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2 DIREITOS DO CONSUMIDOR NO MERCOSUL Gislaine Fernandes de Oliveira Mascarenhas Aureliano1 Resumo: Em diferentes períodos históricos se tem aberto caminhos e concepções para a realização de alguns grupos humanos, que, por diferentes circunstâncias, são considerados desprotegidos. O presente artigo propõe a análise do que ocorre no Mercosul em relação à proteção dos consumidores, já que a transformação econômica é contínua e produz alterações estruturais no Estado Contemporâneo. Tem como foco o estudo do Código de Defesa do Consumidor do Brasil, das legislações da Argentina, do Paraguai e do Uruguai, além do Tratado de Assunção e Protocolo de Santa Maria, analisando-se as simetrias e assimetrias existentes entre eles. Há a necessidade de uma integração entre os Países-Partes do Mercosul para assim se concretizar os direitos dos consumidores assim relacionados. Palavras-Chave: Direito negocial. Leis das Relações de Consumo. Mercosul. Busca de um Regulamento Comum. Integração. Abstract: In different historical periods one have been opening roads and conceptions for the accomplishment of some human groups, that, for different circumstances, they are considered failed to protect. The present article proposes the analysis of what happens in Mercosul in relation to the consumers' protection, since the economical transformation is continuous and it produces structural alterations in the Contemporary State. Has as focus the study of the Code of Defense of the Consumer from Brazil, of the legislations of Argentina, of Paraguay and of Uruguay, besides the Treaty of Assumption and Protocol of Santa Maria, being analyzed the symmetries and existent asymmetries among them. There is the need of an integration among them Country-leave of Mercosul for like this if it renders the consumers' rights like this related. Key words: Right negocial. Laws of the Relationships of Consumption. Mercosul. It looks for of a Common Regulation. Integration. Sumário: 1 INTRODUÇÃO; 2 O CÓDIGO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COMO LEI PROTETORA DOS CONSUMIDORES NO MERCOSUL; 1 Mestre em Direito Negocial na Universidade Estadual de Londrina – UEL. Docente em Direito Empresarial e Direito Processual Penal da FEATI. Coordenadora do Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de Direito da FEATI. Oficiala de Justiça do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. 3 2.1 Natureza Da Lei Protetora; 2.1.1 Origem constitucional do código de defesa do consumidor; 2.1.2 O código de defesa do consumidor como norma de ordem pública e de interesse social; 3 A LEGISLAÇÃO DA ARGETINA; 3.1 Os Sujeitos Da Lei Argentina E Matérias Relacionadas; 3.2 Da Oferta e Publicidade; 3.3 Alguns Comparativos Entre A Lei Argentina E O Código De Defesa Do Consumidor Brasileiro; 4 A LEGISLAÇÃO DO PARAGUAI – ASPECTOS GERAIS; 4.1 Associações De Consumidores; 4.1.1 Requisitos a serem cumpridos pelas associações; 4.2 A educação do consumidor; 5 A LEGISLAÇÃO DO URUGUAI; 5.1 Alguns Comparativos Entre A Lei Uruguaia E O Código De Defesa Do Consumidor Brasileiro; 6 TRATADO DE ASSUNÇÃO E O PROTOCOLO DE SANTA MARIA; 7 A BUSCA DA HARMONIZAÇÃO DAS LEGISLAÇÕES DE DEFESA DO CONSUMIDOR NO MERCOSUL; 8 CONCLUSÃO; REFERÊNCIAS. 1 INTRODUÇÃO A história da humanidade vem evoluindo de forma que se torna necessária uma multiplicação no consumo e, assim sendo, o preenchimento das satisfações pessoais enseja um desenvolvimento tecnológico, alimentício, modificando-se radicalmente a estrutura de produção. Surgiram as grandes corporações produtoras, repercutindo na criação de empregos, na geração de rendas e em novo consumo, formando-se um sistema de produção muito mais ágil, com maior capacidade de produção do que o até então praticado, influenciando num novo método de comercialização. A empresa do século XXI se encontra impregnada de fortes componentes sociais, em razão dos novos parâmetros legislativos insertos na Constituição Federal de 1988, no Código Civil de 2002, Código de Defesa do Consumidor e Leis esparsas. Sabe-se que o aumento das contribuições destinadas ao Estado são condizentes com a atividade empresarial no país, sendo esta encontrada regularmente organizada e produzindo bens e serviços, melhorando a arrecadação e incrementando os programas sociais. 