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ABDOME AGUDO PERFURATIVO Franklin Martins Abdome Agudo Perfurativo MAIS COMUNS Úlcera Péptica Perfurada Perfuração por Corpo Estranho Úlcera Péptica Perfurada Pode ser localizada em: Esôfago Distal Estômago Duodeno Jejuno Proximal Divertículo de Meckel (mucosa tipo gástrica) A perfuração duodenal é a mais freqüente (6 a 8:1) Úlcera Péptica Perfurada Ocupa o 3º ou 4º lugar entre os abdomes agudos não traumáticos Mortalidade variável: entre 1 a 15% Úlcera Gástrica: 10 – 40 % Úlcera Duodenal: < 10 % A freqüência de ocorrência não se alterou com os modernos tratamentos farmacológicos Associação com AINE Acomete mais o sexo masculino e na faixa etária entre 20 e 50 anos Úlcera Péptica Perfurada PATOLOGIA Perfuração de todas as camadas da parede do órgão Perfuração em cavidade livre Extravasamento do conteúdo visceral para a cavidade peritonial Bile, enzimas pancreáticas e o ácido clorídrico levam a uma peritonite química A intensidade da peritonite depende da natureza e do volume do material e da duração do vazamento Com 6-12h: Peritonite Purulenta Choque Hipovolêmico Sepse Úlcera Péptica Perfurada DIAGNÓSTICO (História Clínica) 1ª FASE Sintomas prévios de úlcera péptica (10% a perfuração é a primeira ocorrência) Início abrupto de dor epigástrica intensa, lancinante, “dor em facada” – de 3-4h após uma refeição A dor migra para QID do abdome todo abdome Pode ocorrer dor em ombro direito (irritação diafragmática) Náuseas, vômitos, febre:são raros Úlcera Péptica Perfurada DIAGNÓSTICO (Exame Físico) Paciente encontra-se ansioso, com fácies de sofrimento agudo, geralmente deitado e imóvel Sudorese, respiração superficial tipo costal, taquicardia T° normal, pele úmida e fria, pressão sangüínea normal Palpação superficial dolorosa, descompressão dolorosa, “abdome em tábua” Desaparecimento da macicez hepática (60%) (Pneumoperitônio) – Sinal de JOBERT Úlcera Péptica Perfurada EVOLUÇÃO – 2ª FASE Fase da “Melhora” – 2 a 6h Diminui a dor abdominal Mantém quadro de rigidez abdominal Respiração Costal - freqüência Temperatura normal Melhora da taquicardia Úlcera Péptica Perfurada EVOLUÇÃO – 3ª FASE Fase da Peritonite Bacteriana – 6 a 12h Aumento do pneumoperitônio rigidez da parede abdominal e a hipersensibilidade Toxemia bacteriana Febre, taquicardia, desidratação Hipotensão e Choque Úlcera Péptica Perfurada EXAMES Radiografia simples de abdome 80% dos casos Radiografia contrastada de abdome Contraste hidrossolúvel Hematócrito Hemoconcentração Leucocitose: 10 a 15.000 / mm³ Amilase ~3 x o normal Punção abdominal: bile + amilase Cultura da secreção (< 6h): Negativa Germes comuns: Streptococcus, E.coli, Pseudomonas e Klebsiella USG: afastar outras patologias Úlcera Péptica Perfurada TRATAMENTO – Medidas Gerais Corrigir a hipovolemia Cristalóides / Colóides Sonda nasogástrica sob aspiração Pressão Venosa Central Volume urinário (30 ml/h) Sedação da dor Antibioticoterapia Tratamento conservador isolado (Taylor) Mortalidade: 11% Úlcera Duodenal e 25% na Úlcera Gástrica Úlcera Péptica Perfurada TRATAMENTO CIRÚRGICO Tamponamento ou Sutura da Lesão X Cirurgia Definitiva Critérios para não fazer a cirurgia definitiva Doença grave associada Choque pré-operatório Perfuração há mais de 24h Úlcera Péptica Perfurada TRATAMENTO CIRÚRGICO DEFINITIVO Úlcera Duodenal Sutura da lesão + Vagotomia Proximal (USS) Úlcera Gástrica Sutura da Lesão + Biópsia da ulceração Gastrectomia Distal + Reconstrução de Billroth Perfuração por Corpo Estranho CONCEITO: “Qualquer objeto anormalmente localizado no interior do corpo humano que poderá causar