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PREVENÇÃO E MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

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AULA 1
O CONFLITO
Introdução
Caro aluno, em nossa primeira aula desta disciplina, você aprenderá o conceito de conflito e, em seu contraponto, do que não é considerado conflito. Além disto, você aprenderá os benefícios de um conflito e, por fim, será capaz de compreender a importância deste entendimento para o seu cotidiano como operador de segurança. Apresentaremos posicionamentos jurídicos e legais sobre o assunto, tanto no contexto nacional quanto no internacional, para que você tenha uma visão mais abrangente e atual do tema estudado.
Prevenção - Antes de começarmos a tratar do tema conflitos, é fundamental falarmos sobre o conceito de prevenção.
Contudo, temos que ressaltar que, em virtude das diversas conceituações existentes para a palavra, iremos nos ater somente naquelas que sejam úteis para o seu campo de atuação: o da Segurança Pública.
Mas afinal, o que é prevenção?
Prevenção, então, é um termo que pode ser entendido como ato ou efeito de prevenir, significando toda a preparação de algo, com antecedência, e visando a determinado fim. 
Significa dizer que é o ato de prever danos, de evitar eventuais barreiras, conflitos ou problemas, de evitarem-se riscos, dentre tantos significados.
E o que seria o risco?
A partir de sua origem etimológica, partindo-se do vocábulo árabe rizq, risco significa “o que depara a providência” e podemos afirmar que a palavra está relacionada à concepção de proximidade de possíveis danos, bem como à de vulnerabilidade.
Tomando-se como base estas definições iniciais, podemos entender que o conceito de prevenção de riscos relaciona-se com a preparação de medidas defensivas, que sejam capazes de minimizar ou até de eliminar danos que possam surgir, em determinadas situações.
Em nosso contexto da Segurança Pública, podemos analisar que, diante de uma crise, situação de risco ou de conflito, tanto o agente público quanto o cidadão tomam certas precauções, com o objetivo de precaverem-se de quaisquer riscos que possam surgir, protegendo-se em sua integridade física e pessoal. 
Como você, como operador de segurança que é, tem tanto o dever quanto o direito de proteger a si e a outrem, no exercício legal de sua função e os processos de prevenção e de mediação de conflitos ajudarão muito você nessa tarefa. 
Clique aqui e Leia mais sobre Conceito de prevenção de riscos - o que é, definição e significado.
Conceito de conflito - Agora, para entendermos o conceito de conflito, vamos partir do pressuposto de que há uma divergência ou antagonismo, sem qualquer chance de acordo ou negociação, entre as partes envolvidas, isto é, não é possível que pessoas, através de um ajuste, de uma combinação entre elas, consigam decidir em conjunto, permitindo que ocorra o que é chamado de processo decisório compartilhado.
Assista ao vídeo e perceba como a falta de acordo ou negociação entre as partes envolvidas pode atrapalhar, e muito, uma decisão importante a ser tomada.
Para resolver esses conflitos surgidos, existem métodos alternativos – como a mediação e a arbitragem, por exemplo - que, em geral, são formas utilizadas pelas partes contrapostas, visando resolver determinado litígio, sem que haja, para isso, a necessidade do acionamento da Justiça. 
Muito embora possam parecer-nos modernos, na verdade, são institutos ideologicamente muito antigos, utilizados desde a Roma Antiga e na prática comercial da Idade Média.
Nos dias atuais, os métodos considerados alternativos para a solução de conflitos são meios fundamentais no processo de resolução de litígios entre as partes envolvidas. Para resolver esses conflitos surgidos, existem métodos alternativos – como a mediação e a arbitragem, por exemplo - que, em geral, são formas utilizadas pelas partes contrapostas, visando resolver determinado litígio, sem que haja, para isso, a necessidade do acionamento da Justiça. 
Muito embora possam parecer-nos modernos, na verdade, são institutos ideologicamente muito antigos, utilizados desde a Roma Antiga e na prática comercial da Idade Média.
Nos dias atuais, os métodos considerados alternativos para a solução de conflitos são meios fundamentais no processo de resolução de litígios entre as partes envolvidas.
Afinal, o que é um conflito?
Podemos entendê-lo como o choque entre elementos opostos, havendo discórdia, antagonismo, luta entre dois poderes com interesses antagónicos etc.
