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Resumo Mediação de Conflitos

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Mediação de conflitos
Aula 1
Acesso à Justiça: 
 É um direito fundamental do ser humano;
 Não o simples acesso ao Poder Judiciário, mas também, e principalmente, a tutela jurisdicional efetiva, rápida e sem demoras indevidas;
 Tendência a se desenvolver outros procedimentos jurisdicionais como a negociação, a conciliação, a mediação e a arbitragem.
Mudança de paradigma:
 Paradigma da lógica determinista binária é o paradigma do ganhar/perder, onde a perpetuação do litígio é quase inevitável, podendo chegar a níveis patológicos.
 Novos paradigmas em substituição ao do ganhar/perder. Esses novos paradigmas têm como matriz a cooperação e a construção conjunta das soluções.
 Esse novo paradigma busca o consenso entre as partes, que as partes saiam satisfeitas, com sentimento que foi feito a justiça.
Ações realizadas para a mudança de paradigma:
 Melhor prestação de serviços à população;
 Ênfase no uso de técnicas Autocompositivas;
 Capacitação de profissionais que possam atuar como mediadores extrajudiciais e no âmbito da Administração Pública;
 Incentivo à Universidades para criar disciplinas voltadas a esta temática e trabalhos voltados à esta prática.
Mecanismo alternativos de resolução de conflitos:
 Negociação: Pode ser definida como uma relação que estabelecem duas ou mais pessoas a respeito de um assunto determinado, visando encontrar posições comuns e chegar a um acordo que seja vantajoso para todos. Na negociação, não há um terceiro envolvido.
 Conciliação: É uma forma de resolução de controvérsias na relação de interesses administrada por um Conciliador (investido de autoridade ou indicado pelas partes) a quem compete: aproximá-las, controlar as negociações, aparar as arestas, sugerir e formular propostas, apontar vantagens e desvantagens, resolver alguma situação que não tenha ficado bem resolvida, bem esclarecida entre as partes.
 O conciliador tem uma postura mais de orientação (sugestiva) sobre o resultado esperado, que se percebe mais favorável.
Arbitragem: É um meio privado e alternativo de solução de controvérsias extrajudiciais de direito patrimonial, disponível nas áreas cível, comercial e trabalhista. Ela pode ser usada para resolver problemas jurídicos sem a participação do Poder Judiciário. É um mecanismo voluntário: ninguém pode ser obrigado a se submeter à arbitragem contra sua vontade.
 O árbitro decide extrajudicialmente a situação para as partes.
Mediação: É um meio alternativo de solução de controvérsias, litígios e impasses, na qual um terceiro, imparcial, de confiança das partes (pessoas físicas ou jurídicas), por elas livre e voluntariamente escolhido, intervém entre elas (partes) agindo como um “facilitador”, um catalisador, que, leva as partes a encontrarem a solução para as suas pendências. A função do mediador não é sugerir, propor, alertar para vantagens e desvantagens, mas sim trabalhar com as partes para que elas cheguem a solução daquele conflito, litígio, o que levou a procurar a mediação. A mediação está regulamentada no brasil, temos a mediação judicial, extrajudicial no ano de 2015.
 O mediador trabalha com as partes a comunicação, vai tentar fazer com que as partes trabalhem a comunicação entre elas e a partir desse trabalho, elas possam chegar a uma melhor solução para aquele conflito, chegar a um consenso.
Aula 2
Breve histórico da mediação: A mediação há muito tempo é utilizada em várias culturas no mundo, como a judaica, a cristã, a islâmica, a hinduísta, a budista, a confucionista e até as indígenas. Os primeiros registros do uso da mediação datam de 3000 a.C, na Grécia Antiga, bem como no Egito, Kheta, Assíria e Babilônia.
A mediação no mundo: Somente a partir da virada do século XX, a mediação tornou-se institucionalizada, em vários países, e desenvolveu-se como uma profissão reconhecida, em vários países.
 O crescimento da mediação deve-se, principalmente, ao reconhecimento dos direitos humanos, aspirações em relação à participação democrática em todos os níveis sociais, a crença de que o indivíduo tem o direito de participar e ter controle sobre as decisões que afetam a sua vida e maior tolerância à diversidade.
 Mediação na América do Norte: 
 O uso da mediação aumentou em muitos países e culturas, mas talvez tenha aumentado de forma mais rápida nos Estados Unidos e Canadá. Os primeiros setores em que a mediação foi formalmente instituída situavam-se na área trabalhista, para tratar de conflitos entre patrões e empregados, em 1913.
 Em muitas comunidades norte-americanas e canadenses a mediação, segundo Moore (1998), vem sendo aplicada em conflitos entre proprietários e arrendatários de terras, em questões relacionadas aos desabrigados, conflitos entre os cidadãos e a polícia e disputas entre consumidores.
 Os sistemas de Justiça Criminal do Canadá e Estados Unidos têm utilizado a mediação para as queixas criminais, incluindo os programas de mediação entre vítima e agressor. Uma outra área de crescimento muito rápido da mediação é a área de disputas familiares, em questões como guarda de filhos e nas separações.
 Nos setores corporativos e comerciais, a mediação é mais utilizada do que a arbitragem.
Mediação na Ásia:
 Na República Popular da China a mediação tem sido introduzida para resolver disputas ambientais entre jurisdições e entre entidades governamentais. Hong Kong institucionalizou as mediações comerciais e familiares.
 O Japão tem uma longa história quanto ao uso da mediação. As bases da mediação japonesa estão ligadas aos costumes do país. A medição está incorporada à cultura empresarial e nos tribunais é utilizada para casos cíveis de uma forma geral, principalmente, na área de família. A mediação familiar é obrigatória para a maior parte dos procedimentos de divórcio e para muitas questões entre pais e filhos.
