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Caso Concreto Aula 8 Penal I

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Caso Concreto Aula 8
Direito Penal I
Turma 3001
Alisson Jones
Caso concreto. 
Leia à notícia transcrita abaixo e responda às questões formuladas: 
Acidentes sucessivos atingem carro da PSP em Braga. 
Disponível em: Acidentes sucessivos atingem carro da PSP em Braga http://www.jn.pt/local/noticias/braga/braga/interior/acidentes-sucessivos-atingem-carro-da-psp-em-braga- 5050020.html#ixzz4Go2b8OAt 
Acidentes de viação sucessivos envolveram, esta tarde de sexta-feira, em Braga, quatro viaturas, entre as quais a carrinha da Esquadra de Trânsito da PSP, que regularizava o primeiro embate. A circulação na variante à Estrada Nacional 14 (Braga - Porto) e que dá acesso à A3 e à A11 esteve interrompida durante cerca de uma hora, por questões de segurança. Tudo sucedeu a meio da tarde, quando Armindo Castro, de 59 anos, residente em Guimarães, embateu com o seu Mercedes 250 D no separador central em betão daquela variante, ao seguir no sentido Norte - Sul. O condutor fugiu do local para a berma, deixando de ser visto nas imediações, pelo que a primeira viatura da PSP de Braga a chegar ao local não só colocou um triângulo sinalizador, como colocou carrinha policial mais à frente, para reforçar a visibilidade do Mercedes despistado a ocupar a faixa esquerda logo a seguir à curva que dá acesso à A11. Entretanto, a condutora de outro carro, da marca e modelo VW Golf, arrastou o triângulo da PSP e embateu nas traseiras da carrinha policial. Dois agentes da PSP só tiveram tempo de saltar para a outra faixa para não serem atropelados pelo VW Golf que, entretanto, bateu no lado esquerdo de um caminhão da transportadora Isaac Pedroso, de Amares, que seguia pela faixa direita. Dada a sucessão de acidentes e os despojos que se encontravam espalhados pela estrada, a PSP teve que interromper a circulação enquanto os veículos eram sucessivamente retirados e os Bombeiros Sapadores de Braga limpavam a via. A circulação foi reposta cerca de uma hora depois do primeiro embate, regularizando uma fila de trânsito parado com centena de metros. 
Ante a situação fática narrada, com base nos estudos realizados sobre a relação de causalidade, responda de forma objetiva e fundamentada: 
Suponha que a condutora do carro VW Golf tenha perdido o controle sobre a direção quando avistou o triângulo sinalizador e, em decorrência, tenha arrastado o triângulo da PSP e colidido nas traseiras da carrinha policial vindo a atropelar e lesionar os agentes da PSP. Nesta situação hipotética, poderia Armindo Castro, condutor do veículo Mercedes 250 D, ser responsabilizado pelas referidas lesões? 
R.: Não, pois de acordo com a Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais ou Conditio Sine Qua Non, a atitude do caminhoneiro provocou uma causa relativamente independente superveniente, produzindo, por si só, o resultado, rompendo o nexo de causalidade. Logo, Armindo seria inocentado pelos incidentes, mas seria responsabilizado por abandono de veículo em via pública. (art. 13, § 1º CP)	
Fernando Capez ensina que: "O nexo causal só tem relevância nos crimes cuja consumação depende do resultado naturalístico. Nos delitos em que este é impossível (crimes de mera conduta) e naqueles em que, embora possível, é irrelevante a consumação que se produz antes e independentemente dele (crimes formais), não há que se falar em nexo causal, mas apenas em nexo normativo entre o agente e a conduta. Exemplo: no ato obsceno não existe resultado naturalístico: logo, para a existência do crime basta a conduta e o dolo por parte do agente, não havendo que se falar em nexo causal".[1]
Damásio de Jesus defende que não é certo dizer que a omissão produziu o resultado, pois só há ações no plano físico e: "a estrutura da conduta omissiva é essencialmente normativa, não naturalística. A causalidade não é formulada em face de uma relação entre a omissão e o resultado, mas entre este e a conduta que o sujeito estava juridicamente obrigado a realizar e omitiu. Ele responde pelo resultado não porque o causou com a omissão, mas porque não o impediu realizando a conduta a que estava obrigado. A omissão é normativa e não causal".[2]
Toda conduta considerada perigosa gera uma obrigação de agir, mesmo que o indivíduo não tenha agido com dolo ou que a conduta não seja ilícita. Por isso a punição pelo abandono do veículo na via.
Decisão: HABEAS CORPUS Nº 410.476 - RS (2017/0189818-3) RELATOR : MINISTRO JOEL ILAN PACIORNIK IMPETRANTE : ANDREI CALANMATI CARATI MIRANDA E OUTRO ADVOGADOS : LUIZ CARLOS DA ROSA MIRANDA - RS048147 ANDREI CALANMATI CARATI MIRANDA - RS084365 IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PACIENTE : GENI LOURDES DEBONI DECISÃO. (Superior Tribunal de Justiça STJ - HABEAS CORPUS : HC 410476 RS 2017/0189818-3)
Decisão: HABEAS CORPUS Nº 416.601 - SP (2017/0237610-1) RELATOR : MINISTRO ROGERIO SCHIETTI CRUZ IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO ADVOGADO : LEONARDO BIAGIONI DE LIMA - SP326664 IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO PACIENTE : MICAELI DE JESUS MARQUES (PRESO) DECISÃO MICAELI DE JESUS MARQUES. (Superior Tribunal de Justiça STJ - HABEAS CORPUS : HC 416601 SP 2017/0237610-1)
Referência
[1] CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal. Vol. I. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 147 – 148.
[2] DE JESUS, Damásio E. Direito penal, parte geral. Vol. I. 21. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 171.
Questão objetiva. 
Pablo atingiu Luiz com cinco disparos de arma de fogo, um na cabeça, dois no tórax e dois nas pernas. Luiz foi socorrido e levado ao hospital público mais próximo, apurando-se que necessitava de urgente intervenção cirúrgica. No entanto, como, minutos antes de sua chegada ao hospital havia ocorrido grave acidente envolvendo dois ônibus e as vítimas estavam sendo socorridas, não foi possível que os médicos ministrassem a Luiz, de forma imediata, o tratamento necessário. Convocou-se, então, um médico que estava de folga e que, tendo chegado ao hospital 30 minutos após a internação de Luiz, passou a cuidar do paciente. Ainda que Luiz tenha recebido atendimento médico, constatou-se que seu estado de saúde já se havia agravado e, embora ele tenha sido submetido a cirurgia para retirada dos projéteis, não resistiu e veio a falecer. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
a) Houve a superveniência de causa absolutamente independente, consistente na demora no atendimento médico a Luiz, o que implica que Pablo somente responderá pelas lesões corporais causadas. 
b) O resultado morte somente foi produzido em razão da ausência de tratamento médico imediato da vítima, havendo uma ruptura do nexo causal. 
c) Ocorreu uma causa superveniente relativamente independente, que impede a responsabilização de Pablo pelo resultado morte. 
d) O resultado morte decorreu do desdobramento normal da conduta praticada por Pablo, que responderá pelo resultado produzido.
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