Buscar

142987470 Avaliacao Psicologica em Criancas e Adolescentes

Prévia do material em texto

Manual 
 
Curso de Avaliação 
Psicológica em Crianças e 
Adolescentes 
 
 
Formadora: Dra. Andreia Serras 
 
 Psicóloga da Saúde 
 
 
 
 
 
 1 
 
 
Índice: 
 
Introdução 3 
Resumo 4 
Capítulo I - Módulo Figura Complexa de Rey 5 
Introdução, Ficha Técnica e Material 6 
Âmbito de Aplicação 7 
Normas de Aplicação 8 
Correcção 9 
Esquema gráfico da Figura A 
Pontuação e Aferição Portuguesa 
11 
12 
Possíveis Resultados 13 
Capítulo II - Módulo Matrizes Progressivas de Raven 14 
Introdução e Escala SPM 15 
Utilidade das Matrizes Progressivas de Raven, Constituição da Escala SPM e 
Descrição do Teste 
16 
Contexto de Aplicação 17 
Capítulo III - Módulo Bender 18 
Introdução, Material e Instruções 19 
Modelo I: Descrição do Modelo e Critérios de Cotação 20 
Modelo II: Descrição do Modelo 27 
Modelo II: Critérios de Cotação 28 
Modelo III: Descrição do Modelo e Critérios de Cotação 33 
Modelo IV: Descrição do Modelo e Critérios de Cotação 39 
Modelo V: Descrição do Modelo e Critérios de Cotação 48 
Interpretação Qualitativa 54 
Métodos de Trabalho 57 
Transtornos Neuropsicológicos 58 
Indicadores emocionais de Koppitz e Indicadores emocionais conforme 
compilação de Groth-Mornat 
60 
Tabelas 62 
Escalas de Maturação 64 
Modelos de Aplicação 65 
Grelha de Cotação 68 
Folha de Cotação 69 
Capítulo IV - Módulo WISC-III 71 
Introdução e Conceito de Inteligência 72 
Organização da Escala e Administração da Prova 73 
Tempo e Condições Físicas de Administração da Prova 74 
Constituição da WISC e Sugestões para as sessões de avaliação 75 
Descrições de todas as provas 76 
Conclusões 90 
Bibliografia 
Anexos 
91 
91 
 
 
 2 
 
Índice de Tabelas: 
 
 
Figura Complexa de Rey 
 
Quadro IX – Riqueza e Exactidão da Cópia 93 
 
Quadro X – Tempo de Cópia (minutos) 94 
Quadro XI – Frequência dos Tipos de Memória em relação à idade (em 
percentagem) 
95 
Quadro XIII – Riqueza e Exactidão da Reprodução da Memória 96 
Quadro VIII – Tipos de Cópia (segundo a idade) 97 
 
 
 
Bender (Tabelas) 
 
 
Tabela de Pontuações Totais 98 
Tabela de Diferenciação de Resultados entre Rapazes e Raparigas e Tabela 
de Resolução dos cincos modelos 
99 
Escala de Maturação 100 
Modelos de Aplicação 101 
Grelha de Cotação 104 
Folha de Cotação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
105 
 
 3 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
A Avaliação em Psicologia, refere-se à recolha e interpretação de informações 
psicológicas, resultantes de um conjunto de procedimentos confiáveis que permitam ao 
Psicólogo avaliar o comportamento. Aplica-se ao estudo de casos individuais ou de 
grupos ou situações. São considerados como procedimentos confiáveis aqueles que 
apresentem alto grau de precisão e validade. Entende-se por precisão o grau de 
confiabilidade do instrumento e por validade a capacidade para atingir os objectivos 
para os quais foi construído. 
 
 Na avaliação psicológica, há procedimentos com regras e situações bem 
definidas e um código operacional de tal forma que permita a qualquer psicólogo - 
examinador chegar ao mesmo resultado obtido por outro psicólogo dentro do mesmo 
período. 
 
Há outros procedimentos que exigem a intervenção interpretativa do 
examinador, tais como julgar a adequação ou a categoria de uma resposta, segundo 
modelos existentes e que podem exigir, também, a apreciação das condições do exame 
e julgamento de factores externos, facilitadores ou não das tarefas propostas. 
 
Assim, as avaliações assumem um lugar importante e devem incluir níveis de 
observação variados, no entanto, os meios de avaliação são imensos: entrevista com o 
doente e os que o rodeiam, anamnèse, exame psicológico. As escalas de avaliação 
fazem parte da “bateria” de testes que o psicólogo tem ao seu alcance para melhor 
compreender um problema particular relativo ao sujeito como individuo. Mas estes 
dados não têm sentido senão em função das expectativas, das condições de vida, da 
história pessoal, da situação actual e do funcionamento psíquico do doente. Os 
elementos clínicos recolhidos devem permitir ao psicólogo, reduzir a margem de erro na 
identificação dos problemas de um sujeito e também propor planos de tratamento e/ou 
orientações terapêuticas adequadas. 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
Resumo 
 
Pretende-se auxiliar os alunos e profissionais de psicologia a melhorarem a sua 
aprendizagem com alguns instrumentos essenciais à Prática Clínica em adolescentes. 
 
 
Este curso, tem como principal objectivo a partilha de oportunidades, 
experiências, discussões de casos, forma de cotação de alguns instrumentos, exercícios e 
esclarecimento de dúvidas, de forma a consolidar os conhecimentos adquiridos na 
Universidade e garantir a sua adequação à prática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo I 
 
 
 
Módulo Figura Complexa de Rey 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
1. Introdução 
 
Este instrumento de avaliação psicológica, permite-nos fazer um “diagnóstico 
diferencial entre a debilidade mental constitucional e o défice adquirido em 
consequência de traumatismo craneo-cerebral”. 
 
O desenho de cópia das figuras tem sido muito utilizado em provas psicológicas, 
apresentando assim vantagens de utilizar material reduzido e ser facilmente aceite por 
indivíduos tímidos, inibidos ou com dificuldades de linguagem. 
 
Esta prova pretende avaliar a actividade perceptiva e a memória visual, em duas 
fases, no processo de cópia e a reprodução de memória. 
 
O seu objectivo é analisar o modo como o indivíduo apreende os dados 
perceptivos que lhe são fornecidos e o que foi retido espontaneamente pela sua 
memória. 
 
 
2. Ficha Técnica 
 
Nome: Teste de cópia e de reprodução de Figuras Complexas 
 
Autor: André Rey 
 
Procedência: Centre de Psychologie Appliquée (Paris), proprietário do “Copyright” 
original 
 
Adaptação Portuguesa: Secção de Estudos de Testes da CEGOC-TEA, LDA, 
Lisboa, proprietário do “Copyright” para língua portuguesa 
 
 
3. Material 
 
� Manual 
� Lâmina da prova 
� Papel Branco 
� Lápis de cor 
� Lápis preto 
� Cronómetro 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
 
4. Âmbito de Aplicação (Figura A) 
 
 
� Aplicação: Individual 
� Idade: A partir dos 5 anos 
� Tempo de aplicação: Variável entre 5 e 25 minutos 
� Tempo de correcção: 2 minutos 
� Indicações: Estudo da actividade perceptiva e da memória visual 
� Aferição portuguesa: Diversas amostras de populações portuguesas a partir 
dos 5 anos de idade 
 
 
 
 
 
Figura A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
 
5. Normas de Aplicação 
 
 
5.1 Cópia do Modelo 
 
O examinador deve ter presente cinco ou seis lápis de cores diferentes, dar ao 
sujeito uma folha de papel branco e dizer: 
 
 “Tem aqui um desenho; vai copiá-lo nesta folha; não é necessário fazer uma 
cópia rigorosa; é preciso no entanto, ter atenção às proporções e sobretudo não esquecer 
nada. Não é necessário trabalhar à pressa. Comece com um lápis”. 
 
Dá-se um primeiro lápis encarnado, por exemplo, e deixa-se o sujeito trabalhar 
durante alguns instantes (o cronómetro é colocado a funcionar discretamente). 
Entretanto dá-se um lápis de outra cor pedindo ao sujeito que continue. Utilizam-se à 
volta de 5 a 6 cores diferentes. É necessário anotar a sucessão das cores para identificar, 
no desenho, o desenrolar da cópia. 
 
Os débeis mentais ou as crianças começam a trabalhar por um detalhe e depoiscopiam pouco a pouco e centímetro a centímetro, método que conduz a uma cópia 
defeituosa; as proporções gerais não podem ser respeitadas, resultam de deformações 
que aumentam à medida que a copia progride. 
 
 
5.2 Reprodução de Memória 
 
 
Deve fazer-se uma pausa que não ultrapassa-se os 3 minutos, passando-se assim 
a um segundo tempo da prova que consiste na reprodução de memória, da figura 
copiada. Convida-se o sujeito a desenhar a memória, numa segunda folha, a figura 
geométrica. 
 
Se estamos com pressa utiliza-se um único lápis, caso contrário, pode retomar-se 
a técnica dos lápis de várias cores. Não há limite de tempo para a reprodução, sendo o 
próprio sujeito que indicará quando terminou. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
 
 
6. Correcção 
 
Serão apresentados os diferentes tipos de cópia definidos por P. A. Osterrieth, 
estando ordenados do mais racional ao menos racional, considerando-se 
simultaneamente nesta apreciação os nossos hábitos intelectuais, a rapidez de cópia e a 
precisão do resultado. 
 
I – Construção sobre a Armação 
 
 
 O sujeito começa o desenho pelo rectângulo central, que passa a funcionar como 
a armação, sobre a qual dispõe todos os demais elementos da figura. O rectângulo 
grande constitui, a base que serve de referência e de ponto de partida para a construção 
da figura. 
 
 
II – Detalhes englobados na Armação 
 
 
O sujeito começa por um ou outro detalhe contíguo ao grande rectângulo (p.ex. a 
cruz da parte superior do lado esquerdo), ou traça o grande rectângulo, incluindo nele 
algum dos detalhes (p.ex. o quadrado exterior contíguo ao ângulo inferior esquerdo do 
rectângulo central) e utiliza-o como armação do seu desenho, como no tipo I. 
Assemelha-se, também, a este tipo II, o processo, pouco frequente, que consiste em 
desenhar as diagonais do rectângulo antes do seu contorno, utilizando, de seguida este 
como armação. 
 
 
III – Contorno Geral 
 
 
 O sujeito começa o seu desenho pela reprodução do contorno integral da 
figura sem diferenciar nela, explicitamente, o rectângulo central. O sujeito obtêm assim 
uma espécie de “contentor” onde são depois colocados todos os detalhes interiores. 
 
