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TRABALHO CORRRETO A TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL COMO RESGUARDO AOS PRINCIPIOS CONTRATUAIS DA BOA FE OBJETIVA E DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

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CENTRO UNIVERSITARIO DO TRIANGULO – UNITRI
Kellen Angélica Silva Fabiano
Kelly Cristina Alexandre Pedroso Neves
Michelle Vilela de Almeida Oliveira
Mirelle Vilela de Almeida Oliveira
Jackson Edson Fernandes de Oliveira
Tamara Lima de Farias
A TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL COMO RESGUARDO AOS PRINCIPIOS CONTRATUAIS DA BOA-FE OBJETIVA E DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
Uberlândia/MG
2017
Kellen Angélica Silva Fabiano
Kelly Cristina Alexandre Pedroso Neves
Michelle Vilela de Almeida Oliveira
Mirelle Vilela de Almeida Oliveira
Jackson Edson Fernandes de Oliveira
Tamara Lima de Farias
A TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL COMO RESGUARDO AOS PRINCIPIOS CONTRATUAIS DA BOA-FE OBJETIVA E DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
Trabalho Interdisciplinar de Curso de Direito apresentado ao Centro Universitário do Triângulo, como requisito obrigatório para a obtenção do título de Bacharel em Direito, sob a orientação da Profa. Msc. Maria Conceição Ferreira Castro
Uberlândia/MG
2017
A TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL COMO RESGUARDO AOS PRINCIPIOS CONTRATUAIS DA BOA-FE OBJETIVA E DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
Kellen Angélica Silva Fabiano, Kelly Cristina Alexandre Pedroso Neves, Michelle Vilela de Almeida Oliveira, Mirelle Vilela de Almeida Oliveira, Jackson Edson Fernandes de Oliveira, Tamara Lima de Freitas�
Resumo: O objetivo do presente trabalho será analisar a teoria do adimplemento substancial, os princípios da boa-fé e a função social do contrato aplicado no nosso ordenamento jurídico. A teoria do adimplemento substancial não há expresso em nosso ordenamento jurídico, sendo uma criação doutrinaria e análise de casos concretos. Na presente teoria estão consubstanciados a boa-fé e a função social do contrato, e veda a extinção do negócio jurídico por descumprimento. A teoria do adimplemento substancial, visa impedir o uso desequilibrado do direito de resolução por parte do credor, preterindo desfazimentos desnecessários em prol da preservação da avença, quando for viável e de interesse dos contraentes, mediante ponderação. Na prática a sua aplicação se dá por eficaz e difundida. A metodologia se fará por método dedutivo, tendo como base de pesquisas jurisprudenciais, doutrinárias, artigos científicos, leis e internet.
Sumário: 1. Introdução; 2. Dos Contratos; 2.1. Definição. Interpretação. Plano de validade; 2.2. Princípios Contratuais; 2.2.1. Princípio da Função Social do Contrato; 2.2.2. Princípio da boa-fé objetiva; 3. Extinção da relação contratual e a cláusula resolutiva prevista no artigo 475 do código civil; 3.1. Meios de extinção da relação contratual; 4. Teoria do adimplemento substancial; 4.1. Do conceito de adimplemento. Mora e inadimplemento absoluto; 4.2. Da aplicação da teoria do adimplemento substancial no ordenamento jurídico brasileiro e o princípio da boa-fé objetiva; 5.Conclusão; 6. Referências Bibliográficas.
Palavras Chaves: adimplemento substancial, boa-fé, função social do contrato�
1 . Introdução
	O presente trabalho tem por objetivo fazer um estudo científico sobre a teoria do adimplemento substancial e demonstrar que o contrato poderá ser mantido tendo seu cumprimento substancial ou o descumprimento mínimo, devendo ser analisado caso a caso levando-se em consideração a finalidade do contrato., bem como analisar a problemática da extinção do negócio jurídico por mero inadimplemento contratual, e relacionar a importância dos princípios da boa-fé e da função social do contrato para esta teoria.
