nenhuma anterioridade, aqueles que podem ser exigidos no mesmo exercíciofinanceiro, mas tem que submeter a noventena, e aquela que podem ser alterados nos últimos dias do ano e exigidos logo no início no exercício seguinte, sem noventena. Segue: 
	IMEDIATAMENTE 
	SÓ 90 
	SÓ ANTERIORIDADE DE EXERCÍCIO 
	Extrafiscais (menos IPI) 
		·  II 

		·  IE 

		·  IOF 

		·  IEG 

		·  Em. Compulsório 
de Guerra ou calamidade pública 

			·  IPI 

		·  CIDE 
Combustíveis 

		·  ICMS monofásico 
incidente de 
combustíveis 

		·  Contribuições 
Sociais 

	· IR 
		·  IPTU (*) 

		·  IPVA (*) 
(*) quando a alteração for da base e cálculo (caso o aumento seja da alíquota deve ser respeitada a anterioridade e a noventena) 

Princípio do Não Confisco 
Previsto no art. 150, IV da CF consiste na razoabilidade do direito tributário. O tributo não pode ser confiscatório, não pode violar o direito à propriedade do contribuinte. 
Assim sendo, tributos muito elevados, que atinjam o patrimônio do contribuinte de forma desarrazoada são inconstitucionais por violar tal princípio. Atualmente, é pacífico no STF que o princípio do não confisco se estende às multas, que não podem atingir um patamar a se tornar mais interessante que o próprio tributo para a fazenda. 
Princípio da Nâo Limitação ao Tráfego 
Previsto no art. 150, V da CF, o princípio da não limitação ao tráfego é a garantia que o tributo não violará do direito fundamental do contribuinte à livre locomoção, sendo vedada a cobrança de tributos interestaduais e intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio. 
Com o objetivo de estender a garantia do princípio em questão, o STF editou a súmula 323 que dispõe que é inconstitucional a apreensão de mercadoria para obrigar o contribuinte a pagar o tributo. 
Na mesma linha, foi editada também pelo STF a sumula 70 que dispõe que é vedada a interdição de estabelecimento comercial para obrigar o contribuinte a pagar tributo. 
Princípio da Vedação à Isenção Heterônoma 
Previsto nos arts. 151, III e 150, § 6o, ambos da CF, tal princípio veda que um ente federado conceda isenção ou qualquer benefício fiscal de tributo de competência de outro ente federado. 
No entanto, o ordenamento jurídico brasileiro admite que a União, ao celebrar tratados internacionais, conceda isenção de qualquer tributo. Tal situação é possível porque nesses casos a União está exercendo a soberania. 
Frise-se que os estados não podem conceder isenção de ICMS sem prévia autorização dos convênios, mesmo que com lei de sua competência, na forma dos arts. 155, § 2o, XII, “g” da CF e 150, § 6o, também da CF. 
Imunidade 
Uma segunda forma de limitar a atuação estatal no exercício do poder de tributar é a imunidade tributária, que consiste em toda não incidência constitucionalmente qualificada. 
Na imunidade o imposto não incide, não podendo se confundido com isenção, que consiste da dispensa legal do pagamento do tributo. 
As principais imunidades tributárias estão previstas no art. 150, VI, CF e abrangem somente impostos, não se estendendo às taxas ou outras espécies tributárias. Ademais, frise-se que os impostos abrangidos pela CF no art. 150, VI são somente os impostos sobre patrimônio, renda e serviços. Vejamos:
Imunidade Tributária Recíproca 
Prevista no art. 150, VI, “a” da CF, impede a incidência de impostos sobre patrimônio, renda e serviços entre os entes federados. 
A idéia desta imunidade é proteger o pacto federativo, impedindo a incidência de impostos entre os entes federados. 
Com isso, um ente federado não deve a outro, o pagamento de IPTU pelos bens imóveis de sua propriedade. 
Por força do parágrafo 2o do art. 150 da CF, a imunidade se estende às fundações e autarquias instituídas e mantidas pelo pode público. Já o parágrafo 3o, veda que a imunidade seja estendida às pessoas jurídicas que explorem atividade econômica, sob pena de violar a livre concorrência. 
Assim, empresas públicas e sociedades de economia, por serem pessoas jurídicas de direito privado e participarem em competição com empresas privadas no domínio econômico, não tem a seu favor a imunidade tributária. Todavia, o STF estendeu a imunidade à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária - INFRAERO, pois são empresas que prestam serviços essenciais e exercem monopólio em seus ramos de atividade, de modo que o gozo da imunidade não coloca em risco a concorrência. 
Por fim, aplica-se analogicamente à imunidade recíproca a súmula 724 do STF, pois o bem público permanece imune ainda que alugado a terceiros. Assim, o particular que estiver na condição de locatário do imóvel público, não tem a obrigação de pagar o respectivo IPTU. 
Imunidade dos templos de qualquer culto 
Prevista no art. 150, VI, “b” da CF, tal imunidade afasta a incidência de impostos sobre patrimônio, renda e serviços sobre os templos de qualquer culto. Tal imunidade protege o estado laico, mas não basta colocar uma imagem sacra no portão de casa para que o imóvel seja imune. Para o gozo da imunidade, o templo tem que ser constituído, com registro no cartório competente e não pode ter fins lucrativos. 
Estão abrangidos impostos sobre patrimônio, renda e serviços entre os entes federados. 
Aplica-se também, analogicamente à imunidade dos templos, a súmula 724 do STF, pois o bem imóvel de propriedade do templo religioso, permanece imune ainda que alugado a terceiros. Assim, o particular que estiver na condição de locatário do imóvel em questão, não tem a obrigação de pagar o respectivo IPTU. 
Imunidade Subjetiva 
Prevista no art. 150, VI “c” da CF, tal imunidade abrange as pessoas arroladas no próprio dispositivo, quais sejam partidos políticos e sua fundações, sindicatos, instituições educacionais e entidades de previdência social sem fim lucrativo. 
Destaque-se que tal imunidade não pode ser gozada de forma plena, uma vez que a norma constitucional carece de complementação. Assim, as pessoas arroladas no art. 150, VI, “c” da Carta Magna, somente podem gozar de imunidade de impostos sobre patrimônio, renda e serviços caso preencham os requisitos do art. 14 do CTN. São eles: não repartir patrimônio ou renda a qualquer título entre os dirigentes, aplicar integralmente no Brasil os valores auferidos e manter a escrituração contábil em dia. Os três requisitos são cumulativos e caso não sejam preenchidos a pessoa jurídica perderá a imunidade. 
A súmula 724 do STF, determina que o bem imóvel, permanece imune ainda que alugado a terceiros. 
No tocante às entidades beneficentes de assistência social, a imunidade abrange as contribuições sociais, na forma do art. 195, parágrafo 7o da CF. 
Imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua elaboração 
Prevista no art. 150, VI “d” da CF, tal imunidade é objetiva, não abrangendo a editora, mas somente o livro, jornal ou periódico. 
De acordo com a sumula 657 do STF o único insumo abrangido pela imunidade é o papel e o filme fotográfico. 
Imunidade musical
Com a emenda constitucional 75, foi introduzida no Direito Brasileiro a Imunidade musical, que afasta a incidência de impostos sobre patrimônio, renda e serviços nas obras musicais de artistas brasileiros ou executadas por artistas brasileiros, não abrangendo a fase de reprodução em mídias físicas, como CD e DVD.
Obrigação Tributária 
A obrigação tributária está prevista no art. 113 do Código Tributário Nacional - CTN e decorre da lei. Em outras palavras, ao praticar a situação prevista em lei como necessária e suficiente para a incidência do tributo, nasce a obrigação tributária, independentemente da vontade do contribuinte. 
Com isso, com a prática do fato gerador, nasce a obrigação tributária, que pode ser classificada como principal ou acessória. A obrigação principal consiste em dar dinheiro ao fisco, ou seja, é a obrigação de pagar o tributo. 
Já a obrigação acessória, prevista no art. 113, § 2o do CTN, está prevista na legislação tributária e consiste em uma obrigação de fazerou não fazer. Assim, a obrigação de declarar à União a renda auferida no ano base para fins de apuração do imposto de renda, é um exemplo de obrigação de fazer. Por outro lado, o contribuinte não pode rasurar livros fiscais, tratando-se portanto, de um exemplo de obrigação de não fazer. 
Frise-se que em caso de descumprimento da obrigação tributária acessória, ela se converte em principal no tocante à penalidade pecuniária. Isso ocorre, porque ao deixar de declarar o imposto, por exemplo, o contribuinte recebe uma punição que normalmente se trata de uma multa, ou seja, obrigação de dar dinheiro ao Fisco. Assim, o acessório se converte em principal. 
NORMA GERAL ANTIELISÃO 
Uma tendência dos ordenamentos jurídicos em todo o mundo é delimitar a atuação do contribuinte tendente a evitar ou reduzir a carga tributária. No Brasil, com a finalidade de limitar o planejamento tributário, foi instituída uma regra específica, conhecida como regra geral antielisão, prevista no art. 116, parágrafo único do CTN. 
No entanto, tal regra não é feliz, porque a vedação que se apresenta é contra o ato simulado e não contra o planejamento tributário. 
A essência do planejamento é evitar a prática do fato gerador da obrigação tributária. Com isso a norma geral antielisão não veda o planejamento e sim o ato simulado. Passemos aos conceitos básicos para o melhor entendimento da matéria. 
Elisão: Planejamento tributário. Fazer a melhor escolha do regime tributário da empresa. 
Elusão: Ato simulado. prática de ato com uma finalidade mas forma diversa com o objetivo de enganar o Fisco. 
Evasão: É o crime de sonegação fiscal. O contribuinte pratica o Fato Gerador da Obrigação Tributária e omite do Fisco. 
SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Sujeito ativo da relação jurídica tributária é quem detém o crédito tributário. Assim, temos como principais sujeitos ativos a União, os Estados o Distrito Federal e os Municípios. Frise-se que um um ente pode delegar para outro a capacidade tributária. 
Não há solidariedade ativa no direito tributário, pois não pode haver a bitributação, que consiste em dois entes exigindo tributos sobre o mesmo fato gerador. 
Tome Nota 
O Direito tributário brasileiro veda a ocorrência de bitributação, que consiste em dois ou mais entes federados exigindo tributos sobre o mesmo fato gerador. 
SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Previsto no art. 121, parágrafo único do CTN, o sujeito passivo pode ser o contribuinte que é aquele que tem relação direta e econômica com o Fato Gerador da obrigação tributária ou o responsável, que é aquele que a lei determinar como tal. 
A responsabilidade tributária somente poderá decorrer da lei, de modo que os contratos particulares não podem ser opostos ao fisco, na forma do art. 123 do CTN. Assim, mesmo que contratualmente conste uma cláusula determinando que o locatário deverá suportar o IPTU do imóvel, tal cláusula não poderá ser oposta ao Fisco, de modo que eventual execução fiscal será promovida contra o proprietário. 
Tome Nota
A responsabilidade tributária somente decorrerá da lei, não podendo os particulares modificarem o polo passivo da obrigação tributária. Tal situação está prevista no art. 123 do CTN que dispõe de forma expressa que as convenções particulares não produzem efeitos em face da Fazenda Pública. Assim, a Fazenda Pública tem o direito de exigir do sujeito passivo definido em lei, a respectiva obrigação tributária. 
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
Responsabilidade tributária do adquirente e do remitente de bens ou direitos 
De regra, adquirindo um bem ou direito, o adquirente se torna responsável pelos créditos tributários relativos ao IPTU, devidos pelo titular anterior, pois prevê o art. 130 do CTN que no caso de créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade imobiliária, subrogam-se tais créditos na pessoa dos respectivos adquirentes. 
Para evitar sua responsabilização por créditos constituídos antes da aquisição do bem, deve ele exigir que no título de transmissão do domínio conste a prova de que foram pagos os créditos constituídos até a data do negócio, conforme recomenda a parte final do caput do art. 130 do CTN. 
No entanto, nos casos de venda de imóvel em hasta pública, prevê o parágrafo único do art. 130 do CTN que, nesse caso, fica vinculado à quitação dos créditos o preço, o valor que o arrematante tiver pago, e não o bem. Assim, uma vez adquirido um bem imóvel em hasta pública, o adquirente não terá o bem gravado com a dívida. 
Temos então que o arrematante não poderá perder o bem arrematado em razão de responsabilidade tributária por sucessão, pois o arrematante não é responsável tributário. Entre o arrematante e o anterior proprietário do bem não se estabelece relação jurídica nenhuma. O arrematante apenas se relaciona no processo em que ocorrida a hasta pública com o juiz da causa, não com as demais partes. 
Logo, o juiz deverá, antes de entregar o resultado (dinheiro) da arrematação às partes, abater o valor do tributo devido e promover sua entrega ao ente tributário competente; somente o que restar após tal pagamento poderá ser entregue às partes, observados os procedimentos previstos na lei processual aplicável. 
Tome Nota

