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Resumo penal av2

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Erro de tipo
Como se sabe, o erro, em sentido geral, ocorre quando há uma noção inexata ou equivocada acerca da realidade de determinada coisa ou sobre determinados fatos. Exemplificando, quando alguém vai ao supermercado e compra um tomate pensando ser uma maçã, esta pessoa, obviamente, está cometendo um erro.
Já quando se fala em erro de tipo, o “tipo” aqui se refere ao tipo penal, à conduta tipificada no Código Penal como sendo criminosa. Por exemplo, a conduta “Matar alguém” tipificada no artigo 121 do CP como o crime de Homicídio.
Assim, o erro de tipo ocorre quando há uma noção inexata ou equivocada acerca dos elementos constitutivos do tipo penal. Como exemplo pode-se usar o de alguém que está em sua casa e, ao ouvir um barulho no quintal, achando que se tratava de um animal, dispara um tiro, acertando-o.
Depois do tiro, no entanto, ao verificar o corpo, descobriu que este era na verdade o de um homem.
Aqui houve erro tipo porque o agente não considerou em sua atitude que estava a incidir nos elementos do tipo “matar” e “alguém”, já que pensou se tratar de um animal.
Crime Consumado
Conceito (art.14, I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal)
Quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal, ou seja, quando o tipo este inteiramente realizado.
* É consumado: Homicídio e infanticídio, com a morte; a lesão corporal com ofensa a integridade física ou a saúde; o furto com o apossamento da coisa alheia móvel; e o estelionato com a obtenção da vantagem alheia indevida.
Exaurimento: É quando a conduta do agente continua  a produzir outros resultados lesivos apos a consumação do ato.
Consumação ≠ Exaurimento
Consumação nos crimes:
Materiais: A consumação ocorre no evento (morte, lesão, dano).
Formal: É Dispensável o resultado naturalista, e a consumação ocorre sem exigir o resultado pretensioso pelo autor (art. 316 CP -Concussão - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida).
Permanentes: Aqui a consumação se prolonga com o tempo dependendo do sujeito ativo (art. 148 - Sequestro ou cárcere privado).
Culposos: Só a consumação com resultado (art. 121, § 3 - Homicídio Culposo).
Omissivos: Ha consumação ocorre no momento em que o agente deveria agir, mas não o fez (CP, Art. 135 - Omissão de socorro. O Agente não faz o que a norma manda). No impróprio só a consumação com um resultado lesivo.
Intercriminis (Caminho do crime)
Caminho que se passa na cabeça do agente, do momento da sua idéia de realização ate o ato de consumação.
Subjetivamente = Só a cogitação
* Cogitação na lei, não é punida, a não ser no crime de ameaça (art.147), incitação ao crime (art.286), de quadrilha ou bando (art.288).
Objetivamente = Os Atos preparatórios, execução e a consumação
a) Atos Preparatórios: São esternos ao agente, passa da cogitação a ação objetiva e também não são puníveis. Contudo alguns atos possuem tipos penais como: Petrechos para falsificação de moeda falsa (art.291 e 298); atribuir falsamente autoridade para celebrar casamento e etc.
b) Execução: São dirigidos diretamente a pratica do crime. O Critério mais aceito seria a do ataque ao bem jurídico, critério material, quando se houver perigo ao bem jurídico.
c) Consumação: Quando todos os elementos do tipo penal são realizados.
Elementos da Tentativa
A Tentativa situa-se no intercriminis a partir dos atos de execução, desde que não haja consumação por circunstâncias alheias á vontade do agente.
* A Tentativa pode ser interrompida:
a) Por desejo do agente
b) Por circunstâncias alheias a vontade do sujeito ativo
c) Não haverá tentativa, havendo desistência voluntaria ou arrependimento eficaz.
d) Há tentativa mesmo por interrupção externa.
Obs: Lembrando que toda tentativa ela é dolosa.
Tipos de tentativa (atos de execução acabados): Perfeita e Imperfeita; Idônea, relativamente inidônea e absolutamente inidônea; Cruenta e incruenta; Elemento subjetivo; Crime putativo; Desistência voluntaria; Arrependimento eficaz e Arrependimento posterior.
Perfeita (atos de execução inacabados): Quando a consumação não ocorre, apesar do agente ter praticado os atos necessários a produção do evento. Ex: Vitima, depois dos disparos é salva por intervenção dos médicos.
Imperfeita: Quando o agente não consegue praticar todos os atos necessários para consumação por uma interferência externa. Ex: O Sujeito é preso antes de subtrair coisa alheia.
Art. 14 - Consumação e tentativa
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
O crime será consumado quando a conduta do autor se amoldar inteiramente ao tipo penal previsto em lei como criminoso.
 Será tentado quando a conduta dele não realizar inteiramente o tipo penal criminoso, sendo frustrada por circunstâncias alheias à sua vontade.
 A vontade do agente é importante na caracterização da tentativa, pois, se seu agir foi interrompido por sua propria iniciativa, a tentativa não se caracteriza, sendo o caso, então, de desistência voluntária ou de arrependimento eficaz.
 No crime culposo não se cogita a hipótese de tentativa.
 Para a punição da tentativa se considera a extensão da conduta do autor até o momento em que foi interrompida. Quanto mais próxima da consumação, menor deve ser a redução (1/3). De outro lado, quanto mais longe a conduta do autor ficou da consumação delitiva, maior deve ser a redução da pena (2/3). O Juiz deve fixar a redução dentro desses limites, de modo justificado.
Conceito de tentativa
A tentativa é a não consumação de um crime, cuja execução foi inciada, por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Elementos da tentativa
a) Início da execução;
b) A não consumação;
c) A interferência de circunstâncias alheias à vontade do agente.
OBS: O critério adotado para a tentativa é o lógico-formal: Parte de um enfoque objetivo, diretamente ligado ao tipo. A atividade executiva é típica, portanto, o princípio da execução tem de ser compreendido como o início de uma atividade típica.
Formas de tentativa
Imperfeita: Interrupção do processo executório. O agente não chega a praticar todos os atos de execução do crime, por circunstâncias alheias à sua vontade.
Perfeita ou acabada (Crime falho): O agente pratica todos os atos de execução do crime, mas não o consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.
Branca ou incruenta: É a tentativa na qual a vítima não é atingida no processo de execução e por conta disso não sofre nenhum ferimento.
cruenta: É justamente o contrário da tentativa incruenta. Aqui, a vítima é atingida e sofre lesão. A tentativa cruenta, assim como a branca, pode ser perfeita ou imperfeita.