algum dano ao indivíduo.” Perfuração por Corpo Estranho CLASSIFICAÇÃO Transparietais Projéteis Arma branca Orificiais (Introd. Em orif. Naturais) Perfuração por Corpo Estranho ETIOPATOGENIA (70-90% são eliminados) Depende do formato, tamanho, material e alterações anatômicas Obstáculos mais comuns: Junção faringo-esofágica Junção esôfago-gástrica Estômago (Piloro) Duodeno Íleo terminal (Válvula Íleo Cecal) Ângulos Hepático e Esplênico do Cólon Sigmóide e Reto Somente 1% causa Abdome Agudo Perfurativo Perfuração por Corpo Estranho FISIOPATOLOGIA Após a perfuração, o corpo estranho pode: Permanecer no local da perfuração Cair na cavidade peritoneal livre Continuar o seu curso pelo tubo digestivo Alguns objetos podem ser eliminados pela parede abdominal Perfuração por Corpo Estranho QUADRO CLÍNICO Depende da VÍSCERA perfurada Dependa do TAMANHO da perfuração Depende do TEMPO da perfuração A DOR é o sintoma mais comum Náuseas e vômitos – íleo funcional Pode haver lesão de vasos com hemorragia (Veias: Cava, Porta, Mesentérica) Febre está associada a abcessos Perfuração por Corpo Estranho EXAME FÍSICO O paciente prefere a imobilidade Apresenta sinais de desidratação Distensão ou irritação abdominal (RHA alterados) Pode apresentar pneumoperitônio Pode apresentar plastrão ou sinais de irritação localizada Pode apresentar crepitação ao toque retal (perfuração para o retroperitônio) Nem sempre o objeto é localizado Perfuração por Corpo Estranho EXAMES COMPLEMENTARES – Laboratoriais Hemograma Anemia ou Hemoconcentração Leucocitose (> 10.000) com desvio p/ E VHS aumentado Amilase elevada(lesão pancreática) Piúria, Hematúria (lesões específicas) Perfuração por Corpo Estranho EXAMES DE BIO-IMAGEM Pneumoperitônio (RAD. simples) Níveis Hidroaéreos (RAD. simples) USG não é eficiente RNM não pode ser usada com objetos metálicos (ferrosos) Perfuração por Corpo Estranho PUNÇÃO E LAVADO ABDOMINAL Tem valor no Hemoperitônio e na Peritonite ENDOSCOPIA ALTA E BAIXA Pode servir como diagnóstico e terapêutica VÍDEO-LAPAROSCOPIA Pode ajudar no Diagnóstico Diferencial Perfuração por Corpo Estranho DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Úlcera Perfurada Correlacionar com a história prévia Apendicite Aguda Difícil diferenciação Diverticulite História prévia e faixa etária Colecistite Aguda USG: cálculos / inflamação da vesícula Tumores Perfurados História clínica e massas tumorais Perfuração por Corpo Estranho Indicações Cirúrgicas Parada de progressão do objeto Anomalias associadas Obstrução intestinal Perfuração do trato digestivo Corpo estranho no apêndice cecal Casos especiais de C.E. (conduta expectante perigosa) Perfuração por Corpo Estranho TRATAMENTO Rafia da lesão Drenagem / Descompressão Repouso da área atingida Perfuração por Corpo Estranho TRATAMENTO Estômago Desbridamento e rafia Duodeno Rafia simples + drenagem externa Jejuno Rafia simples Divertículo de Meckel Ressecção Apêndice Cecal Apendicectomia Cólons Rafia + drenagem / Colostomia Conduta nos Empalamentos História clínica distorcida Exame proctológico OBRIGATÓRIO Radiografia simples de abdome e tórax Retirada do objeto pela via baixa Anestesia c/ bloqueio medular Repetir o exame proctológico após retirada do corpo estranho Em caso de intervenção cirúrgica: optar pela ordenha mecânica Evitar abrir o intestino Condutana Ingestão de Corpo Estranho Diagnóstico Topográfico Características do objeto Tempo de ocorrido Medidas terapêuticas realizadas (laxativo – contra indicado) Tranqüilizar o paciente e familiares O tempo de eliminação varia de 2 a 6 dias
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