Sob o ponto de vista jurídico, o conflito de interesses está previsto na Lei n.º 12.813, de 16 de maio de 2013 que, em seu artigo 3º, inciso I, define muito bem a situação. Esta lei aborda basicamente os seguintes aspectos:
1. Situações que configuram conflito de interesses, durante e após o exercício do cargo ou emprego;
2. Regras e obrigações para ocupantes de cargo ou emprego que tenham acesso a informações privilegiadas;
3. Competências de fiscalização, avaliação e prevenção de conflitos de interesses;
4. Sanções aos servidores e empregados públicos, que praticarem atos em que se configurem como conflito de interesses.
ATENÇÃO: Porém, ressaltamos que o puro confronto entre o que é do interesse público e o que é do privado não configura uma situação de conflito na prática, pois é necessário que esse confronto cause prejuízo para o interesse coletivo ou para o desempenho da função pública. 
Destacamos, também, que a configuração do conflito de interesses independe da existência de lesão ao patrimônio público, bem como do recebimento de qualquer vantagem ou ganho pelo agente público ou por terceiro.
Para saber mais sobre esta lei, clique aqui.
Benefícios do conflito - Por mais estranho que possa nos parecer, em uma primeira avaliação, o conflito tem vários benefícios e funções como, por exemplo, a de tornar os membros de uma determinada organização mais conscientes e aptos a lidar com problemas. 
Além disso, o conflito gera potencialmente mudanças e movimentos de adaptação organizacional, fortalece relações, promove a consciência de si mesmo e dos outros; estimula o desenvolvimento pessoal e o desenvolvimento psicológico, tornando as pessoas mais precisas e realistas em suas autoavaliações.
Por incrível que pareça, o conflito pode ser um estimulante pessoal e institucional, já que ele sinaliza que algo precisa ser mudado, adequado ou negociado, combinado. 
Os benefícios citados podem ser alcançados, mas, para que isso efetivamente ocorra, as partes envolvidas precisam demonstrar maturidade e um objetivo comum, pois eles podem ser exatamente os opostos dos mencionados, na prática, durante um conflito de interesses.
Conhecimento empírico
Seria possível, desta forma, vivermos sem conflito?
Não, porque é uma situação que surge da convivência intrínseca, bem como da extrínseca, do homem consigo próprio e com os demais seres, mesmo que irracionais. 
Veja um vídeo animado sobre isto:
Por fim, diante de uma situação de conflito, podemos assumir uma dessas 5 posições:
. Acomodação;
. Evitamento;
. Competição;
. Compromisso; 
. Colaboração.
Dependendo da posição escolhida, o conflito será ou não resolvido, de forma satisfatória para apenas uma das partes ou para ambas, total ou parcialmente.
Mediação de conflitos - Diante do que você aprendeu em nossa primeira aula, você já foi capaz de perceber o quanto será importante, no seu dia a dia de operador de segurança, tomar conhecimento dos princípios básicos e das técnicas da chamada mediação de conflitos e da negociação, de modo a permitir que você possa, agindo dentro da lei, buscar o equilíbrio satisfatório e adequado entre o interesse público e o do particular, evitando a perturbação da ordem pública e mantendo-se a paz social
AULA 2
TIPOS DE CONFLITOS
Introdução
Nesta aula, iremos falar sobre os tipos de conflitos existentes, bem como sobre as habilidades e as competências que você, como operador de segurança, deverá ter ou desenvolver, quando se depara com uma situação que exija a sua prevenção ou mediação funcionais. A partir da conceituação e da explicação de cada um deles, você será capaz deidentificá-los adequada e mais rapidamente, muitas das vezes, em conflitos que exigirão sua técnica, sua tranqüilidade, sua agilidade e o seu bom senso.
Em seu cotidiano como operador de segurança, você pode deparar-se com diversas pessoas e em situações conflitantes, sendo obrigado funcionalmente a agir, a cumprir a lei e, assim, a preservar a ordem pública e a manter a paz social.
Nesta aula, você aprenderá as ferramentas necessárias diante de cada caso específico de conflito, para ter a oportunidade de entender como funciona um cenário de conflito e o que você poderá fazer para garantir a sua segurança e a dos demais envolvidos, de acordo com as limitações legais existentes.
Antes de iniciarmos, porém, a nossa aula, devemos alertá-lo para o fato de que a definição de processo de mediação de conflitos diferenciar-se-á entre os autores do assunto, já que cada um desenvolve ou baseia-se em uma orientação teórica diferente.