Oceania:
 A Austrália e a Nova Zelândia tiveram um desenvolvimento na mediação, muito semelhante aos Estados Unidos.
 Na Austrália, a mediação em vários setores teve apoio financeiro de agências governamentais.
 Na Nova Zelândia, a mediação é utilizada em várias disputas como: comerciais, cíveis crimes de menor potencial ofensivo, familiares, trabalhistas, habitacionais, agrárias e ambientais.
 Na Melanésia, as aldeias têm um conselheiro e um comitê que se reúne para analisar as disputas.
África e Oriente médio: 
 Segundo Moore (1998), a mediação é usada tanto nas sociedades africanas tradicionais como nas sociedades modernas, variando de tribo para tribo e de região para região.
 Na África do Sul, desde as eleições nacionais, de 1994, a mediação mudou se enfoque da violência para o desenvolvimento e reconciliação neste país.
 Há séculos, nas sociedades árabes, a mediação, a nível tribal e das cidades, tem sido o método utilizado para resolver disputas e tem sido adaptado, atualmente, para questões políticas e militares internas e entre os Estados Árabes.
Europa:
 As formas como as nações europeias se organizam, dependem dos seus fatores constitucionais culturais e políticos, no entanto, os mecanismos alternativos de resolução de conflitos têm sido amplamente utilizados.
 Em 1998, foram publicados os Princípios Europeus sobre Mediação Familiar, pelo Conselho Europeu, cujo texto foi elaborado pelos representantes dos quarenta Estados Membros, deste Conselho.
América Latina:
 Nos últimos cinco anos, tem aumentado na América Latina o uso das resoluções alternativas de disputas de disputas aplicadas ao Direito Objetivo e à administração da Justiça.
 Na América Latina, a Colômbia é um dos países que tem maior experiência na mediação entre os países da América Latina. Optou-se por uma modelo descentralização e desjuridicializado de uma solução de conflitos, judicial e extrajudicial.
 Na Argentina, especificamente, desde 1991 existe a RADs (Resolução Alternativa de Disputas), quando foi desenvolvida a arbitragem e iniciada a mediação por meio da criação de uma comissão de juízes e advogados. Posteriormente, foiaprovada a Lei Nacional de Mediação e Conciliação, a qual teve vigência a partir de 1996.
 Organizado em centros de mediação e arbitragem, o sistema do Equador, permite balancear adequadamente a atividade de resolução de alternativa de conflitos de interesses no setor público e no privado. É considerado um modelo adequado para o desenvolvimento adequado da mediação, sendo acessível, inclusive, às comunidades indígenas.
Brasil: 
 A primeira tentativa de encaminhar uma lei versando especificamente sobre a mediação foi apresentada em 1998.
 O Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP) e a Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), através de uma equipe de juristas, elaboraram um anteprojeto de lei sobre mediação.
 Diante da variedade de propostas legislativas e diversidade de abordagem da questão, houve audiência pública promovida pelo Ministério da Justiça, em 17 de setembro de 2003, e que resultou numa “versão única”.
 Esse projeto não conseguiu avançar na Câmara dos Deputados, assim como outras propostas legislativas referentes à utilização da mediação.
 O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou a Resolução n.125, de 29 de novembro de 2010, indicando a mediação como meio de resolução de conflitos inserido na Política Judiciária Nacional de tratamento adequado de conflitos, a ser desenvolvida pelo próprio Conselho e e pelos Tribunais do País, em parceria com outros órgãos e instituições.
 Foram propostos mais três anteprojetos (PLS 517/2011, 405/2013 e 434/2013) que analisados conjuntamente pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, sob a Relatoria do Senador Vital do Rego, apresentou substitutivo. Encaminhado o projeto de lei à Câmara dos Deputados (PL7.169/2014), foi elaborado substitutivo pelo Deputado Sergio Zveiter.
 Remetido novamente ao Senado, o projeto foi finalmente aprovado no dia 02 de junho de 2015, esforço conjunto envolvendo os 3 Poderes e todos que participaram de sua elaboração, e foi sancionado em 26 de junho de 2015, pela Presidente Dilma Rousseff, como Lei 13.140.
Lei da mediação (13.140/2015):
 A aprovação e posterior promulgação do marco legal da mediação é mais um passo na direção de um moderno sistema de resolução de conflitos no país e na construção de uma cultura que privilegie o diálogo, o consenso e a paz. 
 A Lei prevê, em suas disposições finais, que a mediação seja amplamente utilizada no país, podendo ser aplicada em diferentes tipos de conflito. 
 A intenção do legislador é de incentivar o desenvolvimento de novas modalidades de mediação, abrindo espaço, dessa forma, para ampliação de sua aplicação a diversos tipos de conflitos.
Aula 3
Ciências que dão suporte a mediação:
 Direito: Quando objetiva auxiliar as pessoas a resolverem seus conflitos, orientadas pelo parâmetro da solução justa;
 Sociologia: É decisiva para a compreensão do valor das redes sociais nos processos de negociação;
 Filosofia: Encontra-se o principal instrumento de trabalho do mediador, as perguntas, que devem ser oferecidas como na maiêutica socrática, gerando informações para que os mediandos possam refletir sobre suas decisões;
 Psicologia: leituras teóricas sobre o funcionamento emocional humano, valorizando como componente fundamental dos desentendimentos, as emoções.
Abordagens teóricas: Os sistemas apresentam como características básicas: os elementos formadores do sistema, a relação entre estes elementos e um objetivo comum.