	O estudo desse tema é fundamental para que a flexibilização de rompimento dos contratos, possibilite aos contratantes reaver a parcela inadimplida, preservando assim o contrato e vedando assim a resolução contratual se a parcela substancial do contrato houver sido cumprida, isto é, quando o descumprimento for de menor importância (inexecução de mínima relevância) não chegando a subtrair a utilidade, o interesse e a função da contratação.
	A metodologia se fará por método dedutivo, tendo como base de pesquisas jurisprudências, doutrinas, artigos científicos, leis e internet.
	 O trabalho foi estruturado em duas partes. Na primeira foi trabalhado os aspectos gerais do tema, como conceito dos contratos, princípios e a segunda parte, que trata dos aspectos especiais como o conceito da teoria substancial e suas implicações.
2. Dos Contratos
	Contratos são negócios jurídicos, classificados em unilaterais ou plurilaterais, que são também obrigações de fazer ou não fazer. Para que haja a validade contratual deve-se seguir os requisitos previstos no artigo 104 do Código Civil, que traz:
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
	Contrato é o acordo de vontade entre duas ou mais pessoas com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar, transferir ou extinguir direitos.
	Para Maria Helena Diniz, “contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial”.
	Portanto, contrato é negócio jurídico bilateral que gera obrigações para ambas as partes, que convencionam, por consentimento recíproco, a dar, fazer ou não fazer alguma coisa, verificando, assim, a constituição, modificação ou extinção do vínculo patrimonial.
2.1. Definição. Interpretação. Plano de validade. 
	De acordo com Maria Helena Diniz (Diniz,2003, p. 30) “contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial”. 
	O contrato nada mais é que uma obrigação, estando o(s) contratante(s) e o(s) contratado(s) vinculados por um negócio jurídico, a obrigação pode ser: obrigação de fazer; nada mais é que a prestação do(s) devedor(es). Pode ser uma obrigação fungível, quando esta pode ser prestada por qualquer pessoa, ou então infungível (também chamada de personalíssima) quando somente o contratado tem a capacidade de cumprir o que fora acordado e a obrigação de não fazer; está é a privação do ato de fazer, ou seja, o não fazer literal, cabendo ao devedor não agir.
	A existência contratual dá-se na configuração da escada ponteada, em que se é necessária a verificação de três requisitos: Plano de existência; Plano de validade; e plano de eficácia. 
	O plano de existência, verificam-se os substantivos, ou seja, se há a vontade, partes, objeto e a forma contratual; já no plano de validade verifica-se os substantivos adicionam-se adjetivos, estes estão no artigo 104 do código civil, em que se verifica a vontade das partes, se são elas capazes e também o objeto (possível, determinado ou determinável). E por fim, no plano de eficácia verifica-se a eficácia do negócio jurídico no plano real, observando seus efeitos.
	A validade dos contratos exige: agente capaz; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; e forma prescrita ou não defesa em lei. De acordo com o artigo 104 do Código Civil de 2002, são todos esses os requisitos para que a vontade manifestada pelas partes possa valer no mundo jurídico. Ademais, a função social do contrato consiste, assim como já previsto na constituição, o artigo 421 do Código Civil:
Art. 421: A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
2.2. Princípios contratuais. 	
	São eles os que regem, dão direção dentro do ordenamento jurídico. Não há hierarquia entre princípios, deste modo vários são os que podem ser usados como bússola no direito. No direito contratual não se faz diferente, os princípios existem para auxiliar o jurista, visto suas definições e nuances. 
	Para Miguel Reale, "princípios são enunciações normativas de valor genérico, que condicioname orientam a compreensão do ordenamento jurídico, a aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. São verdades fundantes de um sistema de conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter operacional, isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da práxis". 
