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46 MEMBRANAS FETAIS E PLACENTA INDICAÇÃO DE LEITURA 1) MOORE, K.L.; PERSAUD, T.V.N. Embriologia Básica. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. Capítulo 08, páginas 75-83. 2) SADLER, T.W. Langman Embriologia Médica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Capítulo 08, páginas 83-95. A placenta é o órgão que realiza a troca de nutrientes e gases entre a parte fetal e a parte materna. Ao iniciar o segundo mês do desenvolvimento, a demanda do feto por nutrientes aumenta muito, fazendo com que ocorram grandes mudanças na placenta. A primeira delas é um aumento da área de contato entre a parte materna e a parte fetal fazendo com que as trocas se tornem mais rápidas e eficientes. A parte fetal da placenta é formada pelo sinciotrofoblasto, citotrofoblasto e pelo mesoderma extraembrionário sendo que essas três membranas formam juntas o córion. A parte materna da placenta é formada pelo endométrio. No início do segundo mês, a parte fetal da placenta está na forma de vilosidades terciárias. A superfície de cada vilosidade cortada transversalmente é formada pelo sinciciotrofoblasto situado sobre uma camada de células do citotrofoblasto que, por sua vez, recobrem um eixo de mesoderma extraembrionário vascularizado. Os vasos sanguíneos que estão se desenvolvendo nas vilosidades acabam entrando em contato com os vasos sanguíneos do cordão umbilical. O sangue materno é fornecido à placenta através das artérias espiraladas do endométrio. O sangue desses vasos extravasa nos espaços entre as vilosidades. No início do quarto mês, algumas células do citotrofoblasto desaparecem. Como consequência, a barreira materno-fetal, que era formada pelo sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto, mesoderma extraembrionário e célula endotelial, se reduz, sendo nesse momento formada apenas pelo sinciciotrofoblasto e célula endotelial. Observe a figura a seguir que mostra as vilosidades em corte transversal. As principais alterações na placenta ocorrem entre a 8ª e a 18ª semana e serão descritas a seguir. Até o início da oitava semana, as vilosidades cobrem toda a superfície do córion. Conforme a gravidez progride, as vilosidades do polo embrionário continuam crescendo, dando origem ao córion frondoso. As vilosidades do polo oposto degeneram e, por volta do terceiro mês, esse lado do córion é liso sendo, então, denominado córion liso. Essa diferença entre o córion frondoso e o córion liso reflete na estrutura da parte materna da placenta. A parte do endométrio que está em contato com o córion frondoso é chamada de decídua basal que é eliminada durante o parto. A parte do endométrio que está em contato com o córion liso é denominada decídua capsular. Com o crescimento do córion, a decídua capsular se funde com a decídua parietal localizada no lado oposto do útero. Essa fusão provoca o fechamento do lúmen uterino. Assim, a porção do córion que participa do processo de trocas é o córion frondoso que, junto com a decídua basal, forma a placenta. Ocorre também a fusão do âmnio e do córion que promove o fechamento da cavidade coriônica. Observe a figura a seguir. 47 MEMBRANAS FETAIS EM GÊMEOS. A incidência de gestações múltiplas aumentou significativamente nos últimos anos e representa atualmente mais do que 3% de todos os nascidos vivos dos EUA. Os motivos desse aumento são dois: (1) a maior idade da mãe e (2) uso aumentado de tratamentos de fertilidade. GÊMEOS DIZIGÓTICOS Aproximadamente 90% dos gêmeos são dizigóticos (fraternos) e sua incidência aumenta com a idade materna, duplicando em mães com 35 anos. Esses gêmeos possuem constituição genética diferente e são tão diferentes como irmãos nascidos em épocas diferentes podendo, inclusive serem de sexos diferentes. Eles resultam da liberação simultânea de dois ovócitos e da fertilização por espermatozoides diferentes, produzindo dois blastocistos diferentes que se implantam independentemente no útero e, em geral, cada um desenvolve sua própria placenta, seu próprio córion e obviamente seu próprio âmnio. Entretanto, algumas vezes os dois blastocistos se implantam em locais tão próximos que as placentas e os córions podem se fundir. Observe a figura a seguir. 48 GÊMEOS MONOZIGÓTICOS O segundo tipo de gêmeos se desenvolvem de um único ovócito fertilizado, sendo chamados de gêmeos monozigóticos ou idênticos. A taxa de gêmeos monozigóticos é 3 ou 4 a cada 1000 nascimentos. Eles podem resultar da separação de células em vários estágios do desenvolvimento. Acredita-se que a separação mais inicial ocorra no estágio de dois blastômeros. Nesse caso, os blastocistos se implantam separadamente e, cada embrião, terá sua própria placenta e sua própria cavidade coriônica tendo uma disposição de membranas igual a dos gêmeos dizigóticos. A separação das células geralmente ocorre no estágio de blastocisto inicial. Nesse caso, a massa celular interna (embrioblasto) se divide em dois grupos de células dentro do mesmo blastocisto. Os dois embriões terão placenta e cavidade coriônica comuns mas cavidades amnióticas distintas. Mais raramente, a separação de células ocorre no disco bilaminar, logo antes do aparecimento da linha primitiva. A separação de células nessa fase resulta na formação de embriões dentro de uma mesma cavidade amniótica. Observe a figura a seguir.
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