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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXXXXXX.
Processo Criminal nº 00000000
Mateus, qualificado nos autos da Ação Penal que lhe move a Justiça Pública, processo em epígrafe, por seu advogado infra-assinado (procuração em anexo), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento nos art. 396 e 396-A do Código de Processo Penal apresentar:
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
pelas razões de fato e direito a seguir apresentadas: 
I – DOS FATOS
A denúncia oferecida pelo Ministério Público, trata-se da suposta prática do crime de estupro à vulnerável, que teria ocorrido em agosto de 2016, na casa vítima. 
O acusado, namorado da vítima, dirigiu-se a casa dela, para assistir ao jogo de futebol teletransmitido. Na ocasião, pelo fato de estarem a sós, à acusação alega que o acusado havia constrangido a namorada e mantido com ela conjunção carnal, o que resultou em gravidez da vítima. 
O Ministério Público alega ainda, que a vítima apesar de ser maior de idade, era incapaz de oferecer resistência ao ato libidinoso, por ser deficiente mental, incapaz de se defender. Entretanto, ao oferecer a denúncia, a acusação não apresentou nenhum laudo médico que comprove-se que a vítima era de fato, deficiente mental. 
II – DO DIREITO
DAS PRELIMINARES
A acusação alega que a vítima é detentora de deficiência mental, e por isso não foi possível oferecer resistência ao propósito do acusado. Porem, nenhum documento que comprove a deficiência mental foi apresentado pelo Ministério Público, muito menos, exame de corpo de delito, para comprovar e ela foi forçada a ter conjunção carnal com o acusado.
O parágrafo único do artigo 225 do Código Penal, dispõem que os crimes sexuais praticados contra vulneráveis, procedem mediante ação penal pública incondicionada, tendo em vista a vulnerabilidade da vítima. Entretanto, o acusado alega que a namorada não possui nenhuma deficiência mental, e que já namoram a alguns meses. Além disso, a vítima afirma que não teve interesse no oferecimento da ação, e que o promotor de justiça agiu por conta própria. No oferecimento da denúncia, não foi anexado laudo médico comprovando a deficiência mental alegada, diante disso o Ministério Público deveria ter agido mediante representação da vítima, porém, não houve.
Ante o exposto, observa-se a ilegitimidade do Ministério Público na ação oferecida, uma vez que falta pressuposto de validade para estar em juízo, tendo em vista que não apresentou laudo médico, ou por não agiu mediante representação da vítima. O art. 95 do Código de Processo Penal, elenca a ilegitimidade, tanto ativa quanto passiva, como um impedimento da ação.
Art. 95.Poderão ser opostas as exceções de: 
(...)
IV - ilegitimidade de parte; 
Além do mais, o Ministério Publico, não apresentou nenhum elemento que comprove a materialidade ou autoria do crime. Não há exame de corpo de delito como prova da materialidade, elemento essencial para propositura da ação, resultando em nulidade quando ausente, conforme dispõem o art. 564, III, b do Código de Processo Penal:
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
(...)
II- por ilegitimidade de parte;
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art.167; 
Tendo em vista que se trata de uma ação inepta, pela falta de justa causa, não sendo apresentadas elementos que comprovassem autoria do acusado, muito menos a materialidade do crime, além da ausência de pressupostos processuais para o exercício da ação, a ação deveria ter sido rejeitada, por não seguir as regras do art. 395, do Código de Processo Penal:
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Observa-se um equívoco no recebimento da ação proposta pelo Ministério Público.
DO MÉRITO
O art. 217-A, § 1º, do Código Penal tipifica o crime de estupro à vulnerável que dispõem a seguinte redação:
Estupro de vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
O Ministério Publico ofereceu denúncia contra o acusado, alegando que ele havia cometido o crime em tela, cumulando com o art. 234-A, III, também do Código Penal, incidindo no aumento de pena:
Aumento de pena
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:
 (...)
