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Trauma Térmico Pele normal: Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos decorrentes de um trauma de origem TÉRMICA, QUÍMICA, RADIOATIVA ou ELÉTRICA, capazes de destruir diversas camadas da pele, além de, na medida de sua gravidade, causar lesões em músculos, tendões, vasos, nervos, inclusive ossos. A resposta ao estresse no paciente queimado é similar a qualquer doente crítico ou com trauma severo, diferenciando-se pela sua severidade e duração. • Resposta Hipermetabólica Aumento da temperatura corporal Aumento do consumo de glicose e oxigênio, Aumento da formação de CO2 Glicogenólise Lipólise e proteólise Gravidade: Idade Extensão e local da área corporal afetada Tempo de exposição ao agente agressor Presença de lesão em outros componentes corporais Acometimento da via respiratória Comorbidades preexistentes Consequências: - Alterações metabólicas - Alterações hemodinâmicas - Alterações funcionais - Alterações emocionais Tipos: - Térmicas: Escaldaduras Por exposição a chamas Por explosões Por contato - Químicas - Elétricas SINAIS E SINTOMAS DAS QUEIMADURAS: GRAU SINAIS SINTOMAS PRIMEIRO ERITEMA DOR SEGUNDO ERITEMA + BOLHA DOR, CHOQUE TERCEIRO BRANCA NACARADA CHOQUE QUARTO CARBONIZAÇÃO CHOQUE GRAVE QUEIMADURA DE 1º GRAU Lesões que atingem apenas a superfície da pele, ou seja, apenas a epiderme. Eritema, eventualmente edema superficial Ex: exposição solar QUEIMADURA DE 2º GRAU Queimaduras com maior grau de gravidade . Atingem epiderme e derme Presença de bolhas e causam dor grave QUEIMADURA DE 3º GRAU Destroem a epiderme e toda a derme e às vezes são ainda mais profundas, comprometendo estruturas musculares e ossos. Área afetada apresentando um aspecto seco, semelhante ao do couro, ou carbonizado, ou ainda um aspecto marmóreo. Destruição dos nervos ausência de dor QUEIMADURA DE 4º GRAU Alguns autores classificam as queimaduras causadas por eletricidade como de 4º grau Os pacientes queimados apresentam algumas características específicas: - Perdas cutâneas de líquidos por exsudação, que contêm grandes quantidades de proteínas, minerais e micronutrientes - Acesso venoso mais difícil devido à destruição da pele - A superfície que precisa de reparo é extensa e explica a necessidade de terapia nutricional prolongada Resposta metabólica: - Imediatamente após o traumatismo, há um período de instabilidade hemodinâmica com redução da perfusão do tecido cutâneo e a liberação de altos níveis de catecolaminas fase ebb consumo menor de oxigênio e uma menor taxa metabólica - Fase de fluxo alto consumo de oxigênio, gasto energético elevado, fluxo de substratos elevado e perdas aceleradas de nitrogênio - Fase de recuperação começa quando a fase aguda declina. Exige altos níveis de energia para enfrentar a reabilitação física e a cura completa da ferida Causas do hipermetabolismo nas queimaduras extensas: - Perda significativa da barreira cutânea com extravasamento de fluidos, proteínas e eletrólitos - Catabolismo proteico grave - Consumo elevado de nutrientes, face ao hipermetabolismo - Hipertermia, taquicardia, taquipneia - Aumento das catecolaminas - SIRS - Infecções Repercussões catabólicas em uma pessoa com queimadura extensa: - Retardo da cicatrização - Retardo da resposta imunológica - Diminuição das taxas de albumina - Aumento na síntese de proteínas de fase aguda - Comprometimento da coagulação sanguínea - Diminuição da função intestinal - Favorecimento da instalação de translocação bacteriana - Diminuição da massa ponderal - Diminuição funcional dos músculos da respiração Superfície corporal queimada (SCQ) – extensão: Cálculo da área corporal queimada TABELA DE LUND BROWDER Modelo para calcular: Tratamento médico: Reposição de fluidos e eletrólitos Tratamento do ferimento Controle da dor O dispêndio de energia pode ser reduzido pela prática de cobrir os ferimentos para diminuir a evaporação pelo calor e as perdas de nitrogênio e para prevenir infecção Tratamento nutricional: Quantidades maiores de energia, carboidratos, lipídeos e gorduras, assim como vitaminas, minerais e antioxidantes são necessárias Energia: O aumento das necessidades energéticas varia de acordo com a extensão das queimaduras, podendo chegar a ser 2 x maior do que o consumo energético habitual A equação de Ireton-Jones frequentemente é utilizada: -Para pacientes com ventilação: EE: 1,925 – 10.A + 10.A + 5.W+ 281 S + 292 T + 851 B A: idade em anos S: sexo (1= masculino 0 = feminino) T: trauma (0 = ausente 1 = presente) B: queimadura (0 = ausente 1 = presente) W: peso atual V: ventilador (0 = ausente 1 = presente) Calorias adicionais podem ser necessárias para cobrir as necessidades aumentadas pela febre, sepse, traumatismos múltiplos ou cirurgias As necessidades energéticas podem aumentar até 100% acima do gasto de energia durante o repouso, dependendo da extensão e da profundidade da lesão causada Não deve passar mais de 2 x o EER Catabolismo exagerado de proteínas e excreção aumentada de nitrogênio urinário Pacientes susceptíveis a infecções ↑ necessidades de energia e proteínas Proteínas: Necessidades aumentadas devido a: Perdas através da urina e de ferimentos Aumento da gliconeogênese Cura do ferimento 20 a 25% do total de calorias com proteínas de alto valor biológico Micronutrientes As necessidades de vitaminas geralmente aumentam nos queimados, mas as exigências exatas ainda não foram estabelecidas Vitamina C: por estar envolvida na síntese do colágeno e na função imunológica, pode ser necessária em doses bem maiores 500mg 2 x ao dia Vitamina A: importante nutriente para manter a epitelização e manter a função imunológica 5.000 unidades por 1000Kcal Via de administração: - Via oral pacientes com SCQ < 20% - Enteral pacientes com SCQ > 20% e comprometimento do estado nutricional De preferência pós pilórica devido ao risco de broncoaspiração Sempre que possível com bomba de infusão - Parenteral reservada para casos muito especiais devido ao elevado risco de mortalidade
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