	No direito contratual vários são os utilizados para reger as relações, são divididos em clássicos e/ou modernos. Os clássicos são os princípios clássicos os pilares contratuais, como por exemplo o da autonomia da vontade, que é encontrada na liberdade contratual, tendo sua garantia até mesmo na Constituição Federal. Já os princípios modernos são os novos, ditos contemporâneos, visto a atualidade de suas funções, exemplo deste pode ser o princípio do equilíbrio econômico, que se dá visto a exagerada onerosidade contratual após evento ímpar ocorrido a uma das partes, impossibilitando-o assim o cumprimento de suas obrigações, ou também caso ocorra a situação inversa, em que se haja o enriquecimento ilícito por parte de algum dos contratantes. 
	Abordaremos a seguir dois princípios contratuais modernos que são de grande importância no assunto em questão.
2.2.1. Princípio da função social do contrato 
	O princípio da função social do contrato analisa se a relação contratual estabelecida entre as partes infere-se no contexto social, e não somente no contexto privado, pois o contrato apresenta consequências relativas, também, à sociedade.
	De acordo com o Código Civil, de 2002, em seu artigo 421; a "liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato". Trata-se, do princípio básico que deve reger todo o ordenamento normativo no que diz respeito à matéria contratual.
	De acordo com a Constituição Federal, nos incisos XXII e XXIII do Art. 5º salvaguarda o direito de propriedade que “atenderá a sua função social”, e no artigo 1°, III do mesmo texto, dispõe sobre o princípio da dignidade Humana, com o objetivo de ampliar o alcance da função social e tornar as relações jurídicas entre particulares mais justas.
	É de suma importância destacar que o contrato também deve observar e garantir a segurança jurídica entre as partes, como o dever de informação, confidencialidade, assistência e lealdade. Todo esse sistema é abraçado pelo princípio maior de proteção da dignidade da pessoa humana (GAGLIANO, 2009).
 	Para Nelson Nery Junior, afirma que a função social dos contratos possui a condição de cláusula geral, de modo que:
O contrato estará conformado à sua função social quando as partes se pautarem pelos valores da solidariedade (CF, art. 3º, I) e da justiça social (CF, art. 170 caput), da livre-iniciativa, for respeitada a dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), não se ferirem valores ambientais (CDC, 51, XIV) etc.
2.2.2. Princípio da boa-fé objetiva 
	O art. 422 do Código Civil dispõe: “Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e de boa-fé”. 
	A boa-fé se faz necessária e nada mais é que o agir com ética, probidade e honestidade em suas ações, visando sempre a boa relação entre os contratantes, quando se foge a essa regra averiguamos a má-fé, que pode ser assim usada como base para a anulação do contrato.
	Conforme Sílvio de Salvo Venosa, "Na análise do princípio da boa-fé dos contratantes, devem ser examinadas as condições em que o contrato foi firmado, o nível sociocultural dos contratantes, o momento histórico e econômico." (2006, pg. 374).
	Portanto a boa-fé, compreende o comportamento dos contratantes durante a execução do contrato, a forma de agir das partes, a conduta ética socialmente e no cumprimento contratual, a confiança por parte do credor.
	Conforme dispõe no art. 475 do CC/02 dispõe, que, em qualquer caso, a parte que se sentir lesada pelo inadimplemento poderá pleitear indenização por perdas e danos. A doutrina se manifesta favorável, não excluindo esta hipótese, mesmo que haja a aplicação da teoria do adimplemento substancial.
3. Extinção da relação contratual e a cláusula resolutiva prevista no artigo 475 do código civil. 
	Em regra a extinção da relação contratual dar-se-á por seu cumprimento, mas nem sempre as relações contratuais se extingue desta forma. Existem causas contemporâneas no que se refere ao início da obrigação, ou que darão causa à extinção da relação contratual ao fim da relação com seu cumprimento.
