Buscar

158121030916 CDZ DIR PROC TRABALHO AULA7

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

www.cers.com.br 
 
COMEÇANDO DO ZERO 2016 
Direito Processual do Trabalho – Aula 07 
Aryanna Manfredini 
1 
RECURSO DE REVISTA 
1. NATUREZA 
Os recursos classificam-se em recurso de natureza 
ordinária ou extraordinária, segundo tabela a seguir: 
 
Súmula 126, TST. Incabível o recurso de revista ou 
de embargos (CLT, artigos 896 e 894, “b”, CLT) para 
reexame de fatos e provas. 
Súmula 279, STF. Para simples reexame de prova 
não cabe recurso extraordinário. 
Importante saber que o recurso de revista é cabível 
apenas em dissídios individuais, o que significa dizer 
que não é cabível em dissídios coletivos, sendo pos-
sível nas ações coletivas, como é o caso da ação civil 
pública. 
2. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
Cabe recurso de revista em duas hipóteses: 
1) de decisão do TRT em recurso ordinário; e 
2) de decisão do TRT em agravo de petição. 
Não é cabível recurso de revista em face de decisão 
do TRT em agravo de instrumento (súmula 218 do 
TST). 
O recurso de revista somente será cabível quando: 
a) a questão for exclusivamente de direito; b) se o 
recorrente estiver diante de uma das hipóteses espe-
cíficas de cabimento de recurso de revista c) se a ma-
téria estiver prequestionada. 
2.1 Hipóteses Específicas de Cabimento do Re-
curso de Revista 
A hipóteses específicas de cabimento do recurso de 
revista variam de acordo com o procedimento. 
Esclarece-se, desde logo, que os dissídios de alçada, 
sujeitos ao procedimento sumário são de única ins-
tância. Da sentença proferida neste procedimento é 
cabível recurso apenas se houver violação à Consti-
tuição Federal (art. 2º, § 4º, Lei nº 5.584/70). 
No procedimento sumaríssimo, o recurso de revista 
é oportuno quando o acórdão do TRT contrariar a 
Constituição Federal, súmula do TST, ou súmula vin-
culante do STF (art. 896, § 9º, CLT). Não é hipótese 
de cabimento de recurso de revista neste procedi-
mento a contrariedade à orientação jurisprudencial 
(Súmula nº 442, TST). 
Recurso de revista na execução é cabível apenas 
quando houver ofensa literal e direta à Constituição 
da República (art. 896, § 2°, CLT e Súmula nº 266, 
TST). Entretanto, nas execuções fiscais e nas con-
trovérsias da fase de execução que envolvam a Cer-
tidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT) cabe 
recurso de revista por violação à lei federal, diver-
gência jurisprudencial e ofensa à Constituição Fede-
ral (art. 896, § 10º, CLT). 
No procedimento ordinário, nos termos do art. 896 "a" 
e "c", da CLT, o recurso de revista é cabível nos se-
guintes casos: 
a) violação literal e direta à Constituição Federal; 
b) violação literal à lei federal; 
c) contrariedade à súmula do TST; 
d) contrariedade à orientação jurisprudencial do TST 
(OJ 219, SDI-1, do TST); 
e) contrariedade à súmula vinculante do STF; 
f) quando, na interpretação de lei federal, a decisão 
recorrida contrariar outro TRT (Pleno ou Turma); e 
g) quando o acórdão recorrido divergir, na interpreta-
ção de lei federal, de decisão da Seção de Dissídios 
Individuais I ou II do TST 
Divergência jurisprudencial ocorre, por exemplo, 
quando: o TRT da 9ª região julga um caso hipotético, 
estabelecendo que não basta que as verbas resci-
sórias tenham sido depositadas no prazo previsto no 
art. 477, § 6º, da CLT, para afastar a incidência da 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
COMEÇANDO DO ZERO 2016 
Direito Processual do Trabalho – Aula 07 
Aryanna Manfredini 
2 
multa do art. 477, § 8º, da CLT, devendo a homolo-
gação da rescisão ocorrer também no prazo. Por ou-
tro lado, o TRT 4ª região julga que basta que o depó-
sito das verbas rescisórias seja realizado no prazo 
para que a multa do 477, §8º, da CLT não tenha ca-
bimento. Há, neste caso, uma divergência, uma vez 
que os tribunais interpretam o art. 477, §8º, da CLT 
de forma diversa. 
