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DEPARTAMENTO DA ÁREA DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM SEMIOTÉCNICA Página 1/4 Bancada nº. 20 Técnica Técnica de Aspiração das vias aéreas INTRODUÇÃO A aspiração é a aplicação de sucção ao trato respiratório do paciente para ajudá-lo a remover secreções líquidas ou espessas das vias aéreas, quando este não tem condições de remove-las sozinho. A retirada destas secreções precisa ser asséptica, atraumática e eficaz. A aspiração de secreções trata-se de uma necessidade apresentada por pacientes críticos ou não, como, por exemplo, o paciente entubado, o paciente em coma com perda parcial dos reflexos da tosse, ou ainda no paciente crônico que desenvolve acúmulo de secreções. Dentre as medidas que assegura a permeabilidade das vias aéreas, a aspiração é considerada um procedimento necessário e rotineiro. No entanto, não é isento de riscos, expondo os pacientes a sérias complicações como as infecções. Os tipos de vias aéreas artificiais são: cânula de guedel (cânula orofaríngea); cânula nasofaringe; tubo endotraqueal e cânula de traqueostomia. Posição do Paciente: a posição ideal para aspiração é a Fowler ou a semi-fowler. No entanto, para paciente em uso por longa permanência de tudo traqueal, observa-se que a mobilização lateral a 30 graus, mantendo-se fowler, ajuda muito na mobilização das secreções. QUANDO SE DEVE ASPIRAR UM PACIENTE: Pacientes em uso de via aérea artificia l (TOT, TQT); Pacientes com perda parcial ou total do reflexo da tosse; Quando houver ruído traqueal; Quando houver secreção visível; Quando à ausculta houver evidência de ruído por secreção; Quando houver redução da saturação per cutânea; Paciente que retém secreção (recém operado); Quando o paciente utilizar respirador mecânico e este registrar aumento da pressão de vias aéreas maiores que 50 cm H2O na ausência de patologia que justifique o aumento da pressão. FINALIDADE Manter as vias aéreas livres e permeáveis; Garantir a ventilação e oxigenação adequada (saturação de O2 acima de 95%); Prevenir complicações no quadro clínico geral do paciente, provocadas pelo acúmulo de secreção nos pulmões; Coletar amostra de secreção traqueal par exame diagnóstico. COMPLICAÇÕES DA ASPIRAÇÃO: Arritmias, Hipoxemia, Queda da saturação de O2, Bradicardia, Cianose, Infecção, Ansiedade, Hipertensão/hipotensão, Aumento da PIC MATERIAL Bandeja contendo: 01 par de luvas estéril; Sonda de aspiração compatível com o calibre do tubo, traqueóstomo ou conduto aéreo (nº 4 a 10 para crianças e 10 a 14 para adultos); Máscara de Ressuscitação (Ambú) conectado a rede de oxigênio com extensão de látex; 01 pacote de gazes; 01 ampola soro fisiológico; Painel de vácuo e oxigênio testado; 01 seringa de 3 ml com agulha para aspiração; EPI individual (máscara descartável, óculos de proteção, touca e luvas de procedimento); Estetoscópio. TÉCNICA Ação Justificativa 1. Verificar o prontuário 2. Lavar as mãos Prevenir infecção 3. Reunir o material 4. Encaminha-se ao leito do paciente, deposita a bandeja sobre a mesa de cabeceira Planejamento das atividades e otimizar tempo. 5. Explicar ao paciente o que será feito. Estimular a participação e cooperação. 6. Fechar portas, janelas e colocar biombo (SN). Respeitar a privacidade do paciente 7. Calça a luva e realiza a limpeza da mesa de alimentação, parte inferior da bandeja, passa para a mesa de alimentação e limpe manivela da cama Planejamento das atividades. 