O remitente, aquele que paga a dívida para resgatar um bem (evitando sua alienação em hasta pública) poderá também ser responsabilizado pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos pelo simples fato de existirem tributos devidos quando do ato de remição, na forma do art. 131, inciso I, do CTN. 
Também será responsável o sucessor a qualquer título, ou seja, será responsável tributário aquela pessoa que passa a ser proprietária de algo em virtude do falecimento do proprietário anterior. 
Assim, serão responsáveis o cônjuge meeiro (aquele que sobrevive ao consorte), bem como os herdeiros por todos os tributos devidos pelo autor da herança (de cujus) até a data da partilha ou da adjudicação. Frise-se que tal responsabilidade não ultrapassa o valor do quinhão, para o herdeiro; do legado, para o legatário; e da meação, para o meeiro. 
Responsabilidade por transformação empresarial 
Prevista art. 132 do CTN: a pessoa jurídica de direito privado que for constituída através de um processo de fusão, transformação ou incorporação será responsável pelos tributos devidos, até a data da referida operação, pelas sociedades fusionadas, transformadas ou incorporadas. 
A transformação, de acordo com o disposto no art. 220 da Lei 6.404/76, ocorre quando uma sociedade passa, sem dissolução e liquidação, de um tipo para outro. Em outras palavras, pessoa jurídica continua a ser a mesma, porém sob nova forma jurídica. 
A incorporação ocorre quando uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que as sucederá em todos os direitos e obrigações, na forma do art. 227 da Lei no 6.404/1976. Já a fusão ocorre quando duas ou mais sociedades se unem para formar uma nova sociedade, a qual lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, como dispõe o art. 228 da Lei no 6.404/1976. 
Tome Nota

