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Comportamento Oganizacional

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Comportamento Organizacional
3.5.1. Definição
Para iniciarmos a análise do tema, considerando os conceitos básicos de Comportamento Organizacional (frequentemente abreviado com CO), citamos o entendimento de Stephen Robbins y Timothy A.Judge (2009), onde compreendem que para analisar o Comportamento Organizacional de qualquer grupo, é necessário compreender o comportamento dos indivíduos que o compõe, suas inter-relações e o meio ambiente do qual o grupo esta inserido, ou seja, conjunto de ações que fazem influencia direta no resultado da organização. Os autores determinam que o campo de estudo do Comportamento Organizacional é o impacto que os indivíduos, grupos e estruturas exercem sobre o comportamento das organizações, com propósito de através do estudo, aplicar resultados para melhorar a eficácia da organização. Sendo as relações interpessoais; a estrutura formal das organizações; os processos e desenhos de trabalho; a tecnologia e a infraestrutura da organização; e os recursos utilizados para o alcance dos objetivos bem como a interação com o médio ambiente; os principais fatores que influenciam o comportamento das pessoas nas organizações.
Considerando o exposto, a imposição do Governo Federal às empresas, estabelecendo a obrigatoriedade de contratação de um percentual significativo de jovens aprendizes para compor o quadro de profissionais destas organizações, somado ao acrescimento de um grupo de recursos humanos com faixa etária de 14 a 24 anos, bem como a alteração das equipes de trabalho e consequente alteração na dinâmica de trabalho das organizações, sem sombra de dúvidas, esses fatores exercem influência direta no comportamento organizacional destas empresas. 
Neste estudo, iremos apontar aspectos que influenciam no cenário e nas estratégias de gestão com a implantação da Lei de Aprendizagem do Governo Federal e como os profissionais de Recursos Humanos deverão trabalhar para que o resultado final de toda esta movimentação, em nível de gestão, como também a nível organizacional e social, não traga prejuízo para a empresa e para as pessoas envolvidas. Pelo contrário, por isso, que entender e avaliar o comportamento organizacional se faz fundamental para conseguir alinhar todas as necessidades envolvidas e conseguir um resultado satisfatório para todos. 
Newstrom (2008) define Comportamento Organizacional como sendo: um “estudo sistemático e a aplicação cuidadosa do conhecimento sobre como as pessoas agem dentro das organizações, seja como indivíduos, seja em grupos” (p.3.). O referido autor, determina ainda que o Comportamento Organizacional busca também identificar formas de como essas pessoas poderiam agir de maneira mais eficaz, oferecendo um conjunto de informações que podem tornarem-se ferramentas em vários níveis de análise.
3.5.2. Metas
Neste contexto, Newstrom afirma que o Comportamento Organizacional compartilha de outras ciências quatro metas: Descrever, compreender, prever e controlar.
A primeira meta é descrever, sistematicamente, a forma como as pessoas se comportam em diversas situações. A segunda meta e compreender porque as pessoas se comportam de determinada maneira. Prever o comportamento futuro também é outra meta do comportamento organizacional. A meta final do comportamento organizacional é controlar, pelo menos parcialmente, e realizar alguma atividade humana no trabalho. (Newstrom, 2008, p. 4)
	O que podemos abstrair disto é que profissionais que trabalham direta ou indiretamente com gestão para conseguir intervir na dinâmica dos seus recursos humanos e garantir resultados positivos, deverão estudar o comportamento organizacional e proporcionar ações que sejam determinantes para o alcance de resultados favoráveis para a organização e seus integrantes.
	Esse entendimento nos traz ideias interessantes para o estudo do nosso tema, pois este conhecimento nos faz perceber que para garantir resultados positivos no desempenho dos recursos humanos da organização, especialmente após a determinação do Governo Federal com a obrigatoriedade da inserção do jovem aprendiz na dinâmica organizacional das empresas, obriga também o profissional de gestão a compreender todas as influências desta prática e qual o impacto da inserção do jovem no dia a dia de trabalho.
	 Entender as necessidades pessoais e profissionais dos indivíduos do grupo que compõem o comportamento organizacional de uma determinada empresa e introduzir neste grupo, um jovem, com um perfil que se “encaixe” perfeitamente neste grupo, e que não traga influencia negativa ou prejuízos às necessidades dos indivíduos que já fazem parte da organização, tentanto alcançar, com a inserção do jovem no grupo, um efeito exatamente ao contrário, ou seja, fazendo com que a inserção do jovem seja para trazer ainda mais desenvolvimento e produtividade para o do grupo e consequentemente para o comportamento organizacional, é o desafio que estamos dispostos a aprender neste estudo.