 
IV – Justaposição de Detalhes 
 
 
 O sujeito vai desenhando os detalhes uns ao lado dos outros, como se 
estivesse a fazer um puzzle. Não existe um elemento director da reprodução. Uma vez 
terminada, melhor ou pior, a figura é globalmente reconhecida e pode até estar 
perfeitamente conseguida. 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
V - Detalhes sobre o Fundo Confuso 
 
O sujeito desenha um grafismo, pouco ou nada estruturado, no qual não é 
possível identificar o modelo, embora existam certos detalhes reconhecíveis, pelo 
menos na sua intenção. 
 
VI – Redução a um Esquema Familiar 
 
O sujeito transforma a figura num esquema que lhe é familiar e que pode, por 
vezes, recordar vagamente a forma geral do modelo ou de alguns dos seus elementos 
(casa, barco, peixe, boneco, etc.) 
 
 
VII – Garatujas 
 
O sujeito faz simplesmente umas garatujas nas quais é impossível reconhecer 
qualquer dos elementos do modelo e tão pouco a sua forma global. 
 
 
P. A. Osterrieth, dividiu a figura em 18 partes, que se podem considerar como 
outras tantas unidades, que intervêm quer na cópia quer na reprodução de memória. 
Assim, o sujeito não percebe, não fixa um a um todos os segmentos que compõem o 
desenho, antes capta-os organizados num certo número de estruturas: armação geral, 
superfícies, eixo diversos, apêndices externos e detalhes que se repetem simetricamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
 
Esquema gráfico da Figura A 
 
 
 
 
 
O esquema gráfico mostra a divisão da Figura A em 18 unidades, numeradas de acordo 
com a seguinte ordem: 
 
1. Cruz exterior contigua ao ângulo superior esquerdo do rectângulo grande. 
2. Rectângulo grande, armação da figura. 
3. Cruz de Santo André, formada pelas diagonais do rectângulo grande. 
4. Mediana horizontal do rectângulo grande 2. 
5. Mediana vertical do rectângulo grande 2. 
6. Pequeno rectângulo interior (contíguo ao lado esquerdo do rectângulo 2, 
limitado pelas semidiagonais esquerdas deste e cujas diagonais se contam sobre 
a mediana 4). 
7. Pequeno segmento colocado sobre o lado horizontal superior do elemento 6. 
8. Quatro linhas paralelas situadas no triangulo formado pela metade superior da 
mediana vertical e a metade superior da diagonal esquerda do rectângulo 2. 
9. Triângulo rectângulo formado pela metade do lado superior do rectângulo 2, 
pelo prolongamento superior da mediana vertical 5, e pelo segmento que une o 
extremo deste prolongamento com o ângulo superior direito ao rectângulo 2. 
10. Pequena perpendicular ao lado superior do rectângulo 2, situada debaixo do 
elemento 9. 
11. Circulo com três pontos inscritos, situados no sector superior direito do 
rectângulo 2. 
12. Cinco linhas paralelas entre si e perpendiculares à metade inferior da diagonal 
direita do rectângulo 2. 
13. Dois lados iguais que formam o triangulo isósceles construído sobre o lado 
direito do rectângulo 2, exteriormente a este. 
 
 12 
14. Pequeno losango situado no vértice extremo do triangulo 13. 
15. Segmento situado no triangulo 13 paralelamente ao lado direito do rectângulo 2. 
16. Prolongamento da mediana horizontal e que constitui a altura do triangulo 13. 
17. Cruz da parte inferior, compreendendo o braço paralelo ao lado inferior do 
rectângulo 2 e o pequeno prolongamento da mediana 5 que a une a este lado. 
18. Quadrado situado no extremo inferior esquerdo do rectângulo 2, prolongamento 
do lado esquerdo, compreendendo também a sua diagonal. 
 
 
7. Pontuação 
 
A) Riqueza e Exactidão da Cópia 
 
 Por cada unidade: 
� Correcta - bem situada = 2 pontos 
 - mal situada = 1 ponto 
 
� Deformada ou incompleta - bem situada = 1 ponto 
 mas reconhecível - mal situada = ½ ponto 
 
� Irreconhecível = 0 pontos 
 ou ausente 
 
 Assinala-se as várias unidades reproduzidas, pontuando segundo estes critérios, 
somando-se as pontuações obtidas. A pontuação máxima é de 36 pontos. 
B) Tempo da Cópia 
 
Coloca-se o cronómetro a funcionar no momento em que o sujeito começa a 
trabalhar e pára-se quando este dá por terminada a prova; o tempo de execução é 
arredondado sempre para o minuto seguinte; assim os tempos 2´15´´ e 2´50´´ 
arredondam-se, nos dois casos, para 3´e este valor lê-se “entre 2 e 3 minutos”. 
 
 
8. Aferição Portuguesa 
 
Analisa-se separadamente a cópia e a representação da memória da Figura A 
segundo os parâmetros de Ostarrieth: tipos de reprodução e tempo gasto na execução da 
cópia. 
 
Os grupos de idades são constituídos abrangendo a idade completa, sendo a 
leitura feita entre a idade referida e o ano imediatamente seguinte (ex. o grupo dos 9 
anos lê-se entre 9 e 10 anos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 
 
 
 
9. Possíveis Resultados 
 
 Após uma avaliação cuidada de todas as provas que o sujeito realizou, fazer-se-
á uma avaliação quantitativa, através das tabelas e uma avaliação qualitativa dos 
resultados obtidos (para este tipo de avaliação, no manual teórico, explica algumas 
formas, de como os formandos poderão tirar as suas conclusões, das provas por si 
aplicadas). 
 
 Cópia 
 
 Quadro VII - Frequência dos tipos de cópia em relação idade (em 
percentagem) 
 Quadro VIII - Tipos de cópia 
 Quadro IX - Riqueza e exactidão da cópia 
 Quadro X - Tempo de cópia 
 
 Memória 
 
 Quadro XI - Frequência dos tipos de reprodução de memória (em 
percentagem) 
 Quadro XII - Tipos de reprodução dememória 
 Quadro XIII - Riqueza e exactidão da reprodução de memória. 
 
 Terminadas estas provas, terão de ser consultadas as tabelas acima referidas 
(estarão em anexos), para que o formando, tenha assim, contacto com os possíveis 
resultados do sujeito, em ambas as provas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo II 
 
 
 
 
Módulo Matrizes Progressivas de 
Raven 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
 
 
 
1.Introdução 
 
As Matrizes Progressivas de Raven, trata-se de um teste não verbal para 
avaliação da inteligência, especificamente do factor "g", proposto por Spearman. 
 
Assim, pretendem avaliar um dos componentes do factor “g”, a capacidade 
edutiva, que consiste em extrair novos insights e informações do que já é conhecido. 
 
O outro componente é a capacidade reprodutiva, que é avaliada por testes de 
vocabulário. 
 
Avalia a inteligência geral, mais propriamente a capacidade do sujeito para 
deduzir relações. 
 
A capacidade reprodutiva relaciona-se ao domínio, à lembrança e à reprodução 
de materiais, em geral verbais, que constituem a base cultural de conhecimentos. 
 
Em função da teoria da qual deriva, o Teste de Raven avalia a inteligência 
medida pelos seus resultados (Davidoff, 1983). 
 
Desta forma, desconsidera os processos ou diferenças qualitativas que interferem 
nas respostas dos indivíduos. 
 
 
 
2.Escala SPM 
 
 
O Autor da Escala SPM foi J. C. Raven, J. H. Court e J. Raven. Este Teste pode 
ser aplicado individualmente e/ou colectivamente, em grupos de oito a nove 
crianças/adolescentes. 
 
Contudo, não tem limite de tempo, sendo em média necessário entre 15 a 20 
minutos. 
 
Destina-se assim a crianças, com idade superior a 6 anos, a adultos, a deficientes 
mentais e pessoas idosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
 
3.Utilidade das Matrizes Progressivas de Raven 
 
 
São Indicadas para avaliação do desenvolvimento intelectual na escola, para 
diagnósticos clínicos, e também para estudos interculturais e antropológicos. 
 
Ainda é útil para sujeitos portadores de deficiências físicas, afasias, paralisia 
cerebral ou surdez, bem como sujeitos que não dominem a língua nacional. 
 
 
4.Constituição da Escala SPM 
 
 
É constituída por 60 itens, que estão divididos em 5 séries de 12 itens ordenados 
por grau de dificuldade. 
 
Os vários itens são constituídos por material não verbal. 
 
Esta escala é composta por um caderno de aplicação, no qual vêm representados 
cinco subconjuntos de itens (A, B, C, D e E). 
 
 
5.Descrições do Teste 
 
O início de cada série começa sempre por itens mais fáceis, em que objectivo é 
permitir ao examinando um novo tipo de raciocínio, que vai ser exigido nos itens 
seguintes. 
 
Os itens baseiam-se num desenho ou numa matriz em que falta uma parte, em 
baixo no qual são apresentadas seis alternativas, em que uma completa a matriz 
correctamente. 
 
O examinando deve portanto escolher uma das alternativas para a parte que falta. 
 
Neste Teste, uma grande parte dos seus itens são impressos com um fundo 
colorido, cujo objectivo é atrair a atenção e motivar os examinandos. 
 
A avaliação é feita através de uma chave de correcção. 
 
Os totais parciais de cada série permitem determinar a consistência da 
pontuação, que indica a validade do resultado. O total de acertos é convertido em 
percentil. 
 
 
 
 
 
 17 
 
 
6.Contexto de Aplicação 
 
Vários autores, fizeram estudos em que foi comparado os resultados de crianças 
em função do tipo de escola, sendo que se verificou a existência de diferenças 
estatisticamente significantes entre as médias das crianças de escolas particulares em 
relação às das escolas públicas. 
 
Ainda foi verificado, nestes estudos que pessoas oriundas de meios mais 
desfavorecidos economicamente apresentam piores resultados em relação a indivíduos 
de meios mais favorecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo III 
 
 
 
 
Módulo Bender 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 19 
1. Introdução 
 
Esta prova permite avaliar a discordância entre o nível intelectual global da 
criança e o seu nível do ponto de vista de organização espacial, ou seja, a organização 
perceptivo-motora do espaço e sua representação gráfica. 
 
Esta capacidade evolui com a idade, apesar de poder verificar-se apenas atraso 
neste domínio específico, sem relação directa com o nível de idade mental global, sendo 
no entanto fundamental para o desempenho escolar. 
 