Apesar de não estar previsto expressamente no art. 132 do CTN, outra possibilidade de alteração da estrutura da empresa é a cisão que consiste na transferência de parcelas do patrimônio de uma sociedade para outra. Nesse caso, a responsabilidade será solidária pelas obrigações da cindida não somente a sociedade que subsistiu, mas também aquelas que receberam parcelas do seu patrimônio, conforme disposto no art. 229 da Lei no 6.404/1976. 
Responsabilidade tributária na aquisição de estabelecimento comercial 
O art. 133 do CTN traz norma de suma importância no estudo das responsabilidades. Esse dispositivo prevê que há responsabilidade tributária quando transferido fundo de comércio ou estabelecimento de empresa, pois ocorre sucessão. 
Todavia, para que seja considerado responsável o adquirente, deve ele continuar com a respectiva exploração, no mesmo ramo, respondendo por todos os tributos devidospelo estabelecimento comercial. Assim, caso o adquirente não continue com a exploração, ou altere o ramo da atividade comercial, não responderá pelos tributos devidos antes da alienação. 
Como se pode ver, o adquirente responde por toda dívida tributária, se permanecer no mesmo ramo de atividade. Todavia, o alienante do estabelecimento comercial não pode ser eximido do pagamento de tributos. O art. 131, I do CTN ao prever que a responsabilidade do adquirente é integral, em nenhum momento exclui o alienante da obrigação de pagar os tributos devidos. Esse dispositivo traz em verdade uma responsabilidade solidária do alienante com o adquirente do estabelecimento comercial. 
Assim, para a doutrina majoritária (citar nome de alguns autores), aquele dispositivo traz hipótese de responsabilidade tributária pura, pois o fisco pode direcionar contra a sucessora a execução (cobrança judicial) do crédito tributário deixado pela sucedida, sem que para isso precise antes esgotar sem sucesso as tentativas de obter a satisfação do seu crédito cobrando-o da sucedida. Pode o fisco, inclusive, direcionar a cobrança contra ambas desde o início. 
Hipótese de responsabilidade subsidiária é encontrada no inciso II do art. 133 do CTN, que determina que o adquirente responderá subsidiariamente com o alienante, caso esse continue a exploração da atividade empresarial ou a retome no prazo de 6 (seis) meses, no mesmo ramo de comércio, indústria ou profissão. Assim, vale dizer que para direcionar a execução contra a sucessora, o fisco precisa antes executar o patrimônio da sucedida. 
Tome Nota

A partir de 9 de junho de 2005, data em que passou a vigorar o § 1o do art. 133, introduzido pela Lei Complementar no 118/2005, o disposto no caput do art. 133 não mais as aplica nas hipóteses específicas de alienação judicial em processo de falência e de filial ou unidade produtiva isolada em processo de recuperação judicial. 
Além disso, na forma do § 1o do art. 133 do CTN, se um sócio da falida adquirir o estabelecimento alienado em processo falimentar, incidirá a responsabilidade de que trata o art. 133, caput, pois o inciso II do § 2o do art. 133 estabelece que não se aplica a regra excepcional do § 1o quando o adquirente for “sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial”. 
Percebe-se então uma tendência do legislador em evitar a ocorrência de fraudes. Desta feita, permanece a responsabilidade do caput do art. 133 nos casos em que o falido se utilize de agente ou parente para aquisição do estabelecimento comercial. O § 2o do citado artigo, em seus incisos II e III, prescreve que não se aplica a regra excepcional do § 1o quando o adquirente for “parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou identificado como agente do falido, ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária”. 
Enquanto estiver sendo respeitado o limite mínimo de um ano para que o produto da alienação judicial de empresa em processo de falência seja utilizado para pagamento aos credores, o dinheiro deverá ficar depositado à disposição do juízo falimentar, conforme dispõe o § 3o do art. 133 do CTN. 
Responsabilidade de terceiros 
O Código Tributário Nacional trata da responsabilidade de terceiros, que mantém relação com o fato gerador da obrigação tributária nos artigos 134 a 137. 
O art. 134 traz hipótese de responsabilidade subsidiária já que o próprio dispositivo legal determina a responsabilização nos casos em que o sujeito ativo não possa o cumprimento da obrigação pelo contribuinte. Assim, a execução do crédito deve ser direcionada em face do contribuinte e somente após, se averiguada a impossibilidade de prosseguimento do processo executório, ser redirecionada para o responsável. 
A referida responsabilidade não abrange as multas tributárias sendo aplicável somente aos tributos e às penalidades de caráter moratório; logo, não há que se falar em responsabilidade em se tratando de penalidades por outras infrações, que não a mora. Tal raciocínio se deve ao fato de que a penalização não deve ultrapassar a pessoa do apenado. 
Apesar de se tratar de responsabilidade de terceiros, é inadmissível que a responsabilização recaia sobre aquele que não tenha participado do fato gerador. Tal conclusão se deve a uma simples leitura do caput do art. 134 do CTN, supra. Assim, só surge a responsabilidade se tiverem participado do ato que denotou a capacidade contributiva como no caso em que o tutor, que assinou a escritura de compra e venda do imóvel do tutelado, se torna responsável pelos tributos devidos em razão da prática daquele ato. 
Além disso, ocorre também a responsabilidade no caso de o terceiro se omitir, como, por exemplo, deixar o tutor de declarar a importação de um bem do tutelado. Determina também o dispositivo legal ora em análise que os pais respondem pelos tributos devidos por seus filhos, desde que sejam estes menores na data da prática do fato gerador. 
Outra hipótese de responsabilidade recebe tratamento legal no art. 135 do CTN e abrange a responsabilidade pessoal dos sujeitos de acordo com a sua atuação. São considerados responsáveis aqueles elencados no referido art. sempre que agirem com excesso de poderes ou infração à lei, contrato social ou estatuto. 
Quando as pessoas mencionadas no artigo 134 do CTN praticam atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos são pessoalmente responsabilizadas pelos créditos correspondentes às obrigações tributárias resultantes desses atos. 
Para ser considerado responsável tributário, não basta ser sócio, tendo que exercer a administração da sociedade. Tal situação ocorre nos casos de sócio gerente, sócio diretor etc. 
No entanto, o dispositivo em análise determina que o empregado também responde pessoalmente pelas dívidas tributárias quando preenchidos os requisitos do caput. 
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Insta destacar que o art. 135 do CTN abrange os atos em virtude dos quais a pessoa jurídica tornou-se inadimplente. Ou seja, o ato praticado pelas pessoas de que trata o artigo – além de ter sido praticado com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos – deve ter sido apto a acarretar a tributação. 
Ademais, infração à lei a caracterizar a responsabilidade deve ser praticada com a intenção de infringir. Em outras palavras, não devem restar dúvidas que o não pagamento do tributo consiste em uma infração à lei, porque o tributo é uma prestação decorrente da lei. 
Todavia, ao deixar de pagar tributo, pura e simplesmente, o indivíduo não atrai para si a responsabilidade. Somente será considerado responsável de agir com a intenção, com o dolo de infringir a lei, não bastando o simples inadimplemento. 
Entretanto, há regras mais rígidas do que as do art. 135 do CTN para os administradores, no tocante ao IPI e ao imposto de renda retido na fonte. Nesses casos, os sócios-gerentes, diretores e administradores respondem pelos débitos, independentemente de se verificar qualquer infração mais grave, bastando sim o inadimplemento, por força do art. 8o do Decreto-lei no 1.736/1979. 
O art. 135 do CTN estabelece solidariedade subsidiária entre contribuinte e responsável e tal conclusão decorre de uma simples análise do seu inciso I, ao mencionar “as pessoas referidas no artigo anterior”, implicando na transferência para o art. 135 do caráter subsidiário da solidariedade do art. 134. 
Por fim, resta a responsabilidade tributária dos administradores quando a sociedade deixa de operar, sem ter havido sua regular liquidação. Nesse caso, presume-se que os sócios-gerentes, diretores ou administradores tenham se apropriado dos bens pertencentes à sociedade, respondendo, portanto, pelas dívidas tributárias desta. 
Na verdade, segundo construção jurisprudencial já sedimentada, haveria no caso oilícito (infração à lei) a que se refere o caput do art. 135, e a liquidação do art. 134, inciso VII, incidindo, portanto, a combinação dos dois artigos, preconizada pelo inciso I do art. 135. 
Denúncia espontânea 
Após cometer uma infração tributária, o indivíduo que se arrepender, pode se beneficiar e evitar o pagamento da multa pela sua conduta ilícita. Prescreve o Código, no art. 138, que “a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração”, ou seja, pode o infrator evitar a punição, caso confesse, autodenunciando-se à Autoridade Administrativa. 
O instituto da denúncia espontânea não pode ser visto como um benefício desarrazoado aos infratores, porque em verdade, é um instrumento de estímulo ao cumprimento das obrigações tributárias. Isso porque, são excluídas as penalidades, as sanções somente. Dessa forma, caso o infrator se autodenuncie, afastará a cobrança da multa punitiva, não excluindo a multa de mora, que incide pelo pagamento em atraso. 
Ademais, para que a denúncia espontânea produza os efeitos supracitados, deve ser seguida de pagamento do tributo devido. Ele deverá pagar o que deve antes do início de qualquer ação fiscal, pois, como instrumento de política tributária, a eficiência do instituto da autodenúncia seria praticamente aniquilada se bastasse o sujeito passivo comunicar a ocorrência do fato gerador. 
A denúncia espontânea não produzirá efeitos se não for seguida de pagamento. Caso o infrator realize a autodenúncia e se enquadre em uma hipótese de parcelamento, não terá a multa excluída do montante devido, pois o parcelamento não pode se confundir com o pagamento que é sim, causa de extinção do crédito tributário na forma do art. 156, inciso I do CTN. 
Tome Nota

