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1 Instrumentação Optoelectrónica 570570 Fibras ópticas O que é uma fibra óptica? Uma fibra de vidro ou plástico que têm a propriedade de guiar a luz ao longo do seu eixo Um cabo de fibra é constituído por 3 camadas: núcleo (core) bainha (cladding) revestimento Instrumentação Optoelectrónica 571571 Ocorre Reflexão Total Interna quando em que n0 e n1 representam os índices de refracção do núcleo e da bainha, respectivamente. Nesta situação a luz é totalmente reflectida no núcleo θ ≥ 1c 0 n arcsin n Fibras ópticas θc 2 Instrumentação Optoelectrónica 572572 O fenómeno de reflexão total interna implica que o índice de refracção do meio incidente (o núcleo) seja superior ao índice de refracção do da bainha. θc é o chamado ângulo crítico. O seu valor decorre da Lei de Snell aplicada na situação limite em que o ângulo de refracção é 90º. ⋅ θ = ⋅ ⇒ θ = 10 c 1 c 0 n n sin n sin90º sin n Fibras ópticas θc Instrumentação Optoelectrónica 573573 Fibras ópticas Seja nm o índice de refracção do meio que envolve a fibra óptica. Temos então: ( ) ( )⋅ θ = ⋅ θ = ⋅ − θ = ⋅ θm i 0 t 0 c 0 cn sin n sin n sin 90 n cos θc θi θt O produto nm·sinθi corresponde à abertura numérica da fibra (NA): ( ) ( ) = ⋅ θ = ⋅ − θ = ⋅ − = − 2 2 2 21 0 c 0 c 0 0 1 0 nNA n cos n 1 sin n 1 n n n 3 Instrumentação Optoelectrónica 574574 Quando a diferença relativa de índices de refracção, definida por −∆ = 0 1 0 n n , n θc θi θt for pequena, podemos utilizar a aproximação ≈ ⋅ ⋅ ∆0NA n 2 Tipicamente, ∆ ~ 1% o que resulta em NA ~ 0.2, ou seja um cone de aceitação de cerca de 10º Fibras ópticas Instrumentação Optoelectrónica 575575 Numa situação de reflexão total interna, o campo eléctrico da onda não se anula na interface núcleo – bainha. Isto, apesar de não haver propagação de raio refractado. A amplitude da onda deve tender para zero segundo a direcção y. Se a amplitude decair exponencialmente com a distância y trata-se de uma onda evanescente y Fibras ópticas – Campos evanescentes Adaptado de http://www.photonics.cusat.edu/Research_Fiber%20Sensors_EW.html Prova-se que para ângulos θ0 superiores ao ângulo crítico θc a onda que se propaga na bainha é uma onda evanescente: yk tt teEE α−= 0 4 Instrumentação Optoelectrónica 576576 Fibras ópticas – Campos evanescentes Consideremos uma onda a incidir no interface núcleo – bainha segundo um ângulo θ0 inferior ao ângulo crítico θc. A onda transmitida propaga-se segundo um ângulo θ1 de acordo com (só examinamos a dependência espacial da onda): ( ) ( )( ) ( ) ( )( )⋅ ⋅ ⋅ −θ + ⋅ θ −ω⋅ ⋅ ⋅ ⋅ θ + ⋅ θ −ω⋅ = = t 1 1 t 1 1i k z cos 90 y cos t i k z sin y cos t t 0t 0tE E .e E .e y θ0 θ1 z n1 n0 De acordo com a Lei de Snell: θ = ⋅ θ θ = − θ = − ⋅ θ 0 1 0 1 2 2 20 1 1 02 1 n sin sin n n cos 1 sin 1 sin n Instrumentação Optoelectrónica 577577 Fibras ópticas – Campos evanescentes Então ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ θ + ⋅ − ⋅ θ −ω⋅ = 2 20 0 t 0 02 1 1 n ni k z sin y 1 sin t n n t 0tE E .e y θ0 θ1 z n1 n0 A reflexão total interna ocorre para θc < θ0 < pi/2. Para valores de θ0 superiores ao ângulo crítico θc, o ângulo θ1 torna-se imaginário. De facto: θ = − θ = − ⋅ θ 2 2 20 1 1 02 1 n cos 1 sin 1 sin n Como θ = 1c 0 n sin n θθ = − θ 2 0 1 2 c sin cos 1 sin 5 Instrumentação Optoelectrónica 578578 Fibras ópticas – Campos evanescentes No intervalo 0 ≤ θ ≤ pi/2 temos 0 ≤ sin θ ≤ 1. Logo sin θ0 / sin θc > 1 quando θ0 > θc. Isto permite concluir que cos θ1 é uma função imaginária para θ0 > θc. ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ θ −ω⋅ −α⋅ ⋅ = ⋅ 0 t 0 1t ni k z sin t nk y t 0tE E .e e y θ0 θ1 z n1 n0 − ⋅ θ = ± ⋅ α 2 20 02 1 n1 sin i n Verifica-se que a onda na região da bainha é uma onda evanescente A solução +i·α resulta num onda com amplitude a crescer exponencialmente o que, claramente, não tem significado físico Instrumentação Optoelectrónica 579579 Fibras ópticas – Campos evanescentes A constante de decaimento α·kt corresponde ao inverso da distância de penetração, ξ, e mostra-se que: y θ0 θ1 z n1 n0 −ξ = ⋅ − ⋅ θ 2 1 20 t 02 1 nk 1 sin n A onda evanescente penetra uma distância significativa na bainha que deverá ter uma espessura suficiente para a amplitude da onda atenuar para um valor próximo de zero. Exemplo: ângulo próximo do ângulo crítico; fibra de sílica; λ = 1.3 µm: ξ ~ 10 µm. Uma parte considerável da energia da onda que se propaga na fibra óptica é transmitida pela onda evanescente. Tal como o núcleo, a bainha deve ser construída com um material (vidro) de elevada qualidade óptica para atenuar as perdas de transmissão. 