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BÁRBARA IOLANDA DOS SANTOS CONCEIÇÃO
O design gráfico no teatro: um estudo sobre a aplicação do design gráfico na construção do espetáculo Wicked
BELO HORIZONTE
2015
BÁRBARA IOLANDA DOS SANTOS CONCEIÇÃO
O design e o teatro: um estudo sobre a aplicação do design gráfico na construção do espetáculo Wicked
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Design Gráfico da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Design Gráfico.
Orientador: Prof. Sérgio Luciano da Silva
BELO HORIZONTE
2015
BÁRBARA IOLANDA DOS SANTOS CONCEIÇÃO
O design e o teatro: um estudo sobre a aplicação do design gráfico na construção do espetáculo Wicked
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Design Gráfico da Escola de Design da Universidade do Estado de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Design Gráfico.
Orientador: Prof. Sérgio Luciano da Silva
Aprovado em ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
__________________________________
Prof. 1
__________________________________
Prof. 1
__________________________________
Prof. 1
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
 1.1 A ESTRADA PARA WICKED
 1.2 PROBLEMA DE PESQUISA E HIPÓTESE
 1.3 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
 1.4 JUSTIFICATIVA
 1.5 METODOLOGIA
2 BASES DO CONHECIMENTO
 2.1 DESIGN
 2.2 DESIGN GRÁFICO
2.3 DESIGN EMOCIONAL
 2.4 TEATRO
 2.5 CENOGRAFIA
3 DESIGN NO ESPETÁCULO
4 RETORNO E CONFIRMAÇÃO DA HIPÓTESE
1 INTRODUÇÃO
1.1 NA ESTRADA DE WICKED
A proposta de escrever este texto surgiu na minha primeira orientação, quando apresentei o meu projeto ao meu orientador e ele ficou super empolgado. Ele me perguntou desde quando eu estava co ma ideia de fazer este tema no meu tcc. Daí eu contei pra ele que desde criança eu semrpe gostei do mágico de Oz, era uam historia que me chamava atenção pela riqueza dos elmentos visuais. Sem sequer iamginar que um dia, futuramente, eu me tornaria designer eu já estava encantada pelo o que o design havia contribuido na composição daquele filme. Elementos gráficos, cenários, aquela cosia toda bonita já me chamava atenção por ser algo bonito e ao memso tempo diferente. Mal sabai eu que na verdade, aquilo era design :)
Além disso, desde criança eu sempre tive uma ligação muito forte com contos e histórias que tivessem bruxas. Eu não as vias como uma figura feia e maléfica, na verdade eu sentia empatia com estas bruxas.
Anos depois, minha irmã, ao retornar dos EUA trouxe essa novidade para minah vida: Wicked! Sabendo do meu fascínio pelo mágico de Oz, ela me apresentou a história do espetáculo inspirado no mágico dee oz, na certeza de que eu iria gostar. 
Depois de pesquisar e assistir ao espetáculo, novamnte eu me ví fascinada não só pelo enredo da história, como também pelo vissual, pelos elementos gráficos, pela riqueza da imagem. Fiquei empolgada e entusiasmada com aquela novidade que realmente me encantou. Esse encanto se fez mais forte quando me foi apresentado o projeto editoria do livro que derivou do espetáculo.
Uma vez que nesta época eu já estava imersa no universo do design, eu guardei aquilo pra mim na certa de que algum dia, em algum momento da minha vida eu usaria aquilo como ferramenta para um estudo ou trabalho dentor do design gráfico, de alguma manaiera. Um projto vinculado a Wicked, qualquer coisa, mas eu tenho que fazer isso no design porque pra mim era de u mvalor singular.
Quando surgiu o momento de pensar no do tcc eu fiquei compeltamente perdida, sem saber o que faria ou para onde iria me direcionar... Projeto? Mas projetar o que? Monografia? Mas escrever o que? E neste processo de busca e pesqusias, parti do principio que uma vez que ue ficaria meses dedicada ao meu projeto, era importante eu trabalhar com algo que eu realmente gostasse. Então a pergunta: do que eu gosto? Design e Wicked!
A partir daí começou a busca pelo direcionamento que eu daria ao meu projeto no contexto de união do Design gráfico com Wicked, o resltado é oé a proposta do estudo da aplicação do design gráfico na cocnepção deste espetáculo.