Por fim, insta destacar que para que se caracterize a denúncia espontânea, ela deve ocorrer antes da lavratura do termo de início de fiscalização, ou seja, antes de qualquer procedimento fiscalizatório por parte da autoridade administrativa. 
Em razão do exposto, o Superior Tribunal de Justiça editou a súmula 360 que deixa claro que nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, não se caracteriza a denúncia espontânea nos casos em que o infrator presta as informações à autoridade administrativa. 
Como se pode ver, a súmula é bastante coerente, pois no lançamento por homologação, que será analisado nos próximos capítulos, o contribuinte pratica o procedimento de apuração do tributo devido e encaminha as informações à autoridade administrativa. 
Assim, uma vez que o fiscal ou auditor já tenha em mãos tais informações, basta homologar ou não, já tendo se iniciado, então o procedimento fiscalizatório. 
Solidariedade 
A solidariedade consiste da existência de mais de um credor ou devedor na relação jurídica. Quando há mais de um credor, ocorre a solidariedade ativa e quando a mais de um devedor a solidariedade passiva. 
O direito tributário não admite a existência da solidariedade ativa, uma vez que a competência tributária é delineada de forma expressa na Constituição e o ordenamento jurídico brasileiro veda a ocorrência de bi-tributação que consiste na cobrança de dois entes distintos sobre o mesmo fato gerador. 
Todavia, é possível a ocorrência de solidariedade passiva que consiste na ocorrência de mais de um sujeito passivo em uma mesma relação obrigacional tributária. 
A solidariedade recebe tratamento legal nos artigos 124 e 125 do CTN e consideram-se solidariamente obrigados, todas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. 
Assim, na forma do art. 124, I, do CTN são solidariamente obrigadas ao pagamento do tributo, mesmo que a lei específica deste não o diga, aqueles que têm interesse comum na situação prevista em lei como Fato Gerador do tributo. Exemplo claro é o do cônjuge do contribuinte, que tem interesse na situação que constitui fato gerador, naqueles casos em que o resultado econômico correlato a tal fato lhe aproveita, em razão do regime de comunhão de bens. 
Situação distinta se apresenta no inciso II do mesmo art. 124. Aqui, não há necessidade de interesse comum, mas deve haver previsão expressa na lei para caracterização da solidariedade passiva. 
Os efeitos da solidariedade no direito tributário são três: 
a) O pagamento efetuado por um dos devedores aproveita aos demais, ou seja, desde que um pague, os demais ficam desobrigados; 
b) A isenção ou remissão do crédito tributário respectivo exonera todos os obrigados, contudo no caso da isenção ou da remissão ter sido outorgada a um deles em caráter pessoal, a solidariedade subsistirá quanto aos demais, pelo saldo; 
c) A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica os demais. 
Capacidade tributária 
Uma vez analisados os sujeitos da obrigação tributária, podemos passar para a análise da capacidade tributária, que consiste na possibilidade de aquisição de direitos e obrigações tributárias perante os sujeitos ativos. 
Tratada no art. 126 do CTN, a capacidade dos sujeitos não traz dúvidas no âmbito tributário, pois todas as pessoas, físicas ou jurídicas, que pratiquem o fato gerador do tributo são capazes para serem considerados sujeitos passivos da respectiva obrigação. 
Como se pode ver, a capacidade tributária independe da capacidade civil, não importando se o sujeito passivo é ébrio, menor ou se a empresa foi ou não constituída de forma regular. Tal medida é de suma importância no âmbito tributário, para evitar fraudes e evasão fiscal. 
Para exemplificar, caso uma criança seja contratada como atriz, ou apresentadora de programa infantil, uma vez que aufira renda, é contribuinte do imposto de renda. Obviamente que será representada por seu responsável, mas isso não retira sua condição de contribuinte do respectivo IRPF. 
Enfim, não importa se a pessoa é capaz para adquirir direitos civis, mas para o direito tributário, sua capacidade será plena. 
Domicílio tributário 
O domicílio tributário é o local em que o contribuinte estabelece relações com o fisco. Abordado no art. 127 do CTN, o domicílio tributário recebe tratamento distinto para as pessoas naturais e pessoas jurídicas. 
Quanto às pessoas jurídicas de direito público é considerado seu domicílio qualquer uma de suas repartições no território da entidade tributante. 
Quanto às pessoas jurídicas de direito privado, dispõe o art. 127, II, do CTN que será o lugar da respectiva sede. Se a pessoa jurídica de direito privado tiver mais de um estabelecimento, cada um será considerado o domicílio responsável pelos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
A pessoa jurídica de direito privado também pode escolher o domicílio, mas no caso de possuir vários estabelecimentos a escolha deve obedecer a certos requisitos: a escolha não pode recair em local fora do território da entidade tributante; e não pode ela escolher o domicílio tributário quando se trata de tributo cujo fato gerador está relacionado à atividade de cada um dos estabelecimentos. 
Tome Nota