6 Instrumentação Optoelectrónica 580580 Multimodo (Multi-mode): suportam centenas de trajectórias para a luz Monomodo (single-mode): suportam uma única trajectória para a luz Tipos de Fibras ópticas Instrumentação Optoelectrónica 581581 m u ltim o do st e p- in de x nb nb nn nb nb nn nb nb nn m o n o m o do st e p- in de x G R IN Tipos de Fibras ópticas GRIN – graded index 7 Instrumentação Optoelectrónica 582582 m u ltim o do st e p- in de x nb nb nn Tipos de Fibras ópticas http://www.prof2000.pt/users/lpa Instrumentação Optoelectrónica 583583 nb nb nn m o n o m o do st e p- in de x Tipos de Fibras ópticas http://www.prof2000.pt/users/lpa 8 Instrumentação Optoelectrónica 584584 Tipos de Fibras ópticas ⋅ pi ⋅ ⋅ pi ⋅ = ⋅ − = ⋅ λ λ 2 2 0 1 0 0 2 a 2 aV n n NA O número possível de modos numa fibra óptica cilíndrica pode ser avaliado através do parâmetro V. Se a for o raio do núcleo da fibra, para uma fibra do tipo step – index tem-se Para V menor que 2.4 só ocorre propagação de um modo Para valores elevados de V o número de modos (incluindo os 2 estados de polarização ortogonais em que se pode decompor qualquer estado de polarização) é: ≈ 2VN 2 Instrumentação Optoelectrónica 585585 Exemplo do número de modos. λλλλ = 850 nm Fibra step-index de Silica: nc = 1.452, nb = 1.442 (NA = 0.205) diâmetro (µm) 2.5 50 200 400 1000 Nº de modos (fibra step- index) 2 1.4 x 103 22 x 103 92 x 103 2.4 x 106 Nº de modos (fibra GRIN) 1 716 11 x 103 46 x 103 1.2 x 106 Fibra GRIN SELFOC com a mesma abertura numérica Maior número de modos implica maior transmissão de luz Tipos de Fibras ópticas 9 Instrumentação Optoelectrónica 586586 Manutenção do ângulo θ 2θ θ 2θα β β ≈ − α i f n 1 n θ 2θ Instrumentação Optoelectrónica 587587 Numa fibra ideal os ângulos de incidência e de saída são iguais Superfícies ásperas, fibras dobradas e outras imperfeições resultam em alterações no cone de saída exemplo: raio crítico de dobragem Manutenção do ângulo θ = = =4c 2 n 1.44 arcsin arcsin 76.6º n 1.48 Fonte: website RPI 10 Instrumentação Optoelectrónica 588588 = − out in PA 10 log P A fibras são feitas de “vidro”. Normalmente sílica fundida (SiO2) de elevada qualidade O material contém algumas impurezas residuais. A sua presença é normalmente controlada As perdas devem-se principalmente a: - Dispersão de Rayleigh (~ λ-4) - Absorção Atenuação A atenuação numa fibra óptica é medida em dB/km e é definida por: Instrumentação Optoelectrónica 589589 Atenuação Absorção e dispersão numa fibra óptica dispersão de Rayleigh absorção IR transmissão 89% 11 InstrumentaçãoOptoelectrónica 590590 As fibras GRIN apresentam menor dispersão modal porque os trajectos ópticos são mais curtos Tipos de Dispersão Modal (intermodal) atraso temporal resultante de diferenças nos trajectos ópticos Material (ou cromática) n(λ): tempos diferentes para atravessar a fibra devido às diferenças de percurso óptico que resultam da dispersão da luz Polarização velocidades distintas para os dois modos ortogonais de polarização (p. ex. birrefringência de certos materiais) Intramodal variações na distribuição de campo (importante em fibras monomodo Não-linear dependência do índice de refracção com a intensidade do campo electromagnético Instrumentação Optoelectrónica 591591 A luz propaga-se a uma velocidade finita Raio mais rápido Raio mais lento Raio mais lento: o que entra na fibra segundo o maior ângulo permitido Raio mais rápido: trajecto ao longo do eixo da fibra (modo axial) Existe uma diferença de trajecto óptico e de velocidades (consoante a propagação se faz apenas no núcleo ou também na bainha) logo de tempo de propagação entre estes 2 raios Dispersão Modal 12 Instrumentação Optoelectrónica 592592 ∆ = ⋅ − n b nLt 1 c n A dispersão modal aumenta com: L ~ NA2 A dispersão modal é a principal causa de dispersão nas fibras step-index Dispersão Modal Instrumentação Optoelectrónica 593593 exemplo: step index ~ 