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contestação 10

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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS - SP
Processo n° 1234
Juliana Flores  já qualificada, por seu advogado, com endereço profissional na Rua XXX, nº XXX Bairro XXXX, Cidade CAMPINAS/SP onde deverá ser intimado para dar andamento aos atos processuais, nos autos da AÇÃO ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo procedimento comum, movida por Suzana Marques, vem a este juízo, apresentar:
CONTESTAÇÃO
Para expor e requerer o que se segue:
PRELIMINARES
I – DA COISA JULGADA
Ocupa-se, a presente demanda, de ação anulação de negócio jurídico ajuizada por Suzana Marques. Ocorre, porém, que perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Campinassendo tramitou uma ação, com as mesmas partes, o mesmo objeto e a mesma causa de pedir, ou seja, a referida ação é mera repetição de outra ação semelhante, anteriormente ajuizada e declarada improcedente, com trânsito em julgado proposta em 10 de Abril de 2015.
Este fato, à evidência, caracteriza a coisa julgada prevista no art. 301, §§ 1º e 3º, do CPC.
Em face do exposto, e da comprovada existência de coisa julgada, requer, preliminarmente (art. 301, VI, do CPC), que Vossa Excelência julgue o demandante carecedor de ação e, consequentemente, digne-se de decretar a extinção do processo, sem a resolução do mérito, nos termos do art. 267, VI do CPC, com a consequente condenação do demandante nas custas e nos honorários do advogado do demandado.
MÉRITO
I – DA PREJUDICIAL DE MÉRITO
I.I DA DECADÊNCIA
O autor somente propôs esta demanda em 2017, ou seja, 05 anos após a realização da doação do imóvel.
O prazo decadencial para anulação de negócio jurídico, quando a pretensão é do próprio contratante, é de quatro anos contados do dia em que ele foi celebrado, conforme dispõe o artigo 178, inciso II, do Código Civil.
Art. 178. “É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
II - No de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;”
Neste sentido, o Tribunal de Minas Gerais entendeu que:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO. DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. DATA INICIAL DE CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL. Inicia-se a contagem do prazo decadencial para o ajuizamento da ação de anulação de negócio jurídico da data de assinatura da escritura pública de compra e venda. O prazo decadencial para o ajuizamento da ação anulatória é de 4 (quatro) anos, nos termos do art. 178 do Código Civil de 2002.
(TJ-MG - AC: 10441110030968001 MG, Relator: Aparecida Grossi, Data de Julgamento: 10/06/2015, Câmaras Cíveis / 16ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 19/06/2015)
I.II O FATO
A ré alega que era efetivamente sócia majoritária e presidente da empresa onde a autora trabalhava , que a autora percebia mensalmente o salário de R$15.000,00 (quinze mil reais) sendo certo, no entanto, que jamais coagiu o mesmo a realizar qualquer doação, sendo a liberalidade realizada por livre vontade já que a autora pertencia à mesma religião da ré . Esclarece que no mês seguinte à doação, ou seja, em abril de 2012, a autora pediu demissão por ter aceitado a proposta de emprego feita pela concorrente em fevereiro de 2012, em razão do melhor salário. Realmente a ré sugereque seus funcionários pratiquem atos de caridade. No entanto, jamais ameaçou quem quer que fosse como pode ser constatado por seus funcionários que adotam religião diversa e que jamais realizaram qualquer doação ao orfanato que era dirigido pelo ré. Por último esclarece que desde 2013 não é mais diretor do orfanato em questão.
II FUNDAMENTOS
A contestante impugna todos os fatos articulados na inicial o que se contrapõem com os termos da contestação, esperando a improcedência total da ação proposta, pelos seguintes fundamentos: 
Em consonância com Lei:
Art. 336.  Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Art. 337.  Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
VII – Coisa Julgada
 
Ocorre quando a sentença judicial se torna irrecorrível, ou seja, não admite mais a interposição de qualquer recurso. Tem como objetivo dar segurança jurídica às decisões judiciais e evitar que os conflitos se perpetuem no tempo. A coisa julgada pode ser formal, quando a sentença não pode ser alterada dentro do mesmo processo, porém poderá ser discutida em outra ação, ou material, quando a sentença não pode ser alterada em nenhum outro processo: 
Art 502 “ Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso”.
Art 507 “ É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão”.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, o réu requer a esse Juízo :
-O acolhimento da preliminar arguida referente já possuir coisa julgada com a consequente extinção do processo sem resolução de mérito em acordo com o art 485, V
O reconhecimento da legitimidade da doação e e a extinção do processo com julgamento do mérito.
No mérito, a improcedência do pedido autoral ao final, seja dado provimento a presente ação. 
A condenação do Autor aos ônus da sucumbência
DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Autor
Nestes termos pede deferimento 
Rio de Janeiro , segunda feira, 20 de Outubro de 2017
Advogado
OAB/RJ XXXX-X

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