 Muitas soluções surgem quando analisamos uma situação como um sistema sendo formado por elementos que estabelecem relações entre eles, que apresentam um objetivo, inseridos em um meio ambiente.
 Esse olhar sistêmico que a mediação tem, possibilita entender a relação entre os mediandos e o mediador como formando um sistema.
 Algumas estratégias da abordagem sistêmica são importantes na mediação. Por exemplo:
 Dividir para atingir um fim (todo o problema deve ser dividido em partes menores porque isso facilita a sua compreensão e o seu manejo);
 Identificar todas as partes do sistema (identificar tudo que faz parte do sistema, porque algumas partes identificadas podem fazer a diferença);
 Atentar para detalhes que estão sendo demonstrados pelas pessoas;
 Olhar para o todo, para ter uma compreensão sobre como as partes se relacionam;
 Utilizar analogias, comparações, ou seja, o uso de soluções antigas adaptadas à nova realidade, na solução de problemas similares.
 Teoria da Cibernética: É uma teoria dos sistemas, de controle, baseada na comunicação entre os sistemas e o meio-ambiente, bem como a comunicação dentro do próprio sistema.
 Possibilidade de compreender o potencial de transformação dos sistemas, levando ao desenvolvimento de técnicas na mediação que possibilitassem a ampliação desta capacidade de mudança.
Teorias da comunicação: A comunicação humana é uma das bases de sustentação da dinâmica da Mediação e precisa ser decifrada pelo mediador, a cada momento, de forma a servir de referencial para a identificação da intervenção a ser utilizada.
 Os axiomas da comunicação fornecem importante base conceitual para entendermos o processo de comunicação, sendo aplicados no procedimento de mediação.
É impossível não comunicar, mesmo quando achamos que não estamos nos comunicando, existe uma comunicação, há uma mensagem; 
toda comunicação possui uma forma e um conteúdo. A relação entre o conteúdo e a forma na comunicação é chamado de metacomunicação. Podemos usar gestos, olhares, expressões corporais e faciais para dar mais ênfase ao que queremos comunicar;
a natureza de uma relação encontra-se na identificação das sequências de comunicação entre os envolvidos;
os seres humanos comunicam-se de forma digital e analógica. Na mediação, na maior parte das vezes, a comunicação será analógica, ou seja, face a face;
todas as trocas comunicacionais são simétricas ou complementares. As trocas simétricas possibilitam o diálogo entre as pessoas; as trocas complementares, em geral, aparecem em situações de dependência, onde um manda e o outro obedece, por exemplo.
 Comunicação Não Violenta: Os seres humanos têm a capacidade da compaixão e recorrem à violência quando não percebem outro recurso, ou quando não têm suas necessidades supridas, busca-se criar uma cultura de expressão que resolva os conflitos, ao invés de criá-los.
 A Comunicação Não Violenta se baseia na escuta empática e na expressão autêntica de nossos sentimentos, nossas relações com os outros e com os sistemas que estamos inseridos.
 
Princípios da mediação: 
Imparcialidade do mediador;
Isonomia entre as partes;
oralidade;
informalidade;
autonomia da vontade das partes;
busca do consenso;
confidencialidade;
boa-fé
Aula 4
Conflito: Pode ser definido como um desentendimento entre duas ou mais pessoas sobre um tema de interesse comum.
 Conflitos representam a dificuldade de lidar com as diferenças nas relações e nos diálogos, associada a um sentimento de impossibilidade de coexistência de interesses, necessidades e formas de abordar o mesmo tema.
 Para Entelman (2005), o conflito traz, a princípio, uma posição rígida de intransigência, acompanhada inicialmente de um interesse real oculto das partes nele envolvidas. Incumbe ao mediador tentar realizar a sua descoberta. Para ele não existe uma teoria do conflito que seja, realmente, um pensamento novo e sistemático
Para o Manual de Mediação Judicial (2013) , conflito pode ser definido como um processo ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de metas, interesses ou objetivos individuais percebidos como mutuamente incompatíveis.
Moderna Teoria do Conflito:
 É a partir do momento em que se percebe o conflito como um fenômeno natural nas relações é que é possível perceber o conflito de forma positiva. 
 Segundo Seidel (2007):
Conflitos não são problemas - os conflitos devem ser entendidos como parte da vida, sendo o seu problema apenas a forma como serão enfrentados e resolvidos;
Diferença entre conflito e briga- conflitos não se confundem com brigas. A briga é uma resposta ao conflito.
Atitudes básicas frente aos conflitos - podemos ignorar os conflitos; responder de forma violenta aos conflitos; e, lidar com os conflitos de forma não violenta através do diálogo;
Os benefícios do conflito – estimular o pensamento crítico e criativo; melhorar a capacidade de tomar decisões; incentivar diferentes formas de resolver problemas e situações; entre outros.
O mediador busca na mediação utilizar estratégias para mudança, reconciliação e construção de relações positivas.
Espiral ou Escalada do Conflito:
 Nas relações conflituosas há uma progressiva escalada do conflito, o conflito vai se tornando mais grave, resultando em um círculo vicioso de ação e reação. Cada reação torna-se mais severa do que a ação que a precedeu e cria uma nova questão ou ponto de disputa.
 As causas que deram origem ao conflito, progressivamente, tornam-se secundárias.
Formas de resolver conflitos:
 Processos destrutivos - há uma tendência do conflito aumentar ou tornar-se mais acentuado no desenvolvimento da relação. 
 Este conflito torna-se, com frequência, independente das causas iniciais que o gerou, assumindo aspectos competitivos, onde uma parte busca vencer ou derrotar a outra parte.
