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regulação humoral da fome

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FISIOLOGIA DA DIGESTÃO 
MONOGÁSTRICOS – AULA 3 
Profa. Dra. Cinthia Eyng 
FCA/UFGD 
Programa de Pós-Graduação em 
Zootecnia – Produção Animal 
Objetivos da Aula 
• Conhecer fatores que afetam o consumo 
 
• Relacionar com outras áreas: bioclimatologia e 
fisiologia. 
 
 
ATIVIDADES RELACIONADAS A ALIMENTAÇÃO 
• Procura de alimento 
• Reconhecimento dos alimentos 
• Movimento para atingir o alimento 
• Avaliação sensorial dos alimentos 
• Iniciativa de comer 
• Ingestão dos alimentos 
• Digestão 
• Absorção dos nutrientes 
• Metabolização dos nutrientes 
Regulação da ingestão 
• Fisiologicamente => homeostase nutricional 
 
• Outros fatores também são determinantes: ambiente, 
aprendizado, palatabilidade 
Conceitos 
• Fome é a sensação manifestada pelo animal que se 
encontra em déficit nutrientes  energia 
 
• Saciedade é a sensação manifestada pelo animal 
quando ele satisfaz suas necessidades nutricionais 
 
• Apetite é a disposição de um animal que manifesta 
o desejo de comer 
 
• Consumo voluntário é o limite máximo do apetite, 
quando o alimento é fornecido à vontade (ad 
libitum). 
CENTRO COORDENADOR - HIPOTÁLAMO 
• Neurônios hipotalâmicos  integração das informações 
sensoriais 
• Possuem receptores químicos e térmicos 
• Captar informações vindas de fora e de dentro do cérebro, bem 
como as modificações na composição química, conteúdo 
hormonal e da temperatura do seu meio 
CENTRO COORDENADOR - HIPOTÁLAMO 
• Lesão da região VMH: 
– Consumo de alimento sem controle 
 
– Destruição do centro de saciedade 
 
– O contrário se observa no estímulo dessa região 
 
• Lesão da região ALH: 
– Inibe a fome 
 
– Sua estimulação faz com que o animal procure alimento 
 
Mecanismos Hipotalâmicos de Controle: 
Retroalimentação 
• Ingestão de alimento  produção de sinais  ativação 
do centro de saciedade  supressão do centro da fome 
 finalização da ingestão 
 
• Redução dos sinais  eliminação da ação inibidora do 
centro da saciedade sobre o centro da fome  sinais 
de fome  ativação do centro da fome  supressão 
do centro da saciedade  ingestão de alimento 
SINAIS PARA O CONTROLE HIPOTALÂMICO 
• Informações (sinais) que chegam ao hipotálamo: 
 
– Fatores intrínsecos: níveis plasmáticos pré ou pós-
absortivos de nutrientes os quais seriam detectados por 
áreas sensíveis do cérebro 
• Temperatura ambiental: teoria termostática 
 
– Fatores extrínsecos: receptores periféricos no TGI e 
fígado e aqueles fornecidos pelos sentidos da visão, 
olfação e gustação 
Mecanismos de Controle da Ingestão 
• Nível Metabólico: 
• [ ] de determinados nutrientes, metabólitos ou 
hormônios 
 
• Nível Digestivo: 
– Níveis dos produtos da digestão 
 
• Influências externas: 
– Fatores climáticos 
– Facilidade/Dificuldade na obtenção de alimento 
 
 
Explica porque é que a maioria dos animais é 
capaz de manter o peso maturo razoavelmente 
constante na presença de alimentos ad libitum 
 
Determina que o animal tenha fome e decida 
comer 
Determina que o animal que se encontra a 
ingerir alimentos para de comer 
Regulação da Ingestão de Curto Prazo 
• Teoria Quimiostática: 
– Concentrações plasmáticas de nutrientes fornecem 
direta ou indiretamente sinais ao centro de saciedade 
 
 
Glicose, Aminoácidos, Ácidos graxos e Íons (cálcio, fósforo e o sódio) 
Aumento da [ ] de algumas substâncias ( corrente 
sanguínea, fígado, intestino) 
Centro de saciedade 
O animal para de comer 
Regulação da Ingestão de Curto Prazo 
Teoria Quimiostática 
Glicose 
 
Sensação de fome 
 
O animal ingere alimento 
Glicose 
 
Saciedade 
 
O animal para de comer 
Regulação da Ingestão de Curto Prazo 
Teoria Quimiostática 
Glicorreceptores hipotalâmicos (?) 
Controle da [ ] total de glicose 
 
Glicorreceptores hepáticos, intestinais (?) 
 