24 ns·km -1 GRIN ~ 122 ps·km-1 Dispersão Modal 13 Instrumentação Optoelectrónica 594594 As fibras monomodo suportam os dois modos ortogonais de polarização e preservam o estado de polarização do sinal transmitido Os modos de polarização viajam com velocidades diferentes (em materiais birrefringentes a velocidade de propagação depende da direcção de oscilação do E) o que resulta em dispersão É medida em Este fenómeno é evidente para taxas de transmissão superiores a 10Gbps ps km Dispersão dos modos de polarização Instrumentação Optoelectrónica 595595 Características das fibras ópticas Monomodo step-index Multimodo GRIN Multimodo step-index 14 Instrumentação Optoelectrónica 596596 • O tipo de fibra mais fino com um diâmetro de núcleo entre 5 e 10 µm • Baixa atenuação (cerca de 0.2 dB/km) • Ideais para comunicações a longas distâncias • Diâmetro pequeno significa ângulo de aceitação de luz pequeno. Estas fibras não são apropriadas para câmaras Características das fibras ópticas Monomodo step-index Instrumentação Optoelectrónica 597597 • Diâmetro de núcleo entre 50 e 100 µm • Sinal limpo devido à variação contínua de índice de refracção mas com elevada atenuação devido à espessura da fibra • Ideais para comunicações a curtas distâncias, redes, etc. Características das fibras ópticas Multimodo GRIN 15 Instrumentação Optoelectrónica 598598 • Diâmetro de núcleo entre 50 e 1500 µm • Atenuação elevada (cerca de 2.5 dB/km) • Distorção elevada • Não são adequadas para comunicações ópticas. Ideais para câmaras e iluminação • Ângulo de aceitação de luz elevado Características das fibras ópticas Multimodo step-index Instrumentação Optoelectrónica 599599 Aplicações das Fibras Ópticas na Medicina BundlesBundles de Fibras Ópticasde Fibras Ópticas Sistemas de Imagiologia Endoscópicos Baseado na apresentação feita por Ana Patrícia Matos, Elisabeth Ferreira e Ivo Moreno na Disciplina de Instrumentação Optoelectrónica em Junho de 2007 16 Instrumentação Optoelectrónica 600600 BundlesBundles de Fibras Ópticas de Fibras Ópticas -- IntroduçãoIntrodução Bundle = dezenas ou centenas de fibras ópticas flexíveis inseridas num encapsulamento cilíndrico de plástico. Bundles cujas fibras individuais não estejam ordenadas (mantêm o seu posicionamento relativo) são chamados guias de luz usados para iluminar Bundles cujas fibras estão ordenadas chamam-se bundles ordenados usados para transmissão de imagem Instrumentação Optoelectrónica 601601 Bundles de Fibras Ópticas As fontes de luz ordinárias não emitem luz capaz de ser focada (por meio de lentes) numa área pequena (<1mm) correspondente ao core de uma única fibra As fibras com maiores diâmetros (>1mm) têm flexibilidade reduzida Solução: Agregar num único “pacote” (bundle) um conjunto de considerável de fibras ópticas finas � Guia de Luz Bundles não ordenados para guias de luz 17 Instrumentação Optoelectrónica 602602 Guias de luz (aplicados à medicina): Formados por fibras ópticas num arranjo aleatório Bastante flexíveis Apresenta uma área considerável para entrada de luz Necessita de lâmpadas de elevada intensidade (halogéneo, mercúrio,…) Um sistema simples de lentes foca a luz na extremidade de entrada da fibra É conveniente incluir um filtro de IR para evitar o aquecimento da fibra (devido à elevada potência da lâmpada) Bundles de Fibras Ópticas Bundles não ordenados para guias de luz Instrumentação Optoelectrónica 603603 Guia de luz instalado na estação de metro de Potsdamer Platz, Berlim Bundles de Fibras Ópticas Bundles não ordenados para guias de luz 18 Instrumentação Optoelectrónica 604604 Parâmetros que influenciam a transmissão de luz: Área efectiva de transmissão de cada fibra: Cada fibra: - Núcleo (15-50 µm) - Revestimento (5-10 µm) – transmite pouca luz Maximizar a transmissão da luz: Usar no fabrico do bundle fibras cujo núcleo apresente um elevado diâmetro e um revestimento fino. Bundles de Fibras Ópticas Conceitos Gerais Instrumentação Optoelectrónica 605605 Parâmetros que influenciam a transmissão de luz: Abertura Numérica (NA): Numa fibra óptica, a eficiência de captação de luz de uma fonte extensa é proporcional a (NA)2. Maior NA � Maior eficiência na captação de luz Bundles de Fibras Ópticas Conceitos Gerais 19 Instrumentação