 Os processos construtivos - seriam aqueles em que as partes concluiriam a relação processual, se estivessem nessa situação, com um fortalecimento da relação social preexistente à disputa. 
 Isso ocorreria pelo aumento do conhecimento entre elas e pela empatia desenvolvida na resolução do conflito.
Manejo dos conflitos: 
 O manejo dos conflitos envolve os processos de: comunicação, percepção, atitudes para com o outro e orientação para o resultado do problema.
 Esses processos determinam duas formas de manejo dos conflitos: competição e colaboração.
 ----Ver quadro de Kilman e Thomas sobre os manejos do conflito de acordo com os diferentes processos envolvidos.
Classificação dos conflitos: 
 Intrapessoal: É um conflito, exclusivamente nosso, e que às vezes existe porque nós o vivemos assim;
 Interpessoal: Os conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por vários motivos;
 Intragrupal: As diferenças individuais têm influência na dinâmica dos grupos, podendo levar a discussões, tensões, insatisfações e ao conflito aberto, dentro do grupo;
 Intergrupal: É definido como uma incompatibilidade de objetivos, crenças, atitudes ou comportamentos, encontrados entre grupos;
 Social: É o conflito que afeta a sociedade como um todo.
Espécies de conflitos:
 Conflitos de valores: Se dão entre pessoas que têm modos diferentes de vida ou critérios divergentes de como avaliar comportamentos;
 Conflitos de informação: Envolve a falta de informação e a informação errônea, assim como pontos de vista diferentes sobre os dados que são relevantes, a interpretação desses dados e como é feita a avaliação.
 Conflitos estruturais: São causados pela distribuição desigual ou injusta do poder e dos recursos. Limitações de tempo, padrões de interação destrutivos e fatores geográficos ou ambientais desfavoráveis;
 Conflitos de interesses: São aqueles que envolvem a concorrência real ou percebida de interesses em relação aos recursos, à forma de resolver uma disputa ou às percepções de confiança e equidade.
Níveis de conflitos:
 Latente: O conflito latente pode-se dizer que existe, mas não é dito, porque não é percebida a sua existência por quem o detém.
 Percebido: É quando uma pessoa ou as duas partes sabem da existência dele, mas não querem resolvê-lo, talvez por não incomodar o suficiente, ainda, as pessoas envolvidas;
 Sentido: É aquele que já atinge ambas as partes, e em que há emoção e consciência da sua existência;
 Manifesto: No manifesto, a agressividade está explícita, os comportamentos são assumidos como tais. Essa agressão explícita pode variar desde a resistência passiva branda, passando pela sabotagem, até o conflito físico real.
A mediação e o conflito: 
 O mediador contribui com um outro olhar sobre o conflito. Deve fazer com que as partes enxerguem o conflito como um espaço de reconstrução, de aprendizado e de construção de sua autonomia.
 O mediador precisa contribuir para que o conflito seja enxergado e analisado de forma pedagógica.
Aula 5
Negociação: É o meio através do qual as pessoas lidam com suas diferenças.
 Na verdade, negociar é buscar um acordo por meio de um diálogo.
 A negociação está de forma permanente em nossas vidas.
Conceituação sobre Negociação:
 Para Fisher; Ury; Patton (2005), negociar é obter acordo de mútuo interesse e, se houver conflitos, adotar padrões corretos, sem considerar propostas puramente individuais.
 Segundo Berley (1984), negociação é um processo, em que duas ou mais partes, com interesses comuns e antagônicos se reúnem para confrontar e discutir propostas como o objetivo de alcançarem um acordo.
Condições para a Negociação: 
As partes devem ter interesses em comum – as partes preferem, em conjunto, certos resultados no lugar de outros.
As partes devem ter interesses conflituais – alguns dos resultados desejados são melhores para uma das partes e outros são melhores para a outra.
As partes devem ter possibilidade de comunicação entre si – para que exista a busca de um acordo, é necessário ter oportunidade de comunicar o que se oferece e o que se aceita.
Negociação:
 A negociação utilizada na mediação, advinda da Escola de Harvard é chamada de negociação colaborativa ou integrativa ou baseada em princípios.
Negociação colaborativa, integrativa ou baseada em princípios:
 Negociação colaborativa ou baseada em princípios - chega a resultados justos, abordando os reais interesses dos envolvidos e não, suas posições.
X
 Negociação posicional - neste tipo de negociação, os negociadores se tratam como oponentes, o que acarreta em uma situação em que um ganha e o outro perde. 
Pontos fundamentais:
Separação das pessoas dos problemas (foco no problema, nos interesses das partes em relação a esse conflito)
Foco nos interesses e não nas posições;
Geração de opções de ganhos mútuos;
Utilização de critérios objetivos.
Sequência na negociação integrativa, colaborativa ou baseada em princípios:
Identificar e definir o problema;
Entender o problema e trazer os interesses e necessidades para a negociação;
Gerar soluções alternativas para o problema;
Avaliar e selecionar as alternativas.
Melhor alternativa à negociação de um acordo (MAANA):
 Trata-se do curso de ação de nossa preferência caso não haja consenso.
 É saber o que faremos ou o que vai acontecer se não conseguirmos chegar a um acordo na negociação.
 O melhor negócio não é aquele que prevalece em detrimento do outro, mas aquele que satisfaça os dois lados.
Fatores ligados à escolha do tipo de negociação:
O objetivo que se tem em mente ao participar da negociação;
O comportamento característico dependendo da abordagem utilizada;
Os resultados alcançados a partir do modelo usado.