OBS: Quanto mais se aproxima da consumação, menor será a redução de pena (mais próxima de 1/3)
Não admitem tentativa 
Culposas: Salvo culpa imprópria;
Preterdolosas: Latrocínio tentado, por exemplo;
Contravenções penais;
Crimes omissivos próprios (de mera conduta);
Crimes habituais: Ou há habitualidade e o delito se consuma, ou não há e inexiste o crime;
Crimes que a lei só pune se ocorrer o resultado.
Teorias da Tentativa
a) Subjetiva: A tentativa deve ser punida da mesma forma que o crime consumado, pois o que vale é a intenção do agente;
b) Objetiva (ou realística): A tentativa deve ser punida de forma mais branda que o crime consumado, pois objetivamente produziu um mal menor.
Teoria adotada: A objetiva. Não se pune a intenção, mas o efetivo percurso objetivo do inter criminis. 
Critério da redução de pena na tentativa
A pena do crime tentado será a do consumado,diminuída de 1/3 a 2/3. Quanto mais próximo o agente chegar da consumação, menor será a redução. Por isso, na tentativa branca a redução será sempre maior do que naquela em que a vítima sofre ferimentos graves. Essa decisão ocorreu de forma jurisprudencial.
Art. 18 - O dolo e a culpa
Art. 18 - Diz-se o crime: 
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
 Como regra, a conduta do homem é sempre voltada a uma finalidade, um objetivo. Efetivamente, o que motiva a conduta do ser humano é sempre a obtenção de um resultado. 
 Na natureza, de outro lado, os demais serem vivos agem por instinto e, ainda que alcancem determinados objetivos com sua conduta, não há evidências de ela é conscientemente direcionada ao resultado que alcançam.
 Essa premissa do ato humano, de ser motivado por um finalidade, é o que caracteriza o dolo e, em face da lei penal, define o crime doloso.
 De fato, a doutrina destaca que o dolo advém da consciência do autor de que sua conduta o levará a um resultado criminoso, previsto no tipo penal. E para que aquele se caracterize, os elementos do dolo, consistentes na consciência da conduta, do resultado e do nexo causal, devem estar presentes.
 Sobre a ação humana, pode se dizer que ela se desdobra em duas etapas, a idealização do modo como agirá para obter o resultado e a efetiva prática da ação imaginada, que produzirá efeitos no mundo exterior. No direito penal, somente o segundo momento é objeto da tutela repressiva e é nele que se encontra o dolo da conduta do autor.
 O crime doloso, então, ocorre quando o autor quis o resultado de sua conduta ou assumiu, com ela, o risco de produzi-lo.
 Nos desdobramentos do dolo, quando indireto, alternativo ou eventual, deve se ter presente que, mesmo tendo o autor dúvida que sua conduta pode ou não levar a um resultado criminoso, mas sabendo que este pode ocorrer, caso venha agir, ele assume o risco produzir o resultado. Haverá, então, a caracterização do dolo, justamente porque assumiu o risco do resultado tipificado na lei penal.
 Sobre a culpa, o Código Penal pugna seu reconhecimento quando presentes a imprudência, a negligência ou a imperícia na ação do autor.
 É correto afirmar, aqui, que a conduta do autor foi voluntária, mas o resultado alcançado não era pretendido, tendo ocorrido por sua negligência, imprudência ou imperícia, porque deixou de tomar um cuidado objetivo, que lhe era exigível em face das circunstâncias.
 A imprudência reside na conduta afoita, açodada, apressada e sem os devidos cuidados.
 A negligência é a displicência, o desleixo em face de uma cautela que não foi adotada.
 A imperícia é a falta de habilidade, de aptidão ou de conhecimento técnico para a realização de determinado ato, advindo dele o resultado lesivo.
 Entre o dolo e a culpa pode haver tênue divisão, notadamente quanto se confronta o dolo eventual e a culpa consciente. Contudo, há diferenças. Naquele, o autor, mesmo percebendo possível o resultado criminoso, pratica a conduta, aceitando a possibilidade do resultado. Na culpa consciente, de outro lado, o autor o recusa, mesmo tendo ciência de que ele pode acontecer.
 Como regra geral, no Brasil, o delito previsto em lei só pode ser punido quando praticado dolosamente. Para que seja punido culposamente deve haver expressa previsão normativa nesse sentido. Assim, caso se pratique de forma culposa um delito previsto apenas na modalidade dolosa, estará afastada a tipicidade da conduta, já que a conduta do autor não se amoldou perfeitamente ao tipo penal previsto em lei. Esse é o espírito da norma prevista no parágrafo único do artigo 18 do Código Penal brasileiro.
Tipicidade
A tipicidade consiste no nome que se dá ao enquadramento da conduta concretizada pelo agente na norma penal descrita em abstrato. Isto é, para que haja crime é necessário que o sujeito realize, no caso concreto, todos os elementos componentes da descrição típica (definição legal do delito).
São exemplos mais comuns: erro de tipo inevitável, invencível, escusável; desistência voluntária e arrependimento eficaz; coação física irresistível; crime impossível e a aplicação do princípio da insignificância.
Ilicitude
A ilicitude é a contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico, consistindo na prática de uma ação ou omissão ilegal. Isto é, a conduta é contrária ao Direito. A princípio todo fato típico também é ilícito. Contudo, por vezes, mesmo que uma pessoa cometa uma conduta típica, há na lei exceções permissivas para sua conduta, de modo que não há ilicitude da ação. Por exemplo: matar alguém como legítima defesa, a lei considera que a conduta não é ilícita.
Note-se, quando isso ocorre, o fato permanece típico, mas não há crime, excluindo-se a ilicitude, e sendo ela requisito do crime, fica excluído o próprio delito; em consequência, o sujeito deve ser absolvido. São causas que excluem a ilicitude do fato: estado de necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento de dever legal; exercício regular de direito.
Culpabilidade
A culpabilidade é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma infração penal. Por essa razão, costuma ser definida como “juízo de censurabilidade” e “reprovação” exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito. “Não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição de pena”.
Na culpabilidade afere-se apenas se o agente deve ou não responder pelo crime cometido. Segundo o Código penal são elementos da culpabilidade: a imputabilidade; a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa.
Com isso, caso existam circunstâncias que afastem esses elementos, por exemplo, a inimputabilidade do menor de 18 anos, o fato deixa de ser culpável.
As excludentes de culpabilidade são: doença mental; menoridade; embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior; erro de proibição; coação moral irresistível e obediência hierárquica.