O design pode ser considerado uma ferramenta de planejamento e desenvolvimento na construção de projetos, agregando valores com o emprego de aspectos significativos que geram um diferencial no resultado final de um produto ou serviço. A relação entre o design e o teatro tem por objetivo evidenciar, através da comunicação visual e gestão comunicacional, uma experiência sensorial que transborda os limites do palco cujo propósito se demonstra na manifestação dos sentidos do espectador. 
A idéia inicial do trabalho surgiu do interesse em entender o processo de criação de objetos de cena e cenários para teatro e suas relações com o design. O problema, a princípio, era saber se estas relações existiam, para então esclarecer esses processos dentro do contexto de atuação da área de design. Para isso foi escolhido fazer um estudo de caso do espetáculo Wicked, uma super-produção de grande sucesso, derivada de O Mágico de Oz que até os dias de hoje está entre os cinco musicais em cartaz mais lucrativos da Broadway conforme [informar a fonte que comprova que esta informação] . 
Figura 1: Cartaz Publicitário do espetáculo Wicked
FONTE: Página oficial do musical
No ano de 1900 foi publicada a obra literária The Wonderful Wizard of Oz, uma série de 14 livros escrita por L. Frank Baum, com inúmeras sequências e antologias escritas por outros autores, e que anos depois se tornaria inspiração para a criação de um clássico do cinema O Mágico de Oz. A história possui uma riqueza literária tão grande que teve diversas adaptações, e vem inspirando a criação de várias obras, não apenas para o cinema, mas nos diversos campos da arte; houve quadrinhos, peças teatrais, musicais e releituras, das quais a mais famosa é o musical Wicked. Com músicas compostas por Stephen Schawartz e texto de Winnie Holzman. 
Foto 2: primeira edição comercial, lançada em maio de 1900.
FONTE: libray of congress. Center for book
A obra é baseada no romance de 1995 de Gregory Maguire, Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West, uma releitura do filme de 1939 O Mágico de Oz, e do livro de L. Frank Baum The Wonderful Wizard of Oz. O musical conta a história de Elphaba, a bruxa malvada do oeste que na realidade não tinha crueldade em seu ser, apenas não sabia expressar o quanto se sentia alienada do mundo ao seu redor e do quanto precisava ser aceita e amada de verdade. O enredo começa antes e continua após a chegada de Dorothy em Oz vinda do Kansas e inclui diversas referências ao livro de Baum e ao filme de 1939.[0: No mesmo ano foi publicada a tradução do livro de Gregory: Maligna - Para os que amam ou odeiam O Mágico de Oz.]
Foto 3: primeira edição comercial, lançada em setembro de 1995.
FONTE: WICKED. A critical casebook
 [uma LINDA linha do tempo aqui]
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA E HIPÓTESE
 De que modo o design gráfico pode atuar como diferencial na construção de um espetáculo teatral a fim de proporcionar uma experiência que amplia o sensorial ao público de Wicked? Quais as limitações do design no teatro e quais são as soluções encontradas pelo designer?
Para esclarecer estas questões, estou partindo do pressuposto de que existe design gráfico na composição de um espetáculo teatral, uma vez que também no teatro faz-se uso de alguns recursos do design gráfico.
O espetáculo demanda rápidas trocas de cenário enquanto os atores ainda estão em cena, e é muito dependente de adereços de mão e acessórios de figurino. Os atores participam dessa mudança todo o tempo. O projeto cênico tem de cumprir os requisitos do script e daprodução do espetáculo.
O Design gráfico tem o papel de comunicador, mas que se revela mais amplo, mais rico do que aquilo que possa parecer.
 Minha hipótese é de que o papel do designer está implícito tanto no teatro quanto em outras áreas, uma vez que em todo projeto tem mais elementos do design gráfico do que se pareça. E a organização destes elementos como uma resolução de problemas e coerência na sua aplicação comprova a importância do papel do profissional do designer na sociedade.
1.3 OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
Analisar como se dá a aplicação do design gráfico na composição cenográfica de um espetáculo teatral.
Produzir um breve histórico da obra que inspirou a criação do espetáculo Wicked, e o sucesso da peça cem anos depois da publicação de O Mágico de Oz.
Comparar a relação desse espetáculo com o projeto editorial publicado em 1900, uma vez que o espetáculo compõe elementos gráficos inspirados nas primeiras ilustrações de O mágico de Oz.