Optoelectrónica 606606 Parâmetros que influenciam a transmissão de luz: Material de fabrico: O plástico não é adequado a lâmpadas de maior intensidade (devido ao aquecimento da entrada da fibra) Tipo de luz usada: A propriedade de coerência da luz laser origina efeitos de interferência A superfície poderá aparecer iluminada de forma pontilhada � Luz laser inadequada Bundles de Fibras Ópticas Não Ordenados Conceitos Gerais Instrumentação Optoelectrónica 607607 Beam Shaping Bundles – iluminação em sistemas médicos Um conjunto de fibras ópticas pode ser disposto em padrões distintos nas duas extremidades a fim de alterar a formatação espacial do feixe de luz Quando usados para iluminação em instrumentação médica, deve-se procurar que a forma da extremidade de entrada maximize a captação de luz e a de saída que proporcione uma iluminação o mais uniforme possível Bundles de Fibras Ópticas Não Ordenados Bundles especiais 20 Instrumentação Optoelectrónica 608608 Beam Shaping Bundles – Guias Y Dois bundles de fibra óptica podem ser combinados numa extremidade e permanecer separados noutra. São usados para separar ou combinar raios de luz As fibras individuais são agrupadas num conjunto bifurcado de fibras – o guia Y Mostra-se que, se a NA das fibras individuais for considerável, a eficiência do guia Y a captar a luz é bastante elevada O guia Y pode ser usado para medir a reflectividade ou a luminescência de uma amostra Bundles de Fibras Ópticas Não Ordenados Bundles especiais Instrumentação Optoelectrónica 609609 As fibras ópticas podem ser alinhadas de forma exacta num bundle de forma a que a ordem destas em ambas as extremidades seja a mesma Bundle ordenado (bundle coerente) Bundles de Fibras Ópticas Bundles ordenados para dispositivos de imagem 21 Instrumentação Optoelectrónica 610610 As fibras individuais num bundle ordenado têm que ser revestidas. Fibras não revestidas deixariamescapar a luz para fibras circundantes � imagem de menor qualidade Tal como nos bundles não ordenados, as fibras apenas são unidas nas extremidades � maior flexibilidade Bundles ordenados podem ser inseridos num endoscópio Dentro do corpo do endoscópio, um guia de luz não ordenado ilumina o objecto e o bundle ordenado capta e conduz a imagem. Bundles de Fibras Ópticas Bundles ordenados para dispositivos de imagem Instrumentação Optoelectrónica 611611 Parâmetros que influenciam a qualidade da imagem: Elevada Iluminação: As fibras devem ter NA elevada para uma maior qualidade de imagem O diâmetro do núcleo deve ser elevado e a espessura da camada de revestimento (D-d) reduzida � É transmitido o máximo de luz do objecto para o observador. O campo óptico do núcleo não está totalmente confinado a este; algum dispersa-se pela camada de revestimento Caso a camada seja demasiado fina, a luz é transmitida para outras fibras � deterioração da imagem. Bundles Ordenados Transmissão de imagem 22 Instrumentação Optoelectrónica 612612 Parâmetros que influenciam a qualidade d imagem: Elevada Resolução: Uma resolução elevada permite observar uma imagem com maior detalhe Num bundle, a resolução é determinada pelo diâmetro d dos núcleos das fibras O número de linhas (por mm) que podem ser transmitidas por um bundle é limitado a cerca de 1/(2d). Mais linhas, maior resolução � Maior resolução requer menor diâmetro (d) do núcleo Bundles Ordenados Transmissão de imagem Instrumentação Optoelectrónica 613613 Núcleo largo e revestimento fino são necessários para obter uma iluminação elevada Um revestimento fino conduz a fugas de luz dos núcleos A espessura do núcleo (e do revestimento) deve ser reduzida de forma a obter uma maior resolução ���� Os requisitos não podem ser simultaneamente satisfeitos Bundles Ordenados Transmissão de imagem 23 Instrumentação Optoelectrónica 614614 Compromisso: tipicamente, d ~10-20 µm e (D-d)/2 ~1,5-2,5 µm A área ocupada pelos núcleos pode ser inferior a 50% da área total da secção do bundle Existe um limite máximo para a qualidade de luz que pode ser transmitida por um bundle São necessárias fibras ópticas de elevada qualidade para obter um bundle com elevada resolução espacial e boa transmissão de luz Bundles Ordenados Transmissão de imagem Instrumentação Optoelectrónica 615615 Problemas na