Art. 20 - Erro sobre elementos do tipo
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Descriminantes putativas
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
Erro determinado por terceiro 
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
Erro sobre a pessoa
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
 O erro sobre algum elemento do tipo penal constitui o que a doutrina denomina erro de tipo. Ele ocorre quando, numa situação concreta, o autor do fato não acredita na existência  de algum elemento do tipo que, na verdade, está presente. Caso reste verificado o efetivo engano, advindo de imprudência, negligência ou imperícia, afasta-se o dolo de sua conduta, remanescendo, contudo, a culpa. 
 Neste caso, ele será punido como incurso na prática de crime culposo, caso haja previsão legal nesse sentido.
 De outro lado, ainda que não haja expressa menção no caput do artigo 20 do Código Penal, tem-se que a absoluta imprevisibilidade do erro é apta para exclui tanto o dolo como a culpa. Nesta hipótese, contudo, o erro deve ser reconhecido como inevitável.
As descriminantes putativas, por sua vez, nascem igualmente de um erro do autor. Em face destas, contudo, ele acredita estar diante de uma verdadeira legítima defesa, um estado de necessidade, etc., enfim, de uma autênticadescriminante. Mas, na verdade, sua percepção dos fatos é equivocada e a descriminante foi apenas imaginada por ele, pois, de fato, ela não existe.
 Nestas hipóteses, se as circunstâncias justificavam de modo absoluto o engano do autor, estará ele isento de pena. No entanto, tratando-se de erro inescusável, ele responderá por crime culposo, se houver previsão de alguma modalidade culposa do delito.
 Na hipótese do §2.º do artigo 20 do Código Penal transfere-se a responsabilidade do fato ao terceiro que provocou o erro. No entanto, ele só responderá pelo erro se teve condições de determiná-lo como tal, de forma dolosa ou culposa.
 A disciplina do §3.º do artigo 20 do Código Penal, por sua vez, estabelece que, na hipótese de erro sobre a pessoa ofendida, prevalece, para efeitos penais, as condições ou qualidades daquela que o autor pretendia lesar.
Art. 21 - Erro sobre a ilicitude do fato
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
 O dispositivo em análise destaca já no início que o desconhecimento da lei é injustificável. Segue, assim, a regra do art. 3.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, de que ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que não a conhece.
 O erro aqui previsto não repousa sobre os elementos do tipo penal, presentes na situação concreta, e tampouco há equívoco sobre alguma descriminante. O que se verifica é uma situação de fato na qual não é possível perceber o caráter ilícito da conduta, se tal ausência/impossibilidade de perceber o ilícito é inevitável, o autor ficará isento de pena, pois, pelas circunstâncias, ele acreditará que está agindo licitamente. Se ela for evitável, contudo, haverá apenas uma diminuição da pena, de 1/6 a 1/3, a critério do Juiz. O que a doutrina menciona é que, aqui, fica ausente a culpabilidade do autor, ou ela será reduzida.
ERRO DE PROIBIÇÃO:
Com fulcro no art. 21 do Código Penal, é fácil depreender-se que o erro de direito prejudica: o desconhecimento da lei é inescusável. Se assim não o fosse, estaria se tratando com grande benevolência aquele que invocasse, como escusa, a ignorância da lei, cuja obrigação seria a de evitar a vedação da ordem jurídica, por uma simples questão de intuição.
É erro de proibição aquele que se traduz no falso conhecimento ou desconhecimento, impedindo o agente de verificar a ilicitude do seu comportamento, ficando impossibilitado de evitar a ilicitude. É um erro sobre a ilicitude do fato, através do qual o agente acredita estar realizando uma conduta lícita (art. 21, p. único, CP).
Segundo Damásio de Jesus, existem três situações nas quais se pode detectar o erro de proibição:
erro ou ignorância do direito — o sujeito sabe o que faz, porém não conhece a norma jurídica ou não a conhece bem e a interpreta mal (erro de proibição direto);
suposição errônea da existência de causa de exclusão da ilicitude não reconhecida juridicamente (erro de proibição indireto);
descriminantes putativas — o sujeito supõe, erradamente, que ocorre uma causa excludente da ilicitude.
Pode o erro de proibição ser escusável ou inevitável e inescusável ou evitável.
O escusável é aquele em que incorre o agente, mesmo tendo usado da prudência exigível ao homem médio. Incorrendo neste erro é o agente isento de pena (art. 21, CP).
Já no que se refere ao erro inescusável, o agente não tem o conhecimento da ilicitude da situação, face à imprudência, descuido ou desídia. Neste caso, não haverá isenção de pena, mas redução, de um sexto a um terço (art. 21, CP).
Art. 23 - Exclusão da ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
 A ação do homem será típica sob o aspecto criminal quando a lei penal a descreve como sendo um delito. Numa primeira compreensão, isso também basta para se afirmar que ela está em desacordo com a norma, que se trata de uma conduta ilícita ou, noutros termos, antijurídica.
 Essa ilicitude ou antijuridicidade, contudo, consistente na relação de contrariedade entre a conduta típica do autor e o ordenamento jurídico, pode ser suprimida, desde de que, no caso concreto, estejam presentes uma das hipóteses previstas no artigo 23 do Código Penal: o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento do dever legal ou o exercício regular de direito.
 O estado de necessidade e a legítima defesa são conceituados nos artigos 24 e 25 do Código Penal, merecendo destaque, neste tópico, apenas o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular de um direito, como excludentes da ilicitude ou da antijuridicidade.
 A expressão estrito cumprimento do dever legal, por si só, basta para justificar que tal conduta  não é ilícita, ainda que se constitua típica. Isso porque, se a ação do homem decorre do cumprimento de um dever legal, ela está de acordo com a lei, não podendo, por isso, ser contrária a ela. Noutros termos, se há um dever legal na ação do autor, esta não pode ser considerada ilícita, contrária ao ordenamento jurídico.
 Um exemplo possível de estrito cumprimento do dever legal pode restar configurado no crime de homicídio, em que, durante tiroteio, o revide dos policiais, que estavam no cumprimento de um dever legal, resulta na morte do marginal. Neste sentido - RT 580/447.
 O exercício regular de um direito, como excludente da ilicitude, também quer evitar a antinomia nas relações jurídicas, posto que, se a conduta do autor decorre do exercício regular de um direito, ainda que ela seja típica, não poderá ser considerada antijurídica, já que está de acordo com o direito.