Relacionar o papel do designer ao do comunicador, e assim, ver quais as possibilidades de qualificação das relações entre público e espetáculo.
 1.4 JUSTIFICATIVA
Segundo Burdek (2006), o design gráfico não é apenas para realidades materiais, mas também para preencher funções comunicativas. Sendo assim, o design gráfico desempenha importante papel na cultura contemporânea. É também por meio dele que estilos são consolidados, agindo como veículos de expressão, comunicação e divulgação. 
Em se tratando da comunicação visual de espetáculos teatrais, o designer precisa buscar soluções que causem um impacto no espectador e também solucionem os problemas das limitações de palco. 
Wicked foi escolhido por ser um espetáculo que possui circularidade e multiplicidade, uma vez que deriva de um livro que virou espetáculo teatral, que por sua vez retornanou ao livro e que existe a “hipotese” que irá virar filme de acordo com [mencionar fonte segura].
[AQUI uma ilustração que mostra esta circularidade]
Acredito que este projeto ajuda a ampliar a visão, compreender que o design está inserido em diversos meios. E assim, pode servir como subsídio na busca de um melhor entendimento das possíveis atividades e capacidades de profissionais do design gráfico relacionadas ao teatro.
1.5 METODOLOGIA
O trabalho foi estruturado no sentido de apresentar informações que pudessem revelar se estas relações existem, se esta idéia é pertinente com a realidade. Portando foi elaborado utilizando-se de informações bibliográficas, filmográficas e da internet que pudessem identificar as relações entre design e teatro. Uma vez que a proposta deste projeto é uma análise do espetáculo wicked, como método de pesquisa foi realizado um levantamento histórico das obras que derivou o espetáculo.
Foi estabelecida uma metodologia híbrida que trata-se de uma análise comparativa do teatro, cenografia e design gráfico. Classificando-se como:
Análise comparativa do teatro, cenografia e design gráfico.
Análise sincrônica [ de que? ]
Análise diacrônica da história do Mágico de Oz que fornece subsídios para os desdobramentos que esta obra deve ter em diversos meios de comunicação, como outros livros, cinema, teatro, música, etc.
Síntese ao retomar aos objetivos de pesquisa e objetos pesquisados afim de validar ou não a hipótese das relações entre as três áreas abordadas neste projeto.
2 BASES DO CONHECIMENTO
 2.1 DESIGN
O design é um termo recorrente que vem ganhando cada vez mais espaço no cenário global. A enorme gama de especialidades e disciplinas nas quais os designers podem se envolver evidenciam o fato de que a atuação do designer é tão abrangente quanto a utilização do termo, por isso existe dificuldade em estabelecer em uma definição clara onde se aplica o design. 
Alguns autores apresentam diversos pontos de vista a respeito do termo design, fazendo com que o leitor se depare com variadas definições relacionadas aos inúmeros conceitos.
Definições do design:
definições de design sob o ponto de vista de: P.J. Grill, Kenji Exaan e definição tecnica do ICSID 
É evidente que para uma compreensão clara acerca do que se entende por design, é importante conhecer as suas origens. Portanto [fulano mostra em tal lugar que] a palavra "design" se origina do latim, e que o verbo "designare" é traduzido literalmente como determinar, mas significa mais ou menos: demonstrar de cima. O que é determinado está fixo" (BURDEK, 2006 p. 13, grifo do autor). E faz um paralelo com a visão de Schneider (2010, p. 195) que afirma que etimologicamente, a palavra design provém do italiano disegno, sendo utilizada no período do Renascimento como sinônimo de esboço de uma obra de arte, projeto, desenho ou ideia em que se baseava um trabalho.
Segundo o “Oxford Dictionary”, foi no ano de 1588, que pela primeira vez, o termo “Design” foi mencionado e descrito como:
Um plano desenvolvido pelo homem ou um esquema que possa ser realizado.
O primeiro projeto gráfico de uma obra de arte, o
Um objeto das artes aplicadas ou que seja útil para a construção de outras obras. (BURDEK, 2006 p. 13)
A ideia de design, portanto, já existia antes mesmo que houvesse a definição deste termo. E que ele já vinha sendo aplicado em ideias e projetos como solução para problemas de diferentes contexto como mostra Pacheco (2012) quando apresenta que o design surge historicamente como uma ideia, um projeto ou um plano para a solução das necessidades humanas.