O CTN impõe restrições ao direito da empresa de eleger seu domicílio. A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito pela pessoa de direito privado (art. 127, II) se este dificultar a arrecadação ou fiscalização do tributo (§ 2o do art. 127 do CTN). Assim, no caso de haver a recusa (§ 2o do art. 127 do CTN) ou de não serem aplicáveis os parâmetros estabelecidos nos incisos do caput do art. 127 do CTN, o domicílio tributário será o do lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação, a critério do fisco. 
Crédito Tributário 
Como vimos anteriormente, o fato gerador dá início a uma cadeia de acontecimentos que permite ao Estado o exercício do direito de cobrança de tributos. Com a sua prática, há o surgimento de um vínculo obrigacional em que de um lado há o Estado como sujeito ativo, ou seja, pessoa jurídica competente para a cobrança do tributo e de outro o sujeito passivodessa obrigação, que pode ser o contribuinte ou o responsável. 
A prática do fato gerador e o consequente surgimento da obrigação tributária não são suficientes para que a dívida possua expressão econômica, devendo ela ainda ser quantificada. A quantificação constitui o crédito tributário. Em outras palavras, antes da quantificação da obrigação tributária, não há como o sujeito passivo cumpri-la, de modo que essa obrigação também não pode ser exigida pelo Estado. 
Após a notificação, o sujeito passivo pode pagar, não pagar ou impugnar o lançamento. Nesse último caso dá-se início ao processo administrativo tributário. 
Ressalte-se que o lançamento é um procedimento administrativo vinculado, ou seja, não pode a autoridade deixar de fazê-lo em tendo conhecimento de uma obrigação tributária, conforme dispõe o art. 142 do CTN, podendo a autoridade ser penalizada por sua omissão. 
Então, o lançamento é o ato administrativo pelo qual a pessoa jurídica de direito público constitui o crédito tributário, identificando os seguintes elementos: 
		·  Fato gerador 

		·  a matéria tributária 

		·  o valor do tributo devido 

		·  o sujeito passivo (o contribuinte ou responsável) 

		·  eventual penalidade cabível caso o contribuinte não cumpra a sua 
responsabilidade tributária 
Modalidades de lançamento: 
De ofício (direto): autoridade realiza todo o procedimento administrativo, obtém as informações e realiza o lançamento, sem qualquer auxílio do sujeito passivo ou de terceiro. Ex.: IPTU e IPVA. Características: a) de iniciativa da autoridade tributária; b) independe de qualquer colaboração do sujeito passivo. 
Por declaração: sujeito passivo presta informações à autoridade tributária quanto a matéria de fato; cabendo a administração pública apurar o montante do tributo devido. Ex.: apuração do imposto de importação decorrente de declaração do passageiro que desembarca do exterior. Características: a) o sujeito passivo fornece informações à autoridade tributária; b) a autoridade tributária lança após receber as informações. 
Por homologação: (autolançamento): sujeito antecipa o pagamento em relação ao lançamento, sem prévio exame da autoridade tributária. Ficando a declaração 
sujeita a confirmação posterior da autoridade administrativa. Exemplos: IR, ICMS, IPI e ISS. Características: a) sujeito passivo antecipa o pagamento; b) não há prévio exame da autoridade tributária; c) a autoridade tributária faz a homologação posterior; d) pode ocorrer homologação tácita, não confirmação após 5 anos. 
O crédito tributário somente se considera definitivamente constituído pela notificação do lançamento. Assim, uma vez notificado ao contribuinte, tem o Estado o crédito que, após inscrição em dívida ativa, nasce a C.D.A. (certidão de dívida ativa), o documento que goza de presunção de liquidez e certeza e será utilizado para instruir a ação de execução fiscal a ser promovida pelo Estado. 
No entanto, ao ser notificado do lançamento, ou mesmo antes, havendo a prática do fato gerador da obrigação tributária, o contribuinte pode buscar uma das formas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, previstas no art. 151 do CTN e, são elas: 
 Moratória; 

 Depósito do montante integral; 

Reclamação ou recurso administrativo; 

Concessão de medida liminar em mandado de segurança; 

Concessão de medida liminar ou antecipação de tutela em 
qualquer outra ação judicial; 

Parcelamento. 