transmissão da imagem de um objecto linear Bundles Ordenados Orientação da linha relativamente ao bundle: Se alinha objecto for paralela a uma linha de fibras no bundle, a linha imagem é uma reprodução adequada do objecto Se a linha objecto tem uma orientação diferente teremos 3 linhas do bundle a transmitir luz o que resulta numa imagem distorcida 24 Instrumentação Optoelectrónica 616616 Para além das limitações na transmissão de imagem impostas pela óptica, também existem limitações que resultam dos processos de fabrico (limitações de engenharia) Luz Difusa: Causada pela luz de fundo indesejada A luz difusa é transmitida pelos revestimentos das várias fibras Esta luz é transmitida ao longo do bundle e introduz um nível indesejado de luz de fundo � diminui o contraste da imagem transmitida Bundles Ordenados Transmissão de imagem – Limitações de Engenharia Instrumentação Optoelectrónica 617617 Defeitos: Durante o processo de fabrico e de polimento (das extremidades) as fibras podem ser danificadas ou partidas Fibras danificadas não conduzem luz, o que origina pontos negros na imagem final A presença destes defeitos constitui um padrão de ruído fixo que diminui a qualidade da imagem transmitida Bundles Ordenados Transmissão de imagem – Limitações de Engenharia 25 Instrumentação Optoelectrónica 618618 Ordenação: No processo de fabrico, algumas fibras podem ser deslocadas relativamente à sua posição especificada A ordem das fibras à entrada já não será igual à da saída � A qualidade da imagem será menor Degradação: Os bundles usados em endoscopia serão sujeitos a acções mecânicas. As fibras individuais não são tão resistentes como as fibras usadas em telecomunicações. São mais susceptíveis a degradação mecânica Introduzem progressivamente dano no bundle � diminuição progressiva da qualidade da imagem transmitida. Esta é a causa que limita o tempo de vida útil dos endoscópios Bundles Ordenados Transmissão de imagem – Limitações de Engenharia Instrumentação Optoelectrónica 619619 Ao bundle que conduz a imagem, são acopladas às extremidades sistemas de lentes Permite focar objectos e imagens Ao fibroscópio podem ser agregados de guias de luz de forma a iluminar o objecto. Bundles de Fibras ópticas Fibroscópios e Endoscópios 26 Instrumentação Optoelectrónica 620620 Bundles de Fibras ópticas Fibroscópios e Endoscópios Instrumentação Optoelectrónica 621621 Endoscópio = fibroscópio usado para observar o interior do corpo Pode apresentar ainda pequenos canais que permitem a introdução de pequenos instrumentos mecânicos ou de líquidos no interior do corpo. Bundles de Fibras ópticas Fibroscópios e Endoscópios 27 Instrumentação Optoelectrónica 622622 Esquema Funcional Lente conectada à extremidade distal A imagem formada é transmitida até à extremidade proximal, através do feixe receptor de imagem (revestido pelo feixe guia de luz) Sistema de lentes (sistema óptico de visualização) na extremidade proximal Câmara fotográfica/vídeo conectada à extremidade proximal – imagem obtida pode ser gravada Fibroscópios e Endoscópios Instrumentação Optoelectrónica 623623 Esta apresentação segue as Fibre Optic Communications Lecture Notes do Prof. Walter Johnstone, Department of Electronic and Electrical Engineering, University of Stathclyde; Glasgow, produzidas para a OptoSci Ltd. Comunicações por Fibra Óptica 28 Instrumentação Optoelectrónica 624624 Link de comunicações ópticas ponto a ponto Comunicações por Fibra Óptica Instrumentação Optoelectrónica 625625 Atenuação em função da frequência: par entrançado de cobre, cabo coaxial e fibra óptica Comunicações por Fibra Óptica Porquê fibra óptica? Largura de banda elevada Baixa atenuação 29 Instrumentação Optoelectrónica 626626 De forma a permitir a normalização dos conectores e terminações de fibra óptica, o diâmetro externo das fibras de comunicações foi normalizado nos 125 µm. Comunicações por Fibra Óptica Instrumentação Optoelectrónica 627627 Devido à atenuação a potência à saída de 1 km de fibra óptica, Pout, será uma fracção k da potência à entrada, Pin Comunicações por Fibra Óptica Atenuação out inP k P= ⋅ A razão de potências para L km de fibra é Lout in P k P = Expressa em dB ( ) ( ) ( ) Lout 10 10 in 10 P P dB 10 log 10 log k P L 10 