Aspectos do conflito - Não se esquecendo de sua complexidade, um conflito pode ser abordado através dos seguintes aspectos:
- Resolução de conflitos - Sob o ponto de vista da resolução de conflitos, sendo a mediação uma forma de resolução de conflitos.
- Geração de um acordo - Sob o ponto de vista de acordo entre as partes, tendo a mediação o objetivo principal de gerar um acordo.
- Comunicação - Sob o ponto de vista de comunicação, onde a mediação seria um meio de proporcionar uma melhor comunicação entre as pessoas que estão em conflito.
- Mediação transformativa - Por fim, sob o ponto de vista da transformação, defendendo a noção de mediação transformativa, independente de as pessoas envolvidas terem chegado ou não a um acordo.
ATENÇÃO - Enfim, resumindo, podemos destacar o comentário da advogada Barbosa (2006), sobre a mediação de conflitos, ao afirmar que ela “aproxima, sem confundir, e distingue, sem separar”. 
(BARBOSA, Águida A. Relação de Respeito. Boletim IBDFAM, n. 38, ano 6, p. 7, maio-jun. 2006)
Diálogo entre as partes - Como você aprenderá com mais detalhe futuramente, caberá à mediação promover o diálogo entre as partes envolvidas, a fim de possibilitar uma maior reflexão sobre as questões conflitantes ou antagônicas, visando à construção de uma solução efetivamente prática.
A mediação parte da premissa de que as próprias partes possuem o poder de gerir e resolver seus próprios conflitos, pois, participando do processo, acabam tornando-se as mais indicadas para solucionar suas questões, ao saberem o que é melhor para elas próprias e enfrentam circunstancialmente as dificuldades para melhor administrá-lo.
Sendo assim, o uso do método pode ser realizado em diversas áreas, em especial nas relações que já ocorreram preliminarmente no passado, mesmo que ela continue ou não, após o conflito, podendo este ser:
. familiar, 
. comercial, 
. trabalhista, 
. internacional, 
. escolar,
. comunitário, 
. organizacional, 
. ambiental, 
. cível, etc.
Enfim, em toda e qualquer área em que há uma relação entre pessoas físicas ou jurídicas, com posições e discussões opostas.
Tipos de Conflitos - Para facilitar o seu entendimento, contudo, trataremos inicialmente sobre os conflitos, como sendo de 3 tipos. São eles:
- Conflitos Conceituais - São os que ocorrem quando as idéias, as opiniões, as informações ou as conclusões de uma pessoa são incompatíveis com as idéias, as opiniões, as informações, as conclusões de outra pessoa, ou seja, elas tornam-se ideologicamente antagônicas.
- Conflitos de interesse - São os que ocorrem quando a ação de alguém, para atingir um objetivo, bloqueia, limita ou impossibilita outra pessoa de atingir os mesmos ou outros objetivos.
- Conflitos desenvolvimentais - São os que ocorrem em conseqüência das diferenças de desenvolvimento cognitivo, afetivo ou social de pessoas em crescimento.
Mecanismos institucionais - Como mecanismos institucionais, contudo, capazes de atuar na composição dos conflitos surgidos dentro da sociedade, sob os pontos de vista técnico e jurídico, destacamos a conciliação, a mediação e a arbitragem especial. 
Estas formas permitem que as controvérsias possam ser dirimidas de forma qualitativa, proporcionando mais participação das partes envolvidas, na busca de um resultado viável e satisfatório e eliminando as idéias preconcebidas de “vencedor e perdedor”, após um conflito.
Também é possível, paralelamente ao Poder Judiciário, que as partes divergentes utilizem-se da ferramenta jurídica chamada de arbitragem para-processual, a fim de tentar solucionar um conflito, prevista na Lei 9.307/96. 
Ressalta-se, porém, que ela se adéqua para a solução de conflitos de ordem empresarial, em casos que envolvam uma grande quantia de dinheiro, bem como um grau elevado de especialização jurídica.
Para que você conheça cada um desses mecanismos, passaremos a tratá-los nas telas seguintes, assim poderá entender melhor cada um deles, com suas especificidades e situações de aplicabilidade.
Conciliação - Autocompositiva, ela pode ser definida como um processo técnico para a resolução de conflitos de forma consensual, através da qual se busca a consolidação de um acordo entre as partes litigantes.