Barganha distributiva ou Negociação baseada em posições:
 Os interesses reais das pessoas não serão contemplados e sequer discutidos, podendo levar a negociação para um impasse e deterioração das relações.
 A barganha distributiva tem como premissa que tudo que se ganhar na negociação é à custa do oponente. Cada ganho que tiver implica diretamente em perde para o outro.
Habilidades do negociador:
 Depende do tipo de negociação que será realizada, o método e as estratégias empregadas. Existe um número significativo de habilidades que todo negociador deve ter, independentemente da situação.
Excelente comunicação;
Flexibilidade;
Criatividade;
Capacidade de observação e decisão;
Não deve superestimar ou subestimar as suas próprias capacidades pois, isso pode levar ao fracasso da negociação.
Aula 6
Agentes e alguns fatores importantes na mediação:
 Mediador:
O mediador, na mediação, atua exclusivamente como mediador. 
Omediador deve cumprir e fazer cumprir os princípios da mediação.
O mediador está eticamente impedido de exercer sua profissão de origem, inclusive no que diz respeito a prestar esclarecimentos técnicos às partes. 
Comediação: 
 Trabalho em conjunto de duplas de mediadores, que apresenta características que são valorizadas na mediação como: colaboração, diálogo e inclusão.
Agentes e alguns fatores importantes na mediação:
 Partes: 
São os participantes na mediação e aquele s que têm o poder de decisão.
As partes têm autonomia e protagonismo na mediação.
As partes devem assumir a responsabilidade de tomar as decisões que influenciarão as suas vidas, no presente e no futuro.
 
Advogados:
A mediação é um processo que não envolve apenas direitos, mas outros interesses mais amplos.
Na maior parte da mediação, quando há a presença dos advogados, estes não se manifestam, e se isto ocorre entendemos que estão desempenhando os seus papéis de forma correta.
Os advogados ou representantes legais, participarão das mediações, esclarecendo os direitos de seus clientes.
Mediação judicial e a participação dos advogados – a lei da mediação e o novo CPC.
Estrutura do processo de Mediação:
 A mediação é composta de uma série de atos coordenados, no entanto, o mediador tem a liberdade de, dependendo da situação, flexibilizar o procedimento para que desta forma a mediação possa ser eficaz.
 Cada mediador desenvolve e tem um estilo próprio de mediar, respeitando as questões técnicas e éticas. 
A dinâmica da Mediação:
 Em contrapartida, nas mais variadas áreas, incluindo àquelas ligadas ao Judiciário, podemos ter a situação em que uma pessoa procura a instituição para dar entrada em uma ação e lhe é oferecida a mediação (com uma breve explicação sobre ela), a partir de uma avaliação sobre a pertinência deste procedimento, segundo o caso apresentado.
O ambiente da mediação deve ser bem confortável, mantendo a privacidade, e estimulante para o diálogo. 
O espaço da mediação deve conter, sempre que possível, uma mesa redonda, onde é criada a garantia de que todos se veem e estão no mesmo plano. Todos devem ter acesso a papéis e canetas para realizarem as anotações que se fizerem necessárias.
Pré-mediação: 
Este momento poderá ser feito individualmente ou com as duas partes simultaneamente. 
Na pré-mediação irá ocorrer a troca de informações antes de iniciar a mediação propriamente dita. 
O mediador explica sobre o processo de mediação, avalia se a mediação é possível, a partir das informações das partes, além de analisar a possibilidade da sua atuação como mediador naquele caso
É importante que, na pré-mediação, os mediandos sejam informados sobre a técnica da mediação, seus objetivos e alcance. 
Serão descritos o papel do mediador e dos mediandos. 
Se estes comparecerem com seus advogados, o mediador deve esclarecer a importância destes como assessores e consultores jurídicos.
Etapas da Mediação:
Abertura
Relato das histórias
Resumo
Pauta de trabalho
Esclarecimento das controvérsias
Resolução de questões
Finalização da mediação
Benefícios da mediação:
 É a partir da consideração dos vários aspectos do conflito, que são trabalhados pelo mediador, que as partes chegarão a um diálogo construtivo, transpondo as barreiras de comunicação e superando as diferenças para chegarem a uma solução.
 O empoderamento das partes, em que cada uma delas terá o seu senso de valor e poder restaurado para que possa resolver aquele conflito e os futuros conflitos porque como sabemos, não há vida sem conflitos.
 Proporcionar um ambiente neutro para que as partes, possam expor os seus sentimentos e, também, compreender o ponto de vista da outra parte, com a facilitação da comunicação pelo mediador.
Aula 7
Ferramentas da Mediação:
 A mediação de conflitos utiliza várias ferramentas, para permitir que desta forma, os mediandos consigam realizar uma dinâmica a nível da comunicação, favorecendo as suas relações. 
 É importante reforçar que estas ferramentas são utilizadas durante todo o processo de mediação, sendo fundamental para o mediador o seu conhecimento e a sua aplicação nos diferentes momentos da mediação. 
Recontextualização ou Parafraseio: 
 O mediador irá estimular as partes a perceberem determinado contexto a partir de outra perspectiva. Este trabalho consiste em estimular a pessoa a considerar ou entender certo comportamento, expressão, interesse ou situação, de forma mais positiva, para que se possa trabalhar soluções mais positivas para aquela questão.
Audição de propostas implícitas:
 Em geral, em uma mediação encontramos as partes com dificuldade de se comunicar de uma forma neutra, normalmente, estão exaltadas. Isso gera uma comunicação inadequada e, muitas vezes, elas podem propor soluções sem perceber que estão propondo. 
 O mediador deve identificar para os mediandos estas propostas para que desta forma, eles possam construir uma solução consensual. 
