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GESTÃO DE FILAS: UM ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO TERCEIRIZADA NO RAMO DE IMPRESSÃO DIGITAL. Ricardo Fazionato Pereira (FIC/UNIS ) ricardofazionato@hotmail.com Lorena de Paula Soares (FIC/UNIS ) lorenasoareskta03@hotmail.com Rafaela Goncalves Felipe (FIC/UNIS ) rafaella_kta@hotmail.com O artigo aborda um estudo de caso de uma empresa prestadora de serviço terceirizada no ramo de impressão digital, para uma empresa do setor de ensino e pesquisa. O artigo apresenta a importância da gestão eficiente de filas quanto às técnicas implantadas em seu gerenciamento, para uma perfeita percepção de seus clientes sobre a qualidade de serviço. Demonstra através de ferramentas estatísticas a implementação de um sistema de modelagem de sequenciação bem como a identificação de fatores críticos responsáveis pela formação de filas, visando assim o apontamento para soluções benéficas na otimização dos processos. Busca identificar através de um questionário que relaciona alguns parâmetros condizentes a satisfação dos clientes com relação ao serviço, buscando a partir de técnicas confeccionadas da área de pesquisa operacional e estatística, subsídios para redução de tempo de espera da fila, quanto da qualidade para ofertar o melhor serviço. Será utilizada uma ferramenta de apoio de escalonamento, adotando a regra do First In First Out (FIFO) e o método (SJF) não- preemptivo , no objetivo de alinhar e direcionar qual o melhor método de fila, de maneira que viabiliza e diminua o gargalo referente ao tempo de espera. Palavras-chaves: Gerenciamento de filas; Gestão de serviços; Qualidade do serviço. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 2 1. Introdução Segundo Henrique e Varvakis (2009), conforme a crescente oferta de prestação de serviço a partir da década de 50 percebe-se uma evolução sequencial que tem revelado grande importância desse setor na economia mundial. Para o mesmo autor, neste contexto de evolução podemos notar duas grandes mudanças: os fatores tecnológicos e sociais. Com relação às evoluções tecnológicas, podemos notar as quebras de paradigmas com as implantações de novas tecnologias; com abordagens de ferramentas como forma de gerenciamento e controle eficiente, e em conformidade aos fatores sociais, notamos as transformações da concepção de valores pelos clientes, onde estes se tornaram mais exigentes e informados (HENRIQUE; VARVAKIS, 2009). Conforme Gronroos (1993) “serviço” é caracterizado por uma atividade de natureza mais ou menos sensível, e pode ser entendido como sendo a atividade ou uma transação de atividades, sendo assim normalmente ocorrida por um prestador de serviço e um receptor (cliente), sendo plausível e perceptível a solução aos problemas do cliente. Na medida em que a percepção positiva dos clientes está condicionada a qualidade do atendimento durante a prestação de serviços, alguns fatores durante a prestação de serviços ganham destaque, tais como a cordialidade, acessibilidade, competência e tempo de atendimento (HENRIQUE; VARVAKIS, 2009). Segundo Hidaka (2006), os serviços são fatores altamente dependentes das pessoas para a agregação de valor. O autor afirma que, as disciplinas de comportamento organizacional devem focar tanto nos prestadores de serviço quanto nos clientes ou consumidores. A gestão de filas requer uma análise mais cautelosa, considerando os efeitos psicológicos ocasionados no cliente, quando a fila não é respeitada ou realocada por parte dos gestores ou prestadores de serviços (CHASE E APTE, 2007). Atualmente as informações a respeito da gestão de serviços evoluíram, diante disso, houve um aumento gradativo em respaldo a integração do conceito, sendo assim, composto de pessoas, tecnologias e processos (MAGLIO et al., 2006). Segundo o próprio autor, é um sistema complexo, interligado por fluxos de informação e de conhecimento, que depende da variável quantidade e qualidade das pessoas e serviços, interagindo com as tecnologias vigentes dentro da rede criação da organização. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 3 A sociedade quanto às informações são alvo de especulações e explosão de mudanças, trazendo consigo inúmeras consequências na busca de soluções rápidas e inovadoras, sobretudo a agilidade nos processos (FERREIRA; JORGE, 2011). Para o mesmo autor, uma sociedade que avança em níveis tecnológicos e econômicos necessita de articular técnicas e ações de subsídios em questões de organização e gerenciamento, possibilitando uma potencialização dos esforços para o cumprimento e atendimento destes requisitos. Antes mesmo de avançar no sentido do objetivo da pesquisa, vale ressaltar que, este artigo se propõe a explorar como premissa de estudo o tempo de espera em filas, além disso, verificar a satisfação dos clientes. Visto que, o enfoque desta questão representa fator primordial nas causas de insatisfação/descontentamento dos clientes em relação aos serviços prestados. Além disso, o trabalho visa identificar as variáveis de conflito, partindo de como ocorre o processo de formação das filas, além de analisar aspectos referentes à gestão de filas e seus impactos negativos e positivos na ótica do cliente. Nesse sentido, o estudo de caso pretende identificar, dentre outros aspectos, os itens mais críticos nos serviços prestados pela empresa terceirizada em questão, segundo a percepção de todos os alunos das variadas áreas dos cursos de graduação (noturno) da Faculdade Integrada de Cataguases. Buscando de forma clara e precisa através de um formulário, soluções no intuito de identificar as falhas, quanto à insatisfação por parte do cliente com relação ao serviço prestado, propondo através dessa pesquisa sugerir ideias e diminuir o gargalo do tempo de espera na fila por parte do cliente. Será utilizada uma ferramenta de apoio de escalonamento, adotando a regra do First In First Out (FIFO). 2. Metodologia A metodologia adotada baseou-se primeiramente em uma pesquisa descritiva de natureza quantitativa relacionada à gestão e sistema de filas embasado no tempo de espera de cada cliente, e qualitativa relacionada à satisfação dos clientes, quanto ao tempo de atendimento; os dados coletados foram estatisticamente analisados. Foi realizada também uma pesquisa exploratória por meio da literatura existente no acervo da biblioteca da Faculdade Integrada de Cataguases – (FIC/UNIS) e nas bases de dados do Scielo e Periódicos Capes, onde foram consultados artigos científicos, além de revistas, anais de congressos e fontes eletrônicas, buscando explorar uma análise técnica e conceitual, procurando identificar dentre as informações obtidas àquelas que mais poderiam agregar valor a esta pesquisa. Embora o presente estudo de caso em gestão de filas tenha utilizado um setor distinto XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 4 (separado) da (FIC/UNIS), mais que de certa forma interagem e é prestadorde serviço, suas considerações também podem ser aplicadas em outras organizações de serviços como lojas, bancos e consultórios, dentre outros. As seleções dos artigos científicos consultados foram feitas em conformidade com o tema proposto, descartando os estudos que, apesar de constarem na busca, não apresentaram metodologia em acordo com o tema deste artigo. 3. O estudo de caso Este estudo foi realizado com o intuito de avaliar os serviços prestados, quanto à satisfação dos clientes que trafegam e dependem do serviço terceirizado da empresa de impressão digital oferecido dentro da Faculdade Integrada de Cataguases (FIC/UNIS). Sucintamente, neste estudo foram realizadas as etapas apresentadas a seguir. 3.1. Coleta de dados A coleta de dados para a elaboração do questionário foi realizada num período de 5 (cinco) dias, considerando assim o fluxo de pessoas que entram no estabelecimento para uma realização de um determinado serviço. A amostra foi estabelecia considerando uma media de 50% do total de clientes que entram por dia no estabelecimento, especificamente no horário das dezoito às vinte e uma horas. Desta forma, a amostra foi composta por 18 pessoas (clientes) que serão aleatoriamente estudados. 