Em qualquer das opções supra, o contribuinte terá suspensa a exigibilidade do crédito. Assim, enquanto durar a suspensão, o Estado não poderá proceder à cobrança judicial e, o contribuinte, devedor, por sua vez, poderá requerer o fornecimento de Certidão Positiva com Efeitos de Negativa, referente aos débitos tributários em discussão. Com isso, poderá praticar todos os atos da vida civil, inclusive participar de licitações. 
Extinção do crédito tributário 
As hipóteses de extinção do crédito tributário estão previstas no artigo 156 do CTN e passaremos a análise dos pontos mais importantes. 
O crédito tributário extingue-se pelo pagamento. Por óbvio, uma vez pago o tributo, o Estado não tem mais o que cobrar do contribuinte. Quanto ao pagamento, deve- se destacar que a Fazenda pode conceder desconto para pagamento adiantado e, ocorrendo pagamento a maior, à Fazenda errada, ou o tributo pago for declarado inconstitucional, tem o contribuinte o direito a restituição. Para tal, deverá promover a ação de repetição de indébito cabível. 
Outra hipótese de extinção do crédito é a compensação, que consiste no encontro de contas entre o contribuinte e o Estado. Ocorre nos casos em que o contribuinte tem um montante de tributo a receber, porque pagou a maior, por exemplo, e o Estado tem um crédito tributário para cobrar. Nesse caso, pode haver a compensação. 
Tome Nota
Frise-se que a compensação não poderá ocorrer por decisão liminar. Somente ocorrerá a compensação após o transito em julgado da sentença, por força do art. 170A do CTN. 
Por fim, passamos à análise da prescrição e da decadência. Esta consiste na perda do direito do Fisco em constituir o crédito tributário e aquela na perda do direito em cobrar em juízo. 
A decadência recebe tratamento no CTN, art. 173. O prazo do Fisco é de cinco anos para constituir o crédito, o que ocorre com a notificação do lançamento ao sujeito passivo da obrigação tributária. Tal prazo começa a contar no primeiro dia do exercício financeiro seguinte à prática do fato gerador. 
Tomemos como exemplo a seguinte situação: A empresa ABC Ltda. pratica o fato gerador de determinado tributo em 01 de abril de 2002. O prazo decadencial para a constituição do crédito começa a contar, então, a partir de 01 de janeiro de 2003 e somente termina em 01 de janeiro de 2008. Essa é a regra geral. 
Há ainda, a regra específica aplicável a tributos sujeitos a lançamento por homologação, como o IR e o ICMS, por exemplo. São casos em que o contribuinte elabora os cálculos do tributo devido e encaminha para análise do Fisco. Para esses tributos, dentro da regularidade do pagamento antecipado, o prazo decadencial é de cinco anos a contar no fato gerador e não do primeiro dia do exercício financeiro seguinte. 
No entanto, caso o contribuinte não efetue o pagamento antecipado, ou o faça a menor com dolo, fraude ou simulação, aplica-se a regra geral, do art. 173, I do CTN. 
Atenção à sumula 555 do STJ:
“Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.”
Assim, após a análise da decadência, passemos à prescrição. Prevista no art. 174 do CTN, é a perda do Fisco de cobrar em juízo o crédito, no prazo de cinco anos. O início da contagem é a constituição definitiva do crédito. 
Tais conceitos são de suma importância para evitar que o contribuinte arque com o ônus de tributo indevido. 
Tome Nota
Frise-se que se estiver suspensa a exigibilidade do crédito, o Fisco não pode promover a execução fiscal, não correndo, portanto, o prazo prescricional. Com isso, a prescrição começa a contar então, trinta dias após a notificação do lançamento, se não houver impugnação administrativa. No caso de implemento de qualquer da hipóteses de suspensão do crédito, interrompe-se o prazo prescricional. 
Causas de Exclusão do Crédito Tribuitário
As causas de exclusão do crédito tributário estão previstas no art. 175 do CTN e são somente duas: isenção e anistia. 
A exclusão do crédito impede a sua constituição, gerando muitas dúvidas, uma vez que no caso da decadência, o crédito também não se constitui. Todavia, a sistemática do Código inseriu a decadência como causa de extinção do crédito. 
Apesar de serem causas de exclusão do crédito, nos casos de isenção e anistia o contribuinte não ficadesobrigado do cumprimento das obrigações acessórias, por serem deveres formais, instrumentais do contribuinte. Além do mais ela é autônoma no que tange à obrigação principal. É exatamente através do exame dessas obrigações que o administrador irá verificar se o sujeito passivo faz jus à isenção, anistia e até mesmo imunidade. 
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário
CTN. Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.�
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.�
O dispositivo em comento deve ser analisado com bastante cautela. Uma leitura apressada, pode levar a conclusões perigosas. Dizemos isso, porque a presunção de fraude é relativa e não absoluta. Não basta o ajuizamento da execução fiscal para que seja caracterizada a fraude, mesmo porque, deve sera analisada a boa-fé do sujeito passivo do crédito tributário, que muitas vezes, aliena seus bens sem sequer saber da existência do crédito.
TRIBUTÁRIO - EMBARGOS DE TERCEIRO - EXECUÇÃO FISCAL - FRAUDE À EXECUÇÃO - ALIENAÇÃO POSTERIOR À CITAÇÃO DO EXECUTADO, MAS ANTERIOR AO REGISTRO DA PENHORA - NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO CONSILIUM FRAUDIS. 1. A jurisprudência do STJ, interpretando o art. 185 do CTN, pacificou-se, por entendimento da Primeira Seção (EREsp 40.224/SP), no sentido de só ser possível presumir-se em fraude à execução a alienação de bem de devedor já citado em execução fiscal. 2. Ficou superado o entendimento de que a alienação ou oneração patrimonial do devedor da Fazenda Pública após a distribuição da execução fiscal era o bastante para caracterizar fraude, em presunção jure et de jure. 3. Afastada a presunção, cabe ao credor comprovar que houve conluio entre alienante e adquirente para fraudar a ação de cobrança. 4. No caso alienação de bens imóveis, na forma da legislação processual civil (art. 659, § 4º, do CPC, desde a redação da Lei 8.953/94), apenas a inscrição da penhora no competente cartório torna absoluta a assertiva de que a constrição é conhecida por terceiros e invalida a alegação de boa-fé do adquirente da propriedade. 5. Ausente o registro da penhora efetuada sobre o imóvel, não se pode supor que as partes contratantes agiram em consilium fraudis. Para tanto, é necessária a demonstração, por parte do credor, de que o comprador tinha conhecimento da existência de execução fiscal contra o alienante ou agiu em conluio com o devedor-vendedor, sendo insuficiente o argumento de que a venda foi realizada após a citação do executado. 6. Assim, em relação ao terceiro, somente se presume fraudulenta a alienação de bem imóvel realizada posteriormente ao registro da penhora. 7. Recurso especial provido. (STJ, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 23/05/2006, T2 - SEGUNDA TURMA)
Como se pode ver, há necessidade de ciência do sujeito passivo do crédito tributário. Regina Helena Costa aborda o assunto em sua obra:
“...trata-se de presunção relativa, que somente poderá ser afastada diante de prova inequívoca de que a alienação ou seu começo não configura fraude. Há necessidade de que reste demonstrado que o devedor tinha ciência da inscrição do débito em Dívida Ativa.”�
Competência para instituição de Impostos 
Impostos Municipais 
Na forma do art. 156 da Constituição Federal, cabem as município a instituição de três impostos, quais sejam Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e Imposto sobre Transmissão onerosa de Bens Imóveis (ITBI). 
Passemos análise específica de cada um: 
IPTU – Imposto Predial Territorial Urbano 
O IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou posse de um bem imóvel de natureza ou acessão física situado em área urbana, na forma do art. 32 do CTN: 
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. 
Percebe-se que o Fato Gerador deve ser analisado em partes, de acordo com suas particularidades. 
Primeiramente, temos a propriedade do bem imóvel como fato gerador do imposto. A propriedade constitui o direito de usar, gozar e dispor do bem em questão. Dessa forma, o proprietário é o contribuinte do IPTU. 
Também o é, o titular do domínio útil, que consiste no desmembramento da propriedade entregue ao titular da enfiteuse. O instituto jurídico da enfiteuse, previsto no Código Civil de 1916 foi extinto pelo Código de 2002, sendo mantidas aquelas até então constituídas. o titular do domínio útil também é contribuinte do IPTU. 
O terceiro elemento ensejador da incidência do IPTU é a posse. Tal posse deve ser vista com atenção, pois somente será contribuinte do IPTU aquele que exerce a posse como se fosse proprietário, ou seja, a posse usucapionem. 
Então, não é qualquer posse que vai ensejar a incidência do IPTU. O locatário, por exemplo, não é contribuinte do IPTU, pois a posse por ele exercida, não tem como objetivo a usucapião, ou seja, não exerce a posse como se dono fosse. 
Ainda que o contrato de locação disponha que o Locatário deve suportar o ônus do IPTU, tal cláusula não produzirá quaisquer efeitos na seara tributária, pois os contratos particulares não podem ser opostos ao Fisco, na forma do art. 123 do CTN, que dispõe: 
“Salvo disposições em contrario, as convenções particulares, relativas á responsabilidade pelo pagto de tributos, não podem ser opostas a Fazenda Publica, para modificar a definição legal do seujeito passivo das obrigações tributarias correspondentes.” 
Pode-se concluir então, que a execução fiscal pelo não pagamento do IPTU será em face do proprietário, que não poderá alegar o contrato em sua defesa perante o Fisco. Todavia, na esfera cível, pelo inadimplemento contratual, caberá a ação de danos respectiva. 
Entendido então que o IPTU incide sobre a propriedade, domínio útil e posse do imóvel, temos que discorrer sobre quais tipos de bens imóveis incide o IPTU. 
O CTN é claro no sentido que tal imposto incide sobre os bens imóveis por natureza e por acessão física. Dessa forma, o IPTU incidirá sobre o solo e sobre a área construída, incorporada permanentemente ao solo, sendo plenamente legítima a cobrança do imposto sobre canis, piscinas, quadras poli-esportivas, etc., tendo em vista que são bens imóveis por acessão física. 
Por fim, o IPTU somente incide sobre a área urbana. Para que a área seja deterinada como tal deve preencher os requisitos previstos no art. 32, parágrafo 1o do CTN. 
“ Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos incisos seguintes, constituídos ou mantidos pelo Poder Publico.” 
Meio-fio ou calçamentos, com canalização de águas pluviais; 