Afago ou Reforço Positivo:
 O afago é uma resposta positiva do mediador a um comportamento produtivo das partes ou dos advogados, se for uma mediação que conte com a presença destes profissionais. 
 Esta atitude é uma forma de estimular as partes ou os advogados a continuarem a ter uma atitude positiva frente a mediação. 
Sessões privadas ou individuais ou Caucus:
 As sessões privadas são encontros realizados entre o mediador e cada uma das partes, sem que a outra esteja presente. 
 É utilizada com as duas partes, com igual tempo para as duas. 
 Elas podem ser usadas com diversos objetivo.
Inversão de papéis:
 Esta é uma técnica para desenvolver a empatia entre as partes. Cada um deve perceber o contexto sob a perspectiva do outro. 
 Recomenda-se, em geral, que esta técnica seja utilizada em sessões privadas. 
 O mediador deve avisar às partes que é uma técnica e que será utilizada com a outra parte também.
Geração de opções:
 O mediador não apresenta soluções, mas deve estimular as partes a cria-las. 
 A parte deve aprender a buscar opções sozinhas, já que a mediação tem um papel educativo.
 Para gerar novas opções, as partes deverão ser estimuladas. O primeiro passo do mediador é realizar perguntas que ajudem as partes a pensar em soluções conjuntas. 
Normalização: 
 Sabemos que o conflito é uma característica natural de qualquer relação. No entanto, as partes se sentem constrangidas, principalmente, quando o conflito está na Justiça.
 O mediador não deve permitir que as partes se culpem, ou se sintam constrangidas de estarem em conflito.
 O mediador irá normalizar o conflito.
Organização de questões e interesses:
 As partes, em geral, perdem o foco em situações de disputa, muitas vezes, deixando de lado as questões que são importantes para a solução da mediação. 
 O mediador, nestes casos, deve estabelecer uma relação com as questões a serem trabalhadas e os interesses reais das partes. 
Enfoque Prospectivo:
 É importante que o mediador tenha um enfoque voltado para o futuro. 
 O mediador não deve escutar as partes pensando em quem está certo ou errado, mas sim, ouvir identificando os reais interesses, as questões a serem resolvidas e estimulando as partes a encontrarem soluções, daqui para frente.
Teste de realidade:
 As pessoas em conflito, por estarem envolvidas emocionalmente na situação, tem uma percepção seletiva em razão do estado emocional em que se encontram. 
 O mediador de conflitos busca uma nova reflexão dos envolvidos sobre o problema que os envolve e suas possíveis soluções. 
 É uma busca de uma reflexão realista dos mediandos sobre as propostas apresentadas por meio de parâmetros objetivos.
Validação de sentimentos:
 Esta técnica consiste em identificar os sentimentos que foram desenvolvidos em razão do conflito e trabalha-los como uma consequência natural. 
 O mediador acolherá e legitimará um comportamento considerado como negativo, identificando nele o que há de positivo, ou seja, uma necessidadenão atendida.
Escuta ativa:
 Uma escuta de qualidade, e não apenas o fato de ouvir, é fundamental para a mediação. A escuta ativa requer que o mediador tenha uma participação efetiva no diálogo. Envolve: escutar com curiosidade genuína; estimular a fala dos mediandos; perceber a dinâmica e o conteúdo da comunicação como um todo; e, confirmar o entendimento daquilo que o mediando falou através de resumos das falas dos mediandos. 
Mensagem-EU:
 Através desta mensagem, o mediador assume a responsabilidade sobre as suas percepções e autoria dos discursos. 
 O mediador deve sempre utilizar a primeira pessoa do singular (EU), para se referir a alguma percepção. 
 A ideia desta técnica é entender que as percepções são individuais e que cada um deve se responsabilizar pelas leituras que fizerem das situações. 
Perguntas:
 As perguntas são ferramentas fundamentais e constantes na mediação. 
 É a partir das perguntas do mediador que aparecerão as informações, reflexões, ideias e decisões sobre o problema que está sendo mediado. 
 Os mediadores transformam hipóteses, sugestões e afirmações em perguntas. 
Resumo:
 Os resumos são importantes ferramentas na mediação e são usados em vários momentos.
 É através dos resumos que o mediador vai situando os mediandos quanto à mediação ou é uma forma de sintetizar as suas falas.
Ferramentas da Mediação:
 Na mediação, como em qualquer outro campo de atuação, a escolha e o uso das ferramentas são estratégias fundamentais para o êxito em qualquer profissão. 
 Para reunir as ferramentas é preciso habilidade para eleger aquela que melhor se insere numa determinada intervenção. 
Aula 8
Mediação Satisfativa: Este tipo de mediação esteve muito fundamentado em princípios de negociação e, comparando-o com os modelos que surgiram mais tarde, mais voltado para os acordos. 
 A Escola de Harvard é uma referência quando falamos desta mediação e vários procedimentos e conceitos são usados pela maioria dos outros modelos de mediação.
Identificar posições e interesses – a primeira considerada como uma atitude polarizada e explícita dos mediandos; o segundo, visto a princípio como contraditório e antagônico, que deverá ser trabalhado na mediação.
Técnicas de criação de opções para a satisfação dos interesses identificados;
Observação dos dados de realidade ou padrões técnicos, éticos, jurídicos ou econômicos;
Separar o conflito subjetivo (relação interpessoal) do conflito objetivo (questões concretas), conforme Fisher, Ury e Patton (1994). Este modelo foi bastante usado, também, na contribuição para a solução de impasses entre países.
Mediação Transformativa:
 Se afasta, relativamente, da construção de acordos como objetivo e privilegia a transformação do conflito modificando uma postura adversarial para uma postura colaborativa.
