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1 LAUDO TÉCNICO DE AULA PRÁTICA LAUDO TÉCNICO Analistas/ Local e data/CREA: (como CREA, indique o número de matrícula) Laboratório de Confeitaria e Padaria do Centro Universitário de Várzea Grande-UNIVAG Supervisor (professor responsável pela disciplina): Objetivos do Laudo: Preparação do glúten e estudo de sua propriedade, além de estudar a importância do glúten no crescimento das massas. Avaliar o papel dos ingredientes na estruturação da massa, principalmente na sua consistência, e nas características dos pães de queijo obtidos a partir de formulações com polvilho doce e polvilho azedo. Procedimento de coleta da amostra: As amostras utilizadas neste relatório tem relação com os ingredientes e insumos utilizados na preparação do glúten e produção do pão de queijo. Procede-se apenas com anotações desses dados dos ingredientes fornecidos pela própria instituição. Informações sobre a amostra (marca, local de produção, entre outros que julgar necessários para os objetivos do laudo): No experimento 1 e 2 utilizamos 315 g farinha de trigo especial, 100ml de solução de iodo saturada, 1g fermento químico Dr.Oekter, bissulfito de sódio, 4g de açúcar cristal Itamarati,6g de sal iodado, 12g margarina Delícia val. 17.12.17, 85g de amido de milho, vidros de relógio, béquer de 100 ml, béquer e 50 ml, provetas de 50 ml, tigela de plástico com capacidade para 1,5 l (aprox.), placas de petri, tubos de ensaio, 1 pct de Gaze, papel de alumínio, faca, balança digital Prix, forno (170 – 200ºC) e estufa (30 – 35ºC). Na produção de pão de queijo usamos polvilho 570g doce e 545g de azedo Mika val. 03.19, 90 mlóleo de soja Liza, sal iodado, margarina Delicia val. 17.12.17, leite integral Piracanjuba val. 22.02.18, ovos val. 13.11.17, agua e queijo mussarela ralado. LAUDO TÉCNICO Preparo de amostra e Técnica(s) analítica(s) utilizada(s): 2 Experimento 1.Preparação do glúten e estudo de suas propriedades. Todos os ingredientes foram pesados na balança digital prix. Em uma tigela misturamos 200g de farinha de trigo com 60ml de agua até formar uma massa consistente, envolvemos a massa com gaze e colocamos embaixo da torneira amassando suavemente, fazendo com que a agua arrastasse todo o amido da massa, após a agua sair limpa e livre de amido (o que foi comprovado com solução de iodo), escorremos para sair o excesso de agua, moldamos e pesamos o glúten. Observamos sua textura e dividimos em três partes iguais aproximadamente, onde uma parte foi adicionado 1g de fermento químico, a segunda parte adicionamos 2g de bissulfito de sódio, e a ultima seria de controle, deixamos descansar por aproximadamente 15 minutos. Passado esse tempo colocamos as amostras sobre folhas de alumínio e levamos ao forno por 15 minutos a 180ºC. Em seguida comparamos as características das amostras (viscosidade, elasticidade, cor, altura). Experimento 2. Importância do glúten no crescimento das massas. Pesamos todos os ingredientes na balança digital prix e preparamos uma suspenção de 6g de fermento biológico em 10ml de agua e 1g de sacarose, deixamos na estufa por aproximadamente 30 minutos a 35ºC. Em uma bacia misturamos 100g de farinha de trigo, 1g de sacarose, 3g de sal e 50ml de agua, e acrescentamos o fermento que estava na estufa junto com 4g de margarina. Acrescentamos mais 5g de farinha de trigo para dar o ponto desejado na massa. Amassamos até a massa ficar homogenia e moldável. Levamos para a estufa (30-35ºC/15min.) para crescer e dobrar de volume. Em seguida tiramos da estufa e achatamos a massa e dobramos duas vezes, deixamos crescer por mais 15 minutos e assamos a 180º por 20 minutos. Repetimos todo o procedimento usando em lugar de farinha uma mistura de 85g de amido e 15g de farinha de trigo. Comparamos a altura, cor, textura nos dois tipos de pães após assado. Experimento 3. Pão de Queijo Pesamos e medimos todos os ingredientes em balança ou recipiente identificado, em uma bacia acrescentamos 500g de polvilho azedo, 90g de óleo de soja, 8,5g de sal, 40g de margarina (80% de lipídeos), 170ml de leite integral, 180ml de ovo, tivemos que colocar mais 45 g de polvilho azedo para dar o ponto e não foi necessário utilizar agua, após completa mistura adicionamos 150g de queijo mussarela ralado. Modelamos manualmente e assamos a 160ºC por aproximadamente 22 minutos. Fizemos outra receita de pão de queijo com polvilho doce. Após assado, retiramos do forno e aguardamos o resfriamento e analisamos as características dos pães de queijo