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ANTIMICROBIANOS 3 4 QUINOLONAS E SULFA

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ANTIMICROBIANOS III: 
QUINOLONAS , 
SULFONAMIDAS E NOVOS 
ANTIMICROBIANOS 
PROFª. Dra. ANDRÉA APOLINÁRIO 
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO RECIFE 
BACHARELADO EM CIENCIAS FARMACEUTICAS 
DISCIPLINA: FARMACODINAMICA II 
SULFONAMIDAS 
 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 CO-ENZIMA DE ÁCIDO FÓLICO 
 Necessárias para a síntese de purinas e pirimidinas – 
precursores de DNA e RNA; 
 Ausência de ácido fólico as células não cresce ou divide-se; 
 Sulfa são inibidores da síntese de ácido fólico; 
 Uso em países em desenvolvimento – baixo custo e eficácia 
nas infecções do trato urinário e o tracoma; 
 Resistência e alergias – queda no uso 
 
 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 Década de 70 – associação sinérgica de sulfametaxol com 
trimetroprima; 
 
 Cotrimoxazol – eficaz no tratamento de pneumonia ou 
infecções sistemicas Salmonella resistente a ampicilina ou 
clorafenicol; 
 
Mecanismo de ação 
 Impedem a incorporação do ácido para-
aminobenzóico (PABA) na síntese de ácido fólico - 
necessário a biossíntese de purinas 
 
 As bactérias sensíveis são as que precisam de PABA 
devido a sua incapacidade de utilizar diretamente o 
ácido fólico. 
 
 As células humanas utilizam exclusivamente ácido 
fólico exógeno, de modo que a falta de PABA não 
provoca nenhum comprometimento. 
SULFONAMIDAS 
SULFONAMIDAS 
 Não tem ação contra enterococos, Pseudomonas 
 aeruginosa e micobactérias. 
SULFONAMIDAS 
Efeitos Farmacológicos 
 Bactérias Gram-positivas - Streptococcus pyogenes e 
Streptococcus pneumoniae 
 
 Bactérias Gram-negativas - Haemophilus influezae, 
Escherichia coli (infecções das vias urinárias), 
Shigela, Yersinia enterocolitica e Proteus mirabilis 
 
 Outros microrganismos sensíveis incluem Bacillus 
anthracis, Nocardia, Actinomyces e Chlamydia 
trachomatis, o agente responsável pelo tracoma, 
linfogranuloma venéreo e conjuntivite. 
SULFONAMIDAS 
ESTRUTURA QUÍMICA 
 Derivados da sulfanilamida: bacteriostáticos 
 sintetizam grande número de derivados 
Estreptococos 
Estafilococos 
Neisserias 
Hemofilos 
Brucelas 
Vibriões 
Pasteurelas 
Salmonelas 
Shigelas 
Outras enterobacterias 
actinomicetos 
Clamídias 
ESTRUTURA QUÍMICA 
 Associação das sulfonamidas aos pirimidínicos (pirimetamina e 
trimetropim) 
 Efeito sinérgico 
 Ação contra agentes resistentes as drogas isoladamente 
Paracoccidioides brasiliensis 
Toxoplasma gondii 
Isospora belli 
Nocardia 
Pneumocystis jiroveci 
Sulfadoxina +pirimetamina  P. falciparum 
 Sulfonamidas 
 Sulfadiazina 
 Sulfametoxazol 
 Sulfadoxina 
Sulfadiazina de prata 
ESTRUTURA QUÍMICA 
RESISTENCIA 
 Somentes microorganismos que sintetizam 
seu próprio folato são sensíveis a 
sulfonamidas; 
 
 Resistências por transferência de 
plasmídeos e por mutações aleatória; 
 
 
 Uma vez resistente a um tipo de 
sulfonamidas, será resistente a todas; 
 
 SULFADIAZINA 
 Boa absorção por via oral 
 Eliminação por via renal 
 Boa distribuição em todos os líquidos e tecidos orgânicos 
 Humor aquoso 
 Lágrimas 
 Líquor (70% da concentração sérica) 
 Atravessa barreira placentária atingindo concentrações no 
feto e líquido amniótico 
 Ação intracelular 
COTRIMOXAZOL 
 Trimetropina associada com a 
sulfametoxazol – cotrimoxazol; 
 
 Mecanismo de ação: inibição de dois 
passos seqüenciais na síntese do 
tetraidrofólico; 
 
 Sulfametoxazol – inibe a 
incorporação do PABA no ácido 
fólico; 
 
 Trimetropima: impede a redução do 
diidofolato para tetraidrofolato; 
SULFAMETOXAZOL + TRIMETROPIMA: 
COTRIMOXAZOL 
 Sulfa mais ativa contra Toxoplasma gondii 
 