Abastecimento de água 

Sistema de esgoto sanitários 

Rede de iluminação publica com ou sem 
posteamento para distribuição domiciliar, 

Escola primaria ou posto de saúde a uma distancia máxima de 3 km do imóvel 
considerado. 

Se preenchido pelo menos dois desses requisitos a área será considerada urbana, incidindo o IPTU. 
Muito já de discutiu acerca da destinação do imóvel, como fator determinante para a incidência do IPTU. No sentido ser a destinação fator determinante: 
TRIBUTÁRIO. IMÓVEL NA ÁREA URBANA. DESTINAÇÃO RURAL. IPTU. NÃO- INCIDÊNCIA. ART. 15 DO DL 57/1966. RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC.
1. Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial(art. 15 do DL 57/1966). 
2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (REsp 1112646 / SP - Ministro HERMAN BENJAMIN - S1 - PRIMEIRA SEÇÃO - DJe 28/08/2009) 
Percebe-se então, que mesmo que o imóvel esteja situado em área urbana, a destinação passa a ser fator determinante para a incidência tributária. 
De forma diversa, entende o o Prof. Luiz Emygdio F. da Rosa Jr.1 em sua obra. 
“...a incidência do IPTU só poderá ocorrer em relação ao bem imóvel localizado na área urbana do Município, porque, se situado fora da referida zona, sofrerá a incidência do ITR (CTN, art.29). Os parágrafos 1o e 2o do art. 32 do CTN estabelecem os critérios para a caracterização da zona urbana, sobrelevando o critério geográfico sobre a destinação do imóvel.” (Rosa Junior, Luiz Emygdio F. da. Manual de Direito Tributário - Rio de Janeiro: Renovar, 2009 - p.765)
Assim, percebe-se que a área é fator determinante para a incidência do Imposto, importando a presença dos elementos previstos no CTN e não a destinação do imóvel. Em provas de concurso, o candidato deve estar atento ao enunciado da questão. 
Mas e quando a área não é urbana? Pode ser cobrado o IPTU? a resposta é negativa. Caso a área não seja considerada urbana, estaremos diante de uma área rural, sujeita, portanto, ao Imposto Territorial Rural, de competência da União. 
PROGRESSIVIDADE 
A progressividade é princípio de aplicação facultativa ao IPTU que implica na alteração de alíquota do imposto de acordo com o atendimento à função social social da propriedade, bem como de acordo com o valor e a localização do imóvel. 
Assim, passaremos à análise pontual de cada hipótese de adoção da progressividade do caso do IPTU.
Primeiramente, insta destacar que o art. 182, parágrafo 4o, inciso II da CRFB, autoriza que o IPTU seja progressivo no tempo para que o particular seja compulsado a atender à função social da propriedade. 
“Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes. 
(...) 
§ 4o - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 
(...) 
I - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;” 
Como de pode ver, um novo elemento é inserido como possibilidade de política pública de ocupação do solo urbano, a progressividade no tempo do IPTU. Frise-se que tal princípio não é de aplicabilidade obrigatória, sendo uma faculdade da municipalidade. 
Dúvidas surgem em como será aplicada a progressividade do tempo. A solução é encontrada no próprio ordenamento jurídico no art. 7o da lei 10.257/01, que é o estatuto da cidade. Vejamos: 
“Art. 7o Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do caput do art. 5o desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5o do art. 5o desta Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos. 
§ 1o O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se refere o caput do art. 5o desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento. 
§ 2o Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida a prerrogativa prevista no art. 8o. 
§ 3o É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva de que trata este artigo.” 
Assim, o município poderá majorar o IPTU para obrigar o particular a atender a função social da propriedade, construindo, ou mesmo parcelando o solo urbano. Caso o particular não atenda a função social, o imóvel poderá ser objeto de desapropriação, conforme dispõe o art. 8o do mesmo diploma legal. 
“Art. 8o Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.” 
Passado por esse ponto, o ordenamento jurídico ainda autoriza que o IPTU seja progressivo com base do valor ou localização do imóvel na forma do art. 156, parágrafo 1o da Constituição Federal. 
“Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
(...) 
§ 1o Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4o, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional no 29, de 2000) 
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional no 29, de 2000) 
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela Emenda Constitucional no 29, de 2000)” 
Atualmente, o STF possui posicionamento no sentido da constitucionalidade da cobrança do IPTU progressivo com base do valor, localização e uso do imóvel, apesar de não ser o IPTU um imposto pessoal e sim um imposto real. 
Antes da Emenda Constitucional 29/2000, o STF demonstrava um posicionamento pacífico no sentido de que o IPTU, por ser imposto real, não poderia ter suas alíquotas progressivas com base em critérios subjetivos do contribuinte. No entanto, o poder constituinte derivado trouxe essa possibilidade e alterou a Constituição Federal. 
“IPTU. (...) Antes da EC 29/2000, a utilização da técnica de tributação progressiva somente era admitida para assegurar a função social da propriedade (art. 156, § 1o, da Constituição), condicionada nos termos do art. 182, § 2o e § 4o, da Constituição. Era, portanto, inconstitucional a tributação progressiva, com fins extrafiscais, baseada na capacidade contributiva ou na seletividade. Súmula 668/ STF.” (RE 437.107-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 6-4-2010, Segunda Turma, DJE de 23-4-2010.) Vide: AI 582.467-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 22-6-2010, Segunda Turma, DJE de 6-8-2010; AI 583.636- AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 6-4-2010, Segunda Turma, DJE de 30-4-2010; AI 573.560-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 27-3-2007, Segunda Turma, DJE de 4-5-2007; AI 468.801-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-9-2004, Primeira Turma, DJE de 15-10-2004. 
Assim, foi editada súmula 668 do STF, que dispõe:
“É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel.” 
ITR - IMPOSTO TERRITORIAL RURAL 
O Imposto Territorial Rural - ITR, é o imposto cobrado pela propriedade do imóvel situado em área rural. O fato gerador do ITR é a propriedade, o domínio útil ou posse de um bem imóvel por natureza situado em área rural. 
Frise-se que enquanto o IPTU incide também sobre a área construída, o ITR somente incidirá sobre o solo, ou seja, sobre o bem imóvel por natureza. 
Como já visto anteriormente, a taxa não poderá ter base de cálculo própria de imposto. Assim sendo o STF editou a súmula 595, com o seguinte teor: 
"É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica a do imposto territorial rural." 
PROGRESSIVIDADE 
O Imposto Territorial Rural também se submete ao princípio da progressividade, no entanto, ao contrário do IPTU, onde a aplicação é facultativa, no caso do ITR, o princípio da progressividade é de aplicação obrigatória, e, somente poderá ser adotado nos casos de não atendimento da função social da propriedade.“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...)
VI - propriedade territorial rural;
(...) 