Caberá recurso de revista por divergência jurispru-
dencial entre TRTs, observadas as seguintes particu-
laridades: 
a) quando o acórdão do TRT recorrido contrariar sú-
mula de outro TRT ou tese jurídica prevalecente no 
âmbito deste tribunal, que não contrarie súmula, ori-
entação jurisprudencial do TST ou súmula do STF. 
b) se não houver súmula de outro TRT ou tese jurí-
dica prevalecente no âmbito deste tribunal, caberá 
recurso de revista quando o acórdão recorrido con-
trariar acórdão de outro TRT, desde que esta não es-
teja ultrapassada por súmula, orientação jurispruden-
cial do TST ou súmula do STF. 
Observe que havendo divergência no âmbito de um 
mesmo TRT, este deverá obrigatoriamente uniformi-
zar seu entendimento, criando as súmulas regionais 
ou fixando a tese jurídica prevalecente no âmbito da-
quele tribunal a respeito do tema objeto da discus-
são, através dos incidentes de uniformização de ju-
risprudência (CLT, art. 896, § 4º). 
O quorum para o julgamento do referido incidente é 
definido pelo regimento interno do tribunal. Caso o 
incidente seja julgado por voto da maioria absoluta 
dos seus membros, será editada súmula a respeito 
da matéria objeto da votação (art. 479, CPC). Caso, 
entretanto, a votação ocorra por maioria simples será 
fixada a tese jurídica prevalecente para o caso con-
creto, mas esta não será objeto de súmula. 
É importante conhecer o trâmite do recurso de revista 
para compreender quem poderá determinar ao Tribu-
nal Regional do Trabalho de origem que proceda a 
uniformização de sua jurisprudência, quando já inter-
posto este recurso. Portanto, passa-se ao procedi-
mento deste recurso. 
Em síntese, uma vez interposto o recurso de revista, 
o mesmo é dirigido ao Presidente do TRT recorrido, 
que fará o primeiro juízo de admissibilidade. Caso to-
dos os pressupostos estejam presentes, o recurso 
será recebido e a parte ex-adversa será intimada 
para apresentar contrarrazões ao recurso de revista 
e, então, os autos serão remetidos ao TST. Neste Tri-
bunal, o recurso será encaminhado ao relator, que 
fará o segundo juízo de admissibilidade. Constatando 
que todos os pressupostos de admissibilidade estão 
presentes, o recurso será conhecido e encaminhado 
à turma para julgamento. 
Ao receber o recurso de revista para o primeiro juízo 
de admissibilidade, se o Presidente do Tribunal Re-
gional constatar a divergência de entendimento no 
âmbito do mesmo TRT, determinará que se proceda 
a uniformização de sua jurisprudência, através do in-
cidente de unformização de jurisprudência, mediante 
decisão irrecorrível, para que este TRT crie uma sú-
mula regional a respeito da matéria objeto do recurso 
de revista ou fixe tese jurídica prevalecente a respeito 
da referida martéria (art. 896, §§ 4º e 5º, CLT). 
Depois de interposto o recurso de revista, se o presi-
dente do TRT não determinar ao Tribunal a uniformi-
zação da jurisprudência, o relator, no TST, poderá 
fazê-lo se constatar a divergência interna no âmbito 
do TRT recorrido (art. 896, §§ 4º e 5º, CLT). 
Caso o relator não verifique a divergência (ou seja, a 
existência de decisões atuais e conflitantes no âmbito 
do mesmo Tribunal Regional do Trabalho sobre o 
tema objeto de recurso de revista) e, assim, não de-
termine a uniformização de jurisprudência, a turma 
do TST poderá fazê-lo, determinando o retorno dos 
autos à Corte de origem, a fim de que proceda à uni-
formização da jurisprudência (art. 896, § 4º, CLT). 