4 Não há que se negar que o direito do consumidor nasce do direito econômico, cuja fundamentação teórica teria nascido na Alemanha, como uma forma de organização da economia provindo do Estado ou mesmo da iniciativa privada. A preocupação com o direito do consumidor alcança, hodiernamente, praticamente todos os países, sendo inerente à proteção, um conjunto de regras que compõe um sistema interdisciplinar, e não apenas isso, mas também um conjunto de princípios que visam a proteger a segurança física e econômica do adquirente de bens e serviços, preponderantemente pessoa física, mas também jurídica, cuja proteção se obriga o fornecedor. A livre circulação de bens (produtos e serviços) entre quase todos os países ocidentais, a descentralização das diferentes etapas da produção, a vinculação do preço dos produtos nas economias nacionais a preços combinados internacionalmente, sem dúvida, colocaram o direito tutelar do consumidor no centro dos debates econômico-políticos. (RICHTER, 2003, p. 55) . Veja-se a importância do direito do consumidor no mundo econômico, rompendo barreiras espaciais, e assim considerando, há a necessidade de serem analisadas as diferentes regras do consumidor no que pertine aos diversos países pertencentes ao Mercosul, para assim sabermos acerca da integração entre os mesmos. 2 O CÓDIGO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR COMO LEI PROTETORA DOS CONSUMIDORES NO MERCOSUL A Lei 8078/90, conhecida como Código de Defesa do Consumidor (CDC), possui aplicação territorial limitada ao Estado brasileiro. Seu campo de aplicação ratione personae é, porém, amplo, assegurando novos direitos a pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiras, e impondo novos deveres aos fornecedores, pessoas físicas e jurídicas, públicas e privadas, nacionais ou estrangeiras. Assim considerando, introduzindo no mercado brasileiro um produto 5 de origem dos países integrantes do Mercosul, citando como exemplo, o Paraguai, a Argentina ou o Uruguai, submete-se o fabricante, produtor e mesmo o importador ao novo regime de responsabilidade previsto no Código de Defesa do Consumidor para os danos oriundos de defeito do produto ou para seus vícios de qualidade, quantidade e informação. Há que se reconhecer que o direito do consumidor no Brasil apresenta-se num estágio legislativo mais desenvolvido do que o dos demais países, aliás, não é só em matéria legislativa notadamente através do Código de Defesa do Consumidor do Brasil é que isto se revela. A mesma fonte legislativa previu a existência de mecanismos e instrumentos, particularmente dos Procons, das Delegacias Especializadas, das Promotorias de Justiça especializadas, que não têm similares nos demais países. Não há como deixar de reconhecer que estes instrumentos tornaram, mesmo que existam virtuais falhas, o direito do consumidor efetivamente aplicado no Brasil como um direito moderno, acessível, democrático e, na maioria dos casos, simples, gratuitos para o consumidor. (BATISTI, 2001, p. 181) . 2.1 Natureza Da Lei Protetora Verificando-se que o Código de Defesa do Consumidor está sob a ótica de lei protetora de um grupo social específico – os consumidores – é necessário destacar acerca da sua origem constitucional, da sua naturezapública e do seu interesse social. 2.1.1 Origem constitucional do código de defesa do consumidor Um dos aspectos que mais chama a atenção na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é a atenção ao coletivo, que se constata especificamente através da indicação de instrumentos para a defesa coletiva, como o mandado de segurança coletivo, a ação popular, a ação civil pública. Assim considerando, por ser uma Constituição de caráter amplo, à matéria de direito do consumidor foi dado foro constitucional. Assim, dispositivos vários referem-se ao assunto. 6 A Constituição Federal de 1988 menciona a defesa do consumidor: em seu artigo 5º, inciso XXXII, como direito fundamental, e no artigo 170, inciso V, como principio orientador da ordem econômica do Brasil. Complementa Leonir Batisti: Em outro dispositivo, art. 150, parág. 5º, a Constituição traz uma determinação que, em certo sentido, traduz um princípio que o próprio Código veio a adotar, qual seja, o princípio da informação. Mencionado artigo manda a lei determinar medidas para que os consumidores sejam esclarecidos a respeito dos impostos que incidam sobre mercadorias ou serviços[...] ( BATISTI, 2001, p. 168). Acerca dos tratados internacionais, note-se que existe uma preferência da Constituição Federal em relação àqueles. Veja-se, por obséquio, o que expõe Cláudia Lima Marques, em sua doutrina: A origem constitucional da defesa do consumidor, tanto como direito fundamental quanto princípio macroeconômico, deve ser destacada, uma vez que a tradição jurídica brasileira é de primazia da ordem constitucional em relação aos tratados internacionais (...) Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. (MARQUES, 1994, p. 100/101) . Nesse sentido, parece estar com a razão Rezek, quando esclarece que a Constituição Federal de 1988 não prestou maiores homenagens ao Direito Internacional Público a não ser aquelas que ele realmente merece, já que as regras internacionais não estão totalmente fixadas e dependem tanto do poder econômico quanto político de cada país. Assim visto, percebe-se que há uma necessidade de adequação e integração do Brasil no Mercosul, no sentido de modificação constitucional, a exemplo do que ocorreu na maioria dos países europeus, em que integraram a Comunidade Européia introduzindo em suas constituições normas permitindo a eficácia imediata das leis obrigatórias formuladas pela Comunidade e normas 7 prevendo a primazia do direito comunitário, principalmente no que pertine às violações dos direitos fundamentais assegurados a todos os cidadãos. A origem do Código de Defesa do Consumidor no Brasil como lei protetora é inegável, mesmo porque, em caso de conflito entre o Código de Defesa do Consumidor com a legislação eventualmente oriunda do legislador do Mercosul, a origem constitucional da lei brasileira poderá garantir sua manutenção pelo Judiciário brasileiro. Assim cabe ressaltar que a defesa do consumidor não é somente princípio da ordem econômica brasileira, mas é especialmente direito fundamental assegurado por nossa lei magna. 2.1.2 O código de defesa do consumidor como norma de ordem pública e de interesse social Levando-se em consideração o disposto no artigo 1º, do Código de Defesa do Consumidor Brasileiro, verifica-se que o presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social. As normas de ordem pública são aquelas que positivam valores básicos de uma sociedade e, portanto, indisponíveis à vontade das partes. O interesse social une a idéia básica de proteção de um grupo social determinado, os consumidores, por exemplo. Face a essa nova força normativa da Constituição Federal, esclarecendo acerca da ordem pública que regula o Código de Defesa do Consumidor, pode-se dizer que o Direito Privado passa a sofrer uma influência direta da nova ordem pública econômica, pois muitas das relações particulares, antes deixadas ao arbítrio da vontade das partes, obtêm relevância jurídica nova e consequente controle estatal rígido, surgindo o fenômeno chamado “publicização do direito privado”. Ressalte-se que quão importante é a ordem pública que, sendo o Código de Defesa do Consumidor um dos seus exemplos, caso existam normas em conflito, poderá o juiz utilizar o critério definidor como sendo o da hierarquia, que 8 num exemplo entre lei civil e código de defesa do consumidor, prevalece este. Ressalta Leonir Batisti: A noção de ordem pública é pertinente ao conteúdo da norma, portanto, diz respeito àquela condição em que a norma encaminha ou declara a solução de matéria sem o que estaria em risco a segurança jurídica das pessoas. Não se confunde norma de ordem pública com norma de direito público, já que a primeira tanto abrange esta como a de direito privado. O fator que caracteriza a noção de ordem pública é exatamente risco à segurança jurídica. (BATISTI, 2001, p. 189). Com referência ao interesse social, deve existir a proteção jurídica dos interesses, justamente porque o Brasil é um país com muitas desigualdades sociais, econômicas e com níveis de formação tão diferenciados em sua população, necessitando de uma mudança no que tange às regras sobre o acesso à justiça e o fim da passividade social frente aos abusos do poder econômico. Ainda expõe Leonir Batisti que “o interesse social é o bem da coletividade, é o bem comum, conforme os princípios constitucionais enunciados na Constituição Federal.” (BATISTI, 2001, p. 189). Por fim, cabe esclarecer que a decisão do legislador no que pertine ao artigo 1º, do Código de Defesa do Consumidor serve para preservar o caráter público e o indiscutível interesse social que os acompanha, hierarquizando-os. 3 A LEGISLAÇÃO DA ARGENTINA Em relação ao tema de direito do consumidor na Argentina, há que se ter em conta a existência de leis que, mesmo antes da Lei de Defesa do Consumidor, de alguma forma traziam normas correlacionadas à matéria, senão vejamos: Lei 19.724 (regula a compra e venda de bens imóveis), Lei 20.091 (estabelece o controle de contratos de adesão), dentre outros. Existem 03 evoluções no direito do consumidor da Argentina: 1) embora ainda não fosse amparado no direito positivo, percebia-se que o consumidor era parte frágil; 2) A Reforma do Código Civil em 1968 houve modificações no que tange à Lei de Defesa da Concorrência, Lei de Lealdade Comercial, dentre outras; 3) 9 Adveio a Lei de Defesa do Consumidor com a Lei 24.240/93. No direito brasileiro, é prevalente a idéia de que existe um Código de Defesa do Consumidor e, que sem dúvida, é mais abrangente que a Lei Argentina, já que prevaleceu a idéia de que a Argentina possui apenas uma lei. A Lei Argentina teve como fontes de influência a Lei Brasileira e a Lei Espanhola. Vale destacara que a Lei Argentina tem a primazia no que tange à ordem pública, todavia silencia quanto ao interesse social. Outro aspecto importante da Lei Argentina é