 
2. Material 
 
� Cinco modelos de cartões de 10 x15 cm, apresentados separadamente; 
� Cinco folhas de papel branco A5; 
� Lápis de carvão, bem afiado; 
� Uma folha de anotação, na qual se anota o comportamento do sujeito no 
decurso da prova e que servirá para a cotação; 
� Folha de cotação. 
 
 
3. Instruções 
 
Dizer à criança: “Vou pedir-te para copiares desenhos, e vais tentar copiá-los 
o mais exactamente possível.” Colocar o primeiro modelo na mesa, dizendo: “Eis o 
primeiro. São cinco ao todo. Começa aqui (indicar o canto superior da folha colocada 
no sentido do comprimento). Assim terás lugar para todos.” 
Se a criança não seguir as instruções, não se deve intervir. 
Caso peça para recomeçar, permite-se, mas será a primeira reprodução aquela 
que será válida para cotação. 
Não se permite a mudança de posição do modelo. No entanto, se a criança 
mudar, durante a execução, a posição da sua folha, não se intervém. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
MODELO I 
 
1. Descrição do modelo 
 
A (I) 
O modelo pode ser descrito como um conjunto compreendendo: 
- um círculo de 24 mm de diâmetro; 
- um quadrado sobre ponta, de 20 mm de lado; a diagonal mede 28 mm. 
O quadrado é tangente ao círculo. O centro do círculo e o centro do quadrado são 
alinhados pelo ponto de tangência, conforme uma recta horizontal, o quadrado estando 
à direita do círculo. 
As rubricas utilizadas para este modelo são: 
- a forma, 
- as relações de proximidade/separação, 
- a orientação precisa, 
- o alinhamento, 
- as dimensões. 
 
2. Critérios de Cotação 
Geral: 
Quadrado sobre ponta sempre correcto: ângulos medidos pela grade A. 
Eixo horizontal: medida pela grade C, o eixo é considerado como horizontal, se o 
centro do quadrado estiver no interior do ângulo C. 
Tangência correcta: existe um ponto de contacto e um só entre o círculo e o quadrado, 
tolera-se um contacto de um milímetro. 
Ponto de tangência do eixo: 
- a forma do quadrilátero é correctamente reproduzida: há 4 lados; tolera-se um ângulo 
mal reproduzido; 
- há a tangência ou quase tangência; 
- a recta virtual que une os centros dos círculos e do quadrado, passa pelo ponto de 
contacto; tolera-se um milímetro de separação. 
Círculo igual ao modelo: contido na coroa da grade D1. 
Quadrado igual do modelo: a grade D2 é utilizada para o quadrado, da mesma forma 
que a grade D1 para o círculo: o quadrado deve ficar por inteiro compreendido entre os 
dois da grade. 
 
 
 21 
Detalhada: 
MODELO I – Número de itens: 6. Máximo de pontos: 15. 
Item 1: Existem aqui dois níveis de sucesso. 
1a. Nota 3: Quadrado pontiagudo inteiramente correcto. 
Os quatro ângulos são medidos com a ajuda da grelha A. Os ângulos devem ser 
rectos (90º): mede-se o ângulo, o mais perto possível. A igualdade dos lados e 
calculada a olho nu. 
Tolera-se a hipermetria (acima da medida padrão) e a hipometria (abaixo da medida 
padrão) do traçado dos ângulos, estes, ligeiramente menos acentuados, não se exige que 
os lados sejam rigorosamenterectilíneos (ex. 1a e 1b). 
Nota: Para cada um dos exemplo, é indicado por (+) a nota que é concedida, e por (-) 
quando a nota não é concedida; a reprodução dada no exemplo é sempre em traço 
grosso; os ponteados indicam, eventualmente, a posição da grelha de correcção. 
 
 Ex: 1a (+) Ex: 1b (+) 
1b. Nota 2: A reprodução do quadrado pode ser compreendida como: 
- um rectângulo pontiagudo: os ângulos são rectos (grelha A), comprimento é nitidamente superior à 
largura (ver ex. 2a e 2b); 
 
 
 
Ex: 2a (+) Ex: 2b (+) 
 
- um losango: nenhum dos ângulos é recto, mas os lados são iguais (ver ex. 3a e 3b); 
 
 
 22 
 
Ex: 3a (+) Ex: 3b (+) 
 
- um paralelogramo pontiagudo: os lados são paralelos dois a dois, os ângulos não são 
rectos (ver ex. 4a e 4b); 
 
Ex: 4a (+) Ex: 4b (+) 
 
- um trapézio rectângulo pontiagudo: dois ângulos consecutivos são rectos (ver ex. 5a 
e 5b). 
 
Ex: 5a (+) Ex: 5b (+) 
1c. Nota 1: Quadrilátero irregular pontiagudo: existem quatro ângulos nítidos e quatro 
lados. Os lados são desiguais, existe no máximo um ângulo recto (ver ex. 6 e 7). 
 Ex: 6a (+) Ex: 6b (+) 
 
 
 
 
 23 
 
 
 
 
 Ex: 7a (-) Ex: 7b (-) 
Notar bem: Nenhum ponto deve ser concedido em caso de “secância dissimulada”. 
 
Item 2: Nota 2: Eixo horizontal 
O eixo constitui o lado direito que une o centro do círculo e o centro do 
quadrado. O centro do círculo é determinado a olho nu; o centro do quadrado é a 
intersecção das diagonais, se estas se podem considerar válidas, senão, o centro do 
quadrado é determinado a olho nu. 
A horizontalidade é avaliada com a ajuda da grelha C: faz-se coincidir o vértice 
do ângulo da grelha C com o centro do círculo e uma horizontal da grelha com o bordo 
superior da folha de desenho. O eixo é considerado como horizontal se o centro do 
quadrado é interno ao ângulo C: tolera-se que ele esteja sobre um lado do ângulo C (ver 
ex. 8 e 9). 
 
 Ex: 8a (+) para o item 2 Ex: 8b (+) para o item 2 
(-) para o item 4 (-) para o item 4 
 
 
 
 24 
 
 Ex: 9a (-) Ex: 9b (-) 
 
Item 3: Existem dois níveis de sucesso: 
3a. Nota 2: Tangência correcta 
- existe um só ponto de contacto entre o círculo e o quadrado, isto para quaisquer que 
sejam as formas dadas a estes elementos (ex. 10a). Tolera-se um contacto em um 
milímetro (ex. 10b) ou a junção por um pequeno traço que sai fora do quadrado (ex. 
10c): a nota não é concedida se não houver contacto (11a) ou se houver mais de um 
ponto de contacto (ex. 11b e 11c). 
 
 
Ex: 10a (+) Ex: 10b (+) 
 
 
 Ex: 10c (+) Ex: 11a (-) para o item 3a 
(+) para o item 3b 
 
 
 
 25 
 
 Ex: 11b (-) para o item 3a Ex: 11c (-) para o item 3a 
(+) para o item 3b (+) para o item 3b 
 
3b. Nota 1: Quase tangência, isto é, pode ser: 
- ligeira separação: existem no máximo dois milímetros de separação entre os dois 
elementos (11a); 
- ligeira secância: o ângulo do quadrado pontiagudo no interior do círculo, mas 
nenhuma superfície branca é visível que seja comum ao círculo e ao quadrado (11b); 
- existe um contacto de mais de um elemento entre o círculo e o quadrado (11c): se os 
elementos estão separados por mais de dois milímetros (ex. 12a), ou nitidamente 
secantes (ex. 12b), a nota não é concedida. 
Notar bem: Na aferição, nenhum ponto foi concedido sob esta rubrica para as secâncias 
dissimuladas. 
 
 Ex: 12a (-) Ex: 12b (-) 
 
Item 4: Nota 2: Ponto de tangência sobre o eixo. 
Três condições devem ser respeitadas: 
- a forma do quadrilátero é correctamente reproduzida: existem quatro lados, tolera-se um 
ângulo mal reproduzido; 
- há uma tangência ou quase-tangência (cf. item 3); 
- a linha direita virtual que une os centros do círculo e do quadrado passa por um ponto de 
contacto: tolera-se um milímetro de afastamento. 
Exemplos 13 e 14: a nota é concedida. 
 
 
 
 
 
 
 26 
 
 
 
 Ex: 13 (+) Ex: 14 (+) 
 
Exemplos de reproduções onde esta nota não é concedida: cf. ex. 8. 
 
Item 5: Nota 3: Círculo igual ao modelo. 
O círculo está completamente contido na coroa da grelha D1 (Ex. 15). 
Tolera-se que a reprodução seja tangente aos círculos que limitam a zona, mas a nota é concedida se 
uma parte da reprodução é exterior à zona (ex. 16a e 16b). 
 
 
 Ex: 15 (+) Ex: 16a (-) 
 
 
 Ex: 16b (-) 
 
 
 
 27 
Item 6: Nota 3: Quadrado igual ao modelo. 
A nota não pode ser concedida se a forma do quadrado não for “correcta” (cf. item 
1), tolera-se um ângulo mal reproduzido. 
A grelha D2 é utilizada para o quadrado da mesma maneira que a grelha D1 é 
utilizada para o círculo: o quadrado deve ser totalmente compreendido entre os dois 
quadrados da grelha (ver ex. 17 e 18). 
 
 
 Ex: 17 (+) Ex: 18a (-) 
 
 Ex: 18b (-) 
 
 
MODELO II 
 
1. Descrição de modelo 
 
 28 
2 (II) 
Os determinantes do modelo são: 
- três linhas paralelas horizontes de círculos, espaçadas 5,5mm. 
- dez paralelas fazendo com a horizontal um ângulo de mais 115º, inclinadas 25º 
sobre a esquerda da vertical e espaçadas 12,5mm. Cada uma das 30 intersecções é o 
centro de um círculo de 1,5mm de diâmetro. 
Podemos considerar a figura como um conjunto horizontal de dez elementos 
inclinados para a esquerda e compreende cada um, 3 pequenos círculos alinhados. 
As rubricas utilizadas para este modelo são: 
- a forma, 
- o número, 
- relações de proximidade/separação, 
- orientação, 
- alinhamento, 
- dimensão. 
 
