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Arte e Estética - Slides de Aula Unidade I

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Unidade I 
 
 
 
ARTE E ESTÉTICA 
 
 
 
 
Prof. Martins Ferreira 
 Filosofia da Arte 
Origem e conceito epistemológico 
 Filosofia remete ao saber mais abrangente sobre algo. 
 Na Grécia antiga, onde nasceu a Filosofia, era definida como 
Φιλοσοφία (philos + sophia), isto é, algo como “amor pelo 
saber”, ou “amante da sabedoria”. Filósofo seria, portanto, 
aquele que ama o saber. 
 Com o passar do tempo, esse termo foi perdendo tal 
significado inicial, passando a designar não apenas o amor ou 
a procura pela sabedoria, mas um tipo especial de sabedoria: 
aquela que nasce do uso metódico da razão, da investigação 
racional, em busca do conhecimento. 
Filosofia da Arte 
 Atualmente, entendemos Filosofia como o estudo de questões 
relacionadas com o saber, o conhecimento, a existência, 
a verdade, a linguagem, a mente e os valores morais e 
estéticos. 
 Desse modo, quando aprendemos sobre Arte e Estética, 
estamos enveredando por caminhos que envolvem a Filosofia 
e as manifestações expressivas da humanidade. 
 Algumas questões pertinentes, nesse sentido, seria 
cogitarmos sobre o que é arte, como nos expressamos 
artisticamente, como avaliamos o que é e o que não é belo, 
ou como funciona a sensibilidade humana, por exemplo. 
Filosofia da Arte 
 Desde a Antiguidade, as pessoas se preocuparam em estudar 
e refletir sobre as expressões humanas, procurando analisá-
las, classificá-las, julgá-las e, a partir daí, procuraram 
conceber um termo que definisse tais ações. 
 Assim, surgiu palavra estética, oriunda da expressão grega 
aisthesis, que originalmente significava sentir, sentimento, 
sensação. Tal termo significaria algo como “nossa percepção 
do mundo sensível”. 
 Hoje, independentemente de doutrinas, ou escolas, podemos 
dizer que qualquer análise, investigação ou especulação que 
tenha por objeto a arte e o belo é denominada Estética. 
 
 
 
Filosofia da Arte 
 Os filósofos gregos da Antiguidade foram os primeiros a se 
preocuparem com definições acerca da arte e do belo. 
 Entre eles, cabe destacar figuras como Platão e Aristóteles, 
filósofos bastante influentes no modo de pensar das pessoas 
durante séculos, contribuindo principalmente para culturas de 
países ocidentais. 
 É substancial perceber que o conhecimento filosófico se 
diferencia do conhecimento científico pelo objeto de 
investigação e pelo método. 
 O campo da Ciência parte de dados racionais característicos 
da matéria e da física, sendo mais apto à experimentação, 
enquanto o campo da Filosofia, não. 
Filosofia da Arte 
 O conhecimento filosófico tem como objeto de estudo a 
realidade no seu contexto universal, ou, ainda, a busca do 
sentido dessa realidade. 
 Nessa perspectiva, o tema estética foi primeiramente 
discutido, de forma indireta, por filósofos gregos, porém, após 
muitos séculos, passou a ser tratado como disciplina 
acadêmica filosófica. 
 O responsável por tal mudança foi o alemão Alexander 
Baumgarten que, por volta de 1750, retomou reflexões sobre o 
tema em alguns dos textos que publicou. 
Filosofia da Arte 
 A posição acadêmica alcançada pela Estética nos últimos 
séculos revela sua importância para nossa compreensão da 
humanidade e do mundo em que vivemos. 
 Desde o fim da Idade Média, as transformações sociais e 
culturais no mundo foram tão intensas, velozes e complexas 
que atualmente, além de estudarmos o modo de avaliar e 
julgar aquilo que o ser humano produz artisticamente, nos 
valemos dessa disciplina também para estudar, por exemplo, 
assuntos ligados a questões sensoriais e emocionais. 
 Torna-se pertinente levantarmos questões como as do tipo: 
“qual seria a razão que leva uma pessoa a julgar uma 
expressão artística de alguém como bela, ou não?”, ou “como 
ocorre a atribuição de um valor a algo que foi expresso?” 
Filosofia da Arte 
 Tomemos, como exemplo, a obra 
“O Grito”, de Munch, para uma 
breve análise. 
 Então, nos perguntamos: onde 
se encontra o belo nessa obra do 
pintor norueguês? Será que há 
algum valor positivo a ser 
considerado pelas pessoas 
que contemplam tal obra? 
 