8. Posiciona o paciente em Fowler Otimizar a aspiração 9. Retira as luvas 10. Calçar luva de procedimento e máscara e óculos de proteção Evitar contaminação do paciente e promover proteção do próprio funcionário 11. Verificar tipo e característica da respiração e condições dos batimentos cardíacos. Observar se o paciente encontra-se em ventilação mecânica (assistida ou controlada) ou espontânea. Conforme o padrão respiratório, atentar para o tempo de aspiração 12. Desliga a dieta caso esteja em uso de dieta via sonda reduzir a chance de broncoaspiração 13. Realizar ausculta pulmonar e observar insuflação do Cuff do tubo ou TQT plástico com cuff (se paciente intubado) Pressão normal de 25 a 35 mmHg 14. Verificar o funcionamento do vácuo e conectar o látex, montar sistema de oxigênio conectando ao Ambu 15. Retirar luva de procedimento 16. Abrir pacote de luva estéril e depositar no campo: 1. sonda de aspiração compatível com o calibre da cânula endotraqueal; 2. 1 pacote de gazes; 3. Seringa de 3 ml; 4. Agulha para aspiração Prevenir contaminação seguindo técnica asséptica Sondas de aspiração muito calibrosas podem produzir excessiva pressão negativa, lesar a mucosa traqueal, além de piorar a hipóxia que a aspiração normalmente já provoca. Ideal até 2/3 do diâmetro do tubo 17. Abrir a ampola de soro fisiológico, sem contaminar a mesma 18. Calçar o par de luva estéril 19. Conectar a seringa com a agulha e retirar a pressão da mesma. Aspirar os 3 ml de SF, usando a mão não dominante para segurar a ampola e a dominante para segurar a seringa. Neste momento a mão não dominante se torna contaminada 20. Retirar a agulha da seringa e depositar a seringa na borda do campo 21. Conectar a sonda de aspiração ao látex, usando a sonda na mão dominante que permanecerá estéril durante toda a técnica 22. Ligar o vácuo e o oxigênio com a mão não dominante 23. Ventilar o paciente três vezes consecutivas, utilizando o próprio respirador mecânico, com FiO2 à 100%, ou com ambu de oxigênio a 100% (15 litros) Prevenir hipóxia, uma vez que a aspiração traqueal reduz a pressão arterial de oxigênio cerca de 35 mmhg. 24. Lembrar que primeiro se faz VAI e depois VAS Obs: em caso de traqueóstomo metálico, iniciar pela aspiração das VAS e depois VAI 25. Introduzir a sonda de aspiração com a mão dominante no tubo endotraqueal na FASE INSPIRATÓRIA mantendo o látex pressionado, com a mão esquerda (Introduzir até obter o reflexo de tosse ou em caso do paciente em coma, introduzir em torno de 25 a 30 cm no tubo e 15cm no traqueóstomo) A sucção não deve ocorrer neste momento da introdução para não sequestar o oxigênio do paciente. Introduzir até chegar na carina. 26. Despressionar o látex para criação de sucção e Permitir que houvesse uma melhor sucção. simultaneamente, com a mão dominante, fazer movimentos circulares lentos na sonda de aspiração trazendo-a para fora do tubo endotraqueal 27. Repetir o movimento de 3 a 5 vezes, intercalando com a hiperventilação manual ou mecânica (item 16) Não ultrapassar 15 segundos no total de tempo de sucção (incluindo as 5 vezes). Evitar hipóxia prolongada. 28. Observar simultaneamente o padrão respiratório e a monitorização cardíaca. Detectar precocemente os sinais de hipoxia e alteração hemodinâmica. 29. Suspender a aspiração e ventilar o paciente quando ocorrer arritmias, cianose e sangramento Evitar possível parada cardiorrespiratória 30. Em caso de secreção espessa, rolhas ou mesmo grande quantidade de secreção, pode ser instilado até 3ml de soro fisiológico no tubo endotraqueal ou traqueóstomo, ventilar três vezes e proceder a aspiração. Instilar no máximo 1ml de cada vez no TOT. No decorrer de 24 horas utilizar no máximo 20 ml 31. Ventilar o paciente novamente, conforme descrição do item 16. Para corrigir a hipóxia provocada pela sucção devido a pressão negativa do aspirador 32. Repetir as operações quantas vezes forem necessárias e de acordo com as condições clinicas do paciente Ventilar o paciente acada ciclo, não ultrapassar 15 segundos, para evitar a hipóxia. 33. Limpar a sonda com gaze estéril. Lavar a extensão do látex, no final do ciclo de aspiração, usando o SF 0,9% da ampola. Manter a extensão limpa e visível 34. Religar o respirador mecânico ou o nebulizador no paciente, Certificar-se de que o respirador ou nebulizador estejam com os parâmetros anteriores sob controle. 