 Um exemplo de exercício regular de um direito, como excludente da ilicitude, é o desforço imediato, empregado pela vítima da turbação ou do esbulho possessório, enquanto possuidor  que pretende reaver a posse da coisa para si (RT - 461/341).
  A incidência da excludente da ilicitude, conduto, não pode servir de salvo conduto para eventuais excessos do autor, que venham a extrapolar os limites do necessário para a defesa do bem jurídico, do cumprimento de um dever legal ou do exercício regular de um direito. Havendo excesso, o autor do fato será responsável por ele, caso restem verificados seu dolo ou sua culpa. Nesse sentido é a regra do parágrafo único do artigo 23 do Código Penal.
Art. 24 - Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
 § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
 Como primeira causa de exclusão da ilicitude, arrolada no inciso I do artigo 23 do Código Penal, o estado de necessidade se configura quando a prática de determinado ato, descrito como crime, é voltado à defesa de direito do autor ou de outrem, motivado por situação de fato que ele não provocou e que também era inevitável. Aqui, mesmo sendo delituosa, a ofensa a outro bem jurídico serve para salvar direito próprio ou de terceiro, cujo sacrifício não era razoável, diante das circunstâncias.
 A doutrina exige a existência de um efetivo perigo ao bem jurídico do autor ou de terceiro, que pode advir de uma força da natureza, como um desastre natural ou outra situação de perigo,  eventualmentetambém decorrente da atuação de outrem. Contudo, ela não pode ter sido causada pelo próprio autor e deve ser atual.
 Quem está sob o dever legal de enfrentar o perigo não invocar o estado de necessidade, já que, confrontá-lo, é sua obrigação funcional (policiais, bombeiros etc.).
 De outro lado, se a análise dos fatos demonstra que, em face do ilícito praticado pelo autor, era razoável exigir o sacrifício do direito que pretendia defender, não se falará em excludente de ilicitude, remanescendo, apenas, a possibilidade de redução da pena pelo Juiz, na forma do § 2º do artigo 24 do Código Penal.
Art. 25 - Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
 A legítima defesa ocorre quando seu autor pratica um fato típico, previsto em lei como crime, para repelir a injusta agressão de outrem a um bem jurídico seu ou de terceiro.
 Tal agressão deve ser proveniente de ato humano, caso contrário, poderá restar  caracterizado o estado de necessidade.
 E, assim como no estado de necessidade, a legítima defesa também pressupõe uma agressão atual ou iminente (prestes a ocorrer). Outrossim, deve ser injusta, não cabendo invocá-la quando a agressão ao bem jurídico decorre de provocação do autor.
 De outro lado, a ação do autor, para que seja reconhecida como excludente da ilicitude, deve se dar com o emprego moderado dos meios necessários para repelir agressão, exigindo a lei que aquele mensure os meios necessários para resguardar o bem jurídico tutelado.
 O excesso do autor, aquilo que extrapolar o necessário para a defesa do bem jurídico em ameaça, não será albergado pela legítima defesa e é passível de responsabilização, na hipótese de haver dolo ou culpa.
Conceito
Antes de nos atermos, propriamente, ao desenvolvimento do tema em epígrafe, mister se faz conceituarmos o que seja erro de tipo, bem como, erro de proibição.
Erro é um juízo falso, um desacerto ou engano em relação a alguma coisa.
No campo do Direito Penal sobressaem-se duas espécies de erro: erro de tipo e erro de proibição, ambos com nuances peculiares que serão expostas ao longo deste trabalho.
Por erro de tipo entende-se aquele que incide sobre elementos ou circunstâncias do tipo, pressupostos de fato de uma excludente da ilicitude. Esta espécie de erro exclui o dolo (evitável ou inevitável) e, por conseguinte, a tipificação de um delito doloso, sem contudo eximir o agente da responsabilidade por crime culposo, se previsto (art. 20, CP).
No que se refere a erro de proibição, pode-se conceituá-lo como erro sobre a antijuricidade de uma ação típica conhecida pelo agente. É o caso do agente desenvolver um ação tipificada como crime, supondo que sua conduta coaduna-se com o direito.
Erro de tipo e delito putativo por erro de tipo
Quando o sujeito pretende praticar um crime, o qual não se efetiva em face do sujeito haver incorrido em erro, consubstanciando tal prática em, apenas, um indiferente penal, ocorre delito putativo por erro de tipo.
Formas do erro de tipo[editar]
Essencial[editar]
É o erro que incide sobre elementos ou circunstâncias do tipo legal de crime, impossibilitando que o sujeito compreenda a natureza criminosa da sua conduta.
Subdivide-se em:
a) invencível - aquele que não pode ser evitado pela diligência ordinária;
b) vencível - aquele que pode ser evitado pela diligência ordinária e não o foi por negligência ou imprudência.
Acidental[editar]
É o erro que incide sobre elementos secundários da figura típica. Aqui aparecem o erro sobre a pessoa e o erro de execução como principais espécies.
Efeitos do erro de tipo essencial[editar]
Tratando-se de erro de tipo essencial invencível haverá exclusão do dolo e da culpa, em face do sujeito, após a utilização da diligência ordinária não ter tido meios de evitar um resultado que não foi fruto de sua vontade, nem decorrente de negligência ou imprudência.
Existem erros que incidem sobre circunstâncias (genéricos, agravantes, etc). Neste caso, tais circunstâncias não incidirão no cômputo da pena, serão excluídas.
O erro em relação à condição integrante do tipo ensejará a desclassificação para outro delito (o erro pode incidir sobre elementos e circunstâncias, desconfigurando um determinado crime, porém, não eximindo o agente da responsabilidade por outro).
Enfocando o erro de tipo essencial vencível, é notada, também, a exclusão do dolo, não sendo, contudo, excluída a culpa, se esta for prevista (art. 20, CP), persistindo desta forma, a punição a título de culpa.
Descriminantes putativas[editar]
Quando o sujeito, agindo em virtude do erro, acredita encontrar-se diante de uma causa excludente da ilicitude. Alguns autores falam que são erro de proibição outros falam que são erro de tipo e outros dizem que é uma 3 espécie de erro.A descriminante putativa isenta de pena em algumas situações, mas a forma putativa não exclui a ilicitude. EXEMPLO: Se no cinema dispara o alarme de incêndio e você para sair primeiro lesiona a pessoa que está na sua frente e depois descobre que tudo foi um trote. Não existiu um perigo atual e sim um putativo(ou seja, só se pensava que existia)O maxímo que se pode responder nessa situação é por culpa mesmo tendo a vontade.