	Abordaremos as formas de extinção dos contratos de forma normal, ou seja, pelo seu cumprimento ou por fatos posteriores a formação dos contratos e também as que antecedem a relação contratual ou a fatos novos em relação ao contrato; ou até mesmo pela morte de uma das partes. A extinção dos contratos por vias normais se consolida partir do momento que se realiza a prestação convencionada o contrato extingue, ou seja, esta é a forma normal de execução dos contratos, ocorre pelo seu cumprimento.	
	Nos artigos 319,320,322 e 323, CC; devedor cumpre prestação, logo o credor confirma o cumprimento pela quitação. Em caso de negação em face da quitação ou fazendo-se de forma irregular, o devedor pode reter o pagamento sem se colocar em mora.
	No que diz respeito a extinção dos contratos por fatos anteriores ou contemporâneos à formação do contrato também pode ser efetuada por: invalidade do contrato que para o negócio jurídico seja valido é necessário que vontade seja manifestada de maneira livre e espontânea; pode ocorrer, no entanto, algum defeito na sua formação ou na sua declaração, ou face de terceiros ou ferindo a ordem pública. 
	Nos vícios de consentimento basicamente está relacionado a erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão. Estas são manifestações que não correspondem com a verdadeira intenção do agente em relação ao querer do agente, já nos vícios sociais temos a fraude contra credores e simulação que prejudica a terceiros ou viola a lei. A invalidade do negócio jurídico abrange a sua inexistência, podendo ter a sua nulidade absoluta ou relativa, ou até mesmo sendo tal negócio anulável.
	CC, Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
	O dispositivo trata em questão, ao devedor que no caso de agir com dolo ou culpa o mesmo se obriga a ressarcimento perdas e danos. A parte prejudicada pode, pedir a resolução do contrato cumulados com perdas e danos, exigir o cumprimento cumulados com perdas e danos. 
	O artigo 475 do Código Civil oferece ao credor o direito de escolher entre a resolução do contrato ou a execução da obrigação diante do inadimplemento contratual, (a cláusula resolutiva tácita). Podem as partes contratuais, negociar, sobre o direito de resolução, (a cláusula resolutiva expressa). Ambos institutos são aplicáveis a contratos bilaterais (no qual há uma relação correlata) o cumprimento da prestação se dá em um só ato em momento futuro, cumprimento mediante prestações periódicas e podendo ser de forma também continuada.
3.1. Meios de extinção da relação contratual
	A extinção contratual pode ser feita pela resolução, resilição, rescisão, inexecução voluntária, onerosidade e cláusula resolutiva expressa ou tácita. Na tratativa deste trabalho iremos explorar somente a cláusula resolutiva, pois, esta se relaciona diretamente com o adimplemento substancial.
	No caso da resolução a extinção do contrato decorre do não cumprimento ou não inadimplemento das obrigações que foram estabelecidas em contrato; já na extinção por resilição efetuasse por desfazimento do contrato de maneira unilateral ou bilateral, de forma a não prosseguir com a relação; também ainda no campo da extinção dos contratos temos a rescisão que se confere por não ter mais equilíbrio contratual, causando a outra parte uma desproporção de vantagem e prejuízo de outra, sendo que a está necessita de declaração feita por sentençajudicial.
	A cláusula resolutiva entende-se como a disposição contratual que prevê o término do contrato pela inexecução, por parte de um dos contratantes, das obrigações que nele se contraíram. A parte prejudicada pelo inadimplemento do contrato pode pedir sua resolução ou exigir-lhe o cumprimento. Em qualquer caso, porém, haverá indenização por perdas e danos. 
	A Cláusula resolutiva pode ser expressa e tácita, e estão elencadas nos art. 474 e 475, CC. As partes podem convencionar entre si clausulas resolutivas expressa prendo que non caso do descumprimento o contrato será extinto, gerando a resolução do contrato. A cláusula resolutiva que estiver expressa no contrato possui eficácia plena; já aquela implícita depende de interpelação judicial, conforme art. 474 CC/02.