 A ideia da multiplicidade do design é reconhecida [pelo mesmo fulano de tal] quando nos traz que Faggiani (2006, p. 49) cita a importância de "entender que em cada época, dentro de um dado contexto, são apresentadas novas formas de design como valor agregado e fator de modo como ele oferece alternativas únicas para problemas comuns. Estas alternativas num dado contexto pode tornar-se um diferencial no resultado final de um projeto ou serviço, por vezes gerando impacto no público alvo que comprova que as dimensões do efeito da aplicação do design nem sempre é possível de ser deliminatada. Um fator positivo ao meu ver. 
Concordo com [fulano] quando afirma que que diante disso, o design pode ser considerado um processo relacionado à concepção, elaboração e desenvolvimento de projeto, seja ele gráfico ou industrial. Segundo Manzini e Vezzoli (2008, p.18)
Em sua acepção mais abrangente (correspondente ao seu significado no vocabulário inglês), o termo design diz respeito ao conjunto de atividades projetuais que compreende desde o projeto territorial, também o projeto gráfico, passando ainda pelo projeto de arquitetura ate os bens de consumo.
Assim, acredita-se que o design é a concretização de uma ideia em forma de projeto ou modelo. Cada projeto pode ser direcionado seguindo o melhor caminho de acordo com a necessidade que vai definir as etapas a serem seguidas a fim de ter um melhor resultado final.
O planejamento dessas etapas é essencial para que se obtenha um nível de resultado adequado às expectativas dos envolvidos.
Como atividade profissional, o design requer a aplicação de uma metodologia. A metodologia tem por objetivo proporcionar ao designer controle sobre as variáveis envolvidas no projeto, possibilitando a ele que opte pelas melhores alternativas de desenvolvimento, a partir de estudos realizados por outros autores ou sua própria percepção. Desta forma, para que uma atividade seja considerada fruto de design, ela precisa ter ponderado expressamente uma metodologia projetual, de modo que o resultado seja fruto de um processo planejado.
Ao falar em processo de design, leva-se em consideração também o seu valor econômico, que se faz um componente expressivo na competitividade. As suas áreas de intervenção permitem que se tenha um papel significante nos processos de identificação e
geração de problemas e respostas, funcionando como ponte entre a tecnologia e a arte, ideias e objetos, cultura e comércio, produção e consumo, intervindo a nível social, econômico e cultural e promovendo sustentabilidade, competitividadee qualidade global.
O design consiste em um processo no qual se dá adaptação do ambiente para atender as necessidades físicas e psíquicas do indivíduo que integra uma determinada sociedade. Acredita-se que o papel do profissional designer na sociedade é de extrema importância, pois identifica necessidades e soluciona dificuldades de interação do usuário com o ambiente, bem como planeja e implanta soluções.
 2.2 DESIGN GRÁFICO
O design gráfico é a área que trata da organização dos elementos de comunicação visual, segundo Wolf (2011, p. 8), tais elementos são representativos e definem aspectos intrínsecos ao local de origem: "há séculos o desenho gráfico tem sido usado para celebrar identidades nacionais. Aspectos dos valores de um país e a sensibilidade do design são exibidos diariamente em moedas, selos postais e documentos oficiais". Villas-Boas complementa, "é a elaboração de projetos para a reprodução por meio gráfico de peças expressamente comunicacionais de conformação preponderantemente bidimensional e realizadas sobre papel ou elemento semelhante" (VILLAS-BOAS, 1999, p. 25).
Entende-se por design gráfico, portanto, uma atividade profissional e também área de conhecimento na qual todo processo de concepção requer uma estrutura de planejamento a ser seguida, permeada por etapas, do começo ao fim. De acordo com Ferlauto (2004, p. 14):
As ideias gráficas precisam de ingredientes: informação, pesquisa organizada, curiosidade intelectual, sensibilidade, talento e uma pitada de audácia, mas isto tudo não dá forma as nossas ideias, apenas cria uma massa de dados que necessita ser trabalhada, misturada e na qual podem ser, ao longo do processo, adicionados novos dados.
Ainda Ferlauto (2004, p. 21) design gráfico "consiste em um processo de articulação de signos visuais que tem como objetivo produzir uma mensagem - levando em conta seus aspectos informativos, estéticos e persuasivos". Assim, pode-se dizer que o design se utiliza de aspectos formais, funcionais e simbólicos na construção de uma comunicação ideal.