O sujeito supõe estar agindo licitamente ao acreditar que estão presentes os requisitos de uma das causas/justificativas previstas em lei. Quais sejam (art. 23, CP):
Estado de necessidade[editar]
Haverá estado de necessidade putativo quando o sujeito acreditar, por erro, que se encontra em situação de perigo.
Legítima defesa[editar]
Sua forma putativa estará sempre presente quando o agente supuser, por erro, que está sendo agredido (agressão real, atual ou eminente) e repele a suposta agressão.
Há erro de tipo quando o erro do sujeito recai sobre a existência da agressão, e erro de proibição quando o erro do sujeito recai sobre a injustiça da agressão.
Estrito cumprimento do dever legal[editar]
Quando alguém, por erro, imaginando estar agindo em conformidade com o dever legal, dever autorizado por lei, encontra-se na forma putativa desta excludente de antijuricidade.
Exercício regular do direito[editar]
A descriminante putativa evidenciar-se-á na situação em que o agente supor, por erro, estar exercitando um direito subjetivo ou faculdade prevista na lei (penal ou extrapenal).
É de se ressaltar, também, a existência de causas excludentes de culpabilidade putativa quando o sujeito, por erro, vê-se diante de coação moral irresistível ou obediência hierárquica, cometendo um fato típico.
Coação moral irresistível[editar]
Existe uma ameaça inevitável, insuperável, acompanhada de um perigo sério, que vicia a vontade do coacto de tal forma, a impedi-lo de cumprir o dever jurídico, não sendo razoável a este expor-se a qualquer que seja o dano. Sua forma putativa ocorre quando o agente imagina encontrar-se sob coação moral irresistível por erro. Neste caso, haverá exclusão da culpabilidade
Obediência hierárquica[editar]
Há de se observar, levando-se em conta sua forma putativa, que o sujeito acredita estar diante de uma ordem não manifestamente ilegal, prestando a esta, por erro, estrita obediência. O sujeito acredita que a ordem é legal e, em decorrência, pratica o fato típico (é um caso de erro de proibição). Neste caso, há exclusão do dolo e da culpa com relação àquele que agiu acreditando estar em estrito cumprimento do dever legal, sendo punido o autor da ordem manifestamente ilegal (erro praticado por terceiro).
Erro praticado por terceiro[editar]
O agente atua por erro em virtude de provocação ou determinação de terceiro, que pode ser dolosa ou culposa.
A provocação culposa decorre de uma ação de terceiro eivada de imprudência, negligência ou imperícia. O terceiro, então, responderá culposamente pelo delito culposo a que o sujeito foi induzido a praticar (art. 20, § 2º, c/c art. 18, II, CP).
A provocação dolosa é decorrente de erro preordenadopelo terceiro. Este, desejando a prática do fato delituoso, induz o sujeito a fazê-lo, face ao erro. Neste caso, o terceiro responderá pelo crime dolosamente (art. 20, § 2º, c/c art. 18, I, CP).
A situação do sujeito provocado dependerá da análise do tipo de erro: se invencível, será excluído o dolo e a culpa, não sendo responsabilizado; se vencível, será responsabilizado a título de culpa, se esta for prevista (art. 20, CP).
É de se salientar, porém, o caso em que o terceiro provocador e o provocado agem dolosamente e o caso em que o terceiro provocador age culposamente e o provocado dolosamente. No primeiro caso, ambos desejam a consumação do fato delituoso, sendo responsabilizados, igualmente, a título de dolo. No segundo caso, o terceiro age culposamente na provocação do sujeito (por imprudência, negligência ou imperícia) e este, o sujeito, desejando a prática do fato delituoso, aproveita-se da provocação culposa do terceiro e age de acordo com sua vontade, livre e c onscientemente. Haverá, nesta situação, a responsabilização do terceiro por delito culposo e a do sujeito provocado por delito doloso.
Erro acidental[editar]
Erro de tipo acidental é aquele que, versando sobre elementos acidentais do delito ou sobre a conduta de sua execução, não exclui o dolo, em face do sujeito agir com o entendimento do caráter ilícito do seu comportamento.
O erro acidental apresenta-se sob diversas formas:
Erro sobre o objeto (error in objecto)[editar]
O objeto material que aqui é tratado restringe-se à coisa. O sujeito pensa estar sua conduta recaindo sobre uma determinada coisa, enquanto, na verdade, recai sobre outra. Tal erro não exclui o crime, pois troca de objetos não impede a tipificação do delito e configuração do dolo.
Erro sobre a pessoa (error in persona)[editar]
Em virtude do erro, a conduta delituosa do sujeito atinge pessoa diversa da pretendida. É de se observar que o agente pensa que está atingindo a vítima pretendida.
Tal espécie de erro só é admissível nos crimes dolosos.
A tutela penal é extensiva a todas as pessoas. Desta forma, o fato do crime haver sido cometido contra a pessoa errada, não excluindo o dolo, não exime o agente de responder a título de dolo pela conduta típica. O que se levará em conta, no entanto, não serão as condições e qualidades da vítima efetiva, mas sim da vítima virtual (aquela sobre a qual o sujeito pretendia que sua conduta típica atingisse — art. 20, § 3°, CP).
Erro na execução (aberratio ictus)[editar]
Entende-se por aberratio ictus a aberração no ataque ou desvio do golpe. Faz-se presente quando o sujeito pretende atingir determinada pessoa e vem a ofender outra. Aqui o agente não se engana quanto à vítima, mas, por erro, atinge outra pessoa (art. 73, CP).
Assemelha-se ao erro sobre a pessoa, diferenciando por dois aspectos:
Na aberratio ictus a vontade não é viciada no momento da realização do fato delituoso, o que existe é um erro ou acidente no emprego dos meios de execução deste fato, enquanto que no erro sobre a pessoa o agente pensa estar produzindo sua conduta típica sobre uma pessoa quando se trata de outra;
Na aberratio ictus a vítima pretendida sofre perigo de dano, enquanto que no erro sobre a pessoa somente a vítima efetiva sofre algum dano.
A aberratio ictus apresenta-se sob duas formas:
a) Com unidade simples Ocorre quando, em virtude do erro, decorre um resultado único sobre um terceiro que o suporta: lesão corporal ou morte.
Duas teorias procuram explicar este espécie. A primeira vê a existência de dois crimes quando há a morte da vítima efetiva (tentativa de homicídio em relação à vítima virtual e homicídio culposo em relação à vítima efetiva), ou quando há lesão corporal desta mesma vítima (tentativa de homicídio em relação à vítima virtual e lesão corporal culposa em relação à vítima efetiva).