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito 
Filosofia da Arte 
 “O Grito” expressa o momento de 
agonia pelo qual passava o pintor, 
transmitindo angústia e 
desespero. 
 São vários os aspectos que 
reforçam esse sentimento: a 
sensação de agito e conturbação 
se deve ao isolamento da 
personagem principal, solitária 
em meio a uma série de linhas 
sinuosas da água e do céu. 
 
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito 
Filosofia da Arte 
 A sequência de linhas fortes e 
retorcidas da face promove a 
sensação de que a qualquer 
momento a personagem pode 
se atirar da ponte, por exemplo. 
 A perspectiva da ponte, em 
diagonais, conduz nosso olhar 
para o centro esquerdo do 
quadro, mostrando ainda mais 
o isolamento da personagem 
com relação às outras pessoas 
presentes na imagem. 
 
 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito 
Filosofia da Arte 
 Concluímos que há, sim, valores positivos nessa expressão 
artística. Aliás, são tantos e tão mais relevantes do que 
aqueles que apontamos aqui superficialmente, que “O Grito” é 
considerado por especialistas um marco da pintura 
expressionista dentro da História da Arte. 
 Notamos também que nossa percepção depende do que 
sentimos, seja pelas influências externas, como a intensidade, 
o contraste e o movimento, por exemplo, ou influências 
internas, como a motivação, a experiência e a cultura, sendo 
que tais influências são individualizadas e organizadas 
por nós. 
 
 
 
 
Filosofia da Arte 
 A cognição humana, por sua condição subjetiva, seria um dos 
motivos para tantos questionamentos que fazemos sobre as 
expressões humanas. Essa é uma das razões pela qual 
diversos autores se dedicam na busca de sofisticadas teorias 
no campo da Estética que orientem melhor tal disciplina. 
 De certo modo, retomando o eixo das reflexões dos filósofos 
gregos da Antiguidade sobre o tema, podemos entender 
estética como o conhecimento sensorial, diante de qualquer 
experiência externa, que provoca, influencia, ou altera nossa 
percepção cognitiva. 
 
Interatividade 
Indique a alternativa correta. Qual das frases abaixo declara 
algo que não é coerente no que diz respeito à estética? 
a) A estética promove estudos sobre a arte e o belo. 
b) Expressividades humanas são tratadas pela estética. 
c) Filósofos gregos antigos refletiram sobre a estética. 
d) O estudo da estética envolve o conhecimento sensorial. 
e) O conhecimento científico do belo é denominado estética. 
Filosofia da Arte 
 Quando aprendemos sobre Arte e Estética estamos 
enveredando por caminhos que envolvem a Filosofia 
e as manifestações expressivas da humanidade. 
 Entre os registros mais antigos que a História nos oferece, 
verificamos que desde antes de Cristo alguns filósofos gregos 
já se preocupavam em refletir sobre as expressões humanas, 
nossos sentimentos e nossas percepções, definindo tal 
estudo como estética. 
 Atualmente, pode-se afirmar que qualquer análise, 
investigação ou especulação que tenha por objeto 
a arte e o belo é denominada estética. 
 