4. Teoria do Adimplemento Substancial
	A teoria do adimplemento substancial foi elaborada a partir de estudos doutrinários e análises de casos concretos pelos órgãos jurisdicionais. A origem da teoria se encontra no Direito Costumeiro Inglês, especialmente na utilização do termo substancial performance, sendo mencionado como um dos seus primeiros casos a contenda Boone v. Eyre, de 1779. No Código Civil Italiano, há previsão expressa sobre o adimplemento substancial, no seu art. 1.455, segundo o qual o contrato não será resolvido se o inadimplemento de uma das partes tiver escassa importância, levando-se em conta o interesse da outra parte.
	De acordo com Tartuce (2009), a teoria do adimplemento substancial goza de grande prestígio doutrinário e jurisprudencial na atualidade do Direito Contratual Brasileiro. Por essa teoria, nos casos em que o contrato tiver sido quase todo cumprido, sendo a mora insignificante, não caberá sua extinção, mas apenas outros efeitos jurídicos, como a cobrança ou o pleito de indenização por perdas e danos.
	O inadimplemento contratual caracteriza-se pelo total descumprimento ou pelo cumprimento de obrigação diversa daquela que foi acertada. Em ambos os casos, havendo culpa (em sentido amplo) por parte do inadimplente o credor poderá pleitear em juízo a execução do contrato ou sua resolução. Em determinados casos, dada a natureza da obrigação devida, a única saída é pedir a extinção do contrato. Indenização é cabível, provados o dano emergente ou o lucro cessante.
	No Brasil, não há uma previsão expressa desta teoria, há uma associação do adimplemento substancial com os princípios contratuais, que são a boa-fé objetiva e a função social do contrato. De acordo com o Enunciado n. 361 CJF/STJ, estabelecendo que “O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475”. O artigo 475 do Código Civil, trata do inadimplemento voluntário ou culposo do contrato, preceituando que a parte lesada pelo descumprimento pode exigir o cumprimento forçado da avença ou a sua resolução por perdas e danos.
	Para esta teoria, não se admite a extinção do negócio jurídico por mero inadimplemento contratual, sempre que se referir a obrigações de pouca monta e se o devedor tiver pautado sua conduta pela boa-fé.  O contrato deve atingir seu fim, e evita-se a rescisão por motivos pequenos, insignificantes, dando estabilidade as relações contratuais, ou seja, garantindo a sociedade um justo julgamento sobre temas que versarem sobre esta teoria.
4.1. Do Conceito de Adimplemento Mora e Inadimplemento Absoluto
	 A mora e o inadimplemento absoluto são espécie de gênero de inadimplemento, mas, são distintas. Possuem em comum a característica de ambos se referirem ao descumprimento da prestação principal, de da, fazer e não fazer.
	O inadimplemento absoluto resulta da completa impossibilidade de cumprimento da obrigação. Pode ser total ou parcial Será total quando a obrigação é completamente descumprida. Já o parcial tem lugar quando a prestação é entregue apenas em uma de suas partes. Desta maneira o credor não será obrigado a receber por partes, se assim não se ajustou (art. 314, CC), poderá responsabilizar o devedor pelo irremediável descumprimento da parcela contratual.
	A mora é o retardamento voluntário do cumprimento da obrigação, podendo ser ulterior, ocorrendo enquanto ainda é possível, ao credor receber a prestação. E a sanção pelo descumprimento. De acordo com o art. 394, CC, trata da mora do credor e do devedor, em situações quais sejam: a) o devedor que não efetuar o pagamento e b) o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. O devedor ainda responde pelos prejuízos a que sua mora der causa, com juros e atualizações monetárias, conforme o art. 395, CC. O principal efeito da mora, portanto, é tornar o devedor responsável pelos prejuízos que dela se originarem.