O incidente poderá ser provocado também pelo juiz, 
pelas partes ou Ministério Público do Trabalho sem-
pre que verificarem a existência de decisões atuais e 
conflitantes no âmbito do mesmo Tribunal Regional 
do Trabalho sobre o tema objeto de recurso de re-
vista. 
Em síntese,o procedimento para o incidente de uni-
formização de jurisprudência observa, em regra, o 
seguinte trâmite: 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
COMEÇANDO DO ZERO 2016 
Direito Processual do Trabalho – Aula 07 
Aryanna Manfredini 
3 
a) requerida a instauração do incidente de uniformi-
zação de jurisprudência, o primeiro passo é o reco-
nhecimento da divergência por acórdão. 
b) caso a divergência seja arguida pelo presidente do 
TRT, relator ou turma do TST, será lavrado o acórdão 
e designada a sessão de julgamento. Não é dado ao 
plenário não reconhecer a divergência nestes casos, 
uma vez que o art. 896, § 5º, da CLT determina que 
a uniformização será determinada por eles mediante 
decisão irrecorrível, ou seja, deverá ser processado 
o incidente de uniformização de jurisprudência. Re-
conhecida a divergência os trâmites a seguir cami-
nham para o julgamento. 
c) a secretaria distribuirá a todos os juízes cópia do 
acórdão. 
d) cada juiz emitirá seu voto em exposição funda-
mentada. 
e) o chefe do Ministério Público que funciona perante 
o tribunal será ouvido. 
f) o julgamento tomado pelo voto da maioria absoluta 
dos membros do Tribunal Regional do Trabalho será 
objeto de súmula. Já se realizado pela maioria sim-
ples, consistirá na tese jurídica prevalecente no âm-
bito do tribunal a respeito da matéria debatida. 
Dada a relevância da matéria, por iniciativa de um 
dos membros da Seção Especializada em Dissídios 
Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, apro-
vada pela maioria dos integrantes da Seção, o julga-
mento do incidente de uniformização de jurisprudên-
cia poderá ser afeto ao Tribunal Pleno do TST (art. 
896, § 13, CLT). Ressalte-se, entretanto, que afeta-
ção de julgamento ao Tribunal Pleno somente poderá 
ocorrer em processos em tramitação na Seção de 
Dissídios Individuais do TST (art. 7º, Ato 491, da Pre-
sidencia do TST). 
A grande questão é: e depois de julgado o incidente 
de uniformização de jurisprudência, o que ocorrerá 
com o recurso ordinário já julgado se a decisão con-
flitar com súmula regional ou com a tese jurídica pre-
valecente no Tribunal Regional do Trabalho? Ob-
serve que o art. 896, § 4º, da CLT determina, no caso 
de divergência, o retorno dos autos à Corte de ori-
gem. Assim, após o julgamento do incidente a causa 
volta ao órgão julgador originário para novo julga-
mento do recurso ordinário. O TRT fica vinculado à 
decisão do incidente. A solução incorpora-se no jul-
gamento do recurso ou da causa, como premissa 
inafastável". 
No mesmo sentido é o art. 3º, do Ato 491 
/SEGJUD.GP, de 23 de setembro de 2014, da Presi-
dência do TST, referendado pelo Órgão Especial do 
TST, que fixa os parâmetros procedimentais para dar 
efetividade à lei 13.015/14, que institui nova sistemá-
tica recursal no âmbito da JT. Observe-se: 
Art. 3º Para efeito de aplicação dos §§ 4º e 5º do ar-
tigo 896 da CLT, persistindo decisão conflitante com 
a jurisprudência já uniformizada do Tribunal Regional 
do Trabalho de origem, deverão os autos retornar à 
instância a quo para sua adequação à súmula regio-
nal ou à tese jurídica prevalecente no Tribunal Regi-
onal do Trabalho, desde que não conflitante com sú-
mula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Supe-
rior do Trabalho (grifos nossos). 