Durante a sua aplicação, um terceiro, atuando de forma imparcial à causa, oferece, através de sugestões e orientações para ambas as partes litigantes, propostas para que sejam encontradas, enfim, as soluções adequadas aos interesses de cada uma delas. Ela pode ser exercida dentro do próprio procedimento judicial, ou fora dele, e é também uma forma de tratamento de conflitos.
Ressalta-se, contudo, que, dependendo do caso da conciliação, decorrente das transações, pode não acontecer a pacificação, na maioria dos casos, mesmo buscando-se a extinção inicial do processo, pelas partes envolvidas, com ou sem a resolução do litígio.
Com a Lei 9.099/95, podemos dizer que o instituto da conciliação, nos Juizados Especiais Cíveis, ganhou um incentivo, já que, em seu art. 3°, houve a previsão legal da competência destes Juizados para a conciliação das causas a eles submetidas. O mesmo foi previsto para os Juizados Especiais Federais, no art. 38 da Lei 10.259/01.
Em nosso ordenamento jurídico, esta ferramenta jurídica está prevista nos arts. 125, IV, e 447 e seguintes do Código de Processo Civil, que são dispositivos legais que tratam da necessidade de se propor a conciliação em todas as causas judiciais.
Pelo art. 840 e seguintes, ainda do CPC, os interessados podem adotar a transação, com o objetivo de acabar com um litígio entre as partes ou de preveni-lo, fazendo-se concessões mútuas, sempre na busca da consolidação de um acordo entre eles. Se tal objetivo for alcançado entre as partes, haverá a consequente extinção do processo, com a respectiva resolução do mérito.
Mediação - A mediação visa fazer com que as partes divergentes possam restabelecer uma comunicação eficiente e saudável, a fim de permitir que haja a discussão de pontos relevantes do litígio e uma possível solução para a questão discutida.
Desta maneira, o agente mediador procurará extinguir todas as dificuldades existentes para que a comunicação entre as partes controversas flua como deveria, a fim de que seja possível haver um acordo entre elas, pois, na mediação, acredita-se que os próprios envolvidos podem encontrar suas próprias soluções para o conflito, a partir do instante em que sejam capazes de verem o caso conflituoso como uma oportunidade de crescimento, bem como de uma mudança de conduta de cada parte envolvida.
Por isso, o instituto da mediação deve ser visto como uma alternativa de mudança na comunicação entre as partes conflitantes, muito mais do que uma possibilidade legal de resolução de conflitos. 
Por fim, a mediação possui, como finalidades, a prevenção de conflitos, já tratada em nossa primeira aula, o restabelecimento da comunicação entre as partes e, se possível, a preservação do relacionamento entre elas.
De tudo o que foi aprendido por você, é possível perceber que a mediação é uma técnica muito importante para tentarse manter um harmonioso relacionamento entre as partes, até depois que solucionou-se o conflito entre elas.
Arbitragem Especial - Para que você entenda melhor a arbitragem especial, antes iremos explicar o conceito de arbitragem, que constituem uma forma de solução na qual esta provém de um terceiro, que age de forma imparcial aos envolvidos no conflito.
A arbitragem possui uma força vinculante, bem como impositiva, diferenciando-se da mediação, pois esta é um método consensual.
Assim como o instituto da mediação, a arbitragem também é uma forma de solução de conflito, na instância privada, podendo, contudo, também ser utilizada num processo estatal.
Temos a arbitragem comum, prevista na Lei 9.307/96 (Lei da Arbitragem), conhecida como Lei Marco Maciel, e a arbitragem especial, que acontece na seara dos Juizados Especiais. 
Clique aqui e saiba mais sobre a Arbitragem.
Ferramentas de políticas públicas - Já terminando a nossa segunda aula, por fim, trataremos de duas questões importantes como ferramentas de políticas públicas para a resolução de conflitos sociais, na relação, muitas das vezes, antagônica entre os cidadãos e o Estado, em que você, como operador de segurança, pode vir a encontrar-se como agente público mediador. São delas: a Inclusão Social e a Pacificação Social.
1. Inclusão Social - Conforme o previsto no art. 1°, inciso V de nossa Constituição Federal de 1988, temos um Estado democrático de direito, baseado no chamado pluralismo jurídico. 
A partir deste dispositivo legal, podemos inferir que os instrumentos disponíveis para que haja uma auto composição são os métodos mais recomendáveis para uma democracia com esta característica pluralista.  