	Portanto, para eliminar os efeitos da mora, basta que o devedor eliminar os efeitos da mora, basta que o devedor proceda à oferta regular, que, por si só, acarreta a inversão das situações, salvo casos excepcionais. Em regra, portanto, com a oferta tem-se mora accipiendi (do credor) e não mais solvendi (do devedor).
4.2. Da aplicação da teoria do adimplemento substancial no ordenamento jurídico brasileiro e o princípio da boa-fé objetiva.
	A Teoria do Adimplemento Substancial para ser entendida em sua total fluidez deve-se abordar os princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475. O adimplemento substancial analisa o grau do incumprimento da obrigação em toda a sua extensão, não apenas a literalidade de certas cláusulas contratuais ou disposições legais que, num juízo apressado, poderiam autorizar a resolução do contrato com fulcro no artigo 475, do Código Civil, mesmo pela mora de parte insignificante da obrigação. Nesta senda, em se analisando o artigo 475 do Código Civil isoladamente, mesmo no caso do incumprimento de parte ínfima da obrigação, ao credor assistiria a liberalidade de requerer a resolução de todo o contratual.
	O cumprimento substancial ou o descumprimento mínimo deve ser analisado caso a caso levando-se em consideração a finalidade do contrato. É certo, portanto, que o adimplemento substancial tem por objetivo assegurar a boa-fé objetiva, a função social do contrato, manter o equilíbrio e a justiça contratual de modo a evitar que a resolução do contrato pelo inadimplemento insignificante cause prejuízo desmedido ao devedor.
	Para reforçar a aplicabilidade da teoria do adimplemento substancial nos contratos, abaixo julgado que julgou procedente a aplicação da referia teoria:
APELAÇÃO CÍVEL. BUSCA E APREENSÃO. PROCESSO EXTINTO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL DO CONTRATO. SENTENÇA MANTIDA. Com fulcro na teoria do adimplemento substancial do contrato, afasta-se o interesse de agir do credor para a propositura de ação de busca e apreensão de veículo, quando o financiamento resta quitado em quase 85%, pelo fato da medida se revelar extremamente desarrazoada. (TJ-MG - AC: 10439130069537001 MG, Relator: João Cancio, Data de Julgamento: 11/02/2014, Câmaras Cíveis / 18ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 14/02/2014).
	Dessa forma, o adimplemento consiste na conduta das partes, exclui-se o direito da resolução, permitindo tão-somente o pedido de indenização e/ou de adimplemento, tendo em vista que gera duas fases distintas: na primeira, estabelecem-se os parâmetros contratuais, os direitos, deveres, ônus e retaliações que dele podem advir; a segunda, a fase em que o devedor realiza a conduta originada da primeira fase, e é chamada de fase do adimplemento.
	É neste sentido que a teoria do adimplemento substancial ganha força no ordenamento jurídico brasileiro, haja vista que o princípio da integralidade do cumprimento da obrigação sofre uma relativização pela abertura do cumprimento quase integral, que tem o incumprimento mínimo e incapaz de prejudicar a substancialidade da obrigação.
	Baseando-se nos princípios contratuaisque servem de alicerce para a teoria do adimplemento substancial, o estudo da boa-fé é de suma importância em se tratando de direito obrigacional, pois, na maioria, senão em todos os casos, a obrigação e a vontade do indivíduo no momento em que se obriga não se separam quando das análises judiciais. No caso do Brasil, a boa-fé foi tão amplamente considerada como elemento valorativo nas demandas judiciais, que se concretizou nos diplomas supracitados. Tendo entendido os ditames da boa-fé, e atentando especialmente para sua função repressiva, podemos inferir que este princípio é fundamento primeiro da teoria do adimplemento substancial, pois, trata-se de “limitação ao direito do contratante não inadimplente à resolução”.