A segunda teoria, adotada pelo nosso Código Penal, admite a existência de apenas um crime (tentado ou consumado), em duas hipóteses: quando a vítima efetiva sofre lesão corporal e o agente responde por tentativa de homicídio (absorvendo a lesão corporal culposa) e quando a vítima é morta, respondendo o agente por homicídio doloso.
É importante observar, mais uma vez, que o que se aplica são as condições e qualidades da vítima virtual e não as da vítima efetiva (art. 20, § 3°, CP).
b) Com unidade complexa Ocorre quando, em virtude do erro, decorre resultado duplo.
Parte da doutrina não vê o aberratio ictus com duplicidade de resultado, apenas com unidade simples. Admite esta teoria um concurso formal de crimes, em que concorrem dois crimes: um homicídio doloso (tentado ou consumado) em relação à vítima virtual (pretendida) e um homicídio ou lesão corporal culposos em relação à vítima efetiva (terceiro).
São, portanto, seis as hipóteses em que pode ocorrer o aberratio ictus:
O agente fere um terceiro — responderá por tentativa de homicídio;
O agente mata um terceiro — responderá por crime de homicídio doloso consumado;
O agente mata a vítima pretendida e um terceiro — responderá por homicídio doloso consumado, tendo a pena aumentada de um sexto até a metade em face do concurso formal (art. 73; art. 70, CP);
O agente mata a vítima pretendida e fere um terceiro — responderá por crime de homicídio doloso consumado, tendo a pena aumentada de um sexto até a metade em face do concurso formal (art. 73; art. 70, CP);
O agente fere a vítima pretendida e um terceiro — responderá por uma tentativa de homicídio doloso, tendo a pena aumentada de um sexto até a metade em face do concurso formal (art. 73; art. 70, CP);
O agente fere a vítima pretendida e mata um terceiro — responderá por homicídio doloso consumado, tendo a pena aumentada de um sexto até a metade em face do concurso formal (art. 73; art. 70, CP).
No caso do agente ter previsto a possibilidade do terceiro vir a ser atingido, a questão já não mais será analisada como concurso formal e sim como concurso material, caso em que as penas serão somadas e não, como nos casos anteriores, somente acrescidas. Aqui é que se dá a presença do dolo eventual juntamente com o dolo direto, ensejando, pois, o cúmulo material (art. 69, CP).
Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis ou aberratio delitis)[editar]
Agora trata-se do desvio do crime. O agente querendo atingir um determinado bem jurídico com sua conduta delituosa, ofende outro bem jurídico de diferente espécie.
De acordo com o nosso Código Penal (art. 74), se o agente pratica a conduta típica e obtém resultado diverso do pretendido, será punido a título de culpa. Se o agente quer atingir uma coisa e atinge uma pessoa, será responsabilizado a título de culpa, homicídio ou lesão corporal. Se diversamente pretende atingir uma pessoa e atinge uma coisa, não responderá por crime de dano, pois não existe a forma culposa; poderá responder por tentativa de homicídio ou lesão corporal, de acordo com o elemento subjetivo. Se o agente quer atingir uma pessoa e, além de atingi-la, atinge também uma coisa, responderá apenas pelo resultado produzido na pessoa. Se o agente quer atingir uma coisa e atinge, também, uma pessoa, responderá pelo crime de dano e por homicídio ou lesão corporal culposa em concurso formal, havendo o acréscimo de um sexto até a metade à pena do crime mais grave (art. 74; art. 70, CP).
Havendo resultado duplo, com a conduta consubstanciada em dolo direto com relação a um e com dolo eventual em relação ao outro, a regra aqui aplicada é a do concurso material, com a soma das penas (art. 69, CP).
Erro de proibição[editar]
Com fulcro no art. 21 do Código Penal, é fácil depreender-se que o erro de direito prejudica: o desconhecimento da lei é inescusável. Se assim não o fosse, estaria se tratando com grande benevolência aquele que invocasse, como escusa, a ignorância da lei, cuja obrigação seria a de evitar a vedação da ordem jurídica, por uma simples questão de intuição.
É erro de proibição aquele que se traduz no falso conhecimento ou desconhecimento, impedindo o agente de verificar a ilicitudedo seu comportamento, ficando impossibilitado de evitar a ilicitude. É um erro sobre a ilicitude do fato, através do qual o agente acredita estar realizando uma conduta lícita (art. 21, p. único, CP).
Segundo Damásio de Jesus, existem três situações nas quais se pode detectar o erro de proibição:
erro ou ignorância do direito — o sujeito sabe o que faz, porém não conhece a norma jurídica ou não a conhece bem e a interpreta mal (erro de proibição direto);
suposição errônea da existência de causa de exclusão da ilicitude não reconhecida juridicamente (erro de proibição indireto);
descriminantes putativas — o sujeito supõe, erradamente, que ocorre uma causa excludente da ilicitude.
Pode o erro de proibição ser escusável ou inevitável e inescusável ou evitável.
O escusável é aquele em que incorre o agente, mesmo tendo usado da prudência exigível ao homem médio. Incorrendo neste erro é o agente isento de pena (art. 21, CP).
Já no que se refere ao erro inescusável, o agente não tem o conhecimento da ilicitude da situação, face à imprudência, descuido ou desídia. Neste caso, não haverá isenção de pena, mas redução, de um sexto a um terço (art. 21, CP).
Conclusão
Numa rápida pincelada acerca do ERRO, o que se depreende é que parte dos delitos são praticados tendo como causa erros, juízos falsos, que levam seus autores a realizar condutas tipificadas no Código Penal como crime, valendo ressaltar que muitas vezes tais enganos não são espontâneos, mas provocados por terceiras pessoas que se interpõem na mesma relação.
TEORIA DO CRIME :
INTRODUÇÃO
A teoria geral do delito é um segmento do direito penal responsável por conceituar o crime a partir de três teorias/conceitos, são eles o Conceito Formal, Conceito Material e Conceito Analítico de Crime. Dentro do Conceito Analítico temos duas correntes em particular que nos interessarão mais adiante em nosso estudo, a Teoria Finalista (Bipartida) e a Teoria Clássica (Tripartida). Serão analisadas as posições dos principais mestres do direito penal brasileiro em relação às duas teorias.
DOS CONCEITOS DE CRIME
Conceito Formal De Crime
O Conceito Formal de Crime é conhecido por analisar o delito como um aspecto externo, é um conceito pouco abrangente por definir o delito como todo fato humano contrário à lei. Aqui, se a ação contrariar-se à lei, é crime.