 O objetivo não será o acordo em si, mas o acordo como consequência de um trabalho de transformação entre as relações estabelecidas entre as pessoas que estão apresentando um conflito.
 Apresenta a contribuição da Escola de Harvard no que diz respeito à compreensão da complexidade, flexibilidade e intersubjetividade das relações.
 A mediação transformativa tem como objetivo enfrentar o conflito por meio do fortalecimento próprio e do reconhecimento dos outros. 
 O fortalecimento próprio – está baseado na identificação dos reais interesses e necessidades de cada um dos mediandos; ao passo que o reconhecimento do(s) outro(s) –– está voltado para a identificação dos reais interesses, necessidades e valores do(s) outro(s). 
 A mediação transformativa engloba, portanto, técnicas da mediação satisfativa, aspectos da terapia sistêmica de família e os elementos já citados do modelo de ciência contemporânea, que são: complexidade, intersubjetividade e instabilidade. 
 Destaca a importância da pré-mediação e dos conceitos e procedimentos da aula 7.
Mediação Circular-Narrativa:
 Este é um modelo de mediação que adiciona ao modelo satisfativo tradicional conceitos da teoria geral dos sistemas, da teoria da cibernética e teoria da comunicação, entre outras teorias específicas deste modelo.
 Sara Cobb, mediadora americana e idealizadora deste modelo, propõe uma forma de trabalhar que inclui, a construção do acordo e, em paralelo, da relação social entre os envolvidos. 
 A mediação circular-narrativa parte do reconhecimento sobre a importância da conversa como o aprendizado mais importante que praticamos. Aprendemos e desenvolvemos nossa arte de conversar com os outros. 
 A mediação, neste modelo, é considerada como um processo conversacional que ocorre a partir da comunicação.
 A tarefa do mediador, desta forma, é desestabilizar as histórias antigas e possibilitar que os mediandos construam novas histórias.
Outros modelos de Mediação:
 MEDIAÇÃO ESTRATÉGICA - Este modelo é dividido em etapas e estas encontram-se estabelecidas em dez estágios. A desconstrução do conflito e a reconstrução da relação são estágios anteriores à tomada de decisão.
 MEDIAÇÃO NARRATIVA - voltada para a linguagem e, principalmente, com as versões dos fatos consideradas como construções particulares de cada sujeito, levando esta compreensão para a prática da mediação.
Aula 9
Mediação Familiar:
 Tem por objeto a família em crise, não para invadir ou para dirigir o conflito, mas para oferecer-lhes uma estrutura de apoio profissional, a fim de que lhes seja aberta a possibilidade de desenvolverem, através da mediação, a consciência de seus direitos e deveres, a responsabilidade não só pelo conflito, mas, por tudo que será conversado na mediação, inclusive o que irão assumir como compromisso para o futuro.
 Não apenas questões de separações de casais com filhos ou sem filhos podem ser resolvidas através da mediação familiar, mas ela se mostra um procedimento muito eficaz nos conflitos decorrentes de laços de parentesco como questões entre irmãos, primos, tios, sobrinhos e demais situações familiares.
 Tem como objetivo possibilitar a família um diálogo entre os componentes para que a partir dessa possibilidade de diálogo, cada membro possa assumir a responsabilidade pela definição da solução daquela situação que levou aquelas pessoas a procurar a mediação.
Mediação Empresarial:
 O aumento da atividade empresarial levou a um incremento de conflitos entre empresários e entre empresas, o que tornou indispensável resolver de maneira efetiva essas situações, permitindo preservar as relações previamente estabelecidas.
 A significativa redução dos custos legais, tempo, a possibilidade de resolver questões complexas, a confidencialidade do processo ou a eliminação de dúvidas, são algumas das vantagens.
 Muitas situações, neste contexto empresarial, são fruto do descumprimento de cláusulas contratuais. A mediação, por esse motivo, pode ter como resultado a elaboração de um novo contrato, com novas perspectivas entre as partes.
Mediação Organizacional:
 Aborda os conflitos e a negociação no âmbito das organizações, devendo o mediador, neste contexto, ter habilidades necessárias para uma adequada gestão do conflito organizacional.
Alguém que promova o diálogo entre os empregados, lidere novos projetos sob uma perspectiva neutra, e que ajude a gerar vínculos novos baseados na confiança e na boa comunicação.
Mediação Escolar:
 A mediação surge para tentar prevenir e solucionar quaisquer conflitos que ocorram na instituição de ensino. 
 O uso da mediação, neste contexto, pode ser para resolver disputas e controvérsias na escola, entre alunos, docente, diretores, coordenadores e pais, visando uma melhor convivência. 
 A mediação escolar possibilita, dentro da escola, a educação de valores, a educação para a paz e uma nova visão sobre os conflitos. É um modelo de intervenção que promove a escuta ativa, a participação colaborativa e o desenvolvimento da criatividade.
Mediação Comunitária:
 Vamos perceber a criação de espaços de diálogos em que as pessoas, com suas diferenças, vãoconstruir seus lugares na sociedade de forma pacífica, dinâmica e colaborativa. 
Estabelece canais para a intervenção política, institucional e social, permitindo uma reflexão sobre a realidade atual, preservando as características de uma comunidade pluralista, igualitária e integradora.
 São vários os pontos positivos da Mediação Comunitária, a destacar: estímulo ao diálogo positivo entre famílias e vizinhos, incentivo à participação ativa dos cidadãos na solução de conflitos individuais e coletivos, criação de espaços de escuta, prevenção à má administração de conflitos futuros, destaque à valorização do coletivo em detrimento do individual, buscando sempre a solução de um problema que satisfaça a todas as partes envolvidas. 