Caberá recurso de revista caso a nova decisão 
(agora em conformidade com a solução do conflito de 
competência): 
a) permaneça contrária à súmula de outro TRT ou, se 
não houver, seja contrária à tese jurídica prevale-
cente no âmbito deste outro tribunal ou, caso inexis-
tentes qualquer das anteriores, seja divergente de 
acórdão de outro TRT 
b) se contrariar súmula do TST; 
c) se contrariar súmula vinculante do STF; 
c) se contrariar orientação jurisprudencial do TST; ou 
d) se divergir de acórdão da Seção de Dissídios Indi-
viduais I ou II do TST. 
Caberá, neste casos, portanto, novo recurso de re-
vista . 
Como exemplo, podemos citar o caso em que ao jul-
gar o recurso ordinário, o TRT reconheceu que basta 
que o pagamento das verbas rescisórias tenha sido 
realizado dentro do prazo previsto no art. 477, § 6º, 
da CLT, para que a multa do art. 477, § 8º, do mesmo 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
COMEÇANDO DO ZERO 2016 
Direito Processual do Trabalho – Aula 07 
Aryanna Manfredini 
4 
diploma legal, seja incabível, mesmo que a homolo-
gação tenha ocorrido a destempo. Desta decisão foi 
interposto o recurso de revista pelo reclamante e na 
sequência suscitado o incidente de uniformização de 
jurisprudencia que resultou em uma súmula regional 
em sentido contrário, entendendo que a multa é de-
vida também quando a homologação não ocorre no 
prazo. O acórdão do TRT, em recurso ordinário, foi 
reformulado para adequa-se a súmula e condenar o 
reclamado ao pagamento da multa do art. 477, § 8º, 
da CLT. Com a nova decisão, surge para o recla-
mado (parte ex-adversa) o interesse em interpor 
novo recurso de revista, o qual será admissível se 
esta decisão contrariar, por exemplo, súmula de ou-
tro tribunal regional do trabalho. 
 No procedimento ordinário cabe, ainda, re-
curso de revista por divergência jurisprudencial na hi-
pótese do art. 896, "b", da CLT, ou seja, quando o 
acórdão recorrido der ao mesmo dispositivo de lei es-
tadual, convenção coletiva de trabalho, acordo cole-
tivo, sentença normativa ou regulamento empresarial 
de observância obrigatória em área territorial que ex-
ceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da de-
cisão recorrida, interpretação divergente, na forma da 
alínea "a" do art. 896 da CLT. 
 Como exemplo, podemos citar um caso hipo-
tético em que o TRT da 9ª região, ao julgar o recurso 
ordinário, interprete cláusula de acordo coletivo de 
trabalho de aplicação na área de jurisdição de mais 
de um TRT (TRT 9ª região e da 12ª região, por exem-
plo) de forma diversa da adotada pelo TRT da 12ª 
região. Da mesma forma o regulamento de uma em-
presa de âmbito nacional pode ser interpretado de 
forma diversa por mais de um TRT. 
Ressalte-se quanto à divergência jurisprudencial os 
seguintes dispositivos: 
a) Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte 
(art. 896, § 1º-A, CLT): 
I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubs-
tancia o prequestionamento da controvérsia objeto 
do recurso de revista; 
II - indicar, de forma explícita e fundamentada, con-
trariedade a dispositivo de lei, súmula ou orientação 
jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que 
conflite com a decisão regional; 
III - expor as razões do pedido de reforma, impug-
nando todos os fundamentos jurídicos da decisão re-
corrida, inclusive mediante demonstração analítica 
de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, 
de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contra-
riedade aponte. 
b) A divergência apta a ensejar o recurso de revista 
deve ser atual, não se considerando como tal a ultra-
passada por súmula do Tribunal Superior do Traba-
lho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por 
iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior 
do Trabalho (art. 896, § 7º, CLT). 
c) súmulas e orientações jurisprudenciais aplicadas 
por analogia são autorizam o conhecimento ou provi-
mento do recurso de revista. 
d) Quando o recurso fundar-se em dissenso de julga-
dos, incumbe ao recorrente o ônus de produzir prova 
da divergência jurisprudencial, mediante certidão, có-
pia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial 
(TRT ou TST) ou credenciado (no site do TST há a 
relação de repositórios credenciados), inclusive em 
mídia eletrônica, em que houver sidopublicada a de-
cisão divergente, ou ainda pela reprodução de jul-
gado disponível na internet, com indicação da res-
pectiva fonte, mencionando, em qualquer caso, as 
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os 
casos confrontados (art. 896, § 8º, CLT). 