obtidos a partir de formulações com polvilho doce e polvilho azedo. Resultados (com apresentação dos cálculos utilizados) e discussão (comparação com valores da 3 Legislação e/ou rótulo). Experimento 1 A tabela a seguir mostra o peso da massa antes da lavagem, o peso do glúten após todo o amido arrastado pela agua e a porcentagem do glúten. A massa apresentou viscosidade, elasticidade e adesividade. Glúten natural Peso da farinha Peso do glúten Proporção do glúten(%) Viscosidade Elasticidade Adesividade 100g 28g 28% x x X TABELA 1. Características do glúten após lavagem A determinação do teor de glúten em farinhas baseia-se na insolubilidade do glúten na água e na propriedade que o mesmo possui de aglomerar-se formando uma massa plástica, quando manuseado sob corrente de água, eliminando os outros constituintes solúveis em agua. O glúten assim obtido contém globulina, glutenina e gliadina. Realizamos os cálculos para saber o percentual do glúten conforme a fórmulas abaixo: %GLÚTEN ÚMIDO = PGU x 100/P Onde: P = peso da amostra PGU = peso do glúten úmido % =28x100/100 %= 28 28% de glúten úmido Característica Massas Pães Bolos Biscoitos Fermentados Biscoitos Doces Glúten úmido (%) > 28 > 26 20-25 25-30 20-25 TABELA 2. Porcentagem do glúten úmido A tabela acima indica o percentual do glúten para cada produto, o resultado do experimento foi de 28% de glúten, apropriado para a fabricação de massas, pães e biscoitos fermentados. Após a lavagem do glúten a massa foi dividida em três partes, a primeira foi adicionado o fermento, a segunda adicionamos bissulfito de sódio e a terceira foi para comparação. A massa com bissulfito ficou exsudativa, elástica e pegajosa, a amostra com adição do fermento ficou 4 mais seca, firme e rompendo com facilidade. Depois de assadas a primeira amostra ficou achatada, a segunda apresentou aparência de seca e a terceira cresceu mais ficando bem arredondada. A tabela abaixo mostra as características físicas das amostras depois de assadas Glúten assado no forno 15 min., 180ºC. Aditivo Viscosidade Elasticidade Altura Cor Sabor Nenhum Maior Maior menor Bege claro - Fermento químico Menor Menor maior Bege escuro - Bissulfito Maior Maior menor Bege claro - TABELA 3. Características das massas com adição de aditivos e amostra controle Experimento 2 As duas massas tiveram o mesmo modo de preparo diferenciando apenas na quantidade de farinha adicionada, após retirar as massas da estufa observamos que a massa com 100g de farinha de trigo cresceu mais comparada com a outra massa. A quantidade de farinha adicionada nas massas tiveram diferenças significativas depois de assadas na cor e textura dos pães. A massa com 100g de farinha de trigo apresentou cor mais dourada e macia, e a massa com 85 g de amido apresentou cor branca e textura quebradiça, segundo Ribeiro e Seravalli (2007), se o amido começar a ser aquecido na presença de água, as moléculas de amido começam a vibrar, quebram-se as pontes de hidrogênio intermoleculares, permitindoassim que a água penetre. Durante a gelatinização, o grão incha muito, e a viscosidade é máxima. Esta importante propriedade do amido permitiu que o pão apresentasse uma textura mais consistente em relação ao outro tipo de pão produzido. A tabela a seguir mostra a comparação das amostras depois de assadas. Proporção de glúten Viscosidade Elasticidade Altura Cor Sabor Far. de trigo 100% Maior Maior Maior Dourada - Far. de trigo 15% Menor Menor Menor Branca - TABELA 4. Comparação das duas amostras Na panificação, o glúten forma o suporte estrutural da massa do pão, que mantém retidos os gases produzidos durante a fermentação. Durante o cozimento do pão, o glúten coagula por consequência do calor 5 e, juntamente com o gel produzido pelo amido, contribui na estrutura do pão. Experimento 3. Pão de queijo A massa de pão de queijo com polvilho azedo estava opaca, enquanto a com polvilho doce estava mais brilhosa. Depois de assado o polvilho azedo proporcionou ao pão de queijo maciez, crescimento, aparência agradável e o sabor azedo próprio do produto. O polvilho doce resultou em um pão seco, pequeno e com sabor mais suave de pão de queijo, lembrando o biscoito de queijo. O polvilho doce é a matéria sólida da decantação, seca e moída e tem sabor mais suave e adocicado. É ele quem confere as suas preparações aquela característica elástica e densa. Já o polvilho azedo sofre fermentação antes de passar pelo processo de secagem e moagem, o que dá ao polvilho aquele gostinho típico “azedo”. Em razão desta fermentação