Filosofia da Arte 
 Agora, iremos estudar 
mais sobre dois 
grandes filósofos da 
Grécia antiga, Platão e 
Aristóteles, 
observando suas 
concepções no que diz 
respeito à Filosofia 
com relação à Arte.Fonte: imagem com o professor Martins Ferreira na Academia de 
Ciências, Humanidades e Belas Artes de Atenas, na Grécia. 
Filosofia da Arte 
Platão 
 O filósofo grego Platão (427?-347? a.C.) se 
ocupou, entre outros temas, do sentimento 
estético. 
 A partir de padrões de beleza, ele distinguiu 
o prazer peculiar do prazer comum, a fim de 
superar a ilusão da aparência. 
 Desse modo, advertiu sobre os poderes 
ilusórios da aparência, assim como dos 
sentidos, para se chegar ao conhecimento 
da realidade. 
 
 
Escultura de Platão 
em Atenas, Grécia 
Fonte: fotografia de 
Martins Ferreira 
Filosofia da Arte 
 Platão foi discípulo do filósofo Sócrates e, 
seguindo princípios de seu mestre, 
também acreditava que a alma seria algo 
que já existia antes de se incorporar a 
forma humana, trazendo consigo 
conhecimentos que são relembrados, 
porém de maneira imperfeita. 
 Tais conhecimentos seriam inatos e não 
haveria necessidade de ensinamentos, 
mas sim de estímulos à lembrança. Escultura de Sócrates 
em Atenas, Grécia 
Fonte: fotografia de 
Martins Ferreira 
Filosofia da Arte 
 Para Platão, o discurso ideal do filósofo tem um compromisso 
com a verdade e, portanto, a arte seria prejudicial e perigosa a 
tal discurso, já que ela imita a realidade das formas e das 
ideias primordiais. 
 Para essa imitação de um mundo de formas puras, que é 
apenas verossímil e não tem como objetivo a essência das 
coisas, o filósofo propôs um princípio teórico básico da 
criação artística, ao qual denominou mímesis, mimésis, 
mimese ou mímese. 
 Tal princípio define a imitação da natureza em um sentido 
representativo e não como mera cópia. Assim, os artistas 
distorceriam a verdade por meio da capacidade de abstração. 
Filosofia da Arte 
 Ele foi o primeiro pensador ocidental a expor e fundamentar 
claramente afirmações que surgiam em sua época sobre 
teorias do belo. 
 Para Platão, o belo não dependeria do plano material, era a 
própria ideia da perfeição, como unidade absoluta e imutável. 
 Só pela razão seria possível exprimir um juízo estético, capaz 
de levar o homem à perfeição pela união eterna entre o belo, a 
beleza, o amor e o saber. Desse modo, seria a ideia que 
determinaria o padrão do que é belo ou não. 
Filosofia da Arte 
  Ruínas da antiga 
cidade de Atenas, 
na Grécia: neste 
local Platão criou 
sua academia e 
ensinou 
discípulos como 
Aristóteles. 
 
Fonte: fotografia de Martins Ferreira 
Filosofia da Arte 
Aristóteles 
 O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) 
foi aluno de Platão, porém concebia o 
processo da criação artística 
de um outro modo. 
 Enquanto Platão depreciava a mímese, 
considerando a criação mera imitação da 
natureza, Aristóteles viu nesse processo 
imitativo exatamente o valor maior da arte, 
já que ele propicia a autonomia humana 
frente à verdade preestabelecida. 
 
Escultura de Aristóteles 
acervo do Museu Nacional 
Romano, Palazzo Altemps, em 
Roma, Itália. 
Fonte: fotografia de 
Martins Ferreira 
 
 
Filosofia da Arte 
 Em “Poética”, sua obra mais conhecida, Aristóteles apresenta 
um tratado do fenômeno poético e questiona o mundo das 
ideias, valorizando a arte como forma representativa do 
mundo. Ele conceitua a arte poética reduzindo sua essência 
à imitação, que crê ser inata ao homem. 
 Sua concepção é de que a mímese fornece ao homem os 
elementos essenciais da humanidade: o conhecimento e o 
prazer, sendo que o prazer estético está intimamente ligado 
ao conhecimento que auferimos na contemplação 
de obras estéticas. 
 A mímese seria, assim, algo útil, por ser geradora de coisas 
novas, principalmente desses dois elementos essenciais. 
 
