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Saneamento do Processo

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Introdução
Saneamento do processo significa tornar são, ou seja, reparar, solucionar eliminar falhas.
É o momento onde o Juiz irá sanar eventuais irregularidades do processo e definir a forma como se dará a fase seguinte da instrução processual, isso deve ocorrer em ao longo de toda a fase processual. Há o dever permanente do juiz zelar pela regularidade e eficiência do processo e com ele devem colaborar as partes conforme art. 6º do NCPC: 
“ Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”.
O saneamento e a organização do processo devem ser feitos por decisão interlocutória, na qual o juiz resolverá as questões processuais pendentes, se houver; delimitará as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; definirá a distribuição do ônus da prova, delimitará as questões de direito relevantes para a decisão de mérito e designará, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
Mas se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, o juiz deverá designar audiência para o saneamento do processo, em cooperação com as partes. Trata-se de mais uma aplicação do princípio da cooperação. A finalidade dela é permitir que o juiz, se for o caso, convide as partes a integrar ou esclarecer as suas alegações, trazendo-lhe maiores elementos para que possa promover o saneamento e a organização do processo
Desenvolvimento
Após o encerramento da fase postulatória, não sendo caso de extinção do processo nem julgamento antecipado do mérito, o juiz receberá o processo em conclusão para promover o seu saneamento e organização através de uma decisão interlocutória em que deverá:
Resolver as questões processuais pendentes se houver art.357, I.
“Nas providências preliminares, na medida do possível, procura-se corrigir todos os defeitos existentes no processo. Mas, se no saneamento restar algum vício passível de correção que só tenha surgido supervenientemente às providências preliminares ou que só tenha sido detectado ou examinado após elas, cumpre ao juiz dar à parte interessada a oportunidade de correção”
Delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de provas admitidos art.357, II.
“Deve-se preparar o processo para a fase instrutória, com a finalidade de torná-la a mais objetiva e produtiva possível. Ao fixar as questões fáticas controvertidas, o juiz desde logo indica os pontos relativamente aos quais reputa não haver controvérsia e as questões que já estão suficientemente provadas. Não há nessa sua conduta nenhum “prejulgamento” ofensivo à imparcialidade, mas o correto desempenho de seu dever de diálogo com as partes, imposto pelo princípio do contraditório CF, art. 5.º, LVI; CPC, arts. 9.º e 10”
Definir a distribuição do ônus da prova, conforme art.357 III:
‘Como se verá num dos próximos textos desta série, a lei prevê que, em regra, ao autor cabe provar o fato constitutivo de seu direito, enquanto ao réu incumbe o ônus da prova da existência de fato que se possa opor como impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 373). Mas também se autoriza o juiz a distribuir tais ônus de modo diverso, se houver impossibilidade ou excepcional dificuldade no cumprimento do encargo ou, ainda, se a obtenção de prova do fato contrário for mais fácil (art. 373, § 1.º). A decisão de saneamento não é a única oportunidade em que tal redistribuição pode ocorrer, mas é o momento mais recomendável para tanto. Como dito, o tema será retomado em outro breve artigo desta série”
Delimitar questões de direito relevantes para decisão do mérito art.357, IV:
Vigora o princípio de que o juiz conhece o direito (“jura novit curiam”) – cabendo-lhe aplicar as normas e qualificações jurídicas pertinentes ao caso, independentemente de alegação das partes. Mas incide também o dever de diálogo do juiz com as partes, inerente à garantia do contraditório (CF, art. 5.º, LV; CPC, art. 9.º e 10): o juiz não pode decidir com base em fundamento que não tenha sido previamente submetido a contraditório, ainda que se trate de matéria que possa conhecer de ofício. Assim, a delimitação das questões jurídicas, por ocasião do saneamento, viabiliza o debate, a respeito delas, entre as partes e entre essas e o juiz. Se, após a decisão de saneamento, surgirem outras questões relevantes, ainda não submetidas ao contraditório, o juiz deverá também expressamente identificá-las, concedendo, assim, às partes oportunidade para que exerçam o contraditório em relação a elas
Designar se necessário, audiência de instrução e julgamento art.357, V:
“ Quando alguma das provas tiver que ser produzida nesse momento processual (art. 357, V), concedendo às partes prazo de até quinze dias para a apresentação do respectivo rol de testemunhas (exceto se for designada audiência de saneamento compartilhado, caso em que o rol de testemunhas deverá ser apresentado nessa mesma audiência”.
Se houver o deferimento de prova pericial designar o perito:
“Fixar o prazo de entrega do laudo e, se possível, estabelecer o calendário para a realização da perícia, art. 357, § 8.º, c/c art. 465”
“Hipótese de ocorrência
O julgamento conforme o estado do processo terá por conteúdo uma decisão de saneamento quando não for caso de extinção da fase cognitiva do processo, com ou sem julgamento do mérito (arts. 354 e 355). Vale dizer: descartada a ocorrência de qualquer das hipóteses de negativa da resolução do mérito e constatada também a impossibilidade de desde logo o resolver, por ser necessária a produção de provas, cabe ao juiz “pôr a casa em ordem”, averiguando que não pendem defeitos que possam depois afetar o resultado do processo, determinando o conserto daqueles que eventualmente ainda existam e fixando as balizas da instrução probatória (art. 357).Quando há decisão de parcial impossibilidade de julgamento do mérito ou decisão de julgamento imediato parcial do mérito (arts. 354, par. ún., e 356), cabendo produção de provas para a solução do restante do mérito, essa parcela remanescente será também objeto de decisão de saneamento”.
 
Terminologia
“Antigamente, esse pronunciamento era chamado de “despacho saneador”. A denominação não era adequada. Por um lado, tal ato tem conteúdo decisório. Então, é decisão interlocutória, e não despacho (art. 203, § 2.º). Por outro, no mais das vezes, a sua função principal não é sanear o processo, no sentido de corrigir os defeitos processuais, mas sim declarar que o processo está saneado e organizar suas providências subsequentes. Assim, decisão de saneamento e organização do processo é termo preferível – ainda que o emprego da terminologia antiga, por apego à tradição, não seja um problema, desde que se tenham em mente as ressalvas ora feitas”.
Pontos controvertidos: 
Segundo o § 2 º do art. 357 as partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual se homologada, vinculada as partes e o juiz.
Esse parágrafo faz uma junção ao art.6º que impõe a todos os envolvidos no processo o dever de cooperação para que os conflitos sejam solucionados de forma justa e efetiva em tempo hábil, o saneamento é uma forma limpa e justa onde o juiz irá resolver todas as questões controvertidas gerando segurança jurídica e decisão justa.
Conclusão:
O saneamento do processo é uma forma igualitária onde juiz e partes participam do processo cooperando para uma decisão justa e limpa na produção de provas sendo elas documentadas, testemunhais ou periciais corrigindo os defeitos e organização tornando o processo mais eficaz e gerando uma segurança jurídica de forma justa na qual há uma economia processual onde o tempo de resposta se torna mais efetivo.

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