Ressalte-se que os Tribunais Regionais deverão 
manter e dar publicidade as suas súmulas e teses ju-
rídicas prevalecentes mediante banco de dados, or-
ganizando-as por questão jurídica decidida e divul-
gando-as, preferencialmente, na rede mundial de 
computadores (art. 6º, Ato 491,da Presidência do 
TST, referendado pelo Pleno do TST). O intuito é o 
de facilitar aos jurisdicionados a pesquisa sobre o en-
tendimento predominante no Tribunal. 
e) detalhes sobre a demonstração da divergência 
constam na súmula 337, do TST. Observe: 
Súmula 337, TST. 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
COMEÇANDO DO ZERO 2016 
Direito Processual do Trabalho – Aula 07 
Aryanna Manfredini 
5 
I - Para comprovação da divergência justificadora do 
recurso, é necessário que o recorrente. 
a) Junte certidão ou cópia autenticada do acórdão 
paradigma ou cite a fonte ofcial ou o repositório auto-
rizado em que foi publicado; e 
b) Transcreva, nas razões recursais, as ementas 
e/ou trechos dos acórdãos trazidos à configuração do 
dissídio, demonstrando o conflito de teses que justifi-
que o conhecimento do recurso, ainda que os 
acórdãos já se encontrem nos autos ou venham a ser 
juntados com o recurso. 
II - A concessão de registro de publicação como re-
positório autorizado de jurisprudência do TST torna 
válidas todas as suas edições anteriores. 
III – A mera indicação da data de publicação, em 
fonte oficial, de aresto paradigma é inválida para 
comprovação de divergência jurisprudencial, nos ter-
mos do item I, “a”, desta súmula, quando a parte pre-
tende demonstrar o conflito de teses mediante a 
transcrição de trechos que integram a fundamen-
tação do acórdão divergente, uma vez que só se pu-
blicam o dispositivo e a ementa dos acórdãos. 
IV – É válida para a comprovação da divergência ju-
risprudencial justificadora do recurso a indicação de 
aresto extraído de repositório oficial na internet, 
desde que o recorrente: 
a) transcreva o trecho divergente; 
b) aponte o sítio de onde foi extraído; e 
c) decline o número do processo, o órgão prolator do 
acórdão e a data da respectiva publicação no Diário 
Eletrônico da Justiça do Trabalho. 
Da decisão denegatória do recurso de revista caberá 
agravo, no prazo de 8 (oito) dias (art. 896, § 12, CLT). 
2.3. PREQUESTIONAMENTO 
O prequestionamento é pressuposto do recurso de 
revista, assim como dos demais recursos de natu-
reza extraordinária. A matéria estará prequestionada 
quando houver sido tratada no acórdão impugnado 
(Súmula nº 297, I, TST), ou seja, o TST só conhecerá 
o recurso se houver manifestação explícita do TRT 
no acórdão sobre a discussão abordada no recurso 
de revista, inclusive quanto à matéria de ordem pú-
blica (OJ 62, SDI-I, TST). 
Contanto que o TRT não se pronuncie quanto à ma-
téria impugnada, deverão ser opostos embargos de 
declaração com o objetivo de que se manifeste a res-
peito de tal matéria, sob pena de preclusão (Súmulas 
nº 297, II, e 184, TST). 
Entretanto, se apesar de opostos embargos de de-
claração, o Tribunal não se manifestar em relação à 
matéria impugnada, será considerada prequestio-
nada (Súmula nº 297, TST). 
Registre-se que a palavra “explicitamente” presente 
no inciso I da Súmula nº 297 do TST não faz alusão 
ao dispositivo legal, exigindo-se apenas que seja evi-
denciada a tese sustentada na decisão, sendo indife-
rente a referência expressa da norma legal (OJ 118, 
SDI-1, TST). 