Filosofia da Arte 
 Aristóteles explorou o sentimento de felicidade pelo 
aprendizado do conhecimento. A satisfação do saber seria o 
objetivo do homem e o levaria à sua plenitude. 
 Transferindo o belo para a esfera mundana, Aristóteles dá o 
primeiro passo para a ruptura do belo coligado ao conceito de 
perfeição, mantendo a criação artística intrínseca ao homem, e 
não separada a ele, e abre, a partir daí, perspectivas diante de 
critérios de avaliação como composição, simetria, equilíbrio, 
ordenação e proposição, favorecendo a individualização do 
artista. 
 Para o filósofo, a beleza não tem conotação estática, não é 
eterna, mas está dentro de um processo evolutivo. 
Filosofia da Arte 
 O filósofo estuda as obras de arte como fabricação de seres e 
de gestos artificiais, isto é, produzidos por nós, humanos. 
 Para a filosofia aristotélica, o prazer em contemplar provoca 
algo profundo, pois pode ultrapassar o simples 
reconhecimento de certos detalhes. 
 O prazer estético teria como fundamento um certo 
conhecimento, o qual seria também responsável pelo prazer 
que sentimos ao contemplar aquilo que é belo para nós. 
 Aristóteles buscava a compreensão da estética na exposição 
de nossas paixões e sentimentos de natureza universal, a 
maneira como ordenamos nossas próprias emoções. 
 
Filosofia da Arte 
  Pintura de 
Rafael Sanzio, 
feita no interior 
dos palácios 
papais, no 
Vaticano, 
representando a 
Escola de 
Atenas, com os 
filósofos Platão 
e Aristóteles ao 
centro. 
 
 
Fonte: fotografia de Martins Ferreira 
Filosofia da Arte 
 Para se definir os traços da 
face de Platão nesta pintura, 
o renascentista italiano Rafael 
Sanzio inspirou-se no rosto 
de seu conteporâneo 
Leonardo da Vinci. Perceba 
também que o gesto desse 
filósofo retratado é 
semelhante a um gesto que 
Leonardo costumava 
apresentar em suas obras. 
 
Fonte: fotografia de Martins Ferreira 
Interatividade 
Indique a alternativa correta. Segundo as reflexões do filósofo 
grego Platão: 
a) É preciso ter conhecimento para contemplar o belo. 
b) A mímese é a imitação de um mundo de formas puras. 
c) A arte tem valor como forma representativa do mundo. 
d) A mímese fornece o prazer e o conhecimento ao homem. 
e) A ideia não determinaria o padrão do que é belo. 
Filosofia estética 
A Estética como disciplina filosófica 
 Como vimos anteriormente, as discussões sobre a arte e suas 
implicações estéticas já ocupavam as ideias dos pensadores 
gregos na Antiguidade, porém eles pouco especularam sobre 
a arte em si, voltando-se mais para o aspecto didático nesse 
campo. 
 Os diversos tratados escritos pelos antigos mestres 
fundamentaram quase toda didática até a atualidade, mas a 
Filosofia da Arte, propriamente dita, carecia de condições 
propícias entre os intelectuais para manifestar seus princípios 
e progredir. 
Filosofia estética 
 Nesse aspecto, um dos elementos limitadores na filosofia 
antiga foi o caráter, geralmente, objetivista e naturalista que 
ela manifestava. 
 Isso só começou a mudar com o crescimento do Cristianismo, 
que colocou os problemas da alma no centro das 
considerações, porém a arte continuou abafada, submetida às 
alegorias moral e religiosa. 
 Após o século XVI, alguns teóricos começaram a avançar 
nesse campo, sendo Vico um dos mais significativos. 
 Mas a fundamentação e proposição da Estética como uma 
disciplina ocorreu somente a partir do século XVIII. 
 