3.2. Amostragem e tratamento estatístico De forma geral, a amostra da pesquisa foi realizada pelo processo probabilístico, conforme (MARCONI, 2000). Para Rudio (1996), a escolha da amostra deve-se justificar os motivos da seleção e as características da mesma. No primeiro passo foi elaborado um questionário aplicado à empresa que presta o serviço, buscando informações referentes ao tempo de chegada e saída. Sendo assim, foram realizados os seguintes passos, conforme a ótica de avaliação de desempenho de sistemas (PORTNOI, 2007): a) Elaborar uma coleta direta, no intuito de verificar o número de clientes que entra por dia para efetuar um determinado serviço; b) Verificar os horários dos pontos críticos de atendimento; c) Tendo em vista a dificuldade do objeto de estudo, adotaremos uma estatística indutiva com um conjunto de amostra; XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 5 d) Será utilizada uma amostragem aleatória simples; e) A amostra será pautada por 50% da população dos clientes representativos aleatoriamente no momento da coleta; f) Os dados serão tratados por variáveis quantitativas discretas, onde serão expressos por números inteiros. g) Com relação às estimativas, será pautada em gráficos e tabelas, conforme os resultados obtidos nas amostras, apontando assim as previsões e conclusões previstas. O segundo passo será elaborado por uma pesquisa relacionada à satisfação dos clientes, quanto ao tempo de atendimento, sendo esse caracterizado por uma analise estatística da seguinte maneira (PORTNOI, 2007): a) Será elaborada uma estatística descritiva da coleta direta dos dados, no intuito de verificar a qualidade e aceitação dos serviços; b) Será utilizada uma amostragem aleatória simples; c) A amostra será pautada por 50% da população dos clientes representativos aleatoriamente no momento da coleta; d) Os parâmetros de estudo de interesse são: qualidade relacionada aos parâmetros, definidos como: péssimo, ruim, médio, bom, ótimo; e) Os dados serão tratados por variáveis quantitativas discretas, onde serão expressos por números inteiros ou porcentagem (%). 3.3. Desenvolvimento do questionário Neste estudo foi elaborado um modelo de questionário para autopreenchimento, estruturado com questões fechadas. O desenvolvimento deste questionário foi fundamentado segundo os fatores que devem ser considerados e analisados pelos fornecedores de serviços, (SCHEMENNER, 1999). Vejamos a tabela 1, o questionário aplicado aos clientes. Tabela 1 - Pesquisa relacionada à satisfação dos clientes Parâmetros Péssimo Ruim Médio Bom Ótimo O tamanho médio da fila. O tempo médio em que cada cliente permanece na fila. O tempo médio que cada cliente permanece no sistema. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 6 A prioridade no atendimento deve ser percebida como justa. Fonte: Elaborado pelo autor Na segunda etapa, buscamos elaborar uma pesquisa relacionando a gestão e o sistema de filas embasado no tempo de espera, no intuito de averiguar através de uma ferramenta de escalonamento, quais as maneiras e melhores práticas que poderão ser utilizadas para agilizar o sistema, de modo que venha gerar um melhor fluxo nos horários de pico em que o sistema esteja super alocado. O método utilizado para recolher os dados é referente ao tempo que o cliente espera na fila, desde sua chegada até o seu atendimento. Vejamos a tabela 2: Tabela 2 - Parâmetros de coleta para tratamento no gerenciamento de filas Amostragem Tempo de chegada Horário de atendimento Tempo de espera Duração de atendimento Cliente 1 Cliente 2 Cliente 3 Fonte: Elaborado pelo autor. 