2. Critérios de Cotação 
Geral: 
Número correcto de elementos: há 11 grupos de círculos, nitidamente perceptíveis. 
Nenhum contacto entre os círculos no interior de um elemento: o espaço deve ser 
nítido. 
Todos os elementos estão inclinados para a esquerda: utiliza-se a grade B: as 
horizontais da grade, estando paralelas à borda superior da folha do desenho, considera-
se que um elemento está inclinado para a esquerda quando o centro do círculo inferior 
está situado à direita da vertical, passando pelo centro do círculo superior do elemento. 
Paralelismo dos elementos: os elementos são considerados paralelos, quando se pode 
seguir as linhas de inclinação sucessivas com uma recta da grade B, sem modificar a 
direcção desta. 
Eixo inclinado de 0 a 5º sobre a horizontal: o eixo do modelo II é a recta que une os 
centros dos círculos extremos da linha superior. Se há mais de 11 elementos, não se 
consideram senão os 11 primeiros. Utiliza-se a grade C. A nota é concedida se o centro 
do último círculo, à direita da linha superior, é interior ao ângulo C. 
Alinhamento correcto dos círculos da linha superior: círculo < 4 mm, o alinhamento 
é considerado como correcto, quando nenhum círculo da linha fica totalmente fora da 
zona determinada para as tangentes aos dois círculos extremos. Grade B. A tangência 
exterior é tolerada, mas a nota não é concedida se no mínimo dois círculos tangentes 
exteriormente ficam situados de uma e de outra parte da zona. 
Comprimento total da figura compreendida entre 8 e 14 cm: a nota não pode ser 
concedida senão quando o número de elementos é exacto. Pela grade B mede-se a 
distância entre os centros dos círculos extremos da linha superior. 
 
Detalhada: 
MODELO II – Número de itens: 8. Máximo de pontos: 16. 
Item 1: Nota 2: Número correcto de elementos (colunas de elementos). 
Existem dez grupos de círculos, nitidamente perceptíveis. A nota não é concedida se a 
reprodução não compreender uma linha de pontos. Em compensação, não se tem em conta a 
exactidão do número de círculos no interior de um grupo. 
 
 29 
Os itens seguintes são cotados quando hápelo menos seis elementos, e, são cotados os doze 
primeiros elementos quando existir um número maior. 
As notas respeitantes aos itens 2, 3 e 7 não podem ser concedidas se mais de dois elementos 
da reprodução comportarem menos de três círculos. 
 
Item 2: Nota 1: Não há contacto entre os círculos no interior de um elemento. 
Basta apenas um contacto para que a nota não seja concedida. O espaço deve ser 
nítido: em caso de dúvida, não se atribui a nota (ex. 1). 
 Ex: 1a (+) b (-) c (-) 
Item 3: Nota 2: Todos os elementos estão inclinados para a esquerda. 
A nota não é concedida se o eixo da figura for vertical, em vez de ser horizontal. 
Para cotar este item, utiliza-se a grelha B: as horizontais da grelha sendo paralelas 
ao bordo superior da folha de desenho, considera-se que um elemento está inclinado 
para a esquerda quando o centro do círculo inferior está situado à direita da vertical 
passando pelo centro do círculo superior do elemento (ex. 2). 
 
 
 Ex: 2a (+) b (+) c (-) 
 
A nota é concedida se hesitar-se relativamente à exactidão de um elemento (ex. 3b). 
Mas, a nota é recusada se apenas um elemento estiver nitidamente mal orientado (ex. 3c). Não 
se exige que os elementos sejam paralelos (cf. item 4). 
 
 Ex: 3 a (+) Ex: 3 b (+) 
 
 30 
 Ex: 3c (-) 
 
 Item 4: Nota 3: Paralelismo dos elementos. 
Duas condições preliminares devem ser respeitadas para que se possa examinar o sucesso 
inerente a este critério: 
- a nota foi atribuída ao item três (todos os elementos estão inclinados para a esquerda); 
- não existe contacto entre dois elementos. 
 
A definição de um critério rigoroso revelou-se impossível, a “linha de inclinação” de um 
elemento, sendo definida como direita e que une os centros dos círculos superior e inferior 
deste elemento, os elementos são considerados paralelos quando se podem seguir as linhas 
de inclinação sucessivas com uma direita da grelha B sem modificar a direcção desta (ver ex. 
4 e 5). 
 
 
 Ex. 4a (+) Ex. 4b (+) 
 
 
 Ex. 5a (-) Ex. 5b (-) 
 
 31 
 
 
 Ex. 5c (-) 
 
Item 5: Nota 2: Eixo inclinado de 0 a 5º sobre a horizontal. 
O eixo do modelo II é a direita que une os centros dos círculos extremos da linha superior. 
Se houver mais de doze elementos, considera-se apenas os doze primeiros. 
Utiliza-se a grelha C: faz-se coincidir o vértice do ângulo da grelha com o centro do primeiro 
à esquerda da linha superior, as horizontais da grelha são paralelas ao bordo superior da folha de 
desenho. 
A nota é concedida se o centro do último círculo, à direita, da linha superior, for interior ao 
ângulo C (ver ex. 6 e 7). Tolera-se que se encontre sobre um lado do ângulo. 
Não se toma, absolutamente, em conta, aqui, da disposição dos círculos intermediários da 
linha superior em relação ao eixo (ex. 6). 
 
 
 
 Ex: 6 (+) 
 
 
 Ex: 7 (-) 
 
Item 6. Nota 1: Alinhamento correcto dos círculos da linha superior. 
Exige-se aqui que nenhum círculo da linha tenha um diâmetro superior a quatro 
milímetros (ex. 8). 
 
 32 
O alinhamento é considerado como correcto, quando nenhum círculo da linha é 
totalmente exterior à zona determinada pelas tangentes exteriores aos dois círculos últimos. 
Materializa-se uma, depois a outra tangente, por uma qualquer das direitas da grelha B 
(ex. 9). 
A tangência exterior é tolerada (ex. 10): mas a nota não é concedida, se pelo menos dois 
círculos tangentes estão situados exteriormente de um e de outro lado da zona (ex. 11). 
 
 
 
 Ex: 8 (-) 
 
 
 Ex: 9 (+) 
 
 
 Ex: 10 (+) 
 
 
 Ex: 11 (-) 
 
 
 
 33 
Item 7. Nota 2: Alinhamento correcto dos círculos da linha inferior. 
Os mesmos critérios utilizados no item 6. Considera-se o círculo inferior de cada elemento, 
qualquer que seja o número de círculos que o constitua. 
 
Item 8. Nota 3: Comprimento total da figura compreendida entre 8 e 14 centímetros. 
A nota só pode ser concedida se o número de elementos for exacto. Com a ajuda da grelha B, 
mede-se a distância entre os centros dos últimos círculos da linha superior. 
 
 
MODELO III 
 
1. Descrição do modelo 
4 (III) 
Embora os termos não sejam adequados, chamaremos aos dois elementos do modelo, 
um “quadrado” e “ogiva”. 
Dentro do “quadrado” distinguiremos os lados e a base; na “ogiva” a curva (parte central 
arredondada) e os ganchos (as duas extremidades). 
Os lados do “quadrado” medem 18mm. 
A “ogiva” é tangente ao ângulo direito do quadrado, o seu eixo de simetria forma 
com a base do quadrado um ângulo de 30º. 
As rubricas utilizadas para o modelo são: 
- a forma, 
- relações de proximidade/separação, 
- orientação geral, 
- orientação precisa, 
- dimensão. 
 
2. Critérios de Cotação 
Geral: 
Mesmo nível na conclusão dos dois lados: os dois vértices dos lados ficam à mesma 
distância da base. Cotar utilizando as linhas paralelas da grade B. 
Curvas bem feitas: a forma da curva respeita com precisão a simetria e as proporções 
internas do modelo (relação entre a profundidade e a distância entre os ganchos). 
 
 34 
Ganchos bem feitos: respeitam a forma arredondada e o sentido da abertura conformes 
ao modelo. A nota não é concedida se um dos ganchos é duas vezes mais profundo ou 
mais extenso que o outro. 
Colocação correcta da curva: a curva está situada na zona delimitada pelas medianas 
da base e do lado direito do quadrado. 
Ponto de tangência correcto: a parte superior da curva toca o ângulo direito do 
quadrado. Tolera-se urna ligeira secância ou uma ligeira separação. 
Tangência: tolera-se uma ligeira secância. 
Quadrado igual ao modelo: a reprodução está situada completamente no interior da 
zona delimitada pelos dois quadrantes da grade. 
 
Detalhada: 
MODELO III – Número de itens: 7. Máximo de pontos: 12. 
Item 1. Nota 3: Os dois ângulos do quadrado são rigorosamente correctos. 
A nota não é concedida quando o quadrado está invertido. 
Os dois ângulos medem exactamente 90º (utilizar a grelha A). 
Deve-se tomar a medida bem perto do ângulo, já, para não ter em conta os eventuais 
desvios determinados pelos aspectos não rectilíneo dos lados ou da base. 
Tolera-se a hipermetria e a hipometria do traçado dos ângulos, os ângulos 
ligeiramente menos acentuados, e não se exige que os lados sejam rigorosamente 
rectilíneos (ver ex. 1 e 2). 
 
 
 Ex: 1a (+) Ex: 1b (+) Ex: 1c (+) 
 
 
 Ex: 2a (-) Ex: 2b (-) Ex: 2c (-) 
 
 
 
 
 35 
Item 2: Nota 1: Mesmo nível de paragens dos dois lados. 
A nota não é concedida quando o quadrado está invertido. Os dois vértices dos 
lados estão à mesma distância da base (ver ex. 3 e 4). Não se tem em conta, aqui, o 
comprimento efectivo dos lados (3a), da sua exacta linearidade (3b), nem da orientação 
da base do quadrado (3c). 
Cotar rigorosamente utilizando as linhas paralelas da grelha B. 
 
 Ex: 3 (+) a b c Ex: 4 (-) a b c 
 
Item 3: Nota 1: Arco bem executado. 
A forma do arco é sensivelmente conforme o modelo: o arco respeita sensivelmente a 
simetria e as proporções internas do modelo (relação entre a profundidade e a 
distância entre os ganchos) (ver ex. 5 e 6). 
 
 Ex: 5 (+) a b c Ex: 6 (-) a b c d e 
 
Item 4: Nota 1: Ganchos bem executados. 
Os dois ganchos respeitam a forma arredondada e o sentido de abertura tal e qual 
como no modelo. 
A nota não é concedida se um dos ganchos for duas vezes mais profundo ou 
duas vezes mais largo que o outro (ver ex. 7 e 8). 
 
 Ex: 7 (+) a b c Ex: 8 (-) a b c d e 
 (-) para o item 3 
 
 36Item 5: Nota 1: Colocação correcta do círculo. 
(A nota não é concedida se o quadrado estiver invertido). 
O arco está situado na zona delimitada pelas mediatrizes da base e do lado direito do 
quadrado, no exterior deste (ver ex. 9 e 10). 
Tolera-se que o arco não esteja totalmente situado nessa zona, se o arco for, no 
entanto, tangente ao quadrado e/ou ao vértice do ângulo da direita (ex. 9b). 
Quando a ogiva está separada do quadrado, a nota pode ser atribuída se o arco estiver 
completamente na zona determinada pelas mediatrizes exteriores (ex. 9c). 
 
