Buscar

Portfólio form socio hist

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER
BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL
Polo: Unirati – Irati - PR
Tutor local: Anna Claudia Polinski
NASCIMENTO, Cleusy de Fátima – RU: 534892
RESUMO
O Brasil é um país formado por diversas formas de cultura, e para falar em ideologia cultural, é necessário levar em consideração diversos aspectos. A trajetória de construção do processo de ideologia vem acontecendo desde a época do Brasil colônia, e está em constante mudança, apoderando-se de costumes e etnias das pessoas que o compõem. O presente trabalho aborda os conceitos de ideologia, bem como, também apresenta brevemente o conceito de cultura, para a partir destas colocações, tratar sobre a trajetória do processo de construção da ideologia cultural brasileira e sua identidade nacional, apontando alguns fatos históricos que marcaram tal processo. Abordando também alguns aspectos que englobam tal ideologia cultural. 
 
Palavras chaves: Identidade Cultura, Brasil, Cultural.
INTRODUÇÃO 
Nesse trabalho é apresentado de forma sucinta uma análise da trajetória do processo de construção da identidade cultural brasileira, o qual teve início ainda no Brasil Colônia, e várias alterações ao longo do tempo, encontrando-se em constante mudança.
Entretanto para analisarmos a ideologia cultural brasileira, é necessário conceituar separadamente cada termo da expressão, para após a exposição e breve análise de cada conceito, enfatizarmos aquela que nos pertence.
Iniciando pelo conceito de Identidade, podemos citar o conceito exposto por RODRIGUES (2017), o qual retrata que ...
O conceito de identidade refere-se a uma parte mais individual do sujeito social, mas que ainda assim é totalmente dependente do âmbito comum e da convivência social. De forma geral, entende-se por identidade aquilo que se relaciona com o conjunto de entendimentos que uma pessoa possui sobre si mesma e sobre tudo aquilo que lhe é significativo. Esse entendimento é construído a partir de determinadas fontes de significado que são construídas socialmente, como o gênero, nacionalidade ou classe social, e que passam a ser usadas pelos indivíduos como plataforma de construção de sua identidade.
Complementando o conceito de identidade apresentado, temos o conceito de cultura, o qual podemos utilizar o conceito formulado por Edward Taylor, que é exposto por COLINSON (2004).
O significado mais simples desse termo afirma que cultura abrange todas as realizações materiais e os aspectos espirituais de um povo. Ou seja, em outras palavras, cultura é tudo aquilo produzido pela humanidade, seja no plano concreto ou no plano imaterial, desde artefatos e objetos até ideais e crenças. Cultura é todo complexo de conhecimentos e toda habilidade humana empregada socialmente. Além disso, é também todo comportamento aprendido, de modo independente da questão biológica.
Tendo como base o conceito de cultura exposto por COLINSON (2004), podemos perceber o porquê que a cultura e as tradições estão em constantes mudanças, pois os ritos, as pessoas, e os mais diversos aspectos espirituais e intelectuais, influenciam de variadas formas a cultura de povo.
Neste mesmo viés, RODRIGUES (2017), afirma que a identidade cultural é uma construção constante e oriunda das relações interpessoais daqueles que a formam.
... a identidade cultural está relacionada com a forma como vemos o mundo exterior e como nos posicionamos em relação a ele. Esse processo é continuo e perpétuo, o que significa que a identidade de um sujeito está sempre sujeita a mudanças. Nesse sentido, a identidade cultural preenche os espaços de mediação entre o mundo “interior” e o mundo “exterior”, entre o mundo pessoal e o mundo público. Nesse processo, ao mesmo tempo que projetamos nossas particularidades sobre o mundo exterior (ações individuais de vontade ou desejo particular), também internalizamos o mundo exterior (normas, valores, língua...). É nessa relação que construímos nossas identidades.
Partindo desta reflexão, podemos considerar que a cultura brasileira sofre influências das várias nações que a formaram, como Portugal, Itália, Inglaterra, Alemanha, além é claro dos primeiros habitantes desta terra, os índios. Estas deixaram de alguma forma seu legado na cultura brasileira.
IDENTIDADE CULTURAL BRASILEIRA: PROCESSO CONTÍNUO 
A discussão sobre o Brasil ter uma ideologia cultural efetivada, teve início ainda na época do Brasil Colônia, quando o Rei Dom Pedro I, renegando Portugal, e afirmando que “se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico” expondo sua preferência pelas terras brasileiras.
O Qual buscava a consolidação da cultura do país recém proclamado, D. Pedro I criou o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiros, em 1838, como uma tentativa de analisar e refletir assuntos relacionados a nação brasileira.
Contudo havia muitas discussões acerca do assunto, pois naquele momento parecia contraditório afirmar que o Brasil tinha uma ideologia cultural formada, sendo que, quem regia o país era um português.
Durante muito tempo foi tentado formar hegemonicamente um conceito “fechado” da cultura brasileira, pois com as várias influências da miscigenação cultural, e para um país que é considerado por sua população um país que não investe em educação, formar um conceito de um termo tão amplo e complexo, como o de cultura é incoerente.
Porém na busca de expor a beleza da cultura brasileira, de uma forma mais leve e romântica, alguns escritores a utilizaram no cenário ou no roteiro de seus romances, como o de José de Alencar O Guarani, que retratava o amor entre um índio, que aceitava os valores cristãos, e uma portuguesa que aceitou as tradições da cultura do amado, e conviviam harmoniosamente, no país de origem de seu parceiro.