 
Filosofia estética 
Baumgarten 
 O filósofo alemão Alexander G. Baumgarten (1714-1762) foi o 
primeiro a constituir a Estética como disciplina dentro do 
campo investigativo da Filosofia, principalmente a partir das 
bases conceituais de Platão e Aristóteles. 
 Ele considerava que o belo estabelecia-se na região dos 
sentidos, dominada por percepçõesconfusas. Assim, o 
critério de beleza não poderia ser natural, mas transcendental. 
 O conhecimento das artes foi denominado pelo filósofo como 
uma faculdade inferior, possível de ascender à abstração 
metafísica. A partir daí introduziu os princípios da Estética, 
definindo-a como “ciência do conhecimento sensível”. 
Filosofia estética 
 A Estética passou, então, a ser compreendida como um 
conjunto de conhecimentos apropriados ao plano da 
percepção humana, indo além da expressão consciente do 
homem. 
 Baumgarten reuniu a percepção, a obra de arte e o belo no 
mesmo âmbito filosófico, compreendendo tais termos como 
diferentes faces de um elemento que chamou de fenômeno 
estético. 
 Tomando a questão da Estética, o filósofo a desvencilhou da 
Metafísica, da Lógica e da Ética; marcando definitivamente o 
nascimento do conceito e criando novas abordagens de 
conhecimento da Arte. 
 
 
Filosofia estética 
 Ele definiu tal ciência a partir do aisthesis, principalmente com 
relação ao que os gregos discutiram a respeito do papel da 
percepção do conhecimento. 
 A questão das faculdades inferiores tem sido considerada 
ambígua pelos pesquisadores, pois, no entender desse 
filósofo alemão, tal argumento parte do princípio da 
capacidade cognitiva humana de compreender a beleza 
gerada pelo efeito das obras de arte, mas também admite 
compreendê-la como uma estrutura cognitiva dos sentidos. 
Filosofia estética 
 Ele regride o valor cognitivo à aparência, distinguindo 
radicalmente Filosofia da Arte de Estética, posto que esta vai 
além da análise das artes, sejam elas plásticas, arquitetônicas, 
musicais, cênicas, literárias ou outras. 
 A partir daí, podemos observar que, de modo geral, a 
diferença entre a Filosofia da Arte, aquela praticada pelos 
filósofos gregos, e a Estética, instituída no século XVIII, é que 
o objeto de estudos da Estética é o juízo de gosto, a intuição 
referente ao belo, ao sentimento atribuído à obra, porém 
independente da obra. 
 Assim, a disciplina Estética nasce no âmbito de tradições, 
tendências ou campos filosóficos que se juntam, já que antes 
eram tratados como objetos distintos pela Filosofia. 
 
Filosofia estética 
 A discussão do belo no campo da Filosofia da Arte implicava 
ao homem uma instância superior, encoberta pelas forças 
vitais da natureza. A Estética, por sua vez, conferiu autonomia 
ao homem, dando-lhe liberdade de expressão. 
 Tal filósofo, além de desvincular o belo de qualquer categoria 
sensitiva, postulou a beleza pelo viés do conhecimento 
preciso, ou seja, a Estética compreendida como uma ciência. 
 A constituição da Estética como disciplina estimulou que 
novos filósofos refletissem sobre o assunto. Alguns 
privilegiaram uma ou outra tradição utilizada por Baumgarten, 
recuperando por vezes elementos descartados por ele. 
 Vejamos, então, as considerações de Kant e de Schiller. 
 
Filosofia estética 
Kant 
 O filósofo prussiano Immanuel Kant (1724-
1804) reformulou a proposta estética de 
Baumgarten e, em parte, negou a possibilidade 
de união entre cognição e juízo estético. 
 Ele é considerado fundador da filosofia crítica. 
Suas obras “Crítica da Razão Pura” e “Crítica 
da Razão Prática” sintetizam seu pensamento 
renovador e a essência de sua filosofia. 
 O ponto de partida de Kant são questões 
ligadas ao conhecimento e à ciência. Para ele 
há um arranjo de juízos, que podem ser 
classificados entre analíticos e sintéticos. 
 