o fato de erigir em princípio de interpretação expressamente reconhecido no art. 3º, in fine, o in dubio pro consumptore. O Código de Defesa do Consumidor do Brasil tem dispositivo expresso de interpretação mais favorável ao consumidor, porém em relação a cláusulas contratuais. A Lei Argentina traz o dispositivo de modo a não suscitar dúvida de que o princípio se dirige a todas as relações entre fornecedor e consumidor, o que caracterizaum aperfeiçoamento não contido no Código Brasileiro. Veja o que expõe Miguel Angel Ciuro Caldani em sua doutrina acerca a jurisdiçao internacional do consumidor: El Derecho Procesal Internacional de fuente interna y de fuente internacional em la Argentin carecen de normas específicas sobre jurisdición internacional del consumidor. Las normas aplicables por analogía son las que se refieren a los contratos y establecen uma jurisdición que favorece naturalemnte al proveedor (CALDANI, 1996, p. 328). A Lei de Defesa do Consumidor reconhece expressamente a integração dela com a Lei de Defesa da Concorrência e Lei da Lealdade Comercial. 3.1 Os Sujeitos Da Lei Argentina E Matérias Relacionadas À semelhança da lei brasileira, a lei argentina relata que o objeto da lei 24.2404/93 é a defesa dos consumidores e usuários. O direito brasileiro adota o nome consumidor, para abranger também os usuários. Usuário é o nome específico do destinatário do serviço público. O direito argentino separa-os. Segundo a lei, consideram-se consumidores ou usuários, pessoas físicas ou jurídicas que contratam a título oneroso (excluindo os brindes e amostras 10 grátis), para consumo final, ou benefício próprio ou de seu grupo familiar ou social, desde que a oferta seja pública e dirigida a pessoas indeterminadas. Ressalte-se que não está entendido como consumidor o adquirente de coisas usadas; em relação aos imóveis, a proteção se limita aos novos, entendido como o que vai construir, está em construção ou nunca foi ocupado. A lei brasileira não afasta de sua proteção a aquisição de bens usados; quanto aos bens imóveis, também a lei brasileira não estabelece qualquer exclusão. O direito argentino traz uma peculiaridade em relação ao direito brasileiro: expressa claramente a denominada autoridade de aplicação, ou seja, a lei argentina é um comando geral, mas também um comando dirigido à autoridade administrativa para que proponha ou execute determinados comportamentos. Talvez a principal anotação, em relação à autoridade de aplicação, seja a de que lhe cabe ditar o Regulamento da lei, levando-o ao Executivo. Essa percepção de diferenças como se observa no caso brasileiro, a estrutura de proteção montada ainda repousa fundamentalmente no poder público oficial. 3.2 Da Oferta E Publicidade Na Lei de Defesa do Consumidor da Argentina, relata que a oferta é dirigida a consumidores indeterminados e obriga durante um certo tempo, exigindo- se a data de início e a data limite da oferta, quando realizadas fora do local de comercialização, assim como outras informações como modalidade de oferta, condições e limitações. Expõe Leonir Batisti: Isso permitiria concluir que, em termos de relação de consumo, a oferta dura enquanto estiver determinada pelo próprio ofertante e quando não houver determinação de seu prazo, valeria até a revogação expressa. (BATISTI, 2001, p. 327). Quando a oferta se der no mesmo local de comercialização (entenda- se como ofertas promovidas através de cartazes nas lojas), podem ser omitidas as 11 datas de começo e fim da promoção. Ausentes os cartazes ou anúncios, estaria finda a oferta. Quando o fornecedor limitar quantitativamente sua oferta, deverá informar a quantidade e, se houver contradição nas condições da oferta, deve o fornecedor atender a mais favorável ao consumidor. Quanto à publicidade, a lei argentina não faz referência à publicidade enganosa ou abusiva, pois já há referência na Lei 22.802 – Lei de Lealdade Comercial. Todavia, o CDC brasileiro faz referência à publicidade enganosa ou abusiva expressamente. Como corolário do direito à informação, a lei argentina traz regras para o documento de venda, trazendo o maior número de informações possíveis, que na realidade, o documento de venda corresponde a um contrato, contendo descrição, especificação da coisa, nome e domicílio do vendedor, menção sobre a garantia, prazos... Já o CDC brasileiro não refere em particular o documento de venda, embora contenha um detalhado conjunto de normas sobre contratos, preferindo deixar a cargo da legislação tributária esta determinação. 