	O Princípio da Boa-fé objetiva em grande parte das relações jurídicas, principalmente nas contratuais, a boa-fé é requisito indispensável. Sabe-se que esta possui um cenário grande de operação, entretanto, a sua definição é muito complexa, isto porque a boa-fé detém inúmeras acepções, seja ela analisada sob a ótica subjetiva, objetiva ou como cláusula geral. Tem como característica o agir ético e correto, e que os contratantes passem a se tratar como parceiros e não como concorrentes. Dessa forma, devem harmonizar a relação contratual. 
	Nesta senda é que se verifica a importância da aplicabilidade da teoria do adimplemento substancial como um limitador do direito resolutivo do credor, que pautado no instituto da boa-fé objetiva e da função social do contrato, busca a valorização do indivíduo como sujeito de direitos, analisando a real extensão do incumprimento contratual que tão somente gerará o efeito resolutório quando houver a quebra da relação sintagmática do contrato e a perda de seu objeto.
	Por fim, a teoria do adimplemento substancial atua como verdadeiro mecanismo de controle ao exercício abusivo e injustificável do direito de resolução do credor quando o incumprimento não atinge o objeto da relação contratual, garantindo, desta forma, a preservação do contrato que constitui numa relação obrigacional de cooperação entre as partes, transformando o juiz em verdadeiro concretizado da justiça, deixando de atuar no processo como mero aplicador autômato da lei.
	Assim, conclui-se que a teoria do adimplemento substancial no ordenamento jurídico brasileiro e o princípio da boa-fé objetiva constituem em importante instrumento para a construção de novos paradigmas contratuais voltados para a paridade, harmonização e preservação das relações contratuais.
5. Conclusão
	Observamos que a grande relevância atual da teoria do adimplemento substancial está em antecipar a sua instauração no ordenamento jurídico, até mesmo para o fim das lacunas inerentes a sua aplicação ou quando deva se dar a mesma, para que não tenha como foco a porcentagem quantitativa e sim o negócio como um todo, até que conclua seu objetivo, e se é de vontade do credor a aplicação. 
	E a diante de todo o exposto, o adimplemento substancial é empregado somente em casos específicos em que o devedor já cumpriu quase que a totalidade do contrato e durante seu cumprimento torna-se incapaz de adimpli-lo. Sobrevindo referido argumento com a finalidade de preservar o contrato e o negócio jurídico em questão sem qualquer prejuízo às partes contraentes de boa-fé.
6. Referências Bibliográficas
ALVES, Jones Figueiredo. A Teoria do Adimplemento Substancial (“substancial performance”) do negócio jurídico como elemento impediente ao direito de resolução do contrato. Novo Código Civil: questões controvertidas. Série grandes temas de Direito Privado – vol. 4. São Paulo: Método, 2005.
BUSSATA, Eduardo Luiz. Resolução dos contratos e teoria do adimplemento substancial. 2. ed. São Paulo: Saraiva 2008.
CLARINDO, Aniegela Sampaio. Teoria do adimplemento substancial relacionada à boa-fé objetiva e à função social dos contratos. Disponível em:<< https://jus.com.br/artigos/19210/teoria-do-adimplemento-substancial-relacionada-a-boa-fe-objetiva-e-a-funcao-social-dos-contratos >> Acesso em 26 de outubro de 2017.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: Teoria Geral das obrigações contratuais e extracontratuais Vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2008.
FIGUEIREDO, Fabio Vieira. Da mora do devedor e do inadimplemento absoluto. Disponível em: << https://fabiovieirafigueiredo.jusbrasil.com.br/artigos/112229433/da-mora-do-devedor-e-do-inadimplemento-absoluto>> Acesso em 26 de outubro de 2017.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: contratos: teoria geral. São Paulo: Saraiva, 2006.
NERY JÚNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código Civil Anotado e Legislação Extravagante. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
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� Trabalho Interdisciplinar do Curso de Direito apresentado pelos alunos do 5º período do Centro Universitário do Triangulo – UNITRI, como requisito obrigatório para a obtenção do título de bacharel em Direito, sob orientação da Profa. Mcs. Maria Conceição Ferreira Castro.

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