 
 
 
 
 Inibição da síntese dos ácidos 
 nucléicos bacterianos ao interferir 
 na síntese do ácido fólico. 
 
competição 
inibindo 
Sulfonamidas 
PABA 
(ac. Paraaminobenzoico) 
Sintese de 
Ac. Nucleico 
Ácido fólico 
(ac.diidrofolico) 
Ácido folínico 
(tetraidrofolato) 
Diidrofolato-redutase Trimetoprim 
 SULFAMETOXAZOL 
 Boa absorção por via oral e eliminação por via renal prolongada 
 Atinge níveis séricos em 2h, sendo mantidos por 12h 
 Boa distribuição em todos os líquidos e tecidos orgânicos 
 Indicações: 
 Infecções urinárias / prostatites  ação contra E. coli e elevada 
concentração 
 Infecção por Pneumocystis jiroveci  1ª escolha (100 mg/ Kg/ dia de 6/6h) 
 Infecções por Stenotrophomonas maltophila 
 Profilaxia de infecções em neutropênicos 
 Infecção P. brasiliensis 
 Apresentação: sulfametoxazol + trimetoprim 
 Bactrim ®  uso oral comprimidos 400mg / suspensão ( 200mg/5ml ) 
 uso endovenoso: ampola (400mg/5ml) 
 SULFADOXINA 
 Boa absorção por via oral, podendo ser administrada endovenosa 
 Ação prolongada, capaz de manter níveis séricos por 7 dias 
 Boa distribuição em todos os líquidos e tecidos orgânicos 
 Indicações: 
 Infecções por Toxoplasma gondii 
 Apresentação: sulfadoxina + pirimetamina 
 Fansidar ®  uso oral comprimidos 500mg 
 uso endovenoso: ampola (500mg/5ml) 
 SULFADIAZINA DE PRATA 
 Substância na forma de creme 
 Ação contra bactérias gram - positivas e negativas, além de 
Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans 
 Pouco absorvida 
 Indicações: 
 Infecções em pacientes queimados 
 Feridas infectadas 
 Infecções vaginais 
 Apresentação: 
 Dermazine ®  creme dermatológico 1% 
 Gino – Dermazine ® creme ginecológico 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 Por diminuir o metabolismo: 
 Aumenta o efeito dos anticoagulantes orais  warfarina. 
 Aumenta o efeito do metotrexate, hipoglicemiantes orais, 
fenitoína 
 Reduz efeito  anticoncepcionais orais e ciclosporina. 
 
QUINOLONAS 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Inicialmente na década de 60 com o ácido nalidíxico; 
 
Década de 80 síntese de quinolonas fluoradas – norfloxacino; 
 
Principal representante dos quinolonicos fluorados- 
CIPROFLOXACINO; 
 
Nos EUA são empregados essencialmente nas infecções urinárias; 
 
QUINOLÔNICOS 
 Ácido nalidíxico – quinolônico não fluorado 
 
 Não são eficazes contra infeções sistemicas; 
 
 Uso nas infecções do trato urinário – limitado por 
surgimento de resistência; 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Penetram na célula por difusão passiva através dos canais protéicos aquosos 
– porinas; 
 
Dentro da célula – inibe a replicação do DNA bacteriano – DNA Girase ; 
formando um complexo 
Mecanismo de ação 
 Bactericida 
 Atuam sobre a DNA-girase, enzima envolvida na 
replicação do DNA 
 
Efeitos farmacológicos 
 Todas as fluoroquinolonas mostram-se ativas 
contra Neisseria gonorrhea, H. influenza e a 
maioria dos microrganismos causadores de 
gastroenterite bacteriana. 
 Ciprofloxacina – altamente ativa contra P. 
aeruginosa 
QUINOLONAS 
 Usos terapêuticos 
 Norfloxacina – infecções das vias urinárias 
 
 Ciprofloxacina - infecções complicadas das vias 
urinárias, diarréia infecciosa, infecções dos ossos, 
ariculações, pele e vias aéreas inferiores 
 
 Ofloxacina – Igual a ciprofloxacina; gonorréia (dose 
única) e infecções por clamídias 
QUINOLONAS 
RESISTÊNCIA 
 Alvo alterado – modificações na DNA-Girase, 
diminui a afinidade com o fármaco; 
 
 
 
 Diminuição da captação: redução da 
concentração intracelular dos fármacos na 
bactéria – redução de porinas e bomba de 
efluxo; 
FARMACOCINÉTICA 
Absorção: intravenosa e oral – 70 a 90% 
 
Ingestãoconcomitante com antiácidos contendo 
alumínio e magnésio ou suplemento alimentar com ferro 
e zinco interfere na absorção dos fluoroquinolonicos; 
 
Distribuição: todo líquido e tecidos organicos; 
 
Eliminação: renal 
 
 
 
 
NOVO ANTIMICROBIANO - GEMIFLOXACINA 
 Fluoroquinolona sintética mais potente contra bactérias 
gram-positivas quando comparada com as fluoroquinolonas. 
 