2.4. TRANSCENDÊNCIA 
Embora prevista no artigo 896-A da CLT, atualmente 
a transcendência não é um pressuposto de admissi-
bilidade do recurso de revista, posto que ainda não 
está regulamentada. 
O recurso de revista é dirigido ao Presidente do TRT 
(art. 896, § 1°, CLT), o qual poderá delegar o exame 
dos pressupostos de admissibilidade ao vice-presi-
dente, de acordo com a previsão do Regimento In-
terno. 
2.5. RECURSOS REPETITIVOS 
 
A Lei 13.015/2014 determinou a aplicação das regras 
do CPC ao processo trabalhista em relação aos re-
cursos repetitivos. A matéria também foi regulamen-
tada pelo Ato 491/SEGJUD.GP, de 23 de setembro 
de 2014, da Presidência do TST, referendada pelo 
Órgão Especial. 
Consoante a nova lei e o referido Ato 491, se o TST, 
ao receber um recurso de revista, considerar que a 
matéria é repetitiva, quer dizer, se houver multiplici-
dade de recursos de revista fundados em idênticas 
questões de direito, todos os recursos que estiverem 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
COMEÇANDO DO ZERO 2016 
Direito Processual do Trabalho – Aula 07 
Aryanna Manfredini 
6 
nos TRTs sobre o mesmo tema ficarão sobrestados 
aguardando a decisão do primeiro caso. Segundo o 
TST, uma vez julgado o recurso paradigma – ou lea-
ding case –, todos os demais que estavam sobresta-
dos deverão ser julgados no mesmo sentido, salvo se 
a matéria fática for distinta ou questão jurídica não 
examinada exigirem solução jurídica diversa. 
No caso de multiplicidade de recursos de revista fun-
dados em idêntica questão de direito, a questão po-
derá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios 
Individuais ou ao Tribunal Pleno. 
1. Proposta de afetação 
A Turma do TST poderá afetar o recurso para a SDI 
e apenas esta poderá afetar a questão para julga-
mento pelo Pleno do TST sob o rito dos recursos re-
petitivos (art. 9.º, Ato 491/SEGJUD.GP, de 23 de se-
tembro de 2014, Presidência do TST). Verifique o 
procedimento: 
a) Quando a Turma do TST entender necessária a 
adoção do procedimento de julgamento de recursos 
de revista repetitivos, seu presidente deverá subme-
ter ao presidente da SDI-1 a proposta de afetação do 
recurso de revista. 
O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, 
por indicação dos relatores, afetará um ou mais re-
cursos representativos da controvérsia para julga-
mento pela Seção Especializada em Dissídios Indivi-
duais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos 
repetitivos (art. 896-C, § 1.º, da CLT). 
O Presidente da Turma ou da Seção Especializada 
que afetar processo para julgamento sob o rito dos 
recursos repetitivos deverá expedir comunicação aos 
demais Presidentes de Turma ou de Seção Especia-
lizada, que poderão afetar outros processos sobre a 
questão para julgamento conjunto, a fim de conferir 
ao órgão julgador visão global da questão (art. 896-
C, § 2.º, da CLT). 
b) O presidente da SDI-1 submeterá a proposta ao 
colegiado no prazo máximo de 30 dias de seu rece-
bimento. 
c) Acolhida a proposta, por maioria simples, a SDI 
também decidirá se ela própria julgará a questão ou 
se será analisada pelo Pleno. 
d) Acolhida a proposta, o recurso repetitivo será dis-
tribuído a um dos Ministros membros da Seção Es-
pecializada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro re-
visor (art. 896-C, § 6.º, da CLT). 
e) Rejeitada a proposta, os autos serão remetidos 
para a turma para que o julgamento do recurso de 
revista prossiga normalmente. 
2. Processamento 
Uma vez acolhida a proposta de afetação, o relator 
na SDI ou no Pleno proferirá a decisão de afetação 
na qual identificará com precisão a questão a ser 
submetida a julgamento; 
O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá 
determinar a suspensão dos recursos de revista ou 
de embargos que tenham como objeto controvérsia 
idêntica à dorecurso afetado como repetitivo (art. 