Fonte: 
http://global.britannica.com/b
iography/Immanuel-Kant 
Filosofia estética 
 Assim, há juízos a priori e a posteriori. Os primeiros são 
universais e necessários e os juízos sintéticos são os que 
resultam da experiência, são aqueles em que não se pode 
chegar à verdade por pura análise de suas proposições, pois 
seria necessário ampliar o conhecimento, ou seja, precisamos 
experimentar para saber se são verdadeiros. 
 Para ele, estética refere-se à intuição dos fenômenos oriundos 
da sensibilidade. Ainda que o juízo de gosto seja 
contemplativo e independente da existência de objetos, ou das 
impressões sensoriais, é impossível estabelecer uma ciência 
precisa sobre o juízo estético (ou juízo de gosto), já que não 
existem certezas nesse plano das faculdades humanas. 
Filosofia estética 
 Com as proposições de Kant, apontando o belo como juízo 
estético (de gosto, ou subjetivo), a obra de arte e a beleza 
passaram a ser elementos essenciais na investigação estética. 
 Esse juízo estético diz respeito ao prazer ou desprazer que o 
objeto analisado nos imprime. Kant declara que o belo “é o 
que agrada universalmente, sem relação com qualquer 
conceito”. 
 Na filosofia kantiana, a beleza seria simplesmente um estado 
mental, sem finalidade, ou necessidade de demonstrações, 
conceitos, ou inferências. Seu valor é medido pela obra de 
arte, surgindo daí o conceito de juízo de gosto, ou seja, a 
habilidade de pronunciar um julgamento universal, aludindo-
se, porém, a algo particular, como é o objeto artístico. 
Filosofia estética 
Schiller 
 O alemão Friedrich Schiller (1759-1805) foi 
poeta, filósofo e historiador. Foi um dos 
primeiros a colocar a disciplina Estética 
sistematicamente sob a aura metafísica em que 
se encontrava antes o conceito do belo – e, em 
parte, já também o conceito da arte – nos 
sistemas platônicos. 
 Para ele, a obra de arte será o objeto estético 
ideal para se chegar ao Supremo, já que ela é, 
ao mesmo tempo, realidade absoluta e 
formalidade absoluta. 
Fonte: 
http://global.britannica.com/b
iography/Friedrich-Schiller 
Interatividade 
Indique a alternativa correta. Segundo as reflexões do filósofo 
prussiano Immanuel Kant: 
a) O belo deve ser a aura metafísica definida por Baumgarten. 
b) É possível se estabelecer uma ciência exata sobre o belo. 
c) O belo não tem relação com qualquer conceito. 
d) Chega-se ao belo verdadeiro pela vivência de experiências. 
e) As percepções confusas são definidoras do belo. 
Filosofia estética 
 Anteriormente, estudamos sobre como os pensadores antigos 
observavam a expressão artística, definindo que os objetos 
artísticos apresentavam características específicas, sendo 
representações naturalistas da realidade por meio da mímese. 
 Depois vimos como, a partir do século XVIII, a Estética 
alcançou uma posição relevante entre os estudos dos 
pensamentos e das expressões humanas. 
 Desde então, a arte passou a ser entendida como um 
conhecimento autônomo de validade universal e, entre os 
processos de desenvolvimento de novos campos de estudo, 
como os da Psicologia, da Sociologia, da Antropologia, da 
Comunicação e da Semiótica, por exemplo, surgiram diversas 
teorias relacionadas com as manifestações artísticas. 
 
Filosofia estética 
Estética e teorias da arte 
 O que há em comum entre afrescos de 
Michelangelo e obras de Warhol, por exemplo? 
 