3.3 Alguns Comparativos Entre A Lei Argentina E O Código De Defesa Do Consumidor Brasileiro - A Lei 8078 do Brasil é de 1990. A Lei 24.240 da Argentina é de 1993; - A Lei Brasileira nasceu com a pretensão de ser um Código de Defesa. A Lei Argentina é Lei apenas. - O CDC brasileiro acolhe a desconsideração da personalidade jurídica, o que não é contemplado na lei argentina. - No Brasil ampliou-se o conceito de consumidor para abranger todas as pessoas determináveis ou não, não sendo aceito na lei argentina. - O CDC brasileiro contém uma seção que descreve práticas abusivas e cláusulas abusivas, justificando a imposição de sanções administrativas, todavia, a lei argentina mantém todos os comportamentos que configuram infrações administrativas distribuídos no interior da lei, sem sistematizá-los. 12 - Em relação à cobrança de dívidas, o CDC brasileiro traduz um cuidado especial, de que não seja o consumidor submetido a vexame ou constrangimento, hipótese não trazida na legislação argentina, que silencia a respeito. - O CDC brasileiro traz tipos penais para aplicação aos infratores, já a lei argentina não os traz. O tratamento dos direitos coletivos no Código Brasileiro é mais abrangente e permite uma defesa mais eficiente do que aquela do Código argentino, o que leva a concluir que, pelo menos em termos de leis, o direito brasileiro está mais avançdo em relação ao acesso à justiça e da instrumentalização para defesa dos direitos, em termos coletivos. 4 A LEGISLAÇÃO DO PARAGUAI – ASPECTOS GERAIS O Paraguai passou a ter uma Lei de Defesa do Consumidor e do Usuário que foi sancionada como Lei 1334/98, entrando em vigência em 28.04.99. Ressalte-se que tal lei sofreu influência da Lei Modelo da IOCU, do CDC do Brasil e também contém elementos da Lei de Defesa do Consumidor da Argentina. Vislumbra-se na referida lei a existência da ordem pública e a consagração do princípio de interpretação que “na dúvida a favor do consumidor”. Assim sendo, não são objeto de renúncia, transação ou limitação, sintetizando-se assim, serem de ordem pública. A Lei do Paraguai trata como equivalentes o consumidor e o usuário, indicando ser consumidor a pessoa nacional ou estrangeira, apresentando, ainda, uma lista de direitos básicos bastantes similares ao CDC do Brasil, mas não consta expressamente o direito à modificação de cláusulas contratuais, já que a lei não traz regras sobre contratos. Quanto às práticas abusivas, a lei do Paraguai é menos ampla que o CDC do Brasil, não constando a Lei do Paraguai como práticas abusivas a vantagem manifestamente excessiva, a colocação de produto em desacordo com normas expedidas ou mesmo o aumento injustificado de preço. 13 Necessário relatar acerca da omissão mais gritante que apresenta a Lei do Paraguai, que é acerca dos vícios de quantidade e qualidade, já que considera inexistente a responsabilidade por vício oculto quando a diminuição no valor ou na qualidade do bem forem de pouca monta, atribuindo, inclusive, a prova ao adquirente, permitindo também às partes renunciarem, restringirem ou ampliarem a responsabilidade pelos vícios redibitórios, sempre que não houver dolo. Também não contempla a Lei de Defesa qualquer regra sobre a responsabilidade por defeito do produto ou serviço, concluindo-se que os acidentes de consumo serão tratados segundo as regras do Código Civil. Quanto à publicidade, esta é reguladana Lei do Paraguai, sendo tratadas a publicidade enganosa ou abusiva. A publicidade de artigos especiais como tabaco, bebidas ou medicamentos é objeto de regulamentação à parte. O mais interessante é o aspecto da defesa dos interesses individuais, veja o que expõe Leonir Batisti: A defesa dos interesses individuais, habitualmente cabível ao titular do direito, somente pode ser feita por ASSOCIAÇÃO, em caráter subsidiário, e, desde que não se demande indenização por danos ou prejuízos. Já a defesa coletiva dos interesses coletivos e difusos pode ser feita por associação, autoridade competente nacional ou local ou pelo Ministério Público. (BATISTI, 2001, p. 453) O Estado do Paraguai promove a educação do consumidor através da formulação de planos de educação para consumo e fomenta as associações de consumidores. Com referência aos tipos penais, não há na Lei de Defesa. O Código Penal traz alguns tipos modernos, cumprindo consignar aqueles que defendem seu patrimônio contra a fraude, seu patrimônio enquanto consumidor, investidor em seu patrimônio, como tomador de empréstimos, e também aqueles que protegem a segurança das pessoas frente a riscos coletivos, como comercialização de medicamentos não autorizados, alimentos nocivos e comercialização de objetos perigosos, além do envenenamento de coisas de uso comum. 