Mediação ambiental:
 Uma mediação ambiental trabalhará para a conscientização ecológica de todos os envolvidos, construindo estratégias para o futuro, que devem estar em conformidade com a legislação em vigor, ligadas a um desenvolvimento mais sustentável e coerente, objetivando a preservação dos recursos ambientais naturais. 
Mediação Judicial:
 Suas características e seus objetivos, no âmbito do acesso material à justiça, apresenta as seguintes situações: autocomposição de conflitos, na qual as próprias partes decidem; intervenção de um terceiro, para facilitar o diálogo; inexistência da ideia que uma parte ganha e a outra perde, e a celeridade no procedimento de mediação juntamente com a economia de custos.
 Seguindo este caminho, a mediação apresenta-se como instrumento de transformação do Judiciário, tendo como consequência a paz social, criando uma cultura que, paulatinamente, irá diminuir a demanda de processos judiciais.
 No Brasil, já há previsão legal expressa em nosso ordenamento jurídico (Lei 13.140 de junho de 2015 e a Lei 13.105 de março de 2015). 
 No entanto, é importante lembrar que a mediação tem se desenvolvido bastante na área judicial, no território nacional, e uma das grandes molas propulsoras deste desenvolvimento é a Universidade.
Aula 10
Código de ética do mediador:
 Código de Ética fixa normas que regulam os comportamentos das pessoas dentro de uma determinada profissão, e também, numa empresa. 
 O Código de Ética supõe uma normativa interna de cumprimento obrigatório.
 Código de Ética para mediadores e conciliadores da Resolução 125 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Dos princípios e garantias da conciliação e mediação judiciais:
 São princípios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais: confidencialidade, decisão informada, competência, imparcialidade, independência e autonomia, respeito à ordem pública e às leis vigentes, empoderamento e validação.
 Confidencialidade - quase todos os códigos de ética para a conduta profissional de mediadores incluem entre as suas regras a de que o mediador deve manter em sigilo os dados que vem a ter conhecimento em razão do seu serviço.
 Competência - a prática da mediação requer conhecimento e treinamento específico de técnicas próprias, devendo o mediador qualificar-se e aperfeiçoar-se, melhorando continuamente suas atitudes e suas habilidades profissionais. 
 Imparcialidade - o mediador deverá agir sem qualquer favoritismo ou ainda isento de preconceitos com relação as partes, ao tema a ser desenvolvido, as palavras utilizadas ou a aparência dos mediados. 
 Decisão informada - os mediandos têm o direito de receber informações quantitativas e qualitativas acerca da mediação que estão realizando, de modo que não sejam surpreendidos por qualquer consequência inesperada da solução que adotaram. 
 Independência e autonomia - o terceiro imparcial deve atuar com liberdade, sem pressões internas ou externas. A autonomia do mediador diz respeito ao fato de que ele pode recusar, suspender ou interromper a sessão de solução de conflitos, se entender que não há condições mínimas necessárias para prossegui-la ou iniciá-la. 
 Respeito à ordem pública e às leis vigentes - é importante entender que os acordos realizados na mediação não podem ir contra a ordem pública ou contra as leis, pois seria incoerente uma decisão do Poder Judiciário infringir algum desses pontos. 
 Empoderamento - é mostrar às partes que elas têm capacidade de lidar com seus conflitos de forma produtiva e positiva. 
 Validação - consiste em demonstrar às partes que é natural em qualquer relação haver conflitos e que se faz mais eficiente buscar soluções do que atribuir culpa.
Das regras que regem o procedimento:
 Informação - para os mediandos é fundamental porque garante, para eles, o conhecimento sobre o procedimento que irão realizar. Desta forma, sentem-se mais seguros quanto ao processo da mediação e o que esperar da mesma. 
 Ausência de obrigação de resultado - o acordo na Mediação passa a ser a consequência lógica do trabalho de cooperação entre as partes realizado ao longo de todo o procedimento.
 Desvinculação da profissão de origem - O trabalho do mediador é a pacificação das partes, através de seu trabalho com a comunicação entre elas. Ele não pode acumular tarefas. 
 Compreensão quanto à mediação - dever de assegurar que os envolvidos, ao chegarem a um acordo, compreendam perfeitamente suas disposições, que devem ser exequíveis, gerando o comprometimento com seu cumprimento.
Das responsabilidades e sanções do mediador:
 Apenas poderão exercer suas funções perante o Poder Judiciário mediadores devidamente capacitados e cadastrados pelos Tribunais, aos quais competirá regulamentar o processo de inclusão e exclusão no cadastro.
 O mediador deve exercer sua função com lisura, respeitar os princípios e regras deste Código, assinar, para tanto, no início do exercício, termo de compromisso e submeter-se às orientações do Juiz Coordenador da unidade a que esteja vinculado.
 Aplicam-se aos mediadores os motivos de impedimento e suspeição dos juízes, devendo, quando constatados, serem informados aos envolvidos, com a interrupção da sessão e a substituição daqueles.
 No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou mediador deverá informar com antecedência ao responsável para que seja providenciada sua substituição.
 O mediador fica absolutamente impedido de prestar serviços profissionais, de qualquer natureza, aos envolvidos em processo de conciliação/mediação sob sua condução.
 O descumprimento dos princípios e regras estabelecidos neste Código, bem como a condenação definitiva em processo criminal, resultará na exclusão do mediador do respectivo cadastro e no impedimento para atuar nesta função em qualquer outro órgão do Poder Judiciário nacional.

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