log k L ∆ = ⋅ = ⋅ = ⋅ ⋅ = α ⋅ 30 Instrumentação Optoelectrónica 628628 Absorção de fotões para as transições electrónicas e vibracionais do material constituinte da fibra: dióxido de Silício (sílica) SiO2. Ocorre para comprimentos de onda curtos (UV e visível). A absorção para as bandas vibracionais das ligações Silício – Oxigénio é uma componente fundamental da absorção no Infravermelho Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação – Absorção Intrínseca Instrumentação Optoelectrónica 629629 Absorção de fotões para as transições electrónicas dos dopantes utilizados para aumentar o índice de refracção do núcleo da fibra (ex: germânio, fósforo). Este mecanismo soma uma pequena contribuição à absorção total por processos de absorção intrínseca. Absorção por impurezas como iões metálicos de transição (Fe, Cu, Cr e Co) e pela água. A absorção por iões era responsável pela elevada atenuação das fibras disponíveisno início dos anos 1970s. A absorção pela água era a causa do pico de atenuação nos 1400 nm das fibras disponíveis a meio dos anos 1970s. Absorção por defeitos estruturais no vidro: átomos em falta na rede cristalina, clusters densos de átomos Os processos de fabrico actuais eliminaram estes dois últimos mecanismos Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação - Absorção Extrínseca 31 Instrumentação Optoelectrónica 630630 O scattering observado em fibras ópticas segue o modelo de Rayleigh. A dependência da secção eficaz da dispersão de Rayleigh é com o inverso da quarta potência do comprimento de onda (λ-4). A figura mostra a dependência com o comprimento de onda dos principais mecanismos de atenuação em fibras ópticas Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação - Scattering Instrumentação Optoelectrónica 631631 Nas fibras do início dos anos 70, o mecanismo dominante de atenuação eram a absorção por iões metálicos. A atenuação mínima ocorria na região dos 820 nm. Na altura estavam disponíveis lasers de GaAs que emitiam nessa região. Os fotodíodos de silício possuem uma boa resposta entre 800 e 900 nm. Por estas razões os 820 nm foram inicialmente o comprimento de onda preferido para comunicações ópticas. Os sistemas baseados neste comprimento de onda constituem os sistemas de primeira geração Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação – Dependência com o comprimento de onda 32 Instrumentação Optoelectrónica 632632 Com a melhoria dos processos de fabrico, as impurezas de iões metálicos foram removidas das fibras no final dos anos 1970s. A curva de atenuação passou a exibir dois mínimos (< 0.5dB/km) nos 1300 nm e 1550 nm. Estas atenuações representavam, relativamente aos sistemas de 820 nm, um ganho potencial, em termos de distância de transmissão, superior a 10. Tal levou ao desenvolvimento de díodos laser e fotodetectores para operar nestes comprimentos de onda (InGaAsP). Estes sistemas de comunicação óptica operam são conhecidos como sistemas de segunda (1300 nm) e terceira geração (1550nm) Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação – Dependência com o comprimento de onda Instrumentação Optoelectrónica 633633 No início dos anos 1980s o processo de fabrico das fibras conseguiu remover as impurezas de água. Actualmente a atenuação é dominada pelos processos de scattering e absorção intrínsecos (pelo SiO2). Existe ainda uma contribuição muito pequena devido à absorção pelos dopantes empregues para aumentar o índice de refracção da fibra. As fibras actuais apresentam perdas de 0.3 db/km (1300 nm) e 0.2 dB/km (1550). Melhorias futuras só podem ser obtidas com materiais diferentes Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação – Dependência com o comprimento de onda 33 Instrumentação Optoelectrónica 634634 Qualquer guia de luz não totalmente direita, emite radiação. A luz percorre a curva com uma velocidade de fase determinada pelo índice de refracção. De modo a conservar a forma da frente de onda a velocidade da luz deveria aumentar para o exterior da curva. Então, se considerarmos o campo evanescente, teria que haver um ponto crítico a partir do qual a velocidade de fase excederia a da onda plana na bainha da fibra. O campo electromagnético “resiste” a este fenómeno irradiando potência a partir da