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PLANO 01: - José Manuel contratou um contador para fazer a sua declaração de imposto de renda. (...) 1) o caso concreto trata de que espécie de lançamento? RESPOSTA: Trata-se de um exemplo clássico de lançamento por homologação, como descrito no art. 150 do CTN. 2) A inscrição é regular ou deveria haver alguma notificação prévia? RESPOSTA: O STJ editou as súmulas 436 e 446 consolidando o entendimento de que o tributo declarado e não pago legitima o fisco a proceder atos de cobrança sem qualquer notificação do contribuinte. Súmula 436 do STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer providencia por parte do Fisco. PLANO 02: - Diante de ato de autoridade pública supostamente eivado de ilegalidade, CREMILDO BULGAR impetra Mandado de Segurança (...) a) Nas condições apresentadas, a Execução Fiscal deve ser extinta sem resolução de mérito? RESPOSTA: A liminar em Mandado de segurança, nos termos do art. 151 IV do CTN suspende a exigibilidade do crédito tributário, e, em razão disto, deve ser extinta a execução – já que ao suspender a exigibilidade, impedidos estão quaisquer atos de cobrança. b) Quais os efeitos da sentença denegatória da segurança? RESPOSTA: A sentença que denega a segurança produz efeitos imediatamente e eventual apelação é, em regra, recebida apenas no efeito devolutivo. Por isto, a denegação afasta a suspensão da exigibilidade imediatamente. c) No caso em tela é cabível a incidência de juros e correção monetária? RESPOSTA: A Lei 9430/96 em seu art. 63 §2o dispõe que “A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminarinterrompeaincidênciadamultademora,desdeaconcessãodamedidajudicial,até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição.” Contudo, tal dispositivotrata damultade mora. PLANO 03: Durante os anos de 1989 a 1994 o Governo Federal, através do extinto DAC (Departamento de Aviação Civil) (...) RESPOSTA: De fato, o art. 166 do CTN afirma que nos impostos em que ocorra a transferência do encargo financeiro, a legitimidade do contribuinte de direito para pleitear uma eventual devolução o dependera ́ de expressa autorização do terceiro a quem foi transferido o encargo, que e, afinal, o contribuinte de fato, ou quem efetivamente suportou o ônus do tributo. PLANO 04: Em 10/05/2010, a fiscalização estadual lavrou auto de infração e notificou a empresa COMÉRCIO DE BRINQUEDOS EDUCATIVOS ABC LTDA (...) a) Procede a alegação de decadência? Se positivo, quando ocorreu? RESPOSTA: a) Não se consumou a caducidade, pois o lançamento se deu antes de esgotado o quinquênio (CTN, art.173). (Desnecessário abordar a divergência jurisprudencial surgida no STJ e já superada sobre a contagem do prazo nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, como o ICMS, pois, aqui, segundo qualquer das duas correntes, é induvidoso não ter havido decadência). b) Procede a alegação de prescrição? Se positivo, em que data teria ocorrido? RESPOSTA: Ocorreu prescrição, nos termos do artigo 174, caput do Código Tributário Nacional, já que entre a data da notificação da decisão definitiva do Conselho de Contribuintes e o ajuizamento da execução fiscal, transcorreram mais de cinco anos. c) Quais as causas de suspensão e as de interrupção do prazo prescricional da ação de cobrança do crédito tributário? (Mencione os dispositivos legais) RESPOSTA: Causas de suspensão: CTN, art. 151; Lei 6.830, art. 2o., § 3o., e art. 40). Causas de interrupção: CTN, art. 174, p. único; Lei 6.830/80, art. 8o., § 2o , c/c CTN, art. 174, p. único (LC 118/05). d) Esgotado o prazo prescricional dessa ação, o que se extingue? RESPOSTA: Segundo a opinião majoritária, a prescrição tributária extingue a ação e o próprio crédito, ou seja, o direito processual e o direito material (CTN, art. 156, V). d) A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juízo? Respostas fundamentadas. RESPOSTA: Nos termos do art. 921 §5o do CPC/2015, é possível o reconhecimento de ofício da prescrição. PLANO 05: Em 2013, determinado Município concedeu isenção do ISSQN, por 10 (dez) anos (...) a) Este caso concreto refere-se a qual espécie de isenção? RESPOSTA: Considerando várias classificações, o caso concreto trata de isenção: subjetiva, onerosa, por prazo certo, condicionada a despacho da autoridade administrativa. O art. 178 estabelece certamente a mais importante regra sobre isenção fiscal dentre as poucas constantes no CTN que consagra o reconhecimento de que as isenções onerosas concedidas por prazo certo geram direito adquirido à fruição do benefício, pelo prazo estipulado, para aqueles que cumpram as condições na lei previstas. b) Pode esta isenção ser revogada? Qual(is) princípio(s) deve(m) ser observado(s)? RESPOSTA: Isso, entretanto, não significa, de forma nenhuma, que a lei não possa ser revogada. A lei que conceda isenção fiscal sempre pode ser revogada. O que ocorre é que, se a isenção concedida por essa lei for onerosa e por prazo certo, aqueles sujeitos passivos que, antes da revogação da lei, tiverem cumprido os requisitos exigidos, para a fruição do benefício, terão direito a gozá-lo pelo prazo estabelecido, mesmo depois de a lei haver sido revogada. c) É possível o ajuizamento de alguma ação para evitar a revogação da isenção mencionada no caso concreto? Caso positivo, qual(is)? RESPOSTA: É possível ser impetrado mandado de segurança com pedido de liminar, já que a matéria não está relaciona com a simples expectativa de direito, mas sim como direito adquirido das empresas. PLANO 07: João Guimarães é sócio da empresa Imobiliária Irmãos Guimarães Ltda. (...) RESPOSTA: “O redirecionamento da execução fiscal para o sócio- gerente prescinde do incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto no artigo 133 do CPC/2015.” O tema é bastante controverso. PLANO 08: Irmãos Souza & Cia. Ltda., grande atacadista de gêneros alimentícios, foi autuada em novembro/2008 (...) RESPOSTA: : Súmula Vinculante 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. PLANO 09: Em março de 2014, o Estado A instituiu, por meio de decreto, (...) – RESPOSTA: A peça apropriada é o Mandado de Segurança, uma vez que se trata de direito líquido e certo e a medida não comporta condenação em honorários advocatícios. Deve ser apresentado pedido de liminar para assegurar que o novo tributo não poderá impedir o impetrante de obter a certidão de regularidade fiscal da pessoa jurídica. Para tanto devem ser demonstradas a presença dos requisitos essenciais à liminar, quais sejam o fumus boni iuris (plausibilidade do direito alegado) e o periculum in mora PLANO 10: A União, por não ter recursos suficientes para cobrir despesas referentes a investimento público urgente (...) – RESPOSTA: petição inicial de uma Ação objetivando a Repetição de Indébito, uma vez que se pretende a restituição do empréstimo compulsório pago indevidamente. A ação declaratória não satisfaz o interesse do cliente, visto que o objetivo não é evitar o lançamento do crédito tributário. Na hipótese, não há mais lançamento a ser realizado, visto que o tributo só seria devido pelo período de maio a dezembro de 2014. Tampouco é cabível a ação anulatória, visto que não há lançamento a ser anulado. PLANO 11: O governo federal, com oobjetivo de proteger a indústria nacional fabricante de aço, (...) A) A majoração da alíquota do imposto de importação poderia se dar por meio de um ato do Poder Executivo? RESPOSTA: Sim. O Imposto de Importação é exceção ao princípio da legalidade, ou seja, sua alíquota pode ser majorada por meio de ato do Poder Executivo, desde que atendidas às condições e aos limites estabelecidos em lei, conforme dispõe o Art. 153, §1o, da CRFB/88. B) O governo federal agiu legalmente ao exigir a alíquota majorada do imposto de importação no mesmo exercício financeiro? RESPOSTA: Sim. Por ser um imposto que tem com o função regular o mercado, o Imposto de Importação é exceção ao princípio da anterioridade, podendo ser alterado e cobrado ao tempo conveniente, conforme o Art. 150, § 1o, da CRFB/88. C) Neste caso concreto, qual seria a alíquota aplicável? Indique sempre todos os fundamentos. RESPOSTA: A alíquota será de 15% pois, na forma