III - de metade, se do crime resultar gravidez; e
Entretanto, como já mencionado, a acusação não apresentou elementos que comprovassem a autoria e a materialidade do crime, apenas alegando que o acusado havia cometido o crime contra vítima, sendo impossível a sua defesa por ser portadora de deficiência mental.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina entende que sem a apresentação do laudo pericial que ateste a incapacidade de discernimento da vítima, não há como se configurar o crime tipificado:
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. ESTUPRO DE DEFICIENTE MENTAL. DECISÃO ABSOLUTÓRIA. INCONFORMISMO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. FRAGILIDADE DO CONJUNTO PROBATÓRIO SOBRE A INCAPACIDADE DA VÍTIMA. DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DA VÍTIMA DESCONHECIDO. AUSÊNCIA DE LAUDO PERICIAL QUE ATESTE SUA TOTAL INCAPACIDADE DE DISCERNIMENTO. EXEGESE DO PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. "É necessário que a vítima seja alienada ou débil, a ponto de ter inteiramente abolida sua capacidade de entendimento ou de governar-se de acordo com essa compreensão; não basta que seja mentalmente fronteiriça ou com subnormalidade mental leve. A deficiência mental, se não for pericialmente determinado seu grau, não basta para que se presuma a violência (TJMG, RT 61/404; TJSC, JC 72/602), sendo insuficiente termos vagos ou imprecisões de médicos-legistas sem a devida especialidade (DELMANTO, Celso. Código penal comentado. 7. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007 p. 606). (TJSC, Apelação Criminal n. 2012.065311-4, de Chapecó, rel. Des. José Everaldo Silva, j. 20-05-2014).
Ademais, ocorre que o acusado é namorado da vítima, esta por sua vez, não é portadora de deficiência alguma. Eles mantém relações com consentimento entre ambos e a mãe e a avó do acusado, tem ciência da relação do casal. 
Portando, o fato apresentado pelo Ministério Público não constitui crime, tendo em vista que não a vítima alega não ser deficiente, não é menor de idade e não representou para o oferecimento da denúncia. 
O art. 397 do Código de Processo Penal, dispõem os requisitos para a absolvição sumária, elencando a possibilidade desta, quando verificar-se que o fato narrado não constitui crime: 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
(...)
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
O autor Guilherme se Souza Nucci, na obra Código de Processo Penal Comentado�, nos ensina sobre o fato narrado de não constitui crime:
“trata-se, pois, de atipicidade. Se o fato exposto pela acusação não é crime e a situação é, por demais, evidente, o juiz já deveria ter rejeitado a denúncia ou queixa. Não o fez, abrindo-se a possibilidade de haver defesa prévia. Há de existir um sólido argumento ou uma prova documental segura para convencer o magistrado a visualizar uma situação de atipicidade, antes não detectada”
Desta forma, conforme as palavras do autor, conclui-se que o crime apresentado pela acusação é atípico, uma vez que não atinge os requisitos necessários.
III– DO PEDIDO
Diante do exposto requer o querelante a Vossa Excelência:
1) Recebimento da presente resposta à acusação;
2) Que seja reconhecida a nulidade da denúncia oferecida pelo Ministério Público, tendo em vista o disposto no art. 564, I, do Código de Processo Penal, por ilegitimidade ativa, devido à ausência de pressupostos processuais para estar em juízo;
3) Que seja reconhecida a nulidade da denúncia oferecida pelo Ministério Público, tendo em vista o disposto no art. 564, III, b, do Código de Processo Penal, em razão da ausência de exame de corpo de delito que comprove a autoria e materialidade do crime;
4) Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência requer seja absolvido sumariamente o acusado nos termos do artigo 397, III, do Código de 
Processo Penal;
5) Que sejam produzidos os meios de provas admitidos, em especial a oitivas das testemunhas arroladas em anexo.
Nestes termos,
Pede o deferimento.
Local, data
____________________
Advogado/OAB
Rol de testemunhas:
1 – Nome: Olinda (avó materna do acusado)
RG:
CPF:
Endereço
2 – Nome: Alda (mãe do acusado)
RG:
CPF:
Endereço:
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO
PETIÇÃO INICIAL: RESPOSTA À ACUSAÇÃO
SEMANA 3
Alunas: Sidiane Aparecida Padilha
Professor: Eduardo Largura
Matéria: Pratica Simulada III (penal)
Florianópolis, 21 de agosto de 2017.
�	NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado, 13º edição, Editora Forense

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