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PROCESSO CIVIL III

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
	 Processo civil III (Recursos)
		Professor: Carlos Gustavo
Aluna: Edivânia dos Santos Evangelista da Silva
Matrícula: 201402491859
CASO CONCRETO 14
	Maria de Souza propôs ação de inventário judicial para partilha de bens de seu falecido marido Carlos Otávio. Além da inventariante foram incluídos, também, nas primeiras declarações Othon Souza e Maurício Souza, herdeiros do de cujus. Considerando que Carlos era sócio da Empresa de Transportes Via Jato, a inventariante propôs Apuração de Haveres para viabilizar, através da respectiva perícia, o valor do saldo devido ao de cujus pela sociedade empresária. O juiz instaurou o incidente em apartado e, após a perícia contábil, homologou o valor do saldo credor fixado na apuração de haveres em favor do Espólio de Carlos Otávio. A Empresa Via Jato interpôs recurso de apelação sob o argumento de que a apuração de haveres, por se tratar de matéria de alta indagação, deveria ter sido processada pelo juízo cível razão pela qual o juízo orfanológico é absolutamente incompetente, nos termos do art. 612 do CPC. O Tribunal de Justiça confirmou a decisão proferida pelo juízo orfanológico. Os argumentos da Empresa procedem?
	Os argumentos da empresa não são válidos, uma vez que o STJ entende que a necessidade de perícia contábil ou de engenharia não constitui, por si só, fundamento razoável para deslocar a competência para o juízo cível.
	Em vasta jurisprudência se ver que é perfeitamente possível a apuração de haveres em ação de inventário para apuração de patrimônio do morto, assim vejamos:
“TJ-RJ - APELAÇÃO APL 00086089320078190209 RIO DE JANEIRO BARRA DA TIJUCA REGIONAL 2 VARA CIVEL (TJ-RJ)
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. INVENTÁRIO. INCIDENTE DE APURAÇÃO DE HAVERES. SOCIEDADE EMPRESÁRIA. CONTROVÉRSIA ACERCA DA INCLUSÃO DO FUNDO DE COMÉRCIO PARA CÁLCULO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO. LAUDO PERICIAL PRODUZIDO NOS AUTOS. HOMOLOGAÇÃO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. 1. Cuida-se de incidente de apuração de haveres de proposta pelos herdeiros nos autos da ação de inventário. 2. Pontuam que não possuem interesse na dissolução da sociedade, pretendendo efetuarem a divisão das cotas de acordo com a proposta apresentada nas primeiras declarações apresentadas no inventário. Destacam que a sociedade no exercício de 2004 fechou o ano com lucro líquido de R$ 760.445,98, sendo certo que em 2006 o lucro líquido foi de R$ 495.602,26. 3. A tese recursal é no sentido de que não há de ser inserido o fundo de comércio no cálculo dos haveres da sociedade, asseverando que uma sociedade "intuito personae" é constituída por pessoas e depende da razão de existir do próprio sócio para que seu objeto seja realizado e a mesma exerça sua função social. 4. O cerne da questão se encontra em aferir se o fundo de comércio integra a base de cálculo para a apuração de haveres da sociedade da qual o pai das apelantes era sócio majoritário. 5. O perito explica que para a elaboração dos cálculos, foi considerada a evolução do patrimônio líquido e resultados da empresa em tela, com base nos balanços patrimoniais dos exercícios de 2002 a 2006, sendo que com relação à apuração de haveres, foi apropriado o valor do fundo de comércio, ajustando-se o patrimônio líquido para o balanço extraordinário de setembro de 2005. 6. Acrescenta que o lucro líquido gerado por uma empresa num período de tempo estimado 'T' é o valor do Fundo de Comércio, sendo diretamente proporcionais, ou seja, quanto menor o primeiro, menor também o segundo. 7. Esclarece, ainda, que o fundo de comércio é calculado com base na relação do lucro líquido com o patrimônio líquido do exercício correspondente, projetado para um período de tempo 'T' admitido”...
	
Questões objetivas:
2) Lindalva faleceu em Minas Gerais, em um acidente durante a prática de montanhismo. Não tinha feito testamento, mas deixou dois filhos maiores que residem em dois estados da Federação. Apesar de não ter domicílio certo, deixou bens situados nos estados da Bahia e de Mato Grosso. A respeito da ação de inventário, de acordo com o que dispõe o Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta.
a) A ação de inventário deve ser ajuizada no foro do domicílio dos filhos de Lindalva, pois são eles os inventariantes;
b) O foro competente para o inventário é o da situação dos bens, de forma que o inventário deverá ser aberto na Bahia, local onde a maioria dos bens está localizada;
c) A ação de inventário poderá ser ajuizada no foro da situação de qualquer dos bens, uma vez que o autor da herança possui bens em lugares diferentes; e
d) O inventário deverá ser aberto pelos herdeiros no estado de Minas Gerais, uma vez que Lindalva não tinha domicílio certo e seus bens estavam em lugares diferentes.
3) O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e na administração do espólio, contudo possui legitimidade concorrente, EXCETO:
a) o cônjuge ou companheiro supérstite;
b) o cessionário do herdeiro ou do legatário;
c) o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; e
d) a União, quando tiver interesse público.

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