4.1 Associações De Consumidores 14 No capítulo XI, artigos 45 a 47, a Lei de Defesa do Consumidor do Paraguai trata das associações de consumidores, entendendo-se estas como toda organização constituída por pessoas físicas, que não tenha interesses econônicos, comerciais ou políticos, e cujo objetivo seja garantir a proteção e a defesa dos consumidores e usuários, e promover a informação, educação, a representação e o respeito a seus direitos. Faz-se uma crítica com relação “a que não tenha interesses econômicos[,...],” já que seria melhor “que não deva ter fins econômicos, comerciais ou políticos, já que toda associação tem interesse econômico mediato, que é o interesse econômico dos seus interessados, já que a finalidade principal é proteger o direito dos consumidores. 4.1.1 Requisitos a serem cumpridos pelas associações O artigo 46 da Lei de Defesa exige requisitos a serem preenchidos pelas associações, quais sejam: constituirem-se e estar inscritas como sociedades sem fins de lucro; não participarem de atividades político-partidárias; não receberem doações, receitas ou doações de empresas comerciais, industriais ou fornecedoras de serviços, privadas ou estatais, nacionais ou estrangeiras; não aceitarem anúncios de caráter comercial em suas publicações; não permitirem uma exploração comercial seletiva na informação ou conselho que ofereçam ao consumidor. Pretende-se que sejam associações na defesa dos consumidores e, portanto, que estejam ao largo de políticas partidárias, não tenham fins lucrativos e mantenham independência. Aqui no Brasil, no que tange a não permitir exploração comercial seletiva de informação, ou seja, quando a associação promove tecnicamente uma análise de produtos e conclui que determinado produto tem vantagem sobre outros, não existe impedimento no Brasil que a empresa produtora desse bem de qualidade superior utilize aquela análisena sua publicidade, o que é proibido na Lei de Defesa do Paraguai. Ainda referente às associações, estas podem promover ações sempre que não o façam os consumidores ou usuários diretamente afetados, estando, todavia, proibidos de defender em juízo os direitos dos consumidores quanto ao ressarcimento de danos e prejuízos. Não podendo nem mesmo o 15 Ministério Público, nem autoridade competente nacional ou local. É exclusiva a ação para o consumidor ou usuário lesado, quando se refere ao ressarcimento de danos e prejuízos, portanto. 4.2 Educação do Consumidor A educação do consumidor é atribuída ao Estado, através de um duplo papel: formulação de planos de educação para o consumo e sua difusão pública e fomento à criação e o funcionamento das associações de consumidores e a participação de comunidade nelas. Tem alguns objetivos, que são o conhecimento, compreensão e aquisição de habilidades que o ajudem a avaliar as alternativas e empregar seus recursos de forma eficiente, informações sobre temas pertinentes ao consumidor, prevenção de riscos que podem derivar do consumo de produtos ou da utilização de serviços, estimulação a desempenhar um papel ativo que regule, oriente e transforme o mercado através de suas decisões. O objetivo da Lei de Defesa é tornar claro que o consumidor deve adotar uma postura ativa no mercado e não uma postura meramente passiva e que a opção de consumo deve ser produto de reflexão consciente. 5 A LEGISLAÇÃO DO URUGUAI A República Oriental do Uruguai aprovou a Lei de Defesa do Consumidor, a exemplo do Paraguai, pois aguardou a elaboração de um Regulamento Comum do Mercosul, para incorporá-lo ao direito interno. A dificuldade de aprovação integral de um Regulamento Comum deriva do fato de haver resistência à adoção de determinadas soluções derivadas da legislação brasileira, usada como paradigma. É de se recordar que a adoção de uma solução exige consenso, conforme é da natureza do Mercosul. Com a dificuldade do Mercosul em concluir essa tarefa, elaborou sua própria Lei: 17.189/99. Inobstante, no âmbito do Mercosul, o Uruguai tenha sido o último país a aprovar e fazer vigorar sua Lei de Defesa, necessário ter em conta que, 16 existiam outras leis relacionadas à matéria de proteção ao consumidor, mesmo indiretamente, como por exemplo, a lei 10.940/47 que indicava uma direção de assuntos de abastecimento; a lei 14.095/72 que se refere aos delitos econômicos e a prevenção e repressão destes, dentre outros. Na Lei das relações de consumo do Urugai, deve-se desde já chamar a atenção, cabe à Direção da área de Defesa do Consumidor fomentar a constituição de associações de defesa do consumidor, e neste órgão é que elas deverão estar registradas. Um aspecto original notado na Lei Uruguaia é a expressa menção da complementaridade e subsidiariedade do Código Civil, estando a disposição bem clara no seu artigo 1º. 5.1 Alguns Comparativos Entre A Lei Uruguaia E O Código De Defesa Do Consumidor Brasileiro - Em pé de igualdade, a lei uruguaia também trata do aspecto de ordem pública. - Estabelece no seu Código Civil que não podem contratar os impúberes (menores de 16 anos) e que seus atos sequer produzem obrigação natural, neste caso, o impúbere tem maior proteção do que o consumidor que não o seja, já que a disciplina reconhece inclusive graus. - A