Conceito Material De Crime
Diferentemente do Conceito Formal, o Conceito Material visa à proteção do bem antes mesmo deste ser lesado por ato antijurídico. Este conceito define o crime como todo fato que causa ou expõe a perigo de lesão um bem jurídico. Aqui, o crime é analisado por um ângulo diferente.
Conceito Analítico De Crime
O melhor dos conceitos para o juiz decidir se há ou não crime nos casos concretos da vida quotidiana, o Conceito Analítico se difere de seus concorrentes à medida que este fatia o crime, o observa por diferentes e, consequentemente, mais aspectos analíticos.
De acordo com esse conceito o crime pode ser segmentado em quatro diferentes seções:
Ação/Omissão + Tipicidade + Antijuridicidade + Culpabilidade.
Não estando presentes qualquer um destes aspectos/níveis, o fato torna-se desconsiderado como crime, não havendo então necessidade de intervenção do Direito Penal por meio de sanção punidora (seja esta uma pena privativa de liberdade ou medida de segurança) do agente.
O Conceito Analítico também comporta duas vertentes responsáveis por dividir os pensamentos doutrinários quando conceituam o crime. São elas a Teoria Finalista, também conhecida como Bipartida, e a Teoria Clássica, conhecida por Teoria Tripartida ou Tripartite.
DAS CLASSIFICAÇÕES DO CRIME
Teoria Bipartida
A Teoria Bipartida define o crime como fato típico e antijurídico apenas. Está aqui a culpabilidade excluída como um dos níveis do crime. Não estando presente como um aspecto do crime, a culpabilidade está presente nesta teoria como apenas um pressuposto de aplicação de pena.
Alguns dos autores que sustentam tal teoria são os doutrinadores: Damásio de Jesus, Fernando Capez, Julio Fabbrini Mirabete, Celso Delmanto e Cleber Masson.
Teoria Tripartida
Já a Teoria Tripartida tem por norteador a ideia do crime ser considerado fato típico, antijurídico e culpável, assim como na definição segmentada anteriormente pelos quatro aspectos do conceito analítico.
Tal teoria representa a posição mais apoiada pelo direito penal brasileiro e internacional.
São defensores desta teoria os doutrinadores: Guilherme Nucci, Heleno Fragoso, Francisco de Assis Toledo, Luís Regis Prado e Rogério Greco.
Diferenças Na Aplicação Desses Conceitos
Muitos doutrinadores consideram a teoria bipartida incompleta por esta não englobar a culpabilidade como fator constituinte do crime. A teoria tripartida, porém, apresenta-se mais engajada no sentido de integrar o dolo e a culpa como preceito essencial no corpo do delito. A diferença encontra-se mais evidente na teoria, pois na prática, para ambas as teorias, se não houver culpabilidade não haverá a imposição de pena.
Na teoria bipartida o dolo e a culpa são retirados da culpabilidade e incluídos no fato típico, adicionando assim mais um elemento a este. Aqui, o indivíduo terá o resultado imputado a si já na fase da ação e não precisarão ser analisadas todas as outras fases para ser comprovada a inocência ou culpa do agente.
POSIÇÃO CONCLUSIVA DO ALUNO
Atualmente todos os elementos do crime são considerados pressupostos para aplicação de pena para o direito penal, logo a teoria bipartida mostra-se incoerente por não englobar a culpabilidade em sua definição de crime, o que nos remete à segunda teoria apresentada nesse estudo, a teoria tripartida (que também é a mais adotada pela doutrina).
Porém, na minha opinião, a Teoria Bipartida deve ser sustentada por nessa haver o crime sem que haja dolo ou culpa; o crime continuaria a imputar ou não o indivíduo pela culpabilidade, porém aqui haveria a existência do crime, com ou sem a culpabilidade, diferentemente da tripartida, onde sem a culpabilidade, não há crime.
CONDUTA , RESULTADO E RELAÇÃO DE CAUSALIDADE:
Conduta – Resultado – Nexo Causal – Tipicidade (Penal)
Publicado em 13 de junho de 2016por Amanda Nonn
CRIME => Fato Típico=> Conduta, Resultado => Nexo Causal, Tipicidade (tipicidade objetiva, tipicidade subjetiva) => Dolo, Culpa.
Antijurídico;
Culpável.
Conduta
I. Conceito: É a Ação ou omissão humana voluntária e consciente dirigida a uma finalidade.
II. Causas de Exclusão da Conduta: (Formando a palavra C H A)
1. Coação física irresistível -> O coautor utiliza o corpo do coagido com emprego de força física para com ele praticar o crime.
2. Hipnose e sonambulismo -> São situações em que não há conduta absoluta ausência da consciência.
3. Ato reflexo -> São os movimentos corporais involuntários. Exemplo: a convulsão, a epilepsia.
III. Classificação dos Crimes quanto a Conduta:
Comissivos (Lei descreve uma ação) art.121, “matar”; art. 155 “subtrair”; art. 217 “manter”;
 Omissivos Próprios (Lei descreve uma omissão) art.135 “deixar de”; art. 244 “deixar de”; art. 259” deixar de”.
Omissivos Impróprios ou Comissivo por omissão (Lei descreve uma ação) na prática são praticados por omissão, quando quem se omite era “garante”) art. 121 por omissão; art. 155 por omissão, art. 217-A por omissão.
“A” omitiu-se e “B” morreu=> Se o “A” não era garante, vai responder por omissão de socorro (omissivo próprio); Se o “A” era garante, vai responder por homicídio (omissivo impróprio).
IV. Resultado:
Conceito: É a modificação do mundo exterior provocada pela conduta.
Nem todo crime exige resultado para se consumar.
Classificação dos crimes quanto ao resultado:
MATERIAL – A lei prevê um resultado e exige que ele ocorra para que o crime se consuma. Exemplo: 121, matar. (Consuma com a morte).
FORMAL – A lei prevê um resultado, mas não exige que ele ocorra para que o crime se consuma. Consuma com a conduta. Art. 159 “sequestrar” com fim de “obter”. (Consuma com sequestro, consuma-se com o verbo de ação)
MERA CONDUTA – Alei não prevê qualquer resultado. Consuma com a conduta. Exemplo: art.150 “entra no domicilio alheio”. (Consuma com a entrada).
V. Nexo Causal:
Conceito: É o elo que liga a conduta ao resultado. Nos crimes materiais exige-se além do resultado também o Nexo Causal.
Teoria (art.13, CP) “Conditio Sine qua non” ou equivalência dos antecedentes causais.