 
 
Receptores quando estimulados pela glicose tendem 
a inibir a ingestão 
Regulação da Ingestão de Curto Prazo 
Teoria Quimiostática 
• Teoria aminostática: 
– Não somente decorrente da quantidade de proteína 
bruta no alimento 
– Qualidade da proteína ofertada 
– Deteção dos níveis plasmáticos de aa’s  
principalmente aa’s essenciais 
 
• Controle do consumo decorrente da natureza do aa: 
– Tirosina estimula o consumo (catecolaminas) 
– Triptofano inibe o consumo (serotonina  saciedade  
“hormônio do humor”) 
 
 
• Controle do consumo decorrente da natureza do aa: 
– Triptofano: 
• Precursor da seratonina (5-HT)  níveis adequados de 5-HT 
redução do consumo  saciedade 
– As ações da seratonina dependem dos receptores 
– Já foram identificados quinze receptoress de serotonina  5-HT1B e 5-
HT2C têm sido reconhecidos por induzir a saciedade 
– [ ]’s plasmáticas excessivas de tirosina, fenilalanina, leucina, isoleucina 
e valina competem com o transporte central do triptofano 
 
• Precursor da grelina (mais acentuada em humanos que em 
animais): estímulo à ingestão alimentar (baixas concentrações 
durante jejum) 
– Zhang et al. (2006) demonstraram que o triptofano estimula a [ ] no 
plasma e a expressão no duodeno e estômago da grelina. De acordo 
com esses autores, o estímulo no aumento do consumo em leitões é 
proporcionado pelo maior nível circulante desse hormônio. 
 
• Controle hormonal: 
 
 
– Colecistocinina: hormônio liberado no int. quando os 
produtos da digestão (aa’s e ác. Graxos) atingem o 
duodeno  inibe a ingestão alimentar 
 
 
– Melatonina: diminui a alimentação 
 
 
– Peptídeo YY: secretado no int. delgado distal a partir da 
entrada do bolo alimentar 
• Inibe a liberação do neuropeptídeo (NPY) (estimulante da 
ingestão alimentar) 
 
Distensão do estômago e digestão dos alimentos  
estimulação neural  liberação de colecistocinina e peptídeo 
YY  inibição dos neurônios (NPY/AGRP)  saciedade 
Hipotálamo e TGI 
• Hipotálamo recebe sinais neurais provenientes do 
TGI 
 
• Estes sinais neurais fornecem informações 
sensoriais: 
– Sobre distensão do estômago 
– Sinais químicos dos nutrientes no sangue que indicam 
saciedade (glicose) 
– Sinais de hormônios gastrintestinais 
– Córtex cerebral (visão, olfato e paladar) 
Fatores que Afetam a Ingestão de 
Alimentos 
• Fatores visuais: 
– Visualizar outros animais se alimentando 
• Estímulo (procura) e da ingestão de alimento 
 
• Fatores olfatórios: 
– Seleção do alimento (estimulantes odores) 
 
• Fatores orais: 
– Receptores  feedback negativo ou positivo 
– Botões gustativos  alimentos de preferência 
 
 
 
• Todos os fatores sensoriais são importantes na 
estimulação do apetite e na regulação da ingestão 
 
• Palatabilidade: 
– Mede o grau de aceitabilidade dos alimentos pelos 
animais 
– Descreve a prontidão com que um alimento é 
selecionado e ingerido 
Fatores que Afetam a Ingestão de 
Alimentos 
• Fatores gastrintestinais: 
 
– Receptores mecânicos: considerando que o trato 
gastrintestinal possui uma capacidade física finita 
 
– Aves: grande atenção para o papo 
• Aves submetidas a jejum por 6 horas foram incapazes de 
comer quando no seu papo foi introduzido um balão cheio de 
ar 
• Frangos de corte geneticamente selecionados para alta taxa 
de crescimento e, indiretamente, alto consumo alimentar 
 
 
 
 
Regulação da Ingestão de Curto Prazo 
Teoria Termostática 
Alteração do consumo de alimento em função da 
temperatura ambiental 
 
 
Temperatura baixa = aumento do consumo 
Temperatura alta = redução do consumo 
 
 
Pq? Ingestão, digestão emetabolização produzem 
calor 
Termorreceptores hipotalâmicos e na pele 
Regulação da Ingestão de Longo Prazo 
Manutenção relativamente constante da condição 
corporal 
 
Tendência para recuperar o peso após um período de 
carência 
 
Existência de mecanismo controlador da ingestão de 
alimento pela quantidade de gordura estocada 
Regulação da Ingestão de Longo Prazo 
Teoria Lipostática 
• Tecido adiposo atuaria como um ponto de 
referência para a ação hipotalâmica de controle do 
consumo de alimento 
 
• Leptina: hormônio produzido pelos adipócitos 
– Produzida proporcionalmente à quantidade de tecido 
adiposo 
 
 + Tecido Adiposo  + Leptina 
- Tecido Adiposo  - Leptina 
 
 
• Mecanismos postulados para explicar a resistência à 
leptina na obesidade: 
 
– Transporte prejudicado da leptina através da barreira 
hematoencefálica 
 
– Presença de defeitos na função e sinalização dos 
receptores de leptina 
 
Fatores Fisiológicos que Afetam a 
Ingestão 
• Ajuste do consumo conforme a ingestão de energia 
 Alta densidade energética  baixa ingestão de alimento 
Baixa densidade energética  alta ingestão de alimento 
• Contudo as variações da [ ] energética do alimento 
pode não ser compensada com a variação do 
consumo do alimento (capacidade gastrintestinal) 
– Redução do consumo mas excessivo consumo de energia 
– Aumento do consumo mas reduzido consumo de 
energia 
 
• A capacidade para ajustar a ingestão pode ser 
limitada pela capacidade gastrointestinal 
 
• Os mamíferos apresentam receptores de tensão no 
esôfago, estômago e int. delgado  a distensão 
destas zonas estimula o centro da saciedade 
 
• Rações com baixa densidade energética: o aumento 
do consumo de alimento para ajustar o consumo de 
energia pode não ser possível devido a capacidade 
gastrintestinal 
cinthiaeyng@ufgd.edu.br

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