	Contudo, diante do que já vimos sobre os fatores que influenciam no Compartamento Organizacional, consideramos que antes de iniciar os processos de seleção, inserção e desenvolvimento destes jovens na organização de trabalho, seria estratégico que os profissionais de gestão, fizessem pesquisas e/ou avaliações, a fim de obter um diagnóstico organizacional para adquirir informações sobre o comportamento organizacional da empresa, permitindo estabelecer critérios primordiais para estabelecer ações pertinentes a fim de agregar as empresas jovens com perfis adequados e que tragam mais valor e produtividade para a organização. Tornando os processos de atração, seleção, inserção e manutenção de jovens aprendizes não em meros processos necessários para o cumprimento da determinação federal, mas ações estratégicas que possam ser um diferencial competitivo para as organizações que tenham essas características.
 	Para isto e ainda no que diz respeito ao Comportamento Organizacional, também devemos levar em consideração que um conjunto complexo de forças que afetam a dinâmica do comportamento organizacional, não apenas as pessoas. 
3.5.3. Forças
Estrutura, tecnologia e ambiente são outras forças que junto com as pessoas influenciam o Comportamento Organizacional. Os processos ligados aos programas aprendiz legal deveriam também estar estrategicamente alinhados a estas outras forças.
	A organização é um composto feito também por pessoas, que se relacionam e através destas interações formam um sistema que proporciona uma dinâmica significativa para a análise do Comportamento Organizacional. Vale ressaltar ainda que, esse sistema é formado pela diversidade e necessidade individual de cada elemento que o compõe, sendo a união desta diversidade a força que proporciona a emergência de uma identidade grupal. Esses grupos podem ser informais ou não oficiais, como podem ser oficiais ou formais, como podemos ver o agrupamento de colaboradores por cargo ou setores de trabalho.
	Contudo, formais ou informais, esses sistemas formados pela interação das pessoas em grupo, são dinâmicos. Mudar as pessoas, influenciam na dinâmica do grupo, mudar as necessidades ou objetivos individuais das pessoas que compõe o grupo, influência na dinâmica do sistema. Esses sistemas se formam e se alteram e se dispersam facilmente considerando que existe a rotatividade de pessoas ou até mais sutilmente com a mudança pessoal dos seus integrantes.
Devemos lembrar que as organizações existem para servir as pessoas, em vez de pessoas existirem para servir às organizações. A organização humana atual não é mais a mesma que foi ontem, ou a que havia sido no dia anterior. Em particular, a força de trabalho tornou-se mais ricamente diversa, o que significa que os funcionários trazem ampla variedade de formações educacionais, talentos e perspectivas para seus trabalhos. Essa diversidade pode apresentar desafios a serem resolvidos pela gerência. Os gerentes precisam estar sintonizados com esses diversos padrões e tendências e estar preparados para adaptar-se a eles. (Newstrom, 2008,p. 5)
	
	Esses conceitos nos permite compreender que a lei federal de aprendizagem irá influenciar diretamente no Comportamento Organizacional das empresas e cabe ao Gestor analisar o impacto da introdução de um grupo de colaboradores que irá trazer mais diversidade aos recursos humanos da organização e ao sistema grupal já instalado. Mais uma vez reforça a ideia de uma necessidade de diagnóstico das características do sistema grupal instituído pelos funcionários que já existem na organização, para que a escolha dos jovens que façam parte do programa aprendiz legal desta organização venham para contribuir para o amadurecimento deste sistema e consequentemente para um melhor desempenho para o grupo. Administrar a sintonia da realidade deste novos recursos humanos aos recursos humanos mais antigos da organização por vezes pode se tornar um desafio. Trabalhar a resistência a mudança dos funcionários antigos e saber recrutar e selecionar estrategicamente os jovens que serão os novos funcionários da organização pode ser um dos segredos para este desafio.
	Mas alinhar as capacidades, características e necessidades das pessoas não é o único trabalho que o gestor terá que executar, a estrutura também exerce influência na dinâmica da organização.
	A estrutura organizacional de uma empresa é o que entendemos de cadeia hierárquica adotada pela mesma, para organizar os cargos e as pessoas, formalizando também os relacionamentos dentro da organização. Como resultado das tendências impostas pela modernidade e pelas próprias características do mercado de trabalho moderno	as empresas estão se organizando em uma estrutura cada vez mais simples ou enxuta, ou seja, as empresas estão se estruturando ou reestruturando com uma cadeia hierárquica mais resumida a fim de reduzir cargos, pessoas e custos. 