 Ex: 9 (+) a b c 
 
 
 
 Ex: 10 (-) a b c d 
 
Item 6: Existem dois níveis de boa execução: 
6a. Nota 2: Ponto de tangência correcto. 
A parte superior ao arco toca o ângulo direito do quadrado. Isto supõe que a forma do 
arco é suficientemente respeitada para que se possa considerar que o ponto de 
contacto se situa na sua parte superior (ver ex. 11). 
Tolera-se uma secante ligeira ou uma separação ligeira (ex. 11b e 11d); 8critério 
diferente do item 4a da figura 11). 
 
 37 
 
 Ex: 11 (+) a b c d 
 
6b. Nota 1: Tangência. 
Existe um ponto de contacto entre o quadrado e o arco, mas não respeita as 
condições acima indicadas. Nenhuma outra condição relativa à forma, de orientação 
ou de colocação, não é aqui requerida para atribuir a nota. 
Tolera-se uma secante ligeira ou uma separação ligeira (ver ex. 12 e 13). 
 
 Ex: 12 (+) a b c d e 
 
 38 
 
 
 Ex: 13 (-) a b c 
 
Item 7: Nota 3: Quadrado igual ao modelo. 
(A nota não é atribuída se o quadrado estiver invertido). 
A reprodução é completamente interior à zona determinada pelos dois quadrados da 
grelha E (ver ex. 14 e 15). 
Tolera-se que toda ou parte da reprodução seja confundida com os limites da zona 
(ex. 14a). 
Não se tem em conta a igualdade dos lados (ex. 14b e 14c). Mas os ângulos não 
devem ser substituídos por linhas curvas. 
 
 
 Ex: 14 (+) a b c 
 
 
 Ex: 15 (-) a b c 
 
 39 
MODELO IV 
 
1. Descrição do modelo 
3 (IV) 
Este modelo pode ser descrito como um conjunto que compreende: 
- vértice S1; 
- três ângulos: A1 do vértice S1 (determinado por 3 pontos distantes 5mm); A2 do 
vértice S2 8determinado por 5 pontos distantes 5mm); A3 do vértice S3 
(determinado por 7 pontos distantes 5mm). 
As distâncias em S, S1, S2, S3, são iguais entre eles e medem 15mm. 
Os ângulos A1, A2, A3, medem 1:8º e SS3 é a bissectriz dos 3 ângulos. 
As extremidades dos ângulos estão alinhadas. 
Neste modelo, as relações de equidistância e de paralelismo são múltiplas, e, é 
praticamente impossível considerar a evolução genética do conjunto, sendo descritos os 
aspectos mais interessantes. 
As rubricas utilizadas são: 
- a forma, 
- o número, 
- relações de proximidade/separação, 
- orientação geral, 
- orientação precisa, 
- os alinhamentos, 
- as dimensões. 
 
 
2. Critérios de Cotação 
Geral: 
Maioria de pontos: é necessário para conceder a nota, que pelo menos metade dos 
elementos seja constituída de pontos (nenhum branco é visível no interior). 
Ângulo A1 correcto: o ângulo não está invertido; o número de pontos está correcto (3 
pontos); o centro dos três pontos ou círculos não estão alinhados (usar uma recta da 
grade B). 
Ângulo A2 curvo: o ângulo não está invertido; o ângulo é constituído por um número 
qualquer de pontos; existem muitos ângulos abertos para a esquerda, cuja sucessão 
determina o aspecto curvo de A2. Comentário dos reveses: ângulo A2 chato; em A2 há 
um ângulo aberto para a direita. 
 
 40 
Ângulo A3 correcto: o ângulo não está invertido; o número de pontos está correcto (7 
pontos); não existe senão um ângulo aberto para a esquerda, no qual o vértice é o quarto 
ponto de A3. 
Ângulo A3 curvo: o ângulo não está invertido; o ângulo é constituído por um número 
variado de pontos; existem muitos ângulos abertos para a esquerda, nos quais a sucessão 
determina o aspecto curvo de A3. Comentário dos reveses: ângulo chato; em A3, 
apresentando dois ângulos para a direita. 
Número correcto de pontos em todos os ângulos: 1 ponto para o vértice S; 3 pontos 
para o ângulo A1; 5 pontos para o ângulo A2; 7 pontos para o ângulo A3. 
Eixo horizontal: o eixo da figura é a direita que une o centro do vértice S ao vértice do 
ângulo A3, denomina-se S3. A horizontal do eixo é medida com a grade C, fazendo 
coincidir o vértice C com S, e uma horizontal da grade com a borda superior da folha: o 
eixo é considerado como horizontal se S3 está situado no interior do ângulo C, ou a 
rigor sobre um lado de C. 
Os quatro pontos do eixo estão alinhados: o alinhamento é considerado correcto 
quando S1 e S2 estão situados no todo ou em parte no interior da zona determinada 
pelas tangentes comuns exteriores a S e S3. Materializa-se uma após outra tangente por 
meio de uma recta da grade B. 
Equidistância sobre o eixo: mede-se por meio da grade B as distâncias SS1, S1S2 e 
S2S3. 
Simetria: comentário dos reveses: o eixo não é a bissectriz dos ângulos; os pontos do 
ângulo A3 não são equidistantes. 
 
Detalhada: 
MODELO IV – Número de itens: 9. Máximo de pontos: 22. 
Item 1: Nota 2: O maior número de pontos. 
Conta-se o número total de pontos. Quer este número seja exacto ou errado, é preciso, 
para atribuir a nota, que pelo menos metade dos elementos sejam pontos (nenhum espaço 
branco é visível no interior), sendo “pontos” a cópia dos pontos-modelos, mesmo que a 
reprodução compreenda pontos ou círculos. 
Se a reprodução compreender mais de três ângulos, considera-se que A1, A2 e A3 são 
os três primeiros a partir da esquerda. Se a reprodução apenas compreender dois ângulos, 
considera-se que se trata respectivamente de A1 e A2. 
Item 2: Nota 1: Ângulo A1 correcto (ver ex. 1). 
Três condições devem ser respeitadas para que a nota seja atribuída: 
- o ângulo não está invertido (ex. 1c9; 
- número de pontos é correcto: 3 pontos; 
- o centro dos 3 pontos ou círculos, estes não estão alinhados (utilizar uma direita da 
grelha B, ex. 1b) 
 
 
Ex: 1a (+) b (-) c (-) 
 
 41 
 Item 3: Ângulo A2: Dois níveis de bons resultados. 
3a. Nota 2: Ângulo A2 correcto (ver ex. 2). 
Três condições devem ser respeitadas: 
- o ângulo não está invertido; 
- o ângulo é constituído por 5 pontos; 
- se considerar-se os centros destes 5 pontos, apenas temos um ângulo aberto para a 
esquerda, cujo vértice é o terceiro ponto (cotar rigorosamente, verificando os alinhamentos com 
uma direita da grelha B). 
 
Ex: 2a (+) Ex: 2b (-) 
3b. Nota 1: Ângulo A2 curvo (ver ex. 3 e 4). 
- o ângulo não está invertido; 
- o ângulo é constituído por um número qualquer de pontos; 
- existem vários ângulos abertos para a esquerda, cuja sucessão determina o aspecto 
curvo de A2. 
Ex: 3a (+) Ex: 3b (+) Ex: 3c (+) 
 
 Ex: 4a (-) Ex: 4b (-) 
 
 42 
 Comentário dos casos de insucesso: 
4a: ângulo A2 plano. 
4b: no A2 há um ângulo aberto para a direita. 
 
Item 4: Ângulo A3: Dois níveis de boa execução. 
4a. Nota 3: Ângulo A3 correcto (ver ex. 5). 
Três condições devem ser respeitadas: 
- o ângulo não está invertido; 
- o ângulo é constituído por 7 pontos; 
- apenas existe um só ângulo, aberto para a esquerda, cujo vértice é o quarto ponto de 
A3 (cotar rigorosamente, cf. item 3a). 
Ex: 5a (+) Ex: 5b (+) 
 
4b. Nota 2: Ângulo A3 curvo (ver ex. 6 e 7). 
- o ângulo não está invertido; 
- o ângulo é constituído por um número qualquer de pontos; 
- existem vários ângulos abertos para a esquerda, cuja sucessão determina o aspecto 
curvo de A3. 
 
 
 
 
 
 43 
 Ex: 6a (+) Ex: 6b (+) 
 Ex: 6c (+) Ex: 7a (-) 
 
 Ex: 7b (-)Ex: 7c (-) 
 Comentário dos casos de insucesso: 
7a: ângulo plano. 
7b, c A3: apresentam 2 ângulos abertos para a direita. 
 
 Item 5: Nota 2: Número correcto de pontos em todos os ângulos. 
Isto é: 1 ponto para o vértice S1, 
 3 pontos para o ângulo A1, 
 5 pontos para o ângulo A2, 
 7 pontos para o ângulo A3. 
Item 6: Nota 3: Eixo horizontal. 
 
 44 
O eixo da figura é a direita que une o centro do vértice S ao vértice do A3, que se designa S3 
(se a reprodução compreender mais de 3 ângulos, é o ângulo da extrema direita que toma 
lugar, para este item, do ângulo A3). 
Para determinar S3, dois casos podem apresentar-se: 
- um ponto qualquer de A3 marca a mudança de direcção, caracterizando o ângulo A3: este 
ponto é S3; 
- o vértice de A3 não é nítido: se A3 é constituído por um número par de pontos, S3 é um 
vértice fictício situado entre os dois pontos medianos. 
A horizontalidade do eixo à medida com a grelha C: o vértice de C coincide com S, uma 
horizontal da grelha com o bordo superior da folha: o eixo é considerado como sendo 
horizontal se S3 estiver situado no interior do ângulo c, ou, com todo o rigor, sobre um lado 
de C (ver ex. 8; nenhum ponto é considerado se a reprodução for invertida a 180º). 
 Ex: 8a (-) Ex: 8b (-) 
 
 
 Ex: 8c (-) Ex: 8d (+) 
 
 
 
 
 
 
 
 45 
Item 7: Nota 3: Os quatros pontos do eixo estão alinhados. 
 
Este aspecto só é tomado em atenção se o número de pontos for correcto para todos 
os ângulos (a nota é concedida para o item 5). S1 é o vértice do ângulo A1, S2 é o 
vértice do ângulo A2. Exige-se que S, S1, S2 e S3 não tenham um diâmetro superior 
a 4mm. 
O alinhamento é considerado como correcto quando S1 e S2 estão situados num todo 
ou em parte no interior da zona, determinada pelas tangentes comuns exteriores a S e 
S3 (ex. 9a). Uma tangência é tolerada, ou 2 do mesmo lado (ex. 9b), mas não duas 
tangências de um e de outro lado (ex. 9d). 
Materializa-se uma tangente, depois a outra com a ajuda de uma direita da grelha B 
(cf. fig. II, item 6, onde o critério é o mesmo). 
 