 É cerca de 8 a 16 vezes mais potente que gatifloxacina e 
cerca de 32 vezes mais potente que levofloxacina contra 
pneumococo. 
 
 Como as demais fluoroquinolonas, gemifloxacina é 
extremamente ativa contra Haemophilus influenzae e 
contra os três principais organismos responsáveis por 
pneumonia atípica: C. pneumoniae, Mycoplasma 
pneumoniae e Legionella pneumophila. 
GEMIFLOXACINA 
 A gemifloxacina está disponível apenas para uso oral 
(comprimidos de 320 mg). 
 excelente absorção e distribuição na grande maioria 
dos tecidos e órgãos, com destaque para a concentração 
pulmonar. 
 Apresenta meia-vida bastante longa (cerca de 8 horas), 
permitindo assim posologia de uma vez ao dia. 
 Indicada para o tratamento de pneumonia adquirida 
na comunidade e exacerbação de bronquite crônica. 
 Sua atividade contra bactérias gram-negativas é 
semelhante àquela apresentada pelas 
fluoroquinolonas. 
 Ainda não há estudos que comprovem sua segurança 
para uso em crianças, gestante e durante 
amamentação. 
 
EFEITOS COLATERAIS 
 Diarréia 
 
 Disturbios no SNC - pacientes com 
epilepsia merece maior atenção; 
 
 Nefrotoxicidade 
 
 Fototoxicidade: evitar exposição excessiva a 
luz solar e uso de protetor solar. 
 
 Contra indicado: gestante, lactantes e 
criança abaixo de 18 anos; 
 
 
NOVOS ANTIMICROBIANOS 
 Neste grupo de novos antimicrobianos serão 
analisadas: 
 
 Glicilciclinas 
 Polimixinas 
 Daptomicina 
 Gemifloxacina 
 
POLIMIXINAS 
 As polimixinas são antimicrobianos polipeptídeos 
com mecanismo de ação distinto dos demais 
antimicrobianos utilizados atualmente. 
 Dessa forma, a possibilidade de resistência 
cruzada com outros antimicrobianos é muito 
remota, permitindo que as polimixinas sejam 
ativas contra muitas espécies de bactérias 
multirresistentes. 
 Há duas polimixinas disponíveis comercialmente, 
colistina (polimixina E) e polimixina B. 
POLIMIXINA – MECANISMO DE AÇÃO 
 As polimixinas interagem com a molécula de polissacarídeo 
da membrana externa das bactérias gram-negativas, 
retirando cálcio e magnésio, necessários para a estabilidade 
da molécula de polissacarídeo. 
 Esse processo é independente da entrada do antimicrobiano 
na célula bacteriana e resulta em aumento de permeabilidade 
da membrana com rápida perda de conteúdo celular e morte 
da bactéria. 
 
Além de potente atividade bactericida, as polimixinas 
também apresentam atividade antiendotoxina. O lipídeo A da 
molécula de lipossacarídeo, que representa a endotoxina da 
bactéria gram-negativa, é neutralizado pelas polimixinas. 
POLIMIXINAS - RESISTENCIA 
 Além dos cocos gram-positivos, algumas espécies de 
bacilos gram-negativos também apresentam 
resistência intrínseca às polimixinas (algumas 
espécies de Burkholderia cepacia, Proteus spp., 
Serratia spp., Stenotrophomonas maltophilia e 
Enterobacter spp.). 
 
A resistência natural de bactérias gram-positivas está 
relacionada à incapacidade da droga de penetrar na 
parede celular. Entre os gram-negativos a resistência 
pode ocorrer por mecanismo semelhante, ou por 
diminuição na ligação à membrana celular. 
 
POLIMIXINAS 
 As polimixinas são ativas contra uma grande variedade de 
bacilos gram-negativos (incluindo P. aeruginosa e 
Acinetobacter spp.) incluindo muitas espécies de 
enterobactérias (como E. coli e Klebsiella spp.) e bacilos não-
fermentadores. 
 