Os aspectos formais organizam os elementos estético-visuais e tem por objetivo expressar algo por meio de reprodução gráfica. Villas-Boas (1999, p. 29) afirma que a produção gráfica inclui todas as etapas de criação, ilustrações, tipografias, diagramação, fotografia e quaisquer elementos visuais.
Quanto aos aspectos funcionais, "têm como fim comunicar através de elementos visuais (textuais ou não) uma dada mensagem para persuadir o observador, guiar sua leitura ou vender um produto" (VILLAS-BOAS, 1999, p. 31). Sendo assim, os aspectos funcionais contemplam o propósito do diálogo entre a peça gráfica e o interlocutor, especificamente em se tratando de causar uma reação no observador.
Ainda, os aspectos simbólicos sutilmente despertam na memória do observador toda uma cultura de repertório vivenciado. Villas-Boas (1999, p. 55) considera esta uma função subjetiva, pois contextualiza historicamente determinada produção gráfica como consequência de um design informacional ou simplesmente estético. 
A fim de aliar todos estes aspectos, o designer deve conhecer e saber aplicar a técnica, a teoria e a prática, de forma interdisciplinar e com uma visão holística e integradora das várias áreas as quais permeiam a concepção do design. Tal parâmetro se estabelece, portanto, como uma disciplina que tem por base uma série de elementos disponibilizados pelo conhecimento científico, empírico e intuitivo, constituindo-se assim uma atividade que utiliza, na sua prática, conhecimento de outros campos do saber, o que explica sua propensão interdisciplinar. 
Diante disso, o design apresenta-se como uma atividade colaborativa entre as diversas áreas do conhecimento, mas que carrega consigo uma essência própria que a toma uma ciência aplicada. Segundo Hollis (2000, p. 4), em se tratando do design gráfico, existem três funções básicas: a primeira consiste em identificar, a fim de se descobrir o que é ou de onde veio determinada coisa; a seguinte é informar e instruir, comunicando e relacionando coisas, direções, posições ou escala; e a terceira é a de apresentar e promover, cujo objetivo é prender a atenção do observador, fixando a mensagem em sua mente e provocando uma ação. 
O design gráfico, em outras palavras, propõe uma linguagem exponencial, dinâmica e contínua, determinante para o sucesso das atividades humanas. "Com a expansão do uso dos meios de comunicação e com a intensificação da competição por fatias de mercado, os designers gráficos não podem mais se fiar só na criatividade e na intuição para produzir projetos de sucesso para seus clientes" (NIEMEYER, 2003, p. 7). Por isso, o designer também se utiliza do desenho técnico, ilustrações, bem como ferramentas computacionais que são indispensáveis no dia-a-dia do profissional. Conhecer e dominar as técnicas que possibilitam a materialização de uma ideia se faz fundamental na atualidade que preza pela agilidade e qualidade do resultado final. 
O designer deve considerar ainda que o interesse das empresas concentra-se em um design que incorpore valor e cuja aplicação garanta resultados. "Por ser um profissional sensível às necessidades e aos valores do consumidor, procurando sempre uma elevação na qualidade de vida deste, o designer gráfico tem um compromisso com a cultura, com o conforto, a segurança, a ética e o meio ambiente, entre outros aspectos" (NIEMEYER, 2003, p. 8). Desta forma, é importante que o designer gráfico esteja ciente das metodologias e ferramentas para a elaboração de projetos de maneira eficiente, que venham a cumprir as exigências pré-estabelecidas.
 2.3 DESIGN EMOCIONAL
O ser humano é ligado emocionalmente a tudo que possui, seja em maior ou menor intensidade. A experiência que se tem com os objetos do dia-a-dia constrói laços emocionais, despertando sensações, lembranças, ações e reações acerca destes itens. É o designer, portanto, o profissional que contribui para a construção da relação amistosa ou não entre produto e usuário.
"O design tem o poder de enriquecer nossa vida envolvendo nossas emoções por meio de imagens, formas, texturas, cores, sons e aromas" (BROWN, 2010, p. 109). Dentro da prática de projetar, o designer pode se utilizar de técnicas, percepção e empatia para traduzir o conhecimento que se tem sobre as pessoas às quais o produto é destinado, para que se possam projetar experiências que criem oportunidades para o envolvimento e participação ativa do público-alvo. Embora funcionalidade e usabilidade sejam imprescindíveis, há de se considerar também a importância da emoção gerada pela diversão, prazer, alegria, entusiasmo, ansiedade ou mesmo raiva e medo provocados pelo produto do design. 