4. Definições e conceitos básicos Para que se tenha um melhor entendimento, estabeleceremos alguns conceitos de gerenciamentos de filas, que serão abordados no decorrer do desenvolvimento do trabalho, e que de fato serão cruciais para percepção do assunto (FERREIRA; JORGE, 2011): a) Fila: Representa a soma dos clientes que estão esperando pelo serviço, juntamente com os que estão sendo atendidos pelos prestadores. b) Fila de espera: Representa apenas aqueles clientes que estão aguardando o atendimento. c) F.I.F.O. - First In First Out: O primeiro a entrar é o primeiro a sair. d) Disciplina de Filas: Refere-se à maneira pela qual os clientes serão atendidos, sendo assim o mais comum o F.I.F.O, embora exista vários outros tipos. Teremos duas situações gerais de prioridade: preemptivo, onde os clientes com maior prioridade possui preferência e é alocado no atendimento, ou não-preemptiva, são alocados e atendidos primeiro aqueles que possuem maior prioridade, mas só entram em serviço quando o cliente sendo atendido deixa o sistema. 5. Gestão de serviços em empresa terceirizada e sua variabilidade XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 7 A gestão de serviços engloba o gerenciamento dos processos envolvidos antes, durante e após a prestação dos mesmos. Deste modo, o conceito envolve desde a identificação do serviço até a expectativa do cliente, pautando considerações das necessidades dos mesmos, até seu término do serviço (HENRIQUE; VARVAKIS, 2009; JOHNSTON; CLARK, 2002). Sobre aspectos específicos, no que se refere à prestação de serviço em empresa terceirizada, há uma alta variabilidade de serviço e processos, sendo passível de mudanças e uma política de gestão bem enxuta (definida), pelo fato de possuir um contato intensivo entre cliente (HENRIQUE; VARVAKIS, 2009). Segundo Gianesi e Corrêa (1994, p.42), os serviços de alto contato com o cliente têm um ambiente mais sobrecarregado de incerteza e variabilidade, resultando em menor produtividade. O mesmo autor complementa que a variabilidade pode ser expressa em dois fatores: a chegada do cliente para o seu atendimento e o atendimento prestado ao mesmo. Segundo ele, quanto maior o valor de variabilidade dotempo médio de chegada dos clientes, maior será o tempo médio em fila. Neste cenário, observa-se quando não há uma regularidade efetiva da capacidade produtiva relacionado à demanda, surgem os fatores relacionados aos gargalos, que são os limitadores de fluxo e gestão excepcional (GIANESI; CORRÊA, 1994). Schmenner (1999) cria uma relação direta entre a formação de gargalos com a variabilidade, demonstrando que, quanto maior a variabilidade relacionada à demanda ou oferta do processo, maior o rompimento no processo no caso, aumentando assim a probabilidade e a ocorrência de gargalo. 6. Gestão de filas e qualidade agregada Segundo Lovelock; Wright (2002), o processo de formação de filas ocorre quando o número de pessoas que chegam excede à capacidade do sistema de atendimento. Johnston e Clark (2002) descreve que as filas são de certo modo uma consequência natural das operacionalidades dos serviços, devido à falta de infraestrutura, incentivo de investimento em inovação e estratégias, a formação de filas é um fato inevitável. Diante da problemática da formação de filas, Schmenner (1999) compreende que há múltiplas maneiras de administrá-la: aumentando a capacidade do sistema, investindo em ferramentas de controle estatístico da qualidade ou através da adoção de outras medidas, que orientem a diminuição das variâncias de serviço. Sob essa perspectiva, Las Casas (2006) XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 8 descreve que um serviço bem feito agrega satisfação aos clientes atendidos e complementa afirmando que a qualidade em serviços está diretamente relacionada à satisfação, pois um cliente satisfeito com o serviço prestado irá perceber as qualidades cedidas pelo serviço. Gianesi e Corrêa (1994, p.197) comentam que as filas são um aspecto importante da gestão de serviços. Para o próprio autor, as filas e como elas são gerenciadas são aspectos essenciais, sensíveis e importantes na percepção do cliente quanto à qualidade do serviço, devendo haver grande atenção relacionada ao fluxo. Os autores Johnston e Clark (2002) comentam que a insatisfação dos clientes está diretamente relacionada com a demora no atendimento sendo aumentada com o