896-C, § 5.º, da CLT). 
O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho ofici-
ará os Presidentes dos Tribunais Regionais do Tra-
balho para que suspendam os recursos interpostos 
em casos idênticos aos afetados como recursos re-
petitivos, até o pronunciamento definitivo do Tribunal 
Superior do Trabalho (art. 896-C, § 3.º, da CLT). 
O relator requisitará ao Presidente ou Vice-Presi-
dente do Tribunal de origem que admitam até dois 
recursos representativos da controvérsia, os quais 
serão encaminhados ao Tribunal Superior do Traba-
lho, ficando suspensos os demais recursos de revista 
até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior 
do Trabalho (art. 896-C, § 4.º, da CLT e art. 11, III, do 
Ato 491/SEGJUD.GP/2014 – Presidência do TST). 
Se após receber os recursos de revistas encaminha-
dos não se proceder a sua afetação, o relator no Tri-
bunal Superior do Trabalho comunicará o fato ao pre-
sidente ou vice-presidente que os houver enviado 
para que seja revogada a decisão de suspensão (art. 
12 do Ato 491/SEGJUD.GP/2014 – Presidência do 
TST). 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
COMEÇANDO DO ZERO 2016 
Direito Processual do Trabalho – Aula 07 
Aryanna Manfredini 
7 
Os recursos afetados serão julgados em no máximo 
um ano e terão preferência sobre os demais, caso 
contrário cessa automaticamente a afetação e a sus-
pensão dos processos. Neste caso, é permitido a ou-
tro relator afetar dois ou mais recursos, à luz do art. 
896-C da CLT, representativos da controvérsia (art. 
14, Ato 491/SEGJUD.GP/2014 – Presidência do 
TST). 
Quando os recursos requisitados do TRT contiverem 
outras questões além daquela que é objeto de afeta-
ção, caberá ao órgão jurisdicional competente decidir 
esta em primeiro lugar e depois as demais, em acór-
dão específico para cada processo (art. 15, Ato 
491/SEGJUD.GP/2014 – Presidência do TST). 
As partes deverão ser intimadas da decisão de sus-
pensão de seus processos, a ser proferida pelo res-
pectivo relator (art. 18, Ato 491/ SEGJUD.GP/2014 – 
Presidência do TST). As partes, entretanto, poderão 
requerer o prosseguimento de seu processo demons-
trando a distinção entre a questão a ser decidida no 
processo e aquela a ser julgada no recurso afetado. 
A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento 
no prazo de cinco dias. Da decisão caberá agravo, 
com base no regimento interno dos respectivos tribu-
nais (art. 19, Ato 491/ SEGJUD.GP/2014 – Presidên-
cia do TST). 
O relator poderá solicitar aos Tribunais Regionais do 
Trabalho informações a respeito da controvérsia, a 
serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias (art. 
896-C, § 7.º, da CLT). 
O relator poderá admitir manifestação de pessoa, ór-
gão ou entidade com interesse na controvérsia, inclu-
sive como assistente simples (art. 896, § 8.º, da CLT 
e art. 543-C, § 4.º, do CPC) (art. 1.036, I, do NCPC). 
Permite-se, portanto, a intervenção do amicus curiae 
neste julgamento. 
O relator poderá fixar data para, em audiência pú-
blica, ouvir depoimento de pessoas com experiência 
e conhecimento da matéria (art. 16, Ato 
491/SEGJUD.GP/2014 – Presidência do TST). 
Após o recebimento das manifestações de pessoa, 
órgão ou entidade com interesse na controvérsia e, 
se for o caso, também dos TRTs (art. 896, § 7.º, da 
CLT), terá vista o Ministério Público pelo prazo de 15 
(quinze) dias. 
Transcorrido o prazo para o Ministério Público e re-
metida cópia do relatório aos demais Ministros, o pro-
cesso será incluído em pauta na Seção Especiali-
zada ou no Tribunal Pleno, devendo ser julgado com 
preferência sobre os demais feitos (art. 896-C, § 10, 
da CLT). 