O design emocional está intimamente ligado ao sistema cognitivo. Este, por sua vez, subdivide-se em três outros níveis: visceral, comportamental e reflexivo. Uma pessoa geralmente interpreta uma experiência em muitos níveis, o que não significa que esta experiência será sempre agradável.
O visceral é o nível mais básico, imediatista, automático, aquele que primeiro é despertado. Segundo Norman (2008, p. 56), este nível é pré-consciente, ocorrendo antes mesmo de qualquer pensamento, considerando as primeiras impressões relacionadas à aparência, ao toque e às sensações despertadas. Este nível não se prende ao raciocínio, pois está mais fundamentado no comportamento afetivo, desencadeando reações positivas para certos elementos, como calor, proteção, sabores e odores doces, cores vibrantes e saturadas, melodias suaves, rostos simétricos e sorridentes, formas orgânicas e fluidas. Em contrapartida, situações como sons estridentes, luzes fortes, escuridão, temperaturas extremas, multidões, cheiros desagradáveis, sabores amargos ou azedos, objetos assimétricos e pontiagudos, geram afeto negativo automático.
O nível comportamental está ligado à função, desempenho e usabilidade de um produto, podendo ser influenciado pelo nível superior (reflexivo) e influenciar o inferior (visceral). Ele é responsávelpor controlar a maior parte das atividades diárias, permitindo múltiplas funções sem que se tenha consciência dessas ações. Se o produto é funcional, desempenha bem seu propósito e de modo efetivo e agradável, então terá como resultado uma relação positiva. 
O nível reflexivo é o mais complexo, pois nele residem os sentimentos, as emoções e a própria cognição, permitindo o aprendizado, a utilização de certas experiências já vivenciadas e o raciocínio acerca das decisões tomadas. É ele que interpreta conscientemente e resgata lembranças do passado que influenciam o tempo presente, apresentando alta vulnerabilidade a influências como a cultura, o repertório, grau de instrução e diferenças individuais. Pode ser considerado, deste modo, o vértice de longo prazo que dá sentido de identidade do usuário em relação ao produto.
Perante o exposto, todas as nossas percepções estão ligadas a componentes cognitivos, mais especificamente a reflexão, e afetivos que são os níveis viscerais e comportamentais. Os níveis afetivos atribuem valor enquanto o cognitivo atribui significado, haja visto que o afeto é livre de consciência e interpretação. Já a cognição faz parte do raciocínio e, por isso, dependendo do modo com a afetividade responde positiva ou negativamente, a maneira como pensamos ou refletimos sobre algo pode mudar.
Levar as pessoas a experimentarem algo novo requer que se obtenham conhecimentos
sobre o repertório individual comum em um determinado grupo, baseando-se nas vivências e comportamentos com os quais já estejam familiarizados. É por isso que um projeto só será bem sucedido se despertar de modo positivo todos os níveis cognitivos. Ainda assim, diante da grande variedade de perfis psicológicos, fisicos e culturais entre as pessoas, dificilmente um produto será agradável para todos. "Cultivar uma cultura de experiência requer ir além do genérico para criar experiências percebidas como personalizadas para cada cliente" (BROWN, 2010, p. 114). Desta forma, deve-se considerar além dos fatores cognitivos intrínsecos ao projeto, as diferenças individuais de quem se pretende atingir.
2.4 TEATRO
Sobre as origens do teatro, Borges (1987) explica que começou com cerimônias religiosas em que se fazia louvor a BACO (Deus do vinho). Faziam parte do espetáculo a música, a dança, pessoas vestidas de animais, coro, etc.
E Borges (1987, p. 5) ainda menciona: “Mas, segundo Aristóteles, só podemos considerar mesmo teatro, quando o que está sendo encenado é algo um pouco mais afastado da realidade. Aquelas cerimônias eram firmemente desenvolvidas dentro de um roteiro de realidade.”
Ou seja, Aristóteles se referia ao verdadeiro teatro como aquele que fosse a encenação de um mundo imaginário, fantasioso, diferente da interpretação da realidade. Esse aspecto exige esforços na elaboração de produções no sentido de que as apresentações possam ser feitas de maneira que remetam os espectadores à ambientação diferenciada, imaginada pelo autor.