 
 Ex: 9a (+) Ex: 9b (+) 
 
 Ex: 9c (-) Ex: 9d (-) 
 
 
 
 
 46 
Item 8: Nota 3: Equidistância sobre o eixo (ver ex. 1c). 
Este aspecto só pode ser encarado se a nota for atribuída para o item 7. Mede-se, 
com a ajuda da grelha B, as distâncias SS1, S1S2, S2S3. 
A margem de tolerância para considerar que estas distâncias são iguais, tem em 
conta o valor destas mesmas distâncias: por exemplo, para SS1, medindo cerca de 1 
centímetro, toleram-se diferenças de 1 milímetro; para SS1, medindo 0,5 cm, a 
margem apenas será de 0,5mm. 
 Ex: 10a (+) Ex: 10b (+) 
 Ex: 10c (-) Ex: 10d (-) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 47 
Item 9: Nota 3: Simetria (ver ex. 11 e 12). 
As quatro condições seguintes devem ser respeitadas: 
- a nota foi concedida para o item 7 (pontos alinhados do eixo); 
- distâncias iguais entre os pontos, no interior de um ângulo (avaliação sem 
instrumentos); 
- o eixo é a bissectriz de três ângulos: A1, A2 e A3, estes são abertos igualmente de 
um lado e do outro do eixo; 
- o número de pontos igual de um e de outro lado do eixo. 
Ex: 11a (+) Ex: 11b (+) 
 
 
 Ex: 12a (-) Ex: 12b (-) 
Comentário dos casos de insucesso: 
12a: o eixo não é a bissectriz dos ângulos. 
12b: os pontos do ângulo A2 não são equidistantes. 
 
 
 
 
 48 
MODELO V 
 
1. Descrição do modelo 
7 (V) 
O modelo é constituído por dois hexágonos secantes. 
Um está em posição vertical, o outro em posição oblíqua; o ângulo de inclinação mede 38º. 
Os dois hexágonos idênticos medem 40mm de comprimento e 15mm de largura. 
Eles comportam um ângulo que se encontra no vértice superior do hexágono vertical (A), e 
no vértice inferior do hexágono oblíquo, sendo A o hexágono em posição vertical e B o 
hexágono em posição oblíqua. 
A secância é determinada da seguinte forma: o ângulo do vértice superior e ângulo superior 
direito do hexágono B fica no interior do hexágono A; o ângulo superior esquerdo do hexágono 
A fica no interior do hexágono B. 
As rubricas utilizadas são: 
- a forma, 
- relações de proximidade/separação, 
- orientação geral, 
- orientação precisa, 
- dimensões. 
 
2. Critérios de Cotação 
Geral: 
Hexágono A: um ângulo suprimido ou mal reproduzido: um único ângulo é suprimido ou mal 
reproduzido, mas não invertido. Comentário dos reveses: a, b, c - um único ângulo mal 
reproduzido; d, f - um ângulo mal reproduzido e um ângulo invertido; e - dois ângulos 
suprimidos. 
Orientação correcta dos dois hexágonos: o hexágono A está disposto na vertical; o 
hexágono B, colocado à esquerda do hexágono A, é reproduzido numa posição 
globalmente oblíqua em relação a este último. 
Secância correcta: o ângulo do vértice e o ângulo superior direito do hexágono B estão 
no interior do hexágono A; o ângulo superior esquerdo do hexágono A está no interior 
do hexágono B. 
Hexágono A igual ao modelo: interior da grade F. 
 
 
 49 
Detalhada: 
MODELO V – Número de itens: 6. Máximo de pontos: 16. 
Item 1: Dois níveis de boa execução. 
1a. Nota 2: hexágono A correcto (ver ex. 1). 
O hexágono A (vertical) compreende 6 ângulos correctamente reproduzidos. 
Não se tem em conta: 
- o aspecto ligeiramente menos acentuado dos ângulos; 
- a hipermetria, ou de um ligeiro afastamento entre os lados que formam o ângulo; 
- o aspecto rectilíneo ou não dos lados. 
 
Ex: 1 (+) a b c d e f 
 
1b. Nota 1: hexágono A: um ângulo suprimido ou mal reproduzido. 
Um só ângulo é suprimido ou mal reproduzido, mas não invertido (ver ex. 2 e 3). 
 
 Ex: 2 (+) a b c d e f 
 
 50 
 
 
 Ex: 3 (-) a b c d e f 
 
Comentário dos casos de insucesso: 
a, b, c: um só ângulo mal reproduzido, mas invertido. 
d, f: um ângulo mal reproduzido e um ângulo suprimido. 
e: dois ângulos suprimidos. 
 
 
Item 2: Dois níveis de boa execução. 
2a. Nota 3: Hexágono B correcto. 
Os mesmos critérios utilizados para o item 1 a, no que diz respeito ao hexágono A. 
2b. Nota 1: hexágono B: um ângulo suprimido ou mal reproduzido. 
Os mesmos critérios utilizados para a boa execução parcial (item 1b) do hexágono A. 
Item 3: Nota 2: Orientação correcta dos dois hexágonos. 
1- o hexágono A está disposto verticalmente: pelo menos os dois lados (ex. 4a, 4c, 
4e) ou então, pelo menos, um dos lados e a direita virtual unindo os vértices 
superior e inferior (ex. 4b, 4d) são paralelos ao lado pequeno da folha de desenho 
(limite de tolerância 5º, utilizar a grelha C). 
 
 51 
 
Ex: 4 (+) a b c d e 
 
 Ex: 5 (-) a b c d e f 
 
2- o hexágono B, colocado à esquerda do hexágono A, está reproduzido numa 
posição globalmente oblíqua relativamente a este último (e não em relação à 
folha do protocolo). 
 
Nota 1: Não se tem em consideração a forma dos dois hexágonos, na medida em que, as 
suas reproduções permitem a utilização dos critérios acima indicados para a avaliação 
da orientação. 
Nota 2: Não se tem em conta a relação da secante, na medida em que os dois hexágonos 
são reproduzidos (ver ex. 4 e 5). 
 
 
 
 52 
Comentário dos casos de insucesso: 
a: impossibilidade de avaliar a orientação do hexágono A. 
b, c: hexágono A não vertical. 
d: não se distinguem hexágonos. 
e: hexágono A horizontal. 
f: hexágono B vertical. 
 
 
Item 4: Dois níveis de resultado. 
4a. Nota 3: Secância correcta. 
O ângulo do vértice e o ângulo superior direito do hexágono B estão no interior do hexágono 
A; o ângulo superior esquerdo do hexágono A está no interior do hexágono B. 
Aqui supõe-se que os três ângulos em questão podem ser distinguidos.4b. Nota 2: Secância. 
Existe uma secância entre os dois hexágonos, mas ela não respeita as condições 
acima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 53 
 
Item 5: Nota 3: Hexágono A igual ao modelo. 
A nota só é concedida se uma nota for atribuída para o item 1a ou 1b. 
A reprodução deve estar inteiramente contida no interior da zona delimitada pela 
grelha F (ver ex. 9 e 10). 
 
 
 Ex: 9 (+) a b c 
 
 
 Ex: 10 (-) a b c 
 
 
 
 
 
 
 54 
Item 6: Nota 3: Hexágono B igual ao modelo. 
A nota só é concedida se uma nota for atribuída para o item 2a ou 2b (utilizar a 
grelha F; cf. exemplos 9 e 10 dados para o hexágono A). 
As mesmas condições já referidas para o hexágono A. 
 
Análise dos resultados 
 
- Comparação do nível obtido neste teste e do nível mental global. 
- Análise da pontuação global, por comparação aos êxitos para cada modelo. 
- Avaliação do comportamento da criança. 
- Aplicação da prova para 4 - 6 anos a crianças com mais de 7 - 8 anos, cujo resultado 
global seja inferior à norma de 6 anos. Como quase não pode existir influência da 
aprendizagem, considerar-se-á o melhor resultado das duas aplicações. 
 
Interpretação Qualitativa 
 
Clawson oferece-nos um esquema interpretativo que, apesar de se referir ao 
Bender composto por nove figuras, pode servir para tirar conclusões na versão Santucci-
Percheux, a nível tanto de aspectos emocionais como orgânicos. 
 
 Factores organizacionais 
Referem-se aos aspectos de disposição das figuras na página usada pelo 
indivíduo. 
 
 Sequência 
 Arranjo ou ordem das figuras. 
 1 – Rígida: as figuras são desenhadas numa sequência directa na página. A 
colocação dos desenhos parece forçada e sem consideração por tamanho ou forma. 
 2 – Ordenada: sucessão regular de figuras com a excepção da realização de uma 
inversão (mudança de direcção). 
 3 – Irregular: mais de uma mudança de direcção mas, mudanças lógicas para 
possibilitar mais espaço para uma figura. 
 4 – Confusa: não são desenhadas mais do que três figuras em sequência e as 
restantes estão espalhadas pela página. 
 5 – Figura I no centro com as outras colocadas arbitrariamente à volta (confusa). 
 
 A ordem do desenho é uma manifestação da abordagem intelectual do indivíduo. 
As crianças adaptadas normalmente arranjam as figuras numa sequência ordenada ou 
irregular. A ordem rígida está associada a um funcionamento intelectual rígido. A 
ordem confusa está associada com desorganização do funcionamento intelectual. O 
arranjo à volta da figura I está associado com comportamentos de passagem ao acto. 
 
 
 
 55 
 Coesão na página 
 1 – Tendência de borda: dois terços das figuras são dispostos ao longo da borda 
vertical de tal maneira que não se estendem além da linha média. A borda do papel 
parece servir como linha de indicação e de orientação do desenho. 
 2 – Tendência de topo: dois terços ou mais das figuras estão dentro do terço 
superior da página. 
 3 – Tendência de base: dois terços das figuras estão dentro do terço inferior da 
página. 
 