do art. 23 do DL 37/66, quando se tratar de mercadoria despachada para consumo, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração a que se refere o artigo 44. PLANO 12: Zeta é uma sociedade empresária cujo objeto social é a compra, venda e montagem de peças metálicas (...) – RESPOSTA: nas transferências entre estabelecimentos do mesmo contribuinte, não incide o ICMS, conforme Súmula no 166 do STJ. Também não é possível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para o pagamento de tributos, conforme Súmula no 323 do STF. Deverá de igual modo conter a presença do “fumus boni iuris” e do “periculum in mora”, para o pedido de concessão de medida liminar. Por fim, deve ser requerida a concessão da segurança, com os pedidos de confirmação da liminar/ordem de liberação da mercadoria em definitivo. PLANO 13: O BANCO DO BRASIL S/A promove ação anulatória perante o Município de Goiânia (...) – RESPOSTA: O entendimento sedimentado perante o STJ é de que a lista anexa à LC 116/03, embora taxativa em sua enumeração de serviços, admite interpretação extensiva quanto à compreensão do que sejam os serviços congêneres. Assim não se trata de analogia, pois os serviços que não se aproximam daqueles enumerados nos itens da lei, não podem ser objeto de tributação, mas aqueles que se revelam co mo desdobramentos ou da mesma natureza dos já previstos, mas que, por uma imprecisão do legislador, não foram ali arrolados, podem ser pacificamente inseridos no campo de incidência do imposto municipal. PLANO 14: Agenor é motorista de táxi e teve seu veículo abalroado por ônibus da Companhia Rio de Lata (...) a) possui a Companhia o dever de recolher o imposto? RESPOSTA: a) a pessoa jurídica tem o dever legal, em regra, de realizar a retenção do imposto de renda eventualmente devido pelos acréscimos resultantes do pagamento que realiza a outrem, na forma do Art. 639: Estão sujeitos à incidência do imposto na fonte, calculado na forma do art. 620, quaisquer outros rendimentos pagos por pessoa jurídica a pessoa física, para os quais não haja incidência específica e não estejam incluídos entre aqueles tributados exclusivamente na fonte (Lei no 7.713, de 1988, arts. 3o, § 4o, e 7o, inciso II). b) incide imposto de renda sobre todas estas verbas? RESPOSTA: o imposto de renda incide exclusivamente sobre acréscimo patrimonial (art. 43 do CTN), neste sentido ovalorcorrespondenteaoveículonãopodesofrerincidência.Oslucroscessantescorresp ondem aoque o contribuinte deixou de ganhar em virtude dos efeitos do dano, o que seria normalmente tributado. Por isto, é acréscimo e gera o imposto. Quanto ao dano moral, há muita controvérsia, mas o STJ consagrou entendimento na Súmula 498 (Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais). PLANO 15: Determinado proprietário de veículo automotor (VECTRA-GT) (...) RESPOSTA: A ação anulatória não merece acolhida pelo Juízo, uma vez que a ausência de LC não impede que os Estados legislem sobre o IPVA, consoante a firme orientação pretoriana e atento às lições da doutrina. Ressalte-se que o art. 24, § 3o da CRFB permite que os Estados legislem sobre temas não enfrentados pela União, sendo oportuno trazer à colação o art. 34 do ADCT. PLANO 16: João Manuel saiu de casa em uma comum noite de sábado com a finalidade de comprar um maço de cigarros (...) a) Há incidência do ITCMD devolução na sucessão provisória? Manuel? RESPOSTA: a) conforme o verbete 331 da Súmula do STF, "é legítima a incidência do imposto de transmissão causa mortis no inventário por morte presumida". b) Há incidência do ITCMD do patrimônio a João? RESPOSTA: para esta hipótese não há uma resposta fechada. Podemos citar como exemplo a legislação do Distrito Federal que, diferente da fluminense, expressamente determina a restituição do tributo. Não podemos sequer falar em jurisprudência para o caso, pois são raríssimos os casos em que há o regresso daquele que desapareceu. O aluno deve trabalhar a devolução do patrimônio partilhado na sucessão provisória como um desfazimento desta.
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