Borges (1987) afirma que as primeiras montagens de teatro começaram na Grécia, 50 anos AC, onde já se escreviam textos, havia dramaturgos, atores, músicos, etc. Naquela época eram praticados dois tipos de espetáculos: a comédia e a tragédia. Esses espetáculos tinham estórias onde aconteciam cenas com final feliz ou trágico, com personagens de família, de políticos e de deuses. Os espaços onde eram encenados não eram templos. Já eram espetáculos encenados por atores e não por sacerdotes. Eram construídos espaços arquitetônicos específicos para os espetáculos. E até hoje ainda existem ruínas dessas construções. Eram adaptadas nas encostas dos morros em forma circular, o que possibilitava uma excelente acústica. 
Nota-se também que, já naquela época, existia uma preocupação com as máscaras utilizadas. De acordo com Borges (1987), as máscaras utilizadas pelos atores continham efeitos acústicos.
Borges (1987, p. 6) explica que,
Os temas apresentados eram sempre relacionados aos problemas sociais que eles enfrentavam. [...] Informando, divertindo e educando, o teatro foi uma fonte de educação para a população grega. [...] Temas de heróis; o bem e o mal; lendas de ancestrais; guerras, rixas, casamentos e adultérios, destino de suas crianças, quem sofria de doenças e conflitos entre homens e deuses, crianças e parentes. [...] Organizavam-se grandes produções e festivais. Os trabalhos eram qualificados pelo governo e sempre um nobre custeava a produção de seu grupo. Mas os atores eram pagos pelo Estado.
Assim pode-se ter uma idéia da complexidade dos trabalhos envolvidos no início das produções teatrais.
Borges (1987, p. 6) ainda menciona vagamente aspectos da produção, como figurinos e cenários: “Eles usavam figurinos, que era o mesmo da época, tendo especiais para os deuses, que misturavam com corpos de animais. Os cenários eram sempre os mesmos. Cenas fixas internas e externas de sua arquitetura, com algum complemento de tecido e plantas.”
Nota-se que já no início do Teatro havia uma preocupação clara com a ambientação cenográfica, o visual dos personagens, da apresentação como um todo. Mas essas características do teatro foram modificando-se com o tempo, de acordo com cada época.
2.5 CENOGRAFIA
De acordo com Mantovani (1989), o termo cenografia (skenographie), é composto de skéne, (cena), e graphein, (escrever, desenhar, pintar, colorir) e se encontra em textos gregos como A Poética, de Aristóteles, por exemplo. A palavra servia para designar certos embelezamentos da skéne. Mais tarde, o termo é encontrado nos textos em latim (De Architetura, de Vitruvio): scenographia. Usado provavelmente para definir no desenho uma noção de profundidade. Posteriormente, no Renascimento, com os textos de Vitruvio traduzidos, o termo cenografia passa a ser usado para designar os traços em perspectiva e notadamente os traços em perspectiva do cenário no espetáculo teatral.
Hoje, a cenografia é utilizada em espetáculos e produções áudio visuais. Em relação a espetáculos podem ser citados: teatro, shows de dança, concertos de música, óperas, desfiles de carnaval, entre outros. Nas produções audiovisuais se tem, abrangendo o cinema e a TV: filmes, novelas, seriados, documentários, programas de auditório, videoclipes, propagandas, etc. Todos estes exemplos estão sujeitos, em certa medida, ao recurso da cenografia e à utilização de objetos de cena. Claro que um documentário que retrata situações reais do dia a dia, por exemplo, exige menos ou nenhuma necessidade de produção de alegorias e adereços como um desfile de carnaval, por exemplo. Mas, vez ou outra, por menor que seja a necessidade, independentemente do formato do espetáculo ou da produção audiovisual, a utilização desses recursos é indispensável. 
Mantovani (1989, p. 5) afirma que a cenografia é um elemento que faz parte
do espetáculo. 
Vamos ao cinema, à ópera, ao balé e ao teatro, ou assistimos na televisão, além de novelas, filmes publicitários, musicais, videoclipes, e shows. Em todos encontramos um elemento que sempre faz parte do espetáculo: a cenografia. [...] Então, um espetáculo é composto por vários elementos organizados e orquestrados de tal forma que o espectador possa apreciálos no seu conjunto. Podemos dizer que todo e qualquer tipo de espetáculo é o resultado de um trabalho coletivo.