§ 4o O imposto previsto no inciso VI do caput:(Redação dada pela Emenda Constitucional no 42, de 19.12.2003) 
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional no 42, de 19.12.2003)” 
Como se pode ver, diferentemente do IPTU, o ITR será progressivo com relação à função social da propriedade, não sendo aplicado a ele, por óbvio, os dispositivos do estatuto da cidade. Dessa forma, caso o imóvel rural não seja produtivo, terá a alíquota do IPTU majorada, com a finalidade de compulsar o contribuinte a atender a função social. 
ISS ou ISSQN ( IMPOSTO SOBRE SERVIÇO DE QUALQUER NATUREZA) 
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), está previsto na Constituição Federal, em seu art. 156, inciso III e é de competência dos municípios. A Carta, em seu art. 156, parágrafo 3o, determina que o tratamento do ISS seja feito por lei complementar. 
“§ 3o Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional no 37, de 2002) 
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;(Redação dada pela Emenda Constitucional no 37, de 2002) 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional no 3, de 1993) 
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.(Incluído pela Emenda Constitucional no 37, de 2002)” 
Assim, foi editada a Lei Complementar 116/2003, que regula o ISS, trazendo as regras gerais a ele aplicáveis. 
Dessa forma, para tal imposto incida, estaremos diante de uma obrigação de fazer. Em outras palavras, o fato gerador do ISS não pode ser confundido com o fato gerador de outros impostos, como o ICMS, por exemplo. O imposto sobre serviços pressupões uma obrigação de fazer e não uma obrigação de dar. 
Nesse sentido, já se manifestou o STF, inclusive, editando a súmula vinculante no 31: 
“É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis.” 
Assim, percebe-se que a Lei Complementar é fundamental para a incidência do ISS, porque os serviços que são fatos geradores do referido imposto estão arrolados no anexo da lei complementar. Assim, como o anexo integra a lei, caso o anexo seja revogado, ainda que a lei permaneça vigente, não poderá ser exigido o ISS, porque o fato gerador deve estar previsto em lei. 
No entanto, o posicionamento dos tribunais superiores é pacífico no sentido de que o rol de serviços da lei complementar é taxativo verticalmente e exemplificativo horizontalmente. 
Atualmente, muitas dúvidas surgem para o contribuinte, sobretudo acerca de onde é devido o ISS. Será no domicílio do prestador ou no local da prestação do serviço? 
O art 3o da lei complementar 116/03 diz que o ISS é devido no domicilio do prestador do serviço, ressalvadas as exceções, quando o ISS será devido no local da prestação de serviço. 
Tais exceções, via de regra, abrangem serviços de construção civil. Assim, caso haja dupla cobrança, ou seja, caso exijam o ISS o município do local da prestação de serviço e o município do domicílio do prestador, o contribuinte não deve recolher em duplicidade, e sim, promover a ação de consignação em pagamento em face de ambos, reduzindo a carga tributária respectiva. 
O ISS é variável de acordo com o faturamento da empresa de prestação se serviços. Todavia, será fixo no caso de sociedades uniprofissionais, como no caso dos escritórios de advogados, por exemplo. 
ALGUNS SERVIÇOS QUE SE CONFIGURAM COMO FATOS GERADORES 
DO ISSQN 
Arrendamento Mercantil 
 “O arrendamento mercantil compreende três modalidades, [i] o leasing operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] o chamado lease-back. No primeiro caso há locação, nos outros dois, serviço. A lei complementar não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso III do art. 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos do inciso III do art. 156 da Constituição. No arrendamento mercantil (leasing financeiro), contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de dar. E financiamento é serviço, sobre o qual o ISS pode incidir, resultando irrelevante a existência de uma compra nas hipóteses do leasing financeiro e do lease- back.” (RE 547.245, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2-12-2009, Plenário, DJE de 5-3-2010.) 
Confecção de rótulos 
“Confecção de rótulos e etiquetas sob encomenda. Incidência apenas de ISS, e não ICMS. Precedentes.” (AI 533.202-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 30-9-2008, Segunda Turma, DJE de 21-11-2008.) 
Registros Públicos 
"Incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN sobre serviços de registros públicos, cartorários e notariais. Constitucionalidade. Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à LC 116/2003, que permitem a tributação dos serviços de registros públicos, cartorários e notariais pelo ISSQN. (...) As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos serviços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, § 3o da Constituição. O recebimento de remuneração pela prestação dos serviços confirma, ainda, capacidade contributiva. A imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas, e não de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços públicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunerados. Não há diferenciação que justifique a tributação dos serviços públicos concedidos e a não tributação das atividades delegadas." (ADI 3.089, Rel. p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 13-2-2008, Plenário, DJE de 1o-8-2008.) No mesmo sentido: RE 557.643-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 10-2-2009, Segunda Turma, DJE de 13-3-2009. 
Operações Bancárias 
“Imposto sobre serviços. Não incidência sobre operações bancárias. A lista de serviços anexa à Lei Complementar 56/1987 é taxativa. Não incide ISS sobre serviços expressamente excluídos desta. Precedente: RE 361.829, Segunda Turma, DJ de 24-2-2006.” (AI 590.329-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 8-8-2006, Segunda Turma, DJ de 8-9-2006.) No mesmo sentido: RE 361.829-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 2-3-2010, Segunda Turma, DJE de 19-3-2010. 
ITBI - Imposto sobre transmissão onerosa de bens imóveis 
O ITBI é imposto sobre transmissão de bens imóveis, sendo devido sobre toda transmissão onerosa de bens imóveis. A cessão de direitos sobre bens imóveis também é fato gerador de ITBI, bem como a permuta de bens imóveis que consiste em uma operação onerosa. 
A transmissão gratuita de bens imóveis não gera ITBI e sim ITD sendo o imposto de competência Estadual. 
O art. 38 do CTN prevê que o ITBI tem como base de cálculo o valor venal do imóvel, mas o STJ entende ser o valor da operação, ou seja, o valor de mercado. Com o crescimento do mercado imobiliário, os municípios tem exigido indevidamente o ITBI sobre valores que não correspondem ao valor de mercado, sequer o valor venal e tal situação deve ser levada ao poder judiciário. 
Na integralização de capital e dissolução de empresa não incide ITBI, conforme previsto no art. 156, parágrafo 2o da CF. 
Impostos Estaduais 
ITCMD - Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação 
Esse imposto incide na transmissão gratuita de quaisquer bens, seja na transmissão intervivos ou causa mortis. 
Transmissão gratuita não incide ITBI e sim ITD/ITDCM/ITDMC/ITMCD/ ITCMD. Enquanto o ITBI somente incide na transmissão de bens imóveis, o ITD incide na transmissão gratuita de quaisquer bens. 
Alíquota máxima é fixada por resolução

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