Lei de Defesa do Uruguai não apresenta a inversão do ônus da prova. - A lista de práticas abusivas tem correspondência com o CDC do Brasil. Contudo, não referiu a Lei, entre outras, a exigência de vantagem manifestamente excessiva, a colocação de produto em desacordo com normas de órgão competente e nem o aumento injustificado de preços. - Na publicidade, não há referência à publicidade abusiva, mas está proibida a publicidade enganosa. É também proibida a publicidade comparativa através de declarações gerais ou indiscriminadas que induzam o consumidor a estabelecer a superioridade de produto ou serviço em relação aos outros. - As sanções cominatórias (astreintes), surgiram a partir de 1989 no direito uruguaio, nas obrigações de fazer e não fazer, no Código Civil. 17 Posteriormente, o Código Geral de Processo determinou a possibilidade dessas sanções, em relação a todas as decisões dos Tribunais, visando a compelir o cumprimento delas.- A lei fixa o prazo de reclamação quanto aos vícios, que são decadenciais. Os vícios aparentes podem ser aceitos. O prazo para reclamar extingue-se em 06 meses da compra. Este prazo já constava no artigo 1726 do Código Civil. Não está esclarecida na Lei a natureza da responsabilidade pelo vício de qualidade ou quantidade. - A responsabilidade pelo dano (acidente de consumo) deriva do defeito e do risco e está no Código Civil, pois a Lei das Relações de Consumo assim estabelece. A indenização existe quando houver fundamento para a indenização por dano, no caso de constituir um delito por dolo ou culpa, afastando oo dano provindo de caso fortuito. - A doutrina uruguaia admite as ações coletivas, proporcionando legitimidade indistinta ao Ministério Público, a qualquer interessado e a associações, sendo cabíveis todos os tipos de ações, inclusive as antecipatórias. - Em matéria penal, o direito uruguaio sustenta-se no tipificação de crimes tradicionais contra a saúde, as marcas, e outros, e quanto à fraude, o delito é o de estelionato, portanto, é indireta a proteção penal, pois inexistem normas penais específicas à defesa do consumidor. 6 O TRATADO DE ASSUNÇÃO E O PROTOCOLO DE SANTA MARIA O Tratado de Assunção foi celebrado em 26 de março de 1991 e prevê no seu artigo 1º a constituição de um Mercado Comum, voltado para o desenvolvimento econômico com justiça social, melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos, bem como, o compromisso dos Estados-Partes em harmonizar as legislações pertinentes, para lograr o fortalecimento do processo de integração. A intensificação das relações internacionais atribui maior impulso e novos contornos ao Direito Internacional Clássico. Muitos acordos e tratados celebrados em seu bojo retratam significativas inovações jurídico-institucionais, das quais destaca-se, indubitavelmente, o desenvolvimento do Direito Comunitário 18 Europeu. No entanto, embora a União Européia represente o maior paradigma dos processos de integração contemporâneos com caráter supranacional, não se trata, todavia, do único modelo possível a ser adotado pelo Mercosul. Ressalta Beyla Esther Fellous: O Mercosul deve condizer não apenas com os objetivos perseguidos pelo bloco, mas também com o grau de soberania que os Estados envolvidos pretendem dispor, além dos fatores histórico-culturais condicionantes de cada processo. (FELLOUS, 2002, 284) Na América Latina, também observamos o desenvolvimento de várias organizações tais como a ALALC, ALCA e, em 26 de março de 1991, pela celebração do Tratado de Assunção, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai criaram o Mercosul. – Mercado Comum do Sul. Neste contexto integracionista, voltamo-nos à proteção de um importantíssimo agente econômico que é o consumidor. Mas, ressalte-se que no Mercosul, na falta de uma política comum, cada Estado-Parte vem protegendo distintamente os seus consumidores. O resultado é um verdadeiro desnível no grau de proteção encontrado nos quatro países, indesejável para o bloco que se traduz atualmente em união aduaneira incompleta. Houve inúmeras tentativas por parte dos Estados-partes de proteger o consumidor, várias resoluções foram elaboradas, dentre eles tivemos o Protocolo de Defensa Del Consumidor Del Mercosur em 1997, que tratava de uma uniformização e não harmonização das legislações, o que não foi aceito pelo Instituto Brasileiro de Política e Defesa do Consumidor. Veja por obséquio o que expõe Cláudia Lima Marques acerca desse Protocolo: Uma vez incorporado ao ordenamento nacional, levará à revogação de garantias conquistadas no CDC brasileiro e na CF, devendo ser definitivamente recusado pelo governo brasileiro. O Mercosul é um processo de integração econômica comprometido com o desenvolvimento da região e não deve ser utilizado como pretexto para destruição das garantias fundamentais – direitos humanos – conquistadas ou para piorar a qualidade de vida, saúde e segurança 19 do cidadão brasileiro. (LIMA, 1999, p. 20). Vale destacar o que vem sendo produzido nos encontros da Comissão Técnica da Reunião de Ministros de Justiça do Mercosul – que tem trabalhado intensamente para modificar alguns pontos do Protocolo de Santa Maria, relativo à Jurisdição Internacional em matéria de relações de Consumo e submetê-lo à aprovação dos Estados-Partes. As propostas em discussão são mínimas, para aperfeiçoamento do texto, com modificações de conteúdo, como ampliação do âmbito material da definição de relação de consumo. Mas existem algumas falhas neste Procolo de Santa Maria: a primeira é a não aplicação ao consumidor-turista, pois limita seu campo de aplicação a relações de consumo nas quais tenha ocorrido publicidade; a segunda é a exclusão dos contratos de transportes. Mesmo assim, quanto à jurisdição aplicável, os Estados-partes caminham para a adesão ao “Protocolo de Santa Maria” sobre Jurisdição Internacional em matéria de relações de consumo, elaborado em 17 de dezembro de 1996, pelo qual o local da demanda será escolhido pelo consumidor. Este Protocolo de Santa Maria prevê a utilização da teoria da sede efetiva, beneficiando o consumidor pela valorização das filiais como pontos de contato, por reconhecer a vulnerabilidade e hipossuficiência do consumidor, outorgando-lhe a livre escolha e garantindo, assim, a aplicação do princípio do acesso à Justiça. 7 A BUSCA DA HARMONIZAÇÃO DAS LEGISLAÇÕES DE DEFESA DO CONSUMIDOR NO MERCOSUL Preliminarmente, cabe esclarecer que, visando a estabelecer a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, o Mercosul deve necessariamente preocupar-se com a eliminação das barreiras ao livre comércio entre seus países. Não se trata apenas de barreiras físicas (fronteiras), mas de 20 barreiras jurídicas, entre os quais se destacam os tributos, que servem para dificultar ou impedir a entrada de produtos estrangeiros no mercado nacional. A eliminação dos direitos alfandegários (tarifa 0%) entre os países integrantes do Mercosul seria de grande importância. A idéia base da integração econômica é, porém, a de possibilitar a colocação do produto ou serviço estrangeiro nas mesmas condições, no mesmo patamar concedido ao produto ou serviço nacional, pois assim, estar-se-ia aplicando a idéia mestra do tratamento igualitário, da não discriminação, da concorrência total e leal no novo mercado integrado. 8 CONCLUSÃO Vislumbra-se do estudo a falta de estrutura jurídica sólida para o processo de integração denominado Mercosul, pois o Mercado Comum do Sul vem evoluindo, nesta fase de transição, como um fenômeno econômico e político voluntário, criando dúvidas sobre a eficiência prática de suas medidas e decisões. E, assim sendo, um processo de integração, e não só colaboração, deve merecer a credibilidade do mercado, dos empresários, dos consumidores, assim como dos aplicadores do Direito. Aconselha-se, então, um processo de integração para harmonizar as distintas legislações, considerando-se os motivos da elaboração de um Código Único em matéria de direitos e obrigações pertinentes à estrutura institucional do Mercosul e a consolidação das integrações econônicas. A afinidade cultural entre os povos, pertencendo a uma mesma família ocidental, continente de tradições, influencia na identidade de uma futura codificação obrigacional do consumidor comunitário. Os princípios gerais do direito vigente nos ordenamentos jurídicos internos deverão proteger tanto no serviço de harmonização das legislações quanto nas configurações do Código Único, devido aos mesmos conteúdos mínimos éticoscompartilhado pelos povos. Assim sendo, o direito do consumidor requer, para sua total compreensão, novos paradigmas interpretativos que evitem a fragmentação e a desintegração da cultura jurídico-social que o fundamenta. 21 A prioridade deve ser a de construir a estrutura jurídico-política reclamada, de realizar e possibilitar a livre circulação de mercadorias e serviços no Mercosul e não a de destruir, de regredir nos avanços sociais e nas garantias já conquistadas. Por fim, cabe dizer que haja com essa integração um melhor nível de qualidade, de transparência, de lealdade e de competitividade no fornecimento de produtos e serviços no Mercosul. REFERÊNCIAS ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Vademecum Universitário de Direito. 8.ed. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira, 2005. BARROS, Luís Roberto. Interpretação e Aplicação da Constituição. 2.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1998. BARRUFFINI. José Carlos Tosetti. Direito Constitucional I. 1.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2006. BATISTI, Leonir. 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