fibra, o que causa perdas por radiação, com um coeficiente αr: Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação – Perdas por radiação Surgem ainda perdas adicionais em resultado da dobragem das fibras no processo de inserção no encapsulamento. As perdas totais de cablagem e trajecto atingem 0.1 db/km. Os fabricantes especificam sempre a atenuação total (entre 0.25 e 0.5 db/km) 2C R r 12 C e − ⋅α = ⋅ R é o raio de curvatura. C1 e C2 são constantes independentes de R Instrumentação Optoelectrónica 635635 O comprimento máximo das fibras permitido pelos processos de fabrico é de alguns kms. Distâncias maiores exigem ligações entre fibras por fusão de fibras ou por conectores. As perdas por fusão são da ordem de 0.1 dB. As perdas por conector variam entre 0.5 e 1.0 dB. Também existem perdas nas terminações das fibras: entre a fonte e a fibra e entre a fibra e o detector. O acoplamento da luz para a fibra requer lentes astigmáticas e muitas vezes asféricas e introduz perdas entre 2 e 3 dB. Na extremidade final o acoplamento de luz ao detector é simples e a s perdas são desprezáveis Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação – outros mecanismos 34 Instrumentação Optoelectrónica 636636 Num sistema digital de comunicações ópticas, são lançados na fibra impulsos de luz com determinada potência de pico e energia total. O processo de atenuação faz com que a potência e a energia dos impulsos decresça exponencialmente com a distância percorrida. Logo, a distância de transmissão não pode ser aumentada indefinidamente já que a atenuação limita o comprimento de ligação para o qual a potência de pico do sinal está acima da detectividade do receptor, a qual é determinada pela SNR para uma data taxa de erros de bit. O comprimento de ligação limitado pela atenuação depende da potência lançada, da sensibilidade do receptor e de todas as perdas da fibra. O projectista deve ainda incluir uma margem de segurança para acomodar a degradação dos componentes e o re-routing futuro da fibra devido à adição de novas juntas de fusão em consequência de desenvolvimentos de Engª Civil ou de danos acidentais. A margem de segurança normalmente empregue é de 6 dB Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação – implicações Instrumentação Optoelectrónica 637637 Exemplo: Qual a distância máxima entre repetidores para o seguinte sistema? Potência lançada = 2 mW (i.e. + 3 dBm) Atenuação da fibra = 0.65 dB/km Perdas totais em juntas = 2 dB Penalizações de potência = 2 dB Margem do sistema = 6 dB Sensibilidade do receptor = 50 nW (i.e -43 dBm) Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação – implicações Nota: O que é um dBm? É uma unidade padrão de medição dos níveis de potência em relação a uma referência de 1 mW 10 2 mW 2 mW 10 log dBm 3.01dBm 1mW ≡ ⋅ ≡ 35 Instrumentação Optoelectrónica 638638 Cálculos Perda total tolerável = 3 – (-43) = 46 dB Juntas, penalizações e margem de segurança = 10 dB Perda total tolerável da fibra = 36 dB Distância máxima entre repetidores = 36/0.65 = 55 km Comunicações por Fibra Óptica Mecanismos de Atenuação – implicações Instrumentação Optoelectrónica 639639 Nas comunicações ópticas digitais são lançados na fibra impulsos de luz que representam valores lógicos 1. Cada bit é alocado na sua própria slot de tempo ou período de bit (T) que é igual ao inverso da taxa de transmissão (Bit Rate –BR). Na maioria dos sistemas os impulsos ópticos à entrada são muito mais estreitos que o período de bit e são temporizados de forma a corresponderem ao centro desse período. À medida que viaja na fibra, o impulso alarga no tempo. Tal resulta na diminuição da sua potência de pico e da energia total transportada no seu período de bit e na transferência de potência para períodos de bit adjacentes. O alargamento aumenta com a distância e pode resultar em erros de leitura no receptor. Assim, de forma a minimizar os erros ou a alcançar uma taxa de erros especificada é necessário limitar a magnitude do alargamento do impulso relativamente ao período de bit. Comunicações por Fibra Óptica Limites de dispersão, alargamento de impulsos e taxa de transmissão 36 Instrumentação Optoelectrónica 640640 Mesmo para fontes laser o impulso de luz, lançado na fibra óptica, possui