POLIMIXINAS 
 Desta forma, as polimixinas têm sido utilizadas na prática 
clínica no tratamento de infecções graves por bacilos 
gram-negativos multirressitentes como P.aeruginosa e 
A.baumannii, principalmente, no tratamento de 
pneumonias associadas à assistência à saúde, infecções da 
corrente sanguínea relacionadas a cateteres, nas infecções 
do sítio cirúgico e nas infecções do trato urinário. 
 
 Entretanto, o pouco conhecimento sobre suas 
propriedades farmacológicas e eficácia clínica limitam sua 
utilização. 
 
GLICILCICLINAS 
 A tigeciclina, única representante do grupo das 
glicilciclinas 
 tigeciclina inibe a tradução protéica nas bactérias, 
ligando-se à subunidade ribossômica 30S bloqueando a 
entrada de moléculas aminoacil RNAt no sítio do 
ribossomo. 
 A tigeciclina não é afetada pelos dois principais 
mecanismos de resistência às tetraciclinas: a proteção 
ribossômica e o efluxo. 
 
 A apresentação disponível é somente para uso 
endovenoso, devendo ser administrada em 1 hora 
(tempo de infusão) duas vezes ao dia. 
 Apresenta excelente distribuição tecidual, sendo que 
as concentrações mais altas foram encontradas na 
bexiga, pulmão, cólon, baço e rim. 
 É eliminada predominantemente pelas vias biliares 
em sua forma ativa. Cerca de 30% são eliminados 
pelos rins. 
GLICILCICLINAS 
 Apresenta potente atividade in vitro contra cocos gram-
positivos; 
 OPÇÃO PARA RESISTENCIAS: 
 estafilococos resistentes à oxacilina, 
 enterococos resistentes à vancomicina; 
 estreptococos resistentes às penicilinas ou 
cefalosporinas) 
 enterobactérias, incluindo Klebsiella pneumoniae 
produtora de betalactamase; 
 
GLICILCICLINAS 
DAPTOMICINA 
Daptomicina é um antimicrobiano lipopeptídico cíclico, 
obtido da fermentação do Streptomyces pristinaspiralis, 
recentemente aprovado para uso clínico nos Estados 
Unidos; 
 
O mecanismo de ação consiste na ligação da daptomicina à 
membrana celular bacteriana levando à rápida 
despolarização do potencial de membrana, o que 
determina a inibição da síntese de proteínas, DNA e RNA, 
além do extravasamento de conteúdo citoplasmático e 
morte bacteriana. 
 
 
DAPTOMICINA 
É administrado unicamente por via intravenosa, alcança 
pico sérico máximo em cerca de 30 minutos. Apresenta 
meia-vida de 8 horas e ligação protéica de 92%. Tem 
baixo volume de distribuição e a eliminação é 
predominantemente renal (78%). A dose recomendada é 
de 4,0 mg/kg em dose única, diluída em soro fisiológico, 
para ser administrada em infusão de 30 minutos. 
 
 
ANTI-SÉPTICOS DO 
TRATO URINÁRIO 
ANTI-SÉPTICOS DO TRATO URINÁRIO 
 Usados no tratamento das infecções do trato urinário 
(ITUs) – cistite aguda e pielonefrite não complicada; 
 
 Escherichia coli – 80 % das infecções 
 
 As ITUs pode ser tratada com qualquer agente 
denominado Anti-sépticos do trato urinário; 
 
 Metenamina e nitrofurantoína 
 
 Não atingem níveis sistemicos, concentram-se na 
urina; 
ANTI-SÉPTICOS DO TRATO URINÁRIO 
 METENAMINA 
 Necessidade de decompor em pH ácido da urina, 
5,5 ou menos; 
 Produz formaldeído – tóxico para maioria das 
bactérias 
 Não há resistência bacteriana ao formaldeído; 
 Associada a ácido fraco (ácido mandélico) que 
diminui o pH da urina colaborando na 
decomposição do fármaco; 
FARMACOCINÉTICA 
 
 Administração oral; 
 Na bexiga forma formaldeído e amônia 
 Fígado converte amônia em uréia – contra 
indicado em pacientes com insuficiência hepática; 
 Distribuída em todo líquido corpóreo 
 Não se dissocia em Ph 7,4 e não ocorre toxicidade 
sistêmica; Eliminação pela urina; 
EFEITOS ADVERSOS E 
INTERAÇÕES 
 Desconforto gastrointestinal; 
 
 A associação ao ácido fraco (mandelato de 
metenamina é contra indicado para o 
tratamento de pacientes com insuficiência 
renal – possibilidade de precipitação do 
ácido; 
 
 ATENÇÃO: as sulfonaminas reagem com o 
formaldeído e NÃO PODE SER USADAS 
CONCOMITANTEMENTE;

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