O resultado só é inimputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa, toda a ação ou omissão sem a qual não teria ocorrido o resultado (método de iluminação hipotética).
Exceção (art. 13, inciso 1, CP):
A Causa Superveniente Relativamente Independente – Exclui a imputação quando por si só tiver produzido o resultado.
Trata-se de situação posterior a conduta, provocada por ela mas inteiramente imprevisível, ou seja, fora do desdobramento normal da situação.
O crime é considerado doloso quanto o agente quis o resultado (dolo direto) ou quando assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual).
O crime culposo é aquele em que o agente produz resultado ilícito não querido, mas previsível e excepcionalmente previsto, que podia com a devida atenção (cautela) ser evitado. São modalidades de culpa a negligência, a imprudência e a imperícia.
Art. 15 - Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
 O dispositivo legal em análise disciplina duas situações em que o delito não se consuma, no entanto, não é correto falar aqui em tentativa, já que, como dito anteriormente, esta só se verfica quando a ação do agente é interrompida por circunstâncias alheias à sua vontade.
 Aqui o delito não se realiza pela vontade do próprio autor, em hipóteses que se denominam desistência voluntária e arrependimento eficaz.
 A desistência voluntária, prevista na primeira parte do artigo ("... desiste de prosseguir na execução..."), ocorre no curso da ação criminosa promovida pelo delinquente.
 O arrependimento eficaz, mencionado na segunda parte do artigo 15 ("... impede que o resultado se produza..."), verifica-se em momento posterior aos atos de execução perpetrados pelo autor, mas antes de o delito se consumar.
 Nessas situações a desistência do autor não pode ser motivada por embaraços que encontrou no curso da ação criminosa, que, pelo impedimento que causariam à consumação do crime, fizeram-no desistir da conduta. Nesta situação deve se considerar a figura da tentativa, já que foram circunstâncias alheias à sua vontade que provocaram a desistência. 
O que é desistência voluntária?
A desistência voluntária é prevista no artigo 15 do Código Penal. No dispositivo, define-se a conduta como a situação na qual o agente desiste de prosseguir a execução do resultado que seria obtido com o crime, de forma voluntária.
Isso significa que ele passou pela fase de preparação e iniciou a fase de execução. No entanto, antes de terminar a execução, desiste do ato. Seu exemplo clássico é o cônjuge que envenena o café de sua parceira e o serve. Antes de a parceira beber, porém, ele joga a xícara no chão e diz que estava envenenada, desistindo do crime.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Direito Penal, Juridiquês
Os temas de desistência voluntária e arrependimento eficaz são muito comuns em provas e concursos, e bastante debatidos doutrinariamente. Suas discussões ocorrem principalmente no campo da punibilidade do agente que praticou as condutas.
Elas levantam discussões interessantes sobre a interpretação do iter criminis. Por isso, para aproveitar adequadamente a discussão, é importante relembrar os passos percorridos durante o iter criminis:
Cogitação;
Preparação;
Execução;
Consumação;
Saber eles é essencial para compreender o momento em que cada uma destas práticas ocorre. Entenda o conceito de cada uma, suas diferenças, aplicação de punibilidade e principais características:
O que é desistência voluntária?
A desistência voluntária é prevista no artigo 15 do Código Penal. No dispositivo, define-se a conduta como a situação na qual o agente desiste de prosseguir a execução do resultado que seria obtido com o crime, de forma voluntária.
Isso significa que ele passou pela fase de preparação e iniciou a fase de execução. No entanto, antes de terminar a execução, desiste do ato. Seu exemplo clássico é o cônjuge que envenena o café de sua parceira e o serve. Antes de a parceira beber, porém, ele joga a xícara no chão e diz que estava envenenada, desistindo do crime.
Neste caso, a pessoa voluntariamente desistiu de terminar a execução do crime. Isso ocorre antes mesmo que ele possa gerar resultados, não configurando, na prática, o crime que era originalmente intencionado. Por isso, a desistência voluntária também é chamada de tentativa abandonada.
O que é arrependimento eficaz?
O arrependimento eficaz é previsto no mesmo artigo 15 do Código Penal, em sua segunda metade. Segundo o dispositivo, arrependimento eficaz ocorre quando o agente voluntariamente impede que o resultado daquilo que já praticou venha  a ocorrer.
Isso quer dizer que, no arrependimento eficaz, toda a execução do iter criminis foi feita – ou seja: a fase executória já foi esgotada. Resta ao agente apenas impedir a consumação.
Utilizando o exemplo anterior, em um caso de arrependimento eficaz, o cônjuge envenena o café, serve à parceira e deixa que ela beba. Só após que ela termina de beber a xícara, ele se percebe voluntariamente arrependido.
Imediatamente e de maneira voluntária, ele busca um antídoto e salva a parceira, não permitindo que a consumação do resultado (morte) ocorra.
Diferenças entre desistência voluntária e arrependimento eficaz
As diferenças entre desistência voluntária e arrependimento eficaz resumem-se principalmente ao momento do iter criminis em que cada um ocorre. A desistência voluntária ocorre antes do término da execução. Neste caso, a execução é interrompida pelo agente, que desiste de continuar a conduta.
O arrependimento eficaz, por sua vez, ocorre após o término da execução. Toda a execução já foi realizada, restando apenas impedir que o resultado ocorra. Para haver a configuração do arrependimento eficaz é necessário, como o próprio nome indica, haver êxito na ação. Significa dizer que só há arrependimento eficaz se o agente, de fato, conseguiu evitar a consumação do crime.
Punibilidade de desistência voluntária e arrependimento eficaz
Desistência voluntária e arrependimento eficaz são definidos no mesmo artigo, e punidos sob os mesmo critérios. Segundo o artigo 15 do CP, o agente só responde pelos crimes já praticados.
No caso da desistência, este conceito é bastante simples. Responde-se apenas pelos crimes praticados até o momento da desistência. No caso do café envenenado, nada aconteceria – afinal, não é crime misturar café e veneno, desde que isso não gere lesões. Como ninguém bebeu o café, em função de sua desistência, não há  crime.
Já no arrependimento, a punição depende dos efeitos daquilo que é praticado, tornando-se um pouco mais difícil. No caso do café envenenado, se o antídoto funcionar antes de qualquer reação, é possível que não seja identificado crime nenhum.
Se causar muitas dores, mas a parceira sobreviver, pode-se considerar apenas lesão corporal. Por outro lado, se o antídoto não funcionar, o cônjuge responderá por homicídio, pois seu arrependimento foi ineficaz, e seu crime foi consumado.

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