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Lição 04 / 1 Índice 1.Ambientes Organizacionais 2.Macroambiente 3.Microambiente 4.Mapeamento da Transformação Ambiental 5.Conclusão 6. Bibliografia Administração Empresarial Lição 04 Ambientes Organizacionais Lição 04 / 2 1.Ambientes Organizacionais Toda e qualquer empresa é submetida aos seus ambientes organizacionais. São eles: Macroambiente > Ambiente externo geral formado pelas tendências políticas, legais, econômicas, demográficas, socioculturais, tecnológicas e de recursos globais, que afetam diretamente no rumo e nas decisões tomadas nas empresas. É o ambiente mais amplo e genérico que influencia de maneira semelhante todas as empresas. Microambiente > Ambiente externo específico ou Setor de Negócios, formado pelas tendências dos agentes que impactam diferentemente cada tipo de empresa. Esses agentes são os clientes, os concorrentes, os substitutos, os fornecedores, os entrantes e as agências reguladoras. É o ambiente mais próximo e imediato das empresas e é onde ela contém seus recursos e coloca seus produtos e/ou serviços. A figura a seguir expressa a formação e impacto dos ambientes sobre uma empresa. No centro está a empresa sendo impactada e influenciada diretamente pelo seu Microambiente e, este por sua vez, suscetível ou imerso às tendências do Macroambiente. Lição 04 / 3 Micro e Macroambientes Lição 04 / 4 2.Macroambiente O Macroambiente é o contexto, formado pelas principais tendências, que envolve externamente todas as empresas instaladas e em operação no mercado. Tendo em vista que qualquer empresa é um ambiente aberto, que interage com seus clientes e fornecedores, ela mantém transações e intercâmbios com o ambiente que a rodeia. Por decorrência disso, tudo que ocorre externamente ao ambiente, influência em menor ou maior grau o ocorre nas empresas. Por exemplo, se no ambiente econômico ocorre um aumento da inflação, certamente isso vai impactar no controle financeiro das empresas. A relevância de se conhecer e monitorar o Macroambiente é dupla. Deve haver a consciência que o Macroambiente não é estático, ou seja, imutável. Pelo contrário, está em contínua transformação. Partindo desse fato, as empresas devem criar procedimentos para lidar ou, ao menos, se preparar para transformações que estão ocorrendo no Macroambiente. Mas, como a quantidade de informações sobre o Macroambiente é vasta e praticamente impossível de se controlar, toda e qualquer empresa deve criar sistemas de informações para coletar as informações disponíveis, pelos diversos meios existentes, e por meio de análises, procurar indicativos de mudanças que estão por acontecer. Pelo fato de nenhuma empresa ter condições para conhecer e controlar todas as tendências do macroambiente, ao menos, é necessária a adoção de uma sistemática que levante e controle os dados que as empresas tenham condições de rastrear. Essa sistemática deve possuir as seguintes etapas lógicas: Lição 04 / 5 1 - Rastreamento Identificação prévia de sinais de mudanças em função de eventos que ocorrem no mercado e que, de uma forma ou de outra, já predizem os acontecimentos. 2 - Monitoramento Análise contínua e adaptável dos levantamentos rastreados na etapa anterior. 3 - Previsão Projeções ou levantamento de cenários de futuras consequências ou desdobramentos das análises feitas na etapa anterior. 4 - Avaliação Levantamento de impactos positivos e negativos decorrentes das previsões elaboradas na etapa anterior, por importância e no tempo, para servirem de subsídios para a elaboração e atualização do planejamento estratégico das empresas. O principal objetivo dessa sistemática é não deixar a empresa simplesmente exposta às transformações do Macroambiente, sem nenhuma reação ao que pode acontecer no futuro. Lição 04 / 6 Se não é possível conhecer o futuro, ao menos as empresas tem que levantar informações que as preparem para um futuro incerto que, por meio de tendências, possa ser previsto, mesmo perante riscos que inevitavelmente vão acontecer. Os principais ambientes ou fonte de tendências que compõem o Macroambiente são: Ambiente Demográfico: Relativo ao levantamento estatístico da população humana e de suas características evolutivas (idade, sexo, renda, escolaridade, dentre outras). Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Tamanho, densidade e distribuição geográfica populacional; II. Taxa de mobilidade da população e processo migratório; III. Taxa de crescimento e envelhecimento da população; IV. Taxa de casamentos, mortalidade e natalidade; V. Estrutura etária, familiar e residencial; VI. Nível de escolaridade; VII. Composição étnica e religiosa. Lição 04 / 7 Ambiente Sociocultural: Relativo às crenças básicas, valores, normas e costumes nas sociedades. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Hábitos das pessoas em relação a atitudes e suposições; II. Crenças e aspirações pessoais; III. Relacionamentos interpessoais e estrutura social; IV. Mobilidade entre classes; V. Origem urbana ou rural e os determinantes de status; VI. Atitudes com as preocupações individuais versus coletivas; VII. Situação socioeconômica de cada segmento da população; VIII. Composição da força de trabalho; IX. Estrutura educacional; X. Veículos de comunicação de massa; XI. Preocupação com o meio ambiente; XII. Preocupação com a saúde e preparo físico. Lição 04 / 8 Ambiente Tecnológico: Relativo ao conhecimento humano que possa influenciar o uso das matérias-primas e insumos ou a aplicação de processos operacionais ou gerenciais. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Avanço tecnológico; II. Processo de destruição criativa ou de reinvenção; III. Aplicação em novos campos; IV. Identificação dos padrões aceitos; V. Manifestações reacionárias em relação aos avanços tecnológicos; VI. Aquisição, desenvolvimento e transferência de tecnologia; VII. Velocidade das mudanças tecnológicas e atualização do país; IX. Nível de pesquisa e desenvolvimento do país; X. Incentivos governamentais ao desenvolvimento tecnológico. Lição 04 / 9 Ambiente dos Recursos Globais: Relativo aos recursos naturais e sua utilização e conservação pelo homem. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Nível de desenvolvimento ecológico; II. Índices de poluição e legislação existente; III. Disponibilidade de recursos naturais; IV. Taxa de utilização de recursos naturais; V. Taxa de preservação de recursos naturais; VI. Atitudes e ações governamentais sobre o meio ambiente; VII. Grau de aceitação da população quanto à utilização de recursos naturais. Lição 04 / 10 Ambiente Político / Legal: Relativo às leis, normas e procedimentos políticos e governamentais que regem o funcionamento dos mercados, empresas e governo. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Política monetária, tributária, fiscal e previdenciária; II. Legislação tributária, comercial, trabalhista e criminalista; III. Política das relações internacionais; IV. Legislação sobre proteção ambiental; V. Políticas de regulamentação, desregulamentação e privatização; VI. Legislação federal, estadual e municipal; VII. Estrutura de poder. Lição 04 / 11 Ambiente Econômico: Relativo às variáveis econômicas que afetam a demanda e oferta de produtos e serviços nos mercados. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Renda real da população; II. Taxa de crescimento da renda; III. Configuração geográfica; IV. Padrão de consumo e poupança; V. Nível de emprego; VI. Taxas de juros, câmbio e inflação; VII. Mercado de capitais e de bolsa de valores; VIII. Distribuição de renda; IX. Balanço de pagamentos; X. Nível do PIB (Produto Interno Bruto); XI. Reservascambiais. Lição 04 / 12 3.Microambiente O Microambiente é contexto ambiental mais próximo da empresa formado por empresas que concorrem com produtos similares pelos mesmos clientes. Os principais agentes ou integrantes que são fontes de tendências e que compõem o Microambiente são: Clientes: Relativo às pessoas ou empresas que adquirem produtos ou serviços no mercado. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Grau de satisfação com os produtos e serviços adquiridos; II. Volume de compras; III. Grau de lealdade ou recompra; IV. Nível de expectativas ou de exigências; V. Intenção de compra; VI. Capacidade de compra; VII. Poder de negociação. Lição 04 / 13 Concorrentes: Relativo às empresas do mesmo setor que vendem aos clientes produtos ou serviços semelhantes. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Grau de rivalidade; II. Volume de vendas ou fatia de domínio de mercado; III. Tipos de estratégias; IV. Quantidade de concorrentes. Lição 04 / 14 Substitutos: Relativo aos diferentes bens ou serviços que vêm de fora do setor e que desempenham as mesmas funções de um produto fabricado no setor. Exemplos: Recipientes plásticos no lugar de potes de vidros. Computador no lugar da máquina de escrever. Carne vegetal no lugar da carne animal. Sacos de papel no lugar de sacos plásticos. Vigilância eletrônica no lugar de vigilância humana. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Percentual de aceitação dos produtos substitutos; II. Grau de satisfação dos clientes com os produtos substitutos; III. Comparações de custo/benefício; IV. Capacitação de penetração no mercado. Fornecedores: Relativo às empresas que suprem recursos de ordem material, humana e financeira para outras empresas. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Grau de dependência pelos produtos fornecidos; II. Poder de negociação; III. Grau de satisfação do comprador; Lição 04 / 15 IV. Capacidade de atendimento aos requisitos do comprador. Entrantes: Relativo aos concorrentes que estão entrando no mercado para concorrer com as demais empresas que já existem. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Capacidade de investimentos; II. Diferenciais competitivos; III. Economia de escala; IV. Acesso aos canais de distribuição. Lição 04 / 16 Agências Reguladoras: Relativo ao governo federal, estadual e municipal que, através de leis, regras e procedimentos regulam e fiscalizam as operações que ocorrem no mercado. Seus principais indicadores para fins de levantamento de tendências são: I. Alterações legais; II. Benefícios legais; III. Manifestações populares que podem alterar as leis; IV. Reinvindicações de defesa ambiental. Lição 04 / 17 4.Mapeamento da Transformação Ambiental Como foi discutido anteriormente, os Ambientes Geral (Macroambiente) e Específico (Microambiente) estão sempre em constante transformação devido à dinâmica da concorrência, da inovação e dos fatores globais e legais que impactam no mercado. Como consequência, toda e qualquer empresa deve mapear as tendências e seguir passos para entender e se prevenir de transformações e, até pelo contrário, usá- las a seu favor. De forma geral, esses passos são: I. Análise Ambiental: Significa identificar e levantar nos ambientes geral e específico as tendências, acontecimentos e transformações que podem afetar direta ou indiretamente a empresa. II. Avaliação Ambiental: Significa interpretar os levantamentos feitos na Análise Ambiental de forma a classificá-los em ameaças ou oportunidades. Para os levantamentos que são classificados como ameaças, devem ser elaborados planos para evitar ou minimizar os danos que podem ser Lição 04 / 18 causados para a empresa. Por outro lado, para os levantamentos que são classificados como oportunidades, devem ser elaborados planos para se valer desses fatos a fim de se melhorar o desempenho da empresa. III. Plano de Ação: Em seguida à Avaliação Ambiental, o administrador deve tomar decisões sobre quais ameaças priorizar para se defender e quais oportunidades deverá intensificar esforços para o melhor aproveitamento possível. Em função da imensa quantidade de variáveis ambientais que impactam uma empresa, na grande maioria das vezes, os gestores elaboram planos de ação sob forma de Mapas Cognitivos. Mapas Cognitivos são representações gráficas que relacionam as tendências ambientais com as possíveis ações que podem ser tomadas pelos gestores. Sua função é permitir uma visualização dos cenários favoráveis e desfavoráveis para a empresa e servir como facilitador no processo de tomada de decisão. Mapeamento da Transformação Ambiental Por exemplo, o Mapeamento da Transformação Ambiental para uma empresa que fabrica e comercializa telefones celulares pode ser representado no Mapa Cognitivo demonstrado abaixo: Lição 04 / 19 Mapa Cognitivo Dessa forma, a estratégia da empresa será de desenvolver mais jogos interativos, investir em aparelhos modernos e bonitos, e fazer mais promoção de seus aparelhos. Lição 04 / 20 5.Conclusão Percebemos a influência e importância dos Ambientes Organizacionais no modo como as decisões são tomadas no cotidiano empresarial. Estudamos as formações e características do Macro e Micro Ambientes, os quais estão sempre em constante transformação. Como consequência, realizar e usar um Mapeamento da Transformação Ambiental para entender e se prevenir de transformações e, até pelo contrário, usá-las a seu favor mostra-se como uma ação de suma importância. Vejo você no próximo tópico – até lá! Lição 04 / 21 6. Bibliografia Bibliografia Básica: CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008 MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2011 e edições anteriores. WILLIAMS, Chuck. ADM. São Paulo: Cengage Learning, 2010. Bibliografia Complementar: CHIAVENATO, Idalberto. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas. São Paulo: Atlas, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. MOTTA, Paulo R. Transformação Organizacional: a teoria e a prática de inovar. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. MOTTA, Fernando C. P., CALDAS, Miguel P. (org.).Cultura Organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 22.ed. São Paulo: Atlas, 2006 e edições anteriores. Número de Chamada: 658.4012 O48p 2006 22.ed. SROUR, Robert Henry. Poder, Cultura e Ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998. WRIGHT, Peter et al. Administração estratégica: Conceitos. São Paulo: Atlas, 2000.
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