	A introdução do jovem aprendiz na empresa, de forma direta ou indireta traz para o gestor a necessidade de analisar a estrutura organizacional da empresa para melhor aproveitamento e empregabilidade destes jovens, ao tempo em que deverá manter ou até mesmo melhorar o bem estar e o desempenho dos colaboradores mais antigos. Convenhamos que muitas empresas já existiam antes da implantação da lei de aprendizagem, e possuíam uma dinâmica, um numero de pessoas apropriadas para o seu quadro recursos humanos, estas pessoas já estavam com seus cargos estabelecidos, e o conjuntos de atribuições determinados para cada cargo. Essa realidade mesmo que faça parte de um passado, já supria as necessidades das organizações do ponto de vista, da viabilidade do negócio. Após a implantação da lei de aprendizagem do governo federal do nosso estado brasileiro, as empresas de médio e grande porte por determinação tiveram ou que aumentar o mínimo de 5% do seu quadro de colaboradores ou que reestruturar 5% do seu quadro de colaboradores. Por mais que haja o incentivo fiscal e tributário, toda mudança causará um custo, bem como mexerá com toda dinâmica da organização. 
	 O gestor de recursos humanos tem que ter conhecimento desta estrutura e da significância de cada elemento que o compõe, para poder ao longo dos trabalhos conseguir adotar tomadas de decisões mais eficazes e lucrativas para a organização e seus colaboradores. Além das pessoas e da estrutura, a tecnologia também faz parte destas forças que influenciam o comportamento organizacional.
	A tecnologia mudou a forma do homem trabalhar, mudou a forma que o homem se adapta a vida e interage com o mundo, mudou as necessidades do homem e com isto suas ambições e capacidades. 
	
A tecnologia fornece os recursos com os quais as pessoas trabalham, ao mesmo tempo, que afeta os trabalhos realizados por essas mesmas pessoas. Ninguém conseguiria obter muitos resultados utilizando apenas as próprias mãos, de forma que é preciso construir prédios, projetar máquinas, criar processos de trabalhos e reunir recursos. A tecnologia utilizada tem uma influência significativa nas relações no trabalho. Uma linha de montagem não é a mesma coisa que um laboratório de pesquisa, e uma mina de ferro não possui as mesmas condições de trabalho de um hospital. O grande benefício proporcionado à humanidade pela tecnologia é a capacidade de trabalhar mais de maneira mais eficiente, mas ela também restringe as ações das pessoas de diversas maneiras. Esse processo possui custos e benefícios (Newstrom, 2008, p. 6).
	Sabemos que a tecnologia esta em constante evolução, com as frequentes inovações que configura modernidade eleva a exigência por parte das pessoas de mais idade e que pertence a gerações mais antigas, resultando em um desgaste maior para manterem-se atualizadas. Este cenário desperta características que favorecem ao público jovem pela identificação, habilidade e interesses destes aos desafios e temas abordados nesta nova era. Por questões que não cabem ao nosso estudo, mas que nos deixam óbvios que nos permite compreender que o jovem está muito mais adaptado a tecnologia e as mudanças, sendo esta característica um tópico interessante a ser explorado pelas organizações, principalmente agora, após a determinação do governo federal com a implantação da lei de aprendizagem. 
 	Com o advento da internet, muita coisa no mundo dos negócios tiveram que por necessidade de sobrevivência, se adaptar e aderir as mudanças. A exemplo das empresas que ganhavam seus lucros com a locação de filmes em vídeo cassete, será que sobreviveriam em uma era onde existe o DVD e é possível assistir filme direto da internet, sem sair de casa e sem precisar “baixar” ou fazer download. 
	No que diz respeito a tecnologia, aproveitar o jovem e suas potencialidades para adotar um diferencial competitivo nesta força seria algo estratégico a ser considerado pelos profissionais que trabalham com gestão.
	Outra força a ser considerada na análise do comportamento organizacional se refere ao ambiente. A organização esta inserida em um sistema mais amplo que envolve a política, a cultura, as famílias, a concorrência, etc. Em outras palavras, as organizações possuem um ambiente interna mas faz parte de outro ambiente da qual chamamos de externo. Elas por si só não existiriam sozinhas.
Diversos tipos de mudança no ambiente criam demandas para as organizações. Os cidadãos esperam que as organizações sejam socialmente responsáveis; novos produtos cheguem de todas as partes do mundo; o impacto direto dos sindicatos diminuem; a dramática marcha das mudanças sociais se acelera. Todos esses fatores, mas especialmente a globalização do ambiente, influenciam-se mutuamente em um sistema complexo que produz um contexto dinâmico, até mesmo caótico, para um grupo de pessoas (Newstrom, 2008, p. 6).
 	Diante do exposto fica claro que as organizações não conseguem escapar das influencias do ambiente externo e que esta pressão ira interferir na atitude das pessoas, como elas se relacionam e consequentemente ira afetar as condições de trabalho.
	Todos esses fatores atuam diretamente sobre os processos de aprendizagem desenvolvidos pelas pessoas e pelos grupos que compõem a organização de trabalho. Para entender perfeitamente os conteúdos desenvolvidos neste estudo, também se faz interessante, entender sobre as principais teorias de Aprendizagem e sobre a Aprendizagem Organizacional.

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