Aqui fica claro que o trabalho envolvido é feito em conjunto, é interdisciplinar,
aspecto fundamental da área de design. 
Borges (1987, p. 4) explica que, “No espaço da encenação, artifícios variados são utilizados para ajudar a pessoa que está vivendo o personagem, a passar a mensagem. Nele são criados elementos plásticos, visuais, sonoros, etc, que compõem um ambiente.”
E ainda que: “Cenografia é uma arte complexa. Cenografia é a grafia da cena. É a forma plástica de se falar de uma cena. [...] Forma plástica é todo elemento passivo, construtivo e concreto, a que nós damos formas com nossas próprias mãos. Diferente da música, por exemplo, forma sonora.” (BORGES, 1987, p. 7)
E Mantovani (1989, p.13), referindo-seao cenógrafo, afirma que: “Ele se expressa através de uma linguagem visual, e encena plasticamente um texto dramático ou outra proposta de espetáculo.” 
Quando as autoras se referem à criação de “elementos visuais” que compõem um ambiente, as “formas plásticas”, associa-se automaticamente estas criações à idéia de que há por trás do espetáculo um trabalho envolvendo projetos desenhados do que serão os elementos visuais que compõem as cenas. Ou seja, há a necessidade de esforços envolvendo criatividade para a concepção de desenhos de objetos de cena e cenários, com a finalidade de complementar e trazer maior exatidão à mensagem que se quer passar com o espetáculo ou produção áudiovisual. 
Segundo Mantovani (1989, p.12) “cenografia hoje é um ato criativo – aliado ao conhecimento de teorias e técnicas específicas – que tem a priori a intenção de organizar visualmente o lugar teatral para que nele se estabeleça a relação cena/público.” 
“Organizar visualmente” é uma expressão que remete diretamente à área de design. Pois se entende que um designer deve projetar de maneira a agradar o seu público alvo, preocupando-se, em grande parte, com o aspecto visual de suas concepções. Mas existe um diferencial claro, no caso de um projeto cenográfico, em relação ao público alvo. Um produto projetado para ser produzido em série, tem como seu público alvo os usuários dos produtos, no caso de um projeto executado especificamente para o palco, o público alvo são supostamente os espectadores, e obviamente a equipe de direção e produção do espetáculo.
Logicamente, o envolvimento maior ou menor da produção de objetos de cena e cenário, vai estar diretamente relacionado ao custo da produção. E os materiais podem ser os mais variados. Como se percebe nesse trecho:
“Em cenografia não existem limites. Tudo pode ser feito desde que a produção possa acompanhar, principalmente com o orçamento. Qualquer material pode ser usado. Papel, pano, madeira, plástico, isopor, etc.” (BORGES, 1987 p. 9)
Ainda, de acordo com Mantovani (1989, p. 6):
A cenografia, o figurino, a luz e, de certa forma, o ator, são elementos visuais do espetáculo. A cenografia pode ser considerada uma composição em um espaço tridimensional – o lugar teatral. Utiliza-se de elementos básicos, como cor, luz, formas, volumes e linhas. Sendo uma composição, tem peso, tensões, equilíbrio ou desequilíbrio, movimento e contrastes. [...] Não podemos confundir cenografia com decoração. Cenografia é um elemento do espetáculo (teatral, cinematográfico etc.), e decoração é sinônimo de arquitetura de interiores.
Mantovani (1989, p. 6) também explica que “cada um dos espetáculos mencionados – cinema, ópera, balé etc. – é diferente, tem proposta e objetivos diferentes, possui uma linguagem específica. Assim, como elemento desses espetáculos, a cenografia também tem propostas e objetivos adequados a cada espetáculo.” 
No caso deste trabalho, deve-se lembrar que o que será focado são as relações entre design aplicado à cenografia e objetos de cena, adequado às propostas e objetivos próprios do teatro.
TENDO DEFINIDA AS BASES DEste ESTUDO….
3 “DESENVOLVIMENTO DO ESPETÁCULO”
3.1 “METODOLOGIA DO DESIGN”
3.2 “PROJETO DE DESIGN”
3.2.1 “Pré-concepção”
3.2.2 “Concepção”
3.2.3 Pós concepção
4 RETORNO E CONFIRMAÇÃO DA HIPÓTESE

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