 
 
 
 
 Se não houver semelhanças entre as obras, como podemos 
estabelecer algum conceito definidor, ou mesmo garantir que 
ambas são obras artísticas? Como encontrar elementos 
comuns, a fim de conceituar a arte? 
Fonte: “Brillo Boxes”, Warhol 
Fonte: “A Criação de 
Adão”, Michelangelo 
Filosofia estética 
 As teorias da arte têm por finalidade responder a 
questionamentos como esses. 
 Uma das respostas, no caso, poderia ser a de que não há uma 
mesma essência para ambas, mas sim algumas semelhanças 
entre as duas obras. 
 Uma teoria pode partir da delimitação de semelhanças e, 
assim, estabelecer paradigmas que versam uma série de 
características para a aplicação de um conceito. 
Seguindo esse método, supondo que dois objetos apresentem 
pontos em comum, haverá a possibilidade de que sejam 
definidos conceitos que atendam a ambos. 
Filosofia estética 
 Há, ainda, outros modos de conceituar a arte, como pela 
aplicação de subconceitos, por exemplo. Mesmo que não 
encontremos, no âmbito geral, essência comum entre as 
aplicações da arte, podemos identificar significações 
pertinentes em cada caso, por meio de análises minuciosas. 
 Dentro dessas perspectivas, uma teoria da arte tem a 
possibilidade de elucidar elementos representativos da arte, 
tornando-se bem mais proveitosa do que se estabelecesse 
regras que restringissem a definição de “arte”, por exemplo. 
 Vejamos, então, algumas teorias que estão entre as mais 
influentes dedicadas à busca da natureza artística. 
Filosofia estética 
Representacionalismo 
 Essa teoria remete à concepção mais antiga que encontramos 
sobre a natureza artística, proposta por Platão e Aristóteles e 
fundamentada na mímese. Ela aponta para a imitação da 
natureza na pintura, assim como da ação humana no drama. 
 Mas é preciso alertar sobre os perigos dessa generalização, 
posto que a maioria das criações na pintura, na literatura, ou 
na música, por exemplo, não são cópias fidedignas de algo. 
 O neorrepresentacionalismo posterior procurou preencher 
certas lacunas teóricas, afirmando que caso apresente um 
significado, algum valor semântico, uma obra artística poderá 
ser aceita como tal. 
Filosofia estética 
Formalismo 
 A teoria formalista, ou teoria da forma, caracteriza uma obra 
de arte menos por seu aspecto representativo e mais por sua 
forma significante. 
 Uma das saídas para a objeção da arte como representação, 
ou cópia, é aquela que diz que a obra de arte deve perseguir 
formas. 
 Enquanto o representacionalismo coloca a obra de arte sob o 
jugo do real e da natureza, o formalismo coloca que a arte é a 
busca do melhor balanço entre os elementos da obra de arte e 
a conquista mais harmoniosa da presença de uniformidade 
com variedade. Essas seriam características da forma. 
Filosofia estética 
 As características da “forma significante” resultam de como 
particularmente se combinam os elementos componentes de 
uma obra e das relações entre eles, de modo que venham a 
despertar as emoções estéticas em quem a contempla. 
 Assim, nessa teoria há uma qualidade comum, uma emoção 
particular que surge da observação das obras artísticas: a 
emoção estética. Percebe-se que a obra de arte, nesse caso, 
não exprime emoção, mas provoca emoção. 
 A representação e o contexto não seriam relevantes nessa 
teoria, porém no universo artístico pode ser difícil encontrar 
obras nas quais tais elementos não sejam importantes. 
 
 
 
 
Filosofia estética 
 Perceba que, no caso daquele que contempla, nem sempre ele 
sente algum tipo de emoção diante certas obras. 
 Isso invalidaria uma obra como arte? 
 
 
 
Fonte: “Composição com 
Vermelho, Amarelo e Azul”, 
Piet Mondrian 
Filosofia estética 
Teoria Institucional 
 Na década de 1960, George Dickie, filósofo estadunidense, 
sustentou a teoria institucional da arte. 
 Ela propõe uma instituição de conjuntos preliminares que 
conferiria à obra uma classificação como obra artística, a 
partir da análise feita por uma comunidade capacitada do 
mundo das artes. 
 Desse modo, para o institucionalismo, uma obra de arte é 
qualquer manifestação que alguns especialistas tenham assim 
designado. 
 Tal teoria sofreu diversas críticas quanto aos critérios 
utilizados para suas classificações. 
 