o polvilho azedo adquire a propriedade de se “expandir” e quando umedecido e aquecido faz às vezes de fermento. De acordo com a ANVISA a massa de pão de queijo pode utilizar tanto polvilho doce quanto polvilho azedo. Observações Gerais: No experimento 1 após a divisão da massa adicionamos 2g de bissulfito de sódio em uma parte, a massa começou a soltar muito liquido, e depois de assado ele ficou bem menor que as outras duas amostras. No experimento 2 a primeira massa acrescentamos mais 5g de farinha de trigo, e na segunda massa adicionamos mais 20ml de agua e a massa ficou mole, fizemos os cálculos de proporção dos ingredientes e colocamos mais 20g de amido de milho. No terceiro experimento, na massa de polvilho doce foi necessário colocar mais 70g de polvilho doce e 200ml de agua. Conclusão: No primeiro experimento utilizamos o método de lavagem que determina o teor de glúten em uma quantidade de massa, correspondendo à porção insolúvel das proteínas, para que se possa determinar a qualidade funcional da farinha, após a lavagem o percentual do glúten do experimento foi de 28% podendo ser utilizados na fabricação de massas, pães e biscoitos fermentados, mas é importante salientar que cada fábrica possui parâmetros adequados a uma determinada formulação, a um determinado processo e a um determinado padrão de produto, sendo assim, uma excelente especificação de farinha para o produto da indústria “A’, pode não se adequar tão bem a um similar produzido na indústria “B” e por isso nenhuma 6 especificação de parâmetros deve ser dada como única. No segundo experimento o pão contendo 100g de farinha de trigo obteve cor marrom-claro e textura macia após o assamento. O pão com 85g de amido e 15g de farinha de trigo, obteve cor branca e textura quebradiça. Portanto o teor de glúten na primeira massa foi maior do que a segunda, sendo comprovado que a ação da gliadina de uma farinha está mais relacionada à extensibilidade da massa, enquanto a glutenina é responsável pela elasticidade. O pão de queijo feito com os dois tipos de polvilho tiveram diferenças significativas quanto a cor, textura, sabor e aparencia, o pão de queijo que mais agradou os alunos foi o de polvilho azedo. Bibliografia consultada para elaboração do laudo: BRANDÃO, Silvana Soares, LIRA, Hércules de Lucena; Tecnologia de panificação e confeitaria. Recife: EDUFRPE, 2011. BRASIL. Resolução RDC nºa n º 80, de 11 de setembro de 2001. Aprova o “ Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Pão”. Orgão emissor ANVISA-Agencia Nacional de Vigilancia Sanitária. Disponivel em: www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2000/90_00rdc.htm. Acesso em 13 de novembro de 2017. RIBEIRO, E.P. SERAVALLI, E.A.G. Química de alimentos. 2 ed. SP: Edgard Bllucher , 2007. 7 Questionário Preparação do glúten 1 - O glúten obtido após o arraste do amido com água pode conter outras proteínas como albuminas e globulinas? Por quê? Devido essas proteínas estar presente no glúten e são insolúveis em água, sendo que as Globulinas são solúveis em solução salinas. 2 - Como explicaria as diferenças observadas entre o glúten assado com fermento químico e o glúten com bissulfito de sódio? A diferença é que quando usado o fermento químico a massa não crescerá por ser um fermento fraco para ser usado no pão e mais usado para bolos. Já o bissulfito de sódio é constituído por enxofre em vez de sódio, secando a massa, sendo mais usado no branqueamento de frutas. 3 – Como explicaria as diferenças observadas entre os dois tipos de pães obtidos no experimento B? O pão de amido obteve um resultado seco, quebradiço, já o de trigo manteve a características especificas macia e dourada. Pão de Queijo 1- Houve diferenças percebidas entre as duas formulações, quais são elas e por que elas ocorreram? Houve diferença no sabor, textura e aparência, porque o polvilho doce tende a ficar mais uniforme, crocante e suave. Já o polvilho azedo tende a ficar com o sabor mais azedo, bem areado e se expande melhor. 2-Quais são os ingredientes obrigatórios e os opcionais segundo a legislação vigente? Segundo a legislação nº 80 de 11 de setembro de 2001 a massa de pão de queijo: é o produto não fermentado, constituído de fécula de mandioca, queijo e outros ingredientes, modelado ou não, resfriado ou congelado. Mistura para o Preparo de Pão de Queijo: é o produto constituído pela mistura de fécula de mandioca e outros ingredientes, destinado ao preparo de Massa de Pão de Queijo.
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