Assim, é crucial o incentivo de participação do cidadão pela busca de uma efetiva democracia e, para tal, os diversos setores sociais devem contribuir para este processo, dentro de suas respectivas áreas de atuação e de responsabilidade, a fim de que haja realmente uma justiça eficiente e equilibrada.
Portanto, cada cidadão possui a importante tarefa de procurar participar e colaborar para o efetivo exercício da jurisdição, não se esquecendo, contudo, de reconhecer todos os dispositivos legais estatais para o alcance da Justiça e, se possível, de um consenso jurídico.
2. Pacificação Social - Por meio deste processo da pacificação social, procura-se se identificar as causas que originaram a demanda para que, a partir dela, seja possível de se tentar diminuir ou se dirimir o sofrimento dos envolvidos no conflito. 
Através dela, as partes opostas podem perceber os diferentes aspectos da controvérsia existente, de modo a ser possível de responderem ao mediador, bem como a si próprias, perguntas importantes sobre os motivos causadores daquela discussão e o que cada uma das partes deseja obter para si, com a resolução do conflito, no caso de um acordo entre elas.
Ocorre que, com uma decisão judicial, após um litígio processual, a disposição de cada uma das partes pode ficar muito mais comprometida, na medida em que se dá o processo, tornando-se cada vez mais dificultoso para que haja uma efetiva pacificação entre elas, pois, no final, sempre haverá a concepção de que houve, de um lado, um perdedor, e, do outro, um vencedor. 
Isto permite que a parte que se sente a perdedora possa não vir a se conformar com o resultado obtido no litígio, eliminando-se, desta forma, qualquer possibilidade de que haja uma pacificação entre as partes envolvidas.
AULA 3
ESTILOS E MANEJOS DE CONFLITOS
Introdução
Nesta aula, iremos falar sobre os estilos e os manejos de conflitos e iremos demonstrar, para a sua compreensão, sobre o processo de diagnóstico de um conflito, a partir da identificação e análise da natureza de suas divergências, dos seus fatores subjacentes e do estágio em que se encontra este conflito. A partir da conceituação e da explicação de cada um deles, você, como um operador de segurança, será capaz de identificá-los e, diante de uma real situação de conflito, em que terá que agir rapidamente e com o conhecimento técnico adequado, você se sentirá seguro para executar a sua missão a contento.
Diagnóstico avaliativo - Em sua função como operador de segurança, você terá que, preliminarmente, ser capaz de traçar um diagnóstico avaliativo diante de um conflito no qual você foi solicitado, pessoal ou funcionalmente, a agir.
Assim, nesta aula, você conhecerá como avaliar os fatores subjacentes de um conflito, a reconhecer em que estágio esse conflito se encontra e a identificar a natureza das divergências encontradas, tornando-se capaz, desta forma, de identificar e gerenciar adequadamente o conflito encontrado.
Formas para a resolução de conflitos - Segundo citado por Cordeiro (2009), existiria 4 formas para a resolução de conflitos, desenvolvidas pelo homem, no decorrer dos tempos e de sua evolução, sendo elas:
. Baseadas na imposição da força, através da demonstração do poder ou da força;
Imposição da força - Acontece quando uma das partes envolvidas, no conflito, utiliza-se do uso da força ou do seu poder para impor, na outra parte antagônica, a sua vontade, ideia ou posição, vencendo a disputa.
. Baseadas no direito;
. Baseadas nos interesses;
. Baseadas na identificação dos interesses das partes envolvidas e suas respectivas possibilidades de atendê-los.
Variáveis para a realização do diagnóstico - Segundo Moscovici (1997), quando cita Schimidt e Tannenbaum (1992), diante de uma situação de conflito, você, como operador de segurança, deverá considerar três variáveis para a realização do diagnóstico encontrado. São elas:
- O estágio de evolução em que o conflito se encontra - Você deverá verificar, preliminarmente, em uma situação conflituosa, em que estágio encontra-se o conflito e em que grau de animosidade encontram-se os envolvidos.
- A natureza das diferenças - Você, como um operador de segurança, deverá, diante de um conflito, analisar os pontos de vistas e idéias divergentes para, assim que possível, convencer as partes pela resolução do conflito, de forma mais amigável e benéfica para todos.
- Os fatores subjacentes - É o conjunto das informações, peculiaridades, características e funções encontradas no conflito, a respeito das partes divergentes.