35. Realizar a aspiração orofaríngea, procedendo da seguinte forma: Introduzir a sonda alternadamente em cada narina e posteriormente na boca até a faringe, mantendo o látex pressionado no momento da introdução. Aspirar ao orifício da cânula de guedel, introduzindo completamente a sonda de aspiração. Seguir a técnica e cuidado com a cânula de guedel (troca) 36. Limpar a sonda com gaze. Lavar a extensão do látex, no final do ciclo de aspiração Manter a extensão limpa 37. Desprezar a sonda de aspiração e desligar o aspirador de secreções Segregação de lixo 38. Proteger a extremidade do látex, quando em desuso, protegido em saco plástico, fixado na lateral do painel de gases. 39. Trocar as luvas de procedimento Evitar contaminação do estetoscópio que será utilizado na etapa seguinte 40. Realizar ausculta pulmonar e cardíaca do paciente após a aspiração Avaliar o resultado da aspiração e se houve melhora da ventilação pulmonar 41. Deixar o paciente em ordem Proporcionar conforto ao paciente 42. Recompor a unidade e recolher o material Manter o ambiente em ordem, colaborando com a equipe 43. Fazer a limpeza das mesas utilizadas 44. Retirar as luvas e lavar as mãos Evitar contaminação do profissional e do paciente 45. Anotar no prontuário o procedimento e eventuais anormalidades Descrever características da ausculta cardíaca e pulmonar inicial, aspecto das secreções e quantidade. Anotar reações do paciente e intercorrência, como: sangramento, cianose, alterações eletrocardiográficas, características da ausculta cardíaca e pulmonar final etc.. AVALIAÇÃO DO RESULTADO DA ASPIRAÇÃO ENDOTRAQUEAL Deve ser feita baseada nas seguintes observações: Tranqüilidade do paciente. Tubo limpo é tubo que não faz barulho, Verificação da saturação no monitor da oximetria (mantendo nível satisfatório), Ausência de ruído ao respirar constatado por meio da ausculta pulmonar, O aspecto da secreção (espessa, fluida, espumosa) aspirada indica o nível de hidratação e umidificação. A cor clara indica ausência ou melhora da infecção, Lembrar que atelectasia de repetição indica aspiração ineficaz ou insuficiente, assim como umidificação ineficiente ou falta de mudança de decúbito. OBSERVAÇÃO 1. Manter a extremidade do látex, quando em desuso, protegido em saco plástico, fixado na lateral do painel de gases, 2. Em caso de secreção espessa, rolhas ou mesmo grande quantidade de secreção, pode ser instilado SF 0,9% estéril no tudo endotraqueal (cerca de 3 ml); após a instilação, ventilar os pulmões com o ambu e sem seguida fazer aspiração traqueal. Máximo de 20 ml nas 24 horas. 3. Aspirar ao tudo endotraqueal somente quando necessário e nunca como rotina. Portanto, o enfermeiro deverá avaliar o paciente, de acordo com a característica e quantidade da secreção, prescrever o número de vezes que será feita à aspiração. 4. Durante a aspiração, caso haja diminuição da freqüência cardíaca ou arritmias, parar imediatamente o procedimento e oferecer oxigênio a 100%, através de ambu ou do próprio respirador. 5. Testar sempre o aspirador de secreções antes de utilizá-los. 6. A técnica de aspiração traqueal deve ser feita de preferência por duas pessoas, para evitar a contaminação do sistema tubo/circuito. 7. Utilizar sempre o frasco coletor intermediário para evitar que entre secreção na rede de gases do painel. 8. Trocar diariamente o frasco coletor de secreções e a extensão de látex para aspiração Elaborado por Profa. Denise, Profa. Flávia, Profa. Lígia, Profa. Maria do Carmo e Profa. Marieta Data da Criação 2002 Profª. Andréia, Fabiana, Denise e Carla Data da última Revisão 05/2015 Revisado por Professores: Carla Grasiela, Fabiana Brito, Larissa Almeida, Luciana Cariri, Raquel Araújo, Nathalia Vasconcelos e Janile Barreto
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