Embora alguns avanços no processo de construção da identidade cultural tenham acontecido, houve também retrocessos, principalmente devido à interferências no âmbito político, citando o período do mandato de Getúlio Vargas, que buscou uniformizar e centralizar as áreas administrativas do governo, criando instituições e padronizando os currículos escolares, tornando obrigatório alguns conteúdos pedagógicos, ignorando assim, alguns aspectos da cultura local e tradições oriundas do ambiente materno do aluno.
Apesar de toda tentativa de formar uma ideologia cultual puramente brasileira, sempre tivera intervenções de diversos aspectos, que tentavam impor certos valores. Como o que aconteceu durante o período da Ditadura Militar, que suprimiu a liberdade de expressão, bem como condenava qualquer forma de cultura ou tradição diferente daquele que era “dita aceitável” pelos governantes. 
Em contraponto a toda forma de intervenção ou restrição política, o Brasil sempre possuiu uma identidade cultura solidificada e também variada, com contribuições das diferentes regiões que formam o território nacional, cada qual com suas tradições e culturas, caracterizando uma identidade cultural abastada nos mais diversos aspectos.
Aspectos estes que são característicos e reconhecidos fora do país, como por exemplo, o folclore, a paixão pelo futebol, o idioma, entre outros. O que necessariamente não tornam o Brasil uma nação, pois para se caracterizar nação, deve ser levado em consideração, a localidade, ‘nacionalidade’, o sentimento de pertencimento àquele país.
Em oposição à visão que os demais países têm do Brasil, que o vem como uma nação receptiva, alegre e respeitosa, a população brasileira, não se considera pertencente a diversos fatores que acontecem continuamente na rotina brasileira, como o crescente índice de violência, impunidade judicial, este o qual é visto principalmente pela corrupção política, na qual, alguns dos políticos se utilizaram da antiga expressão popular “jeitinho brasileiro”, para tirar proveitos de seus cargos políticos para enriquecer ilegalmente.
A cultura brasileira euforizou de tal modo a mistura que passou a considerar inexistentes as camadas reais da semiose onde opera o princípioda exclusão: por exemplo, nas relações raciais, de gênero, de orientação sexual etc. A identidade auto descrita do brasileiro é sempre a que é criada pelo princípio da participação, da mistura. Daí se descreve o brasileiro como alguém aberto, acolhedor, cordial, agradável, sempre pronto a dar um “jeitinho”. Ocultam-se o preconceito, a violência que perpassa as relações cotidianas etc. Enfim, esconde-se o que opera sob o princípio da triagem. FIORIN, 2009.
Fatores que evidenciam a existência de ambos os modelos de cultura, a de participação e o de triagem, o qual coexistem em nosso país, colaborando para a trajetória do processo constante e dialógico da construção da identidade cultural brasileira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do trabalho apresentado foi possível repensar sobre um dos assuntos pertinentes para a carreira de assistente social. Visto que este profissional deve ter conhecimento geral sobre o âmbito que o indivíduo vive, considerando os mais diversos fatores culturais e socioeconômicos.
Tendo como base que a identidade cultural brasileira está em constante desenvolvimento, se faz necessário um contínuo estudo ou busca por conhecimentos pertinentes à temática, para buscar acompanhar sua trajetória do processo de construção e reconstrução da identidade cultural brasileira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
COLINSON, Diané. 50 grandes Filósofos: da Grécia antiga ao século XX. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2004.
FIORIN, José Luiz. A construção da identidade nacional brasileira. Revista Baktiana, São Paulo, vol. I, 2009
OLIVEIRA, Denilsson. História do Brasil: Política e Economia. Editora Intersaberes. Curitiba, 2015.
RAMALHO, José Rodorval. Ideologia: O Que devemos saber? - Sociologia para o Ensino Médio: conteúdos e metodologias Rosenval de Almeida e Souza (orgs). – Campina Grande: editora da UFCG, 2012. Disponível em http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/arquivos/File/saladeaula/ideologia.pdf Acesso em 28 de outubro de 2017.
RODRIGUES, Lucas de Oliveira. "Identidade cultural"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/identidade-cultural.htm>. Acesso em 29 de outubro de 2017.
 
ARRETCHE, Marta T. S. “Políticas sociais no Brasil: descentralização em um Estado federativo”. Revisita Brasília de Cadencies Sociais, São Paulo, n. 40, p. 111-141,1999. 
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES 15, de 13 de março de 2002. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Serviço Social. 
FARIAS, P. M. B. Ética e Serviço social: Reflexões sobre a vivência professional, Revista Eletrônica da FANESE. Aracaju. Vol. 1 – Nº 1. Dezembro 2012. 
GIACON, Eliane Maria d e Oliveira; GIACON, Gian Maria. Discussões sobre o conceito de Identidade. Revista Digital do curso de letras, segundo semestre de 2011. Disponível em: http://www2.unemat.br/avepalavra/EDICOES/12/artigos/giacon.pdf. Acessado em: 16-10-2017. 
MIOTO, R. C. T. NOGUEIRA, V. M. R. Política Social e Serviço Social: os desafios da intervenção profissional, Revista Katálysis. Florianópolis. Vol. 16. 2013. 
OLIVEIRA, Fabrício Dias de. Ser brasileiro. Disponível em: http://www2.uol.com.br/debate/1125/colunas/colunas01.htm, acessado em: 16 -10- 2017.

Continue navegando