Possibilidades de manejos - De tudo o que foi ensinado para você, para que haja a melhor resolução de um conflito entre as partes antagônicas, existem algumas possibilidades de manejos destes conflitos, que poderão ser identificados ou incentivados por você, quando deparar-se, na prática, com um caso assim.
Segundo Kilmann-Thomas (2007), pode haver a evitação, a concessão, a colaboração e a competição, por uma das partes envolvidas no conflito. A seguir, falaremos de cada uma delas para o seu melhor entendimento.
- Evitação: Na evitação, uma das partes do conflito se nega a reconhecer que há de fato um conflito.
- Concessão: Na concessão, as partes envolvidas se esforçam para tentar chegar a um consenso ou a um acordo, de modo a permitir que cada uma delas alcance seus objetivos, mesmo que parcialmente.
- Colaboração: Já na colaboração, cada parte se esforça para, juntos, tentarem chegar a um acordo, de modo a que todos saiam satisfeitos plenamente em seus objetivos, durante o processo de resolução do conflito.
- Competição: Por fim, na competição, uma das partes faz prevalecer os seus objetivos ou interesses, em detrimento da outra parte envolvida no conflito.
AULA 4
MEIOS DE RESOLUÇÃO PACÍFICA DE CONFLITOS
Introdução
Nesta aula, iremos falar sobre os meios de resolução pacífica de conflitos, definindo cada um deles mais detalhadamente para o seu melhor aprendizado.
Iremos, assim, falar sobre a arbitragem, a negociação, a conciliação e a mediação.
A partir da conceituação e da explicação sobre cada um deles, você, como um operador de segurança, será capaz de identificá-los e, conseqüentemente, diante de uma situação conflituosa, se sentirá mais seguro e confiante para agir e executar a sua missão adequadamente.
Introdução da aula- Como operador de segurança, após traçar, preliminarmente, um diagnóstico avaliativo de um conflito para o qual você foi solicitado a agir, aprenderá a identificar e a aplicar um dos meios de resolução de conflitos existentes para o caso em questão.
Desta forma, você aprenderá o conceito, as características, as peculiaridades e alguns pontos importantes de cada um dos meios de resolução de conflitos existentes, o que permitirá com que, diante de uma situação conflituosa real, você seja capaz de fazer uma avaliação técnica adequada para o caso em particular, com o objetivo de escolher e utilizar um destes meios de resolução para o gerenciamento do conflito.
Arbitragem - Sendo assim, passaremos a pormenorizar cada um desses meios para o seu melhor entendimento, começando pela arbitragem.
Neste meio de resolução de conflito, há a intervenção de uma terceira pessoa junto às partes divergentes, que ajuda nas tratativas para o seu encerramento, de modo a resolver o conflito, satisfazendo os cidadãos envolvidos, como se fosse uma espécie de justiça privada. 
Essa pessoa (ou pessoas), que está agindo como um árbitro foi escolhida pelas partes para proferir uma decisão com o mesmo conteúdo, bem como a mesma força de que uma sentença judicial teria, se fosse este o caso.
Podemos entender a arbitragem, na verdade, como uma auto composição entre as partes envolvidas em um conflito, dando-se um fenômeno de ajustamento entre os interesses de cada uma delas, a fim de se obter um resultado que seja satisfatório para ambas, havendo, evidentemente, uma adequação entre a renúncia, a adaptação, o movimento de ceder e o de abrir mão, ou não, de alguns pontos importantes durante esse processo até o final acordado.
Como já vimos, em uma de nossas aulas anteriores, a arbitragem pode ser entendida como um meio privado de acesso à Justiça, onde as partes litigantes são participativas, pois suas vontades são respeitadas em todo o processo de tentativa de resolução do conflito.
Como vantagens advindas da escolha pela arbitragem, podemos citar várias, clique na pilha de papéis na mesa da mediadora e conheça cada uma dessas vantagens.