 
 
Filosofia estética 
Teoria Expressivista 
 O filósofo inglês Collingwood (1889-1943), partindo de 
apontamentos aristotélicos, propôs, de modo original, 
reflexões sobre um pacto especial entre a obra de arte e o 
artista. 
 Observou que uma pessoa cria uma obra de arte quando 
expressa suas emoções de modo suficiente para transmiti-las 
às outras pessoas. 
 Assim, surgiu a teoria expressivista, ou teoria da arte como 
expressão, que atribui ao artista o papel de compreensão da 
arte, posto que a arte é expressão de emoções e sentimentos. 
Filosofia estética 
 Diferente de teorias que apontam a arte apenas para o lado 
exterior, Collingwood coloca o artista como ponto central da 
valorização da arte e da questão do que é e do que não é arte. 
 Distingue também a “arte em si”, ou “arte própria”, a 
verdadeira arte, da má arte e, ainda, da falsa arte, ou seja, 
aquela que é conceituada como obra de arte sem sê-la e que 
se encontra a serviço da corrupção da consciência. 
 Aquilo que chamam de arte, sem que o seja de fato, poderia 
ser de dois tipos: a arte mágica e a arte entretenimento. 
 Para diferenciar arte de outras tantas manifestações, como o 
artesanato, por exemplo, é preciso ter em consideração a 
finalidade para a qual foi concebida a obra, sua funcionalidade 
material, ou sua dedicação à contemplação artística. 
Filosofia estética 
 A arte, para esse filósofo, é também uma prática 
contemplativa e altruísta que está intrinsecamente ligada à 
atitude estética. 
 O artista não possui a emoção estética antes de produzir, 
apenas sente uma espécie de excitação inicial e inexplicável, a 
qual será reconhecida, definida e refinada conforme sua 
imaginação e produção forem sendo colocadas em prática. 
 A partir daí, conforme vão se clarificando as emoções, o 
público as reconhece e será capaz de apreciar a arte. 
 A obra “Guernica”, de Pablo Picasso, é um exemplo de como 
as emoções estéticas sofrem mudanças. 
 Motivado pelo bombardeio de Guernica pelos nazistas em 
1937, durante a Guerra Civil Espanhola, Picasso expressou 
suas emoções e revolta nesse famoso painel. 
Filosofia estética 
 Contudo, essas emoções brutas advindas, por exemplo, 
da leitura de um jornal sobre o bombardeio, foram sendo 
transformadas no público e no próprio artista em emoções 
estéticas, muito mais elevadas, ampliando as consciências. 
 
Fonte: “Guernica”, Pablo Picasso 
Filosofia estética 
 Nas emoções estéticas há um componente de universalidade, 
que se eleva além das emoções comuns. Essa transcendência 
visa a atingir objetos aos quais supostamente não representa, 
mas que podem ser associados. 
 Nesse sentido, se tomarmos novamente a obra “Guernica”, 
observamos que as emoções que transcendem da obra de 
Picasso se associam a vários outros sentimentos, como os 
que surgem após chacinas de inocentes, por exemplo. 
 Segundo Collingwood, o trabalho do artista, assim como a 
arte, eleva espiritualmente a sociedade. Nas palavras desse 
filósofo: “a arte é a medicina comunitária para a pior doença 
de mente, que é a corrupção da consciência”. 
 
 
Interatividade 
Indique a alternativa correta. Entre as teorias da arte, qual é 
aquela que, voltando-se para o interior da concepção artística, 
atribui ao artista o papel de compreensão da arte, colocando-o 
como ponto central da valorização artística e da questão do que 
é e do que não é arte? 
a) Teoria Expressivista. 
b) Teoria Representacionalista. 
c) Teoria Formalista. 
d) Teoria Neorrepresentacionalista. 
e) Teoria Institucional. 
 
 
 
 
 
 
ATÉ A PRÓXIMA!

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