tempo de espera; segundo o próprio autor, essa insatisfação poderá ser atribuída a todo o serviço. A consequência disso conforme Schemenner (1999) pode ser vista, por uma prestação de um serviço de má qualidade, assim como a longa espera por um serviço. Essas aferições podem destruir a imagem da empresa com o cliente, sendo essencial averiguar e identificar os momentos de pico das atividades, no intuito de precaver e inserir ações corretivas para gerir as necessidades da ocasião. Para Johnston e Clark (2002), uma estratégia adequada que os fornecedores de serviço podem adotar é fazer com que a percepção do tempo de espera dos clientes seja reduzida, parecendo menor do que realmente é. Segundo Gianesi; Corrêa (1994) é dispor de um ambiente atrativo e de certo modo mais confortável, com elementos tais como: música ambiente, televisões e revistas. Outra forma positiva é demonstrar que o atendimento foi inicializado mesmo estando na fila. Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000) afirmam que os clientes aceitam esperas maiores quando sentem que o serviço já começou. Dessa maneira podem-se reduzir a percepção que os clientes têm de que seu tempo é menos importante que o do fornecedor do serviço, conforme salienta Gianesi e Correa (1994); Johnston e Clark (2002). 7. Análise das prioridades dos itens e sugestões de melhorias no sistema Conforme constatado no ambiente, notou-se a existência de alguns pontos críticos que merecem atenção no intuito de identificar melhor operacionalidade: a) Falta de computadores: Atualmente a empresa terceirizada dispõe de apenas um computador, sendo utilizada para múltiplas operações, impressão por meio de pen- drive, trabalhos disposto em emails e etc. Sendo considerado ponto crítico e ineficiente para atender a demanda do sistema. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 9 b) Equipamentos modernos: O fato dos computadores serem antigos impossibilita ainda mais a agilidade dos clientes, ocasionando desconforto. Como melhoria, são necessárias a sua substituição para gerir e facilitar os serviços quanto às operações dos clientes. c) Número de Funcionários: Neste contexto, constata-se que existe grande necessidade de mais funcionários para atuar na prestação de serviço, tendo em vista a razão do aumento de números de alunos nos últimos anos. 8. Resultados e discussões A fim de buscar a convergência de melhores adequações com relação a um melhor desempenho do sistema, aplicamos o método de escalonamento de fila, em busca de uma melhor eficiência do sistema e racionalização do tempo de espera dos clientes, no intuito de viabilizar e tornar menos fadigoso o fluxo. Conforme visto na empresa terceirizada de impressão digital, as alocações das pessoas ocorrem pelo método F.I.F.O. - First In First Out, o primeiro a entrar é o primeiro a sair. Desta forma foi feita a comparação entre o método existente e adotado (F.I.F.O) e o método (SJF) não- preemptivo em buscar de identificar qual seria mais conveniente e de certo modo apropriado. Observamos conforme a figura 3 abaixo, a notável diferença com relação à aplicação do não- preemptivo. Figura 3 - Resultado comparativo FIFO e SJF NP XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 10 Fonte: Elaborado pelo autor Observamos conforme os resultados que a média com relação ao uso do SJF NP são menores, sendo assim mais satisfatória a utilização do mesmo para diminuição do tempo médio dos clientes na fila. Vale ressaltar que a pesquisa teve resultados mais satisfatórios nos dias de maiores fluxos, verificados conforme as figuras. Verificamos também que os horários de pico se estabelecem por volta das dezoito horas e quarenta minutos até ás dezenove horas e trinta minutos e nos horários de intervalo de vinte horas e trinta minutos ás vinte horas e cinquenta minutos. No intuito de averiguar a satisfação dos clientes, elaboramos uma pesquisa de satisfação, e analisamos estatisticamente por uma amostra composta pelos estudantes da Faculdade Integrada de Cataguases – (FIC/UNIS), para analisar o contentamento por parte dos clientes com relação o sistema de filas da empresa prestadora de serviço terceirizada que atua dentro da faculdade. O gráfico 1 mostra os resultados gerais do cenário, quanto os parâmetros verificados. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 11 Gráfico 1- Resultados obtidos da satisfação quanto os parâmetros verificados Fonte: Elaborado pelo autor Notemos o quanto os resultados foram negativos quanto às questões levantadas, 36% das pessoas consideram todos os parâmetros descritos acima péssimos com relação sua eficiência e operacionalidade, 25% ruim, 24% médio, 10% bom e 6% ótimo. É visível a insatisfação dos clientes quanto à prestação do serviço e seu gerenciamento. O gráfico 2 mostraespecificamente a realidade dos parâmetros confrontados com a insatisfação e descontentamento dos clientes. Gráfico 2 - Resultados obtidos com a pesquisa de satisfação do cliente XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 12 Fonte: Elaborado pelo autor Vejamos que os resultados obtidos na pesquisa, demonstrado no gráfico 2, verificam resultados expressamente negativos. Notemos no gráfico 2 com relação aos três primeiros parâmetros medidos, índices de 0%, sendo assim, nenhuma pessoa considera esse parâmetro ótimo. Portanto, é claro e visível à urgência de procedimentos no intuito de ofertar um serviço de melhor qualidade aos clientes. No intuito de acrescentar sugestões futuras de expansão e aprimoramentos da relevância cientifica do trabalho, aconselha-se uma ampliação dos dias de coleta de dados, quanto as extensão dos intervalos e horários diferentes. 9. Considerações finais A gestão de filas e suas variabilidades merecem atenção por parte dos prestadores de serviço, devido sua influência com relação ao cliente, pois representam grande parte da satisfação com a qualidade do serviço. Uma gestão de filas inadequada gera distúrbio e descontentamento por parte dos clientes, ocasionando aferimento a qualidade do serviço. Entretanto é essencial que tanto os gestores quanto os prestadores de serviço compreendam que é necessário uma gestão de filas eficiente e ágil, de modo que venha oferecer versatilidade aos clientes. Dados os resultados das pesquisas já realizadas, identifica-se que as expectativas quanto à satisfação dos clientes não estão alinhadas às diretrizes e a atual prestação de serviço da empresa de impressão digital, sendo assim necessária a implantação de melhorias com relação a fatores como: investimentos em computadores mais modernos (máquinas novas) e aplicação do método de sistema (SJF) não- preemptivo, uma vez que a pesquisa demonstrou resultados mais satisfatórios, reduzindo nos dias de maiores fluxos e nos horários de picos o tempo médio em fila de cada cliente de 5 minutos para 3 minutos. REFERÊNCIAS CHASE, R. B; APTE, U. M. A history of research in service operations: What’s the big idea. Journal of Operations Management, v. 25, p. 375-386, 2007. FERREIRA, M. SILVA; FERREIRA, J. SILVA. Gerenciamento de filas de atendimento usando ZIGBEE. Revista da Graduação. v. 4, 2011. FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J. Administração de serviços: operações, estratégia, e tecnologia da informação. Porto Alegre: Bookman, 2000. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014. 13 GIANESI, I. G. N; CORRÊA, H. L. Administração estratégica de serviços: operações para satisfação do cliente. São Paulo: Atlas, 1994. GRONROOS, C. Marketing, Gerenciamento e Serviços: a competição por serviços na hora da verdade. Rio de Janeiro: Campus, 1993. HENRIQUE, C. S; VARVAKIS, G. R. A Importância da Gestão de Filas na Prestação de Serviços: Um Estudo na BU/UFSC. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação.Campinas. v. 6, n. 2, p. 116-135, jan./jun. 2009. HIDAKA, K. Trends in services science in Japan and abroad. Quarterly Review, n. 19, 2006. JOHNSTON, R.; CLARK, G. Administração de operações de serviço. São Paulo: Atlas, 2002. LOVELOCK, C.; WRIGHT, L. 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