 A compressão das figuras numa pequena porção da página reflecte uma 
personalidade que tende a se retirar do seu ambiente. A criança sente-se ameaçada pelo 
mundo, tal como o percebe e tem uma necessidade excessiva de se apegar a alguém ou 
alguma coisa (pode ser indicador de disfunção cerebral mínima e como forma de 
compensar o transtorno perceptual usando a borda da página como ponto de referência). 
 
 Uso do espaço branco 
Outras formas não habituais de usar o espaço: 
 1 – Arranjo expansivo: as figuras são espalhadas amplamente pela página com 
uma grande separação entre as mesmas. 
 Indica uma criança activa com sentimentos agressivos e rebeldes. 
 2 – Uso de mais do que uma página: está relacionado com a expansão do 
desenho. 
 Indica uma criança activa, auto centrada e agressiva que tende a agir de acordo 
com os seus impulsos para gratificação imediata das suas necessidades (pode indicar 
psicopatia). 
 3 – Papel mudado de orientação. 
 Comportamento de passagem ao acto e expressão de negativismo indica crianças 
resistentes e rebeldes. 
 
 Modificação do tamanho da figura 
A alteração de tamanho diz respeito a flutuações de pelo menos um quarto do 
tamanho dos estímulos padrão. 
 1 – Tamanho da figura aumentado: quando mais de metade das figuras 
apresentam um aumento no eixo vertical ou horizontal. 
 Transformação no contrário da ansiedade (formação reactiva) através de uma 
supercompensação e expansibilidade do humor, característico de crianças expansivas e 
actuantes. 
 2 – Tamanho da figura diminuído: quando mais de metade das figuras 
apresentam uma diminuição. 
 Revela pobreza de impulsos. Característico de uma criança inibida, que se 
sujeita ao controlo adulto e reprimiu os seus impulsos e a sua responsividade emocional. 
 3 – Tamanho da figura irregular: aumento ou diminuição progressiva do 
tamanho das figuras ou, pelo monos, uma figura muito grande. 
 Um aumento do tamanho das figuras está associado a comportamento lábil, 
baixa tolerância à frustração, comportamento rápido e descontrolado aos estímulos. 
Pode revelar propensão a explosões de raiva com leve provocação. Quando existe uma 
diminuição progressiva pode revelar tendência a internalizar a ansiedade que pode ser 
acompanhada de conversão da ansiedade a reacções somáticas. 
 
 
 
 56 
 Modificação da forma (Gestalt) 
 
 Fechamento 
Refere-se à reprodução, sem coincidência parcial da união da figura total ou de 
qualquer sub-parte da mesma. 
 Pode apresentar os seguintes desvios: 
1. Quebra de contornos; 
2. Trespasse no ponto de junção; 
3. Pequena separação de sub-partes; 
4. Penetração de uma sub-parte por outra; 
5. Deslocamento de uma sub-parte; 
6. Absorção do vértice de uma sub-parte por outra. 
 
Se cerca de metade das figuras apresentam os desvios descritos pode-se dizer 
que o protocolo demonstra dificuldades de fechamento. Estes desvios são vulgares em 
crianças adaptadas. 
Estas dificuldades são expressão de medo ou excessivo atrito nas relações 
interpessoais, podem indicar que a criança nunca teve uma relação satisfatória com um 
adulto significativo: privação emocional. 
 
Simplificação 
Uso de conceitos menos maduros na reprodução das figuras. A figura é 
considerada imatura quando é típica de uma idade mental abaixo da idade da criança. 
Os desvios têm que estar presentes em, pelo menos, três unidades para que seja 
considerada regressiva: 
1 Uso de círculos, traços ou vírgulas em vez de pontos ou laçadas; 
2 Uso de pontos por laçadas; 
3 Uso de arcos em vez de ângulos nítidos. 
 
As figuras compostas por linhas apresentam simplificação quando: 
 
1. A idade mental equivalente da forma básica está abaixo da idade mental 
da criança; 
2. A junção das sub-partes não se aproxima da apropriada para a idade 
como é apresentada no quadro maturacional. 
Os sinais regressivos aparecem tanto em protocolos normais como de crianças 
perturbadas ou com distúrbio orgânico, a quantidade é que faz a diferença (mais de 
duas figuras). 
 
 
 
 
 
 57 
Rotação 
Rotação da figura total sobre o seu eixo (mais de 15 graus). 
As crianças perturbadas emocionalmente apresentam mais pequenas rotações 
(15 a 25 graus) que as crianças normais. Rotações no sentido dos ponteiros do relógio 
parecem indicar afecto embotado e pobreza de impulsos. As rotações no sentido inverso 
parecem indicar expansibilidade e por vezes oposicionismo. Uma rotação de 90 a 180 
graus, a partir dos oito anos, é sugestiva de organicidade. 
 
Mudança de angulação 
Mudança maior de 15 graus no tamanho de qualquer ângulo. 
Na figura II, a partir dos 10 anos, a presença de colunas verticais sugere a falta 
de expressão manifesta de sentimento ou embotamentode afecto. A presença de 
arqueamentos inusitados indica autocentramento. 
 
Métodos de trabalho 
 
Rasura 
A criança com desenvolvimento normal manifesta a necessidade de rasurar. A 
criança que não manifesta essa necessidade revela auto conceito e motivação pobres. A 
criança obsessiva manifesta a necessidade de rasura numerosas vezes uma vez que o 
empenho representa a tentativa de controlar a ansiedade. 
 
Repassamento 
Acto de tornar a fazer uma linha ou um ponto feito previamente. As crianças 
adaptadas fazem-no na tentativa de tornar o desenho mais parecido com o modelo. As 
crianças perturbadas fazem-no pouco, mas preenchem círculos ou aumentam pontos 
com repassamento repetido e muitas vezes vigoroso. Isto revela uma tensão excessiva e 
canais inadequados de expressão como forma de a libertar. Pode revelar imaturidade 
tanto física como emocional, assim como um atraso perceptual. 
 
Tempo 
Os tempos das crianças perturbadas são mais curtos, excepto para a criança 
obsessiva (mais ou menos 6 minutos). 
 
Qualidade da linha 
O esboço, no sentido de linhas repetidas, curtas, sobrepostas, é, habitualmente, 
associado a ansiedade e auto conceito pobre. Crianças que produzem linhas quebradas 
ou com trespasses podem apresentar problemas nas relações interpessoais. Linhas com 
tremores grosseiros são mais sintomáticas de factores orgânicos. 
 
 
 58 
Figuras emolduradas 
Consiste em molduras em torno das figuras. 
O uso de linhas para separar as figuras é uma maneira da criança expressar 
insegurança e ansiedade. Envolve sentimentos de inadequação em relação às exigências 
feitas pelos adultos e pode conduzir ao isolamento. 
 
Transtornos Neuropsicológicos 
 
Nem todas as crianças com transtornos do S.N.C. irão deformar as reproduções 
dos modelos. 
Os desvios grosseiros não são característicos apenas de crianças com lesão 
cerebral, pois crianças psicóticas e deficientes mentais também podem apresentam 
rotações, colisões e fragmentações. No entanto, a maioria dos protocolos fornecem 
informações sobre o teste da realidade e da idade mental, cabendo ao psicólogo 
formular ou rejeitar essa hipótese através desse diagnóstico diferencial. 
Se aparecerem quatro ou mais desvios, o psicólogo pode formular, com 
confiança, que a criança possui um transtorno do S.N.C. 
 
Os desvios são os seguintes: 
1 Simplificação de uma ou mais figuras num nível de três ou mais anos 
abaixo da idade mental da criança; 
2 Fragmentação de uma ou mais figuras; 
3 Colisão de uma figura com outra ou com a borda do papel; 
4 Rotação igual ou maior do que 90 graus de uma ou mais figuras; 
5 Número incorrecto de unidades em três ou mais figuras; 
6 Perseveração de um tipo de unidade de figura em figura; 
7 Má qualidade da linha; 
8 Vírgulas e/ou traços em duas ou mais figuras. 
 
 Simplificação 
Quando a criança é incapaz de reproduzir o modelo ou não tem vontade de 
dispender energia, produz uma versão simplificada do estímulo. Esta versão 
simplificada pode ser devida a resistência e à hostilidade ou a causas fisiológicas. Neste 
último caso, a criança pode demonstrar confusão e indecisão, esforço e verbalizar as 
suas dificuldades. 
A diferenciação entre as razões da simplificação baseia-se no grau e extensão do 
desvio. 
 
Fragmentação 
Montagem das sub-partes do estímulo de forma separada. À simplificação 
extrema da forma total com nas sub-partes, chama-se fragmentação. A criança separa as 
partes sem parecer ter tentado ou pretendido fazer a conexão. Esta alteração introduz a 
possibilidade de transtorno cerebral, deficiência mental ou processo psicótico. A 
diferença com as dificuldades de junção é que nestas houve algum esforço para fazer a 
conexão tangencial ou coincidente. 
 
 59 
Colisão 
Encontro de duas figuras ou de uma figura com a borda da página. É encontrada 
nos protocolos de crianças impulsivas, activas, psicóticas ou com transtornos do S.N.C. 
Indica um sério defeito da individuação. No caso de lesão cerebral, o psicólogo fica com 
a sensação que a criança excluiu toda a percepção visual excepto a do estímulo 
perdendo a perspectiva. A colisão é um indício de transtorno do S.N.C., mas uma só não 
é suficiente para essa conclusão. 
 
Rotação 
Uma rotação grosseira (90 a 180 graus) é indicadora da possibilidade de 
perturbações de identidade ou lesão cerebral. Só uma rotação pode ser um fracasso 
momentâneo mas, nesse caso, a criança menciona o seu erro e presta-se a fazer o 
desenho correctamente. 
 
Número incorrecto de unidades 
Refere-se à perseveração ou à mutilação por aumento ou diminuição de 
unidades. É necessário um erro de duas ou mais unidades em três ou mais figuras. 
Encontra-se com alguma frequência em crianças com dificuldades de leitura ou com 
patologia do S.N.C. 
 
Perseveração 
A anterior é considerada como perseveração dentro da figura. A perseveração de 
figura a figura pode ser descrita como um atraso do estímulo, ou transporte do elemento 
mnésico para um segundo desenho. Aparece mais frequentemente nas crianças com 
transtornos do S.N.C.. 
 
Qualidade da linha 
Irregularidades como tremor grosseiro do braço ou da mão, dificuldades em 
executar os cantos, as linhas rectas e curvas tornam-se onduladas. Estas características 
levantam a questão quanto à possibilidade de um transtorno do S.N.C.. 
 