uma largura espectral ∆λ (largura de linha da fonte – FWHM do espectro da fonte). A maioriadas fontes usadas em telecomunicações possuem espectros gaussianos para os quais o valor rms da largura de linha é dado por: ∆λ(rms) = 0.425·∆λ(FWHM) Já sabemos que a velocidade de propagação da energia dentro de um modo depende o comprimento de onda. Logo, as diferentes componentes espectrais do impulso propagam-se a velocidades diferentes – dispersão intramodal Comunicações por Fibra Óptica Dispersão em fibras monomodo Instrumentação Optoelectrónica 641641 Para fontes com distribuições espectrais gaussianas, os impulsos recebidos possuem distribuições gaussianas no tempo. A largura do impulso detectado é dada por: τ1 = D·L·∆λ com τ1 a largura rms do impulso (em ps) após o comprimento L (em km) ∆λ é a largura rms de linha da fonte (em nm) D é o coeficiente de dispersão da fibra (em ps/km·nm) Se a largura rms do impulso de entrada for τ0 então a largura total do impulso de saída é Comunicações por Fibra Óptica Dispersão em fibras monomodo 2 2 t 1 0τ = τ + τ 37 Instrumentação Optoelectrónica 642642 Nas fibras multimodo, a energia dos impulsos ópticos divide-se entre os diferentes modos de propagação permitidos. Aos diferentes modos correspondem diferentes trajectos ópticos o que resulta em dispersão temporal dos impulsos. Na fibra step-index a dispersão temporal corresponde à diferença entre os tempos de propagação para o modo com incidência igual ao ângulo crítico e o modo longitudinal. Esta diferença é dada por Comunicações por Fibra Óptica Dispersão em fibras multimodo step-index ( ) ( ) 2 22 1 1 1 2 n NA Ln L n n c n n n c ⋅ ⋅ τ = ⋅ ∆ ⋅ = ⋅ + ⋅ com n2 o índice de refracção do núcleo, n1 o índice de refracção da baínha, ∆n = (n2 – n1) e L o comprimento da fibra. Instrumentação Optoelectrónica 643643 Das equações que apresentámos conclui-se que a dispersão intermodal só depende dos índices de refracção da fibra e é independente do comprimento de onda e da largura de linha da fonte. Estas equações são úteis para calcular o limite superior do alargamento do impulso. Na prática é necessário trabalhar com larguras rms e levar em conta a distribuição de energia entre os modos. A expressão empírica para o alargamento do impulso por efeitos intermodais é Comunicações por Fibra Óptica Dispersão em fibras multimodo step-index 2 D Lτ = ⋅ com D o coeficiente rms de alargamento intermodal (em ns/km). Tipicamente varia entre 10 e 50 ns/km para fibras multimodo step-index 38 Instrumentação Optoelectrónica 644644 Nas fibras multimodais o alargamento dos impulsos resulta quer da dispersão intramodal quer da dispersão intermodal. Para impulsos gaussinaos e fontes com espectros gaussianos podemos calcular a largura rms do impulso de saída por: Comunicações por Fibra Óptica Dispersão em fibras multimodo step-index ( )2 2 2 2t 0 1 2τ = τ + τ + τ Instrumentação Optoelectrónica 645645 Pode-se demonstrar que para perfis temporais gaussianos, não se deve permitir uma dispersão para uma largura rms superior a α·T de forma a ter penalizações de potência e taxas de erros de bit aceitáveis. Normalmente considera-se igual α a 0.25. O valor máximo da taxa de bits (BR) é dado por Comunicações por Fibra Óptica Dispersão: implicações C BR L = com C uma constante para um dado sistema, designada por produto distância - bit rate (BR·L) 39 Instrumentação Optoelectrónica 646646 Exemplo Considere o seguinte sistema: Fibra – monomodo para 1300 nm Coeficiente de dispersão intramodal = 5 ps/km·nm Fonte – Laser com largura de linha (rms) = 5 nm Dispersão máxima permitida = 0.25 T a) Qual o limite do comprimento de ligação para uma taxa de 200 Mbit/s? b) Qual a taxa de bits máxima numa ligação com um comprimento de 40 km? Comunicações por Fibra Óptica Dispersão: implicações Instrumentação Optoelectrónica 647647 Exemplo – a) Comunicações por Fibra Óptica Dispersão: implicações 6 1 T 5 ns 200 x10 = = D L 0.25 5000 5 L 5 L 50 km τ = ⋅ ⋅ ∆λ ⋅ = ⋅ ⋅ = 40 Instrumentação Optoelectrónica 648648 Exemplo – b) Comunicações por Fibra Óptica Dispersão: implicações 0.25 T 1000 ps T 4 ns ⋅ ≥ ≥ D L 5 40 5 1000 ps τ = ⋅ ⋅ ∆λ τ = ⋅ ⋅ = max 9 min 1 1 BR 250 Mbit/s T 4 x10− = = =
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