Segurança - Pois a arbitragem também se baseia nos princípios da imparcialidade, da neutralidade e da confiabilidade, assim como em um processo judicial acontece;
Flexibilidade - Já que, na arbitragem, há versatilidade e adaptabilidade quanto aos dias, locais e horários para que as audiências sejam marcadas, a fim de atender a disponibilidade e o interesse das partes;
Celeridade - Pois, com a arbitragem, o procedimento torna-se mais rápido, o que permite um menor desgaste na espera e no estresse das partes, conforme ocorreria no confronto judicial, até a sua resolução final;
Informalidade - Já que o procedimento arbitral é muito menos informal do que o exigido no Judiciário, em um processo judicial ordinário, o que facilita, e muito, a rapidez na solução do conflito; 
Sigilo - Com a arbitragem, não existe a exigência legal da publicidade dos seus atos, permitindo, assim, com que se evite a exposição das partes para com a mídia e o restante das pessoas;
Especialização - Já que permite haver mais qualidade na decisão, quando o próprio árbitro escolhido já é um especialista naquele assunto do litígio, o que evita, assim, que haja necessidade da contratação futura de peritos durante a discussão entre as partes etc.
Negociação - Segundo Wanderley (1998), a negociação pode ser entendida como um processo para se alcançar objetivos, através de um acordo nas situações em que existam interesses comuns, opostos ou até complementares, ou seja, em que existam conflitos, antagonismos de posições, idéias ou interesses e divergências.
Para o autor, essa definição abrange diversas considerações a respeito, dentre elas que:
- Processo: A negociação é um processo, composto por uma seqüência de etapas, que ocorrem desde o início até o final. 
Portanto, a maneira como se dá esse processo, é fundamental para um desfecho satisfatório de uma negociação;
- Alcançar objetivos: Toda negociação significa alcançar objetivos, ou seja, afirmar que é primordial que o negociador saiba definir detalhadamente e certeiramente quais são os interesses e os objetivos que deseja alcançar em um processo de negociação com a outra parte. 
Assim, o negociador saberá exatamente quando avançar ou retroceder durante um processo de negociação;
- Campo de forças: A negociação pode ser entendida como um processo que se dá dentro de um campo de forças e, por isso, deve ser analisada como a passagem de uma situação atual para uma situação futura, onde existem forças restritivas, mas, também, forças que impulsionam para que se alcance um acordo entre as partes;
- Relacionamento: A negociação deve ser compreendida como um relacionamento e não um ato isolado. 
Sendo assim, o negociador deve levar em conta dois componentes importantes: a comunicação e a emoção existentes durante o processo e manifestados entre as partes, pois eles são fundamentais para o êxito ou o fracasso da negociação em curso;
- Processo decisório compartilhado: A negociação, vista como um processo decisório compartilhado, feito através de um acordo entre as partes, que pode se dar por meio do consentimento mútuo, da dominação de uma parte sobre a outra, da manipulação ou da chantagem;
- Divergências e os antagonismos: Por fim, que, em uma negociação, as divergências e os antagonismos entre os envolvidos estarão sempre presentes, de uma maneira ou de outra, variando de grau e de origem e, assim, dificultando o processo como um todo.
Conciliação – A conciliação constitui-se em um método extra judicial para a solução de conflitos, através do qual as partes, com o auxílio de uma terceira pessoas, o chamado conciliador, serão estimuladas a chegarem a um acordo entre si para que, desta forma, possam encerrar a divergência entre elas.
Nasceu, portanto, da idéia de que o processo de mediação deveria ser confiado a outro ente, independente das partes, que fosse imparcial e, ao mesmo tempo, livre de interferências externas.
Porém, caso isso não ocorra, o conciliador poderá vir a sugerir algumas soluções para o fim do litígio entre as partes.
Devemos ressaltar, contudo, que ao conciliador não caberá proferir a sentença, mesmo havendo ou não acordo entre as partes antagônicas no processo.
Mediação - A mediação pode ser considerada como um método de resolução de conflitos, onde uma terceira pessoa, imparcial e escolhida entre as partes litigantes, fica responsável por analisar as informações recebidas por cada uma delas e 
vai negociando, durante o processo, até que se seja capaz de chegar a um acordo entre os envolvidos. 
Ela é uma espécie, por assim dizer, de uma negociação canalizada, pois existe um terceiro nesse processo de tentativa de acordo, que levanta os interesses, bem como as necessidades, de cada uma das partes, procurando evitar explorações e abusos entre elas, com o objetivo maior de se chegar a um acordo final que seja bom para todos os envolvidos, oferecendo situações não vislumbradas pelas próprias partes conflitantes.
Contudo, podemos afirmar que esse mediador não julga, pois ele apenas estimulará as partes a chegarem a um acordo, já que a mediação é um método, como já dito, através do qual um terceiro, agindo imparcialmente, ajuda as partes conflitantes a buscar uma solução que seja satisfatória e também