Traços e vírgulas 
Quando substituem pontos, e depois dos oito anos pode ser indício de que o 
desenvolvimento percepto-motor está atrasado por comprometimento do S.N.C. Podem 
ser executados por crianças impulsivas, não colaborantes, que não se preocupam com a 
precisão. 
Estes desvios são encontrados mais frequentemente em crianças com 
incapacidades orgânicas do que em qualquer outro grupo clínico. 
 
 
 
 
 
 
 60 
Indicadores Emocionais de Koppitz 
 
1 Expansão: uso de mais do que uma folha - impulsividade e passagem ao 
acto; 
2 Linha ondulada: duas ou mais mudanças abruptas na direcção das linhas 
de pontos – instabilidade na coordenação motora e na personalidade por 
factores orgânicos ou emocionais; 
3 Repassamento: todo o desenho repassado ou reforçado – impulsividade, 
agressividade, possível passagem ao acto; 
4 Ordem confusa: figuras espalhadas arbitrariamente na página – fraca 
capacidade de planeamento e de organização do material, confusão 
mental; 
5 Tamanho pequeno: tamanho da metade do modelo em ambas as 
direcções, na figura ou nas sub-partes – ansiedade, retraimento, 
constrição, introversão; 
6 Segunda tentativa: abandono do desenho ou de parte do mesmo, sem 
haver terminado, e realização de segundo desenho noutra parte da folha – 
impulsividade, falta de controlo, ansiedade. 
Indicadores Emocionais conforme compilação de Groth-Marnat 
 
1 Perseveração: disposição rígida, comum em personalidades compulsivas, 
mau controlo de impulsos e teste da realidade comprometido, dificuldade 
de planeamento e má concentração. 
2 Rotação: grau severo de disfunção, possível psicose, tendências 
oposicionistas, má capacidade de atenção e capacidade limitada para a 
aprendizagem. 
3 Concretismo: estados regressivos, dificuldades de pensamento abstracto 
(representação de um objecto concreto em vez da figura estímulo). 
4 Acréscimo de ângulos: má coordenação visuo-motora, insegurança e 
hesitação. 
5 Superposição: insegurança e dúvida compulsiva, potencial para a 
actuação agressiva. 
 
 61 
6 Distorção: capacidade comprometida para abstrair e formar categorias 
revelando perturbação severa. (perda da forma por destruição da 
configuração). 
7 Embelezamento: intensa preocupação com necessidades interiores, 
intensa ansiedade e dificuldade de concentração (acréscimo de linhas que 
não se enquadram na configuração com intençãoestética). 
8 Omissão: dificuldade de síntese e de integração, perturbação da 
coordenação de actos motores, ruptura de funções do Ego. 
9 Abreviação: possível negativismo e/ou baixa tolerância à frustração 
(redução do número de unidades). 
10 Falta de fechamento: ansiedade, hesitação, dúvida sobre si mesmo, 
dificuldade em terminar tarefas, relações e difíceis e provocadoras de 
ansiedade, comportamentos de passagem ao acto e agressão. 
11 Expansão: controlo emocional insuficiente, impulsividade, actos 
agressivos, expansividade compensatória de sentimentos de inadequação. 
12 Redução do tamanho. Sentimentos de inadequação, insegurança, 
tendência ao retraimento e constrição emocional. 
13 Arranjo rígido, metódico: rigidez e meticulosidade, tentativa de criar um 
sentimento de segurança com sentimentos subjacentes de vulnerabilidade 
e inadequação. 
14 Arranjo confuso, caótico: fortes sentimentos de ansiedade, desorientação, 
má compreensão e julgamento comprometido. 
15 Arranjo constrito, comprimido: depressão, insegurança e sentimentos de 
inferioridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 62 
Tabelas 
PONTUAÇÕES TOTAIS 
 
Idade Mediana Dispersão V.d.g.2 
 (Q1 - Q3) 
6 anos 21,5 16 - 27 
 1,78 
7 anos 32 25,5 - 38 
 1,14 
8 anos 39 33 - 45 
 1,33 
9 anos 46,5 41,5 - 53 
 1,15 
10 anos 53 47 - 59 
 1,09 
12 anos 59 54 - 64 
 0,80 
14 anos 63 57 - 67 
 
TABELA DE DIFERENÇAS DE RESULTADOS ENTRE RAPAZES E RAPARIGAS 
 
 
 
Rapazes Raparigas 
Idade 
Q1 Méd Q3 Q1 Méd Q3 
6 anos 17 22,5 27,5 12,5 20 26,5 
7 anos 29 34,5 40 24,5 32 36 
8 anos 33 40 48 32,5 36,5 43 
9 anos 41 48,5 55,5 41 45 50 
10 anos 47,5 52 58 47 53 59,5 
12 anos 52 58 61 56 61 67 
14 anos 56 62 67 57 63 67 
 
 
 
 
 
 63 
TABELA DE RESULTADOS PARA OS CINCO MODELOS 
 
 
 Mod. I Mod. II Mod. III Mod. IV Mod. V 
 (Máx. 15 
pontos) 
(Máx. 16 
pontos) 
(Máx. 12 
pontos) 
(Máx. 22 
pontos) 
(Máx. 16 
pontos) 
Idade Q1 Mé
d 
Q3 Q1 Mé
d 
Q3 Q1 Mé
d 
Q3 Q1 Mé
d 
Q3 Q1 Mé
d 
Q3 
6 anos 2 4 5 3 5 6,5 3 5 7 3 5 7 1 3 4,5 
7 anos 4 7 9 5 7 8 5 6 8 5 7 9 2 5 8 
8 anos 5 8 10 6 8 10 6 8 9 6 9 12 4 6 9 
9 anos 6 9 11 8 8 11 8 10 11 7 9 13 6 8 12 
10 anos 8 10,5 12 8 10 12,5 8 11 12 8,5 12 15 8 12 14 
12 anos 9 11 12 10 11,5 13 9 12 12 10 15 18 11 13 15 
14 anos 9 11 12 10 13 13 9 11 12 13 16 19 12 14 15 
 
 
 64 
Escala de Maturação 
 
 
 
Escala de maturação, referente aos nove modelos originais (no Bender Santucci-
Percheux só interessam os modelos: A, 2, 3, 4 e 7). 
 
 65 
Modelos para aplicação 
 
 1 
 
 2 
 
 66 
 
 
 3 
 
 4 
 
 67 
 
 
 
 5 
 
 
 68 
Grelha de Cotação 
 
 
 
 
 69 
FOLHA DE COTAÇÃO 
 
I 1 a 
1 b 
 
1 c 
2 
3 a 
3 b 
4 
5 
6 
 
Quadrado de ponta, bastante 
correcto. 
Rectângulo, losango, 
paralelogramo, trapézio 
rectangular................................ 
Quadrilátero irregular 
............................. 
Eixo horizontal 
....................................... 
Tangência correcta 
................................. 
Quase-Tangência 
.................................... 
Ponto de tangência no eixo 
.................... 
Círculo igual ao modelo 
......................... 
Quadrado igual ao modelo 
..................... 
Total (máx. 15) 
Tipos de revés: 
 
 
3 
 
2 
1 
2 
2 
1 
2 
3 
3 
IV 1 
2 
3 a 
3 b 
4 a 
4 b 
5 
 
6 
7 
8 
9 
Maioria de pontos 
................................... 
Ângulo A1 correcto 
................................ 
Ângulo A2 correcto 
................................ 
Ângulo A2 curvo 
.................................... 
Ângulo A3 correcto 
................................ 
Ângulo A3 curvo 
.................................... 
Número correcto de pontos em 
todos os ângulos 
................................................... 
Eixo inclinado de 0 a 5º 
.......................... 
Os 4 pontos do eixo estão 
alinhados ...... 
Equidistância no eixo 
............................. 
Simetria 
.................................................. 
Total (máx 22) 
Tipos de revés: 
2 
1 
2 
1 
3 
2 
 
2 
3 
3 
3 
3 
II 1 
2 
 
3 
 
4 
5 
6 
7 
8 
 
 
 
10 elementos 
........................................... 
Nenhum contacto entre círculos 
de um elemento 
................................................. 
Todos os elementos inclinados 
para a esquerda 
.................................................. 
Paralelismo dos elementos 
..................... 
Eixo horizontal 
....................................... 
Alinhamento dos círculos 
superiores ..... 
2 
 
1 
 
2 
3 
2 
1 
2 
3 
V 1 a 
1 b 
 
2 a 
2 b 
 
3 
4 a 
4 b 
5 
6 
Hexágono A correcto 
............................. 
Hexágono A: um ângulo 
suprimido ou mal reproduzido 
..................................... 
Hexágono B correcto 
.............................. 
Hexágono B: um ângulo 
suprimido ou mal reproduzido 
..................................... 
Orientação correcta dos 
hexágonos ........ 
Secância correcta 
.................................... 
2 
 
1 
3 
 
1 
2 
3 
2 
3 
3 
 
 70 
Alinhamento dos círculos 
inferiores ...... 
Comprimento total ≥ 8 cm 
..................... 
Total (máx. 16) 
Tipos de revés: 
Secância 
.................................................. 
Hexágono A igual ao modelo 
................. 
Hexágono B igual ao modelo 
................. 
Total (máx. 16) 
Tipos de revés: 
III 1 
2 
3 
4 
5 
6 a 
6 b 
7 
 
 
Dois ângulos de 90º 
................................ 
Mesmo nível de segurança dos 
lados ..... 
Curva bem executada 
............................. 
Direcção bem sucedida 
.......................... 
Colocação correcta da curva 
.................. 
Ponto de tangência correcto 
................... 
Tangência 
............................................... 
Quadrado igual ao modelo 
..................... 
Total (máx. 12) 
Tipos de revés: 
3 
1 
1 
1 
1 
2 
1 
3 
 Pontuação total (máx. 81): 
 
Apreciação dos tipos de revés: 
 
- Reveses normais por idade real: 
 
- Reveses atípicos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo IV 
 
 
 
 
Módulo WISC – III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 72 
1. Introdução 
 
A WISC – III, é um instrumento de diagnóstico de grande utilidade, tendo sido 
largamente utilizados na avaliação educativa e valorização das aprendizagens e (in) 
capacidades das crianças. 
A grande novidade da WISC reside na possibilidade de analisar os resultados à 
luz de três índices factoriais, que complementam a informação retirada a partir dos 
QIs Verbais, de Realização e da Escala Completa sendo eles: Compreensão Verbal, 
Organização Perceptiva e Velocidade de Processamento. 
As modificações introduzidas, relativamente à WISC-R só vieram tornar a prova 
mais atraente para a criança e de fácil utilização para o psicólogo, permitindo 
elaborar um trabalho clínico mais discriminativo e enriquecido.

Continue navegando