3. Julgamento 
O acórdão paradigma abrangerá análise de todos os 
fundamentos suscitados à tese jurídica discutida, fa-
voráveis ou contrários. 
Publicado o acórdão paradigma, os recursos de re-
vista sobrestados na origem (art. 896-C, § 11, da 
CLT): 
I – terão seguimento denegado na hipótese se o 
acórdão recorrido coincidir com a orientação a res-
peito da matéria no Tribunal Superior do Trabalho; ou 
II – na hipótese de o acórdão recorrido divergir da ori-
entação do Tribunal Superior do Trabalho a respeito 
da matéria, os autos retornarão ao órgão prolator do 
acórdão recorrido para novo reexame e aplicação da 
tese firmada pelo Tribunal Superior, segundo o art. 
21, III, Ato 491/SEGJUD.GP/2014 – Presidência do 
TST: 
“Art. 21, III, Ato 491. Os Processos suspensos em pri-
meiro e segundo graus de jurisdição retomarão o 
curso para julgamento e aplicação da tese firmada 
pelo Tribunal Superior.” 
O TRT poderá manter decisão divergente da firmada 
pelo TST apenas se demonstrar fundamentada-
mente a existência de distinção, por se tratar de caso 
particularizado por hipótese fática distinta ou questão 
jurídica não examinada a impor solução jurídica di-
versa, segundo o parágrafo primeiro do art. 21 do Ato 
491/SEGJUD.GP/2014 – Presidência do TST: 
“Art. 21, § 1.º, Ato 491. Para fundamentar a decisão 
de manutenção do entendimento, o órgão que profe-
riu o acórdão recorrido demonstrará, fundamentada-
mente, a existência de distinção, por se tratar de caso 
particularizado de hipótese fática distinta ou questão 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
COMEÇANDO DO ZERO 2016 
Direito Processual do Trabalho – Aula 07 
Aryanna Manfredini 
8 
jurídica não examinada a impor solução jurídica di-
versa.” 
Neste caso, se mantida a decisão divergente pelo Tri-
bunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade 
do recurso de revista (art. 896-C, § 12, da CLT, art. 
21, § 2.º, Ato 491/SEGJUD.GP/2014). 
Realizado o juízo de retratação, com alteração do 
acórdão divergente, o tribunal de origem, se for o 
caso, decidirá as demais questões ainda não decidi-
das, cujo enfrentamento se tornou necessário em de-
corrência da alteração. 
Frise-se, entretanto, que a Lei 13.015/2014 não im-
pôs ao TRT que ajuste seu julgamento à decisão do 
TST, como fez o art. Ato 491/SEGJUD.GP/2014 da 
Presidência do TST. O art. 896-C, § 11, II, da CLT 
apenas determina que “os recursos ordinários so-
brestados serão novamente examinados pelo Tribu-
nal de origem na hipótese de o acórdão recorrido di-
vergir da orientação do Tribunal Superior do Trabalho 
a respeito da matéria”. Desse modo, o tribunal de ori-
gem poderia manter a sua decisão, considerando 
que o posicionamento adotado pelo Tribunal não é 
vinculante. Alguns doutrinadores entendem que 
basta que o acórdão mantenha a prévia decisão pe-
los seus próprios fundamentos. Outros, entretanto, 
entendem que o tribunal deverá fundamentar a sua 
decisão rechaçando todos os fundamentos utilizados 
pelo TST no julgamento dos recursos repetitivos, sob 
pena de violação ao princípio da fundamentação (art. 
93, IX, da CF). Mantida a decisão, se analisará a ad-
missibilidade recursal e, sendo positiva, remeterá o 
recurso de revista será remetido ao TST. 
Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de 
recursos repetitivos quando se alterar a situação eco-
nômica, social ou jurídica, caso em que será respei-
tada a segurança jurídica das relações firmadas sob 
a égide da decisão anterior, podendo o Tribunal Su-
perior do Trabalho modular os efeitos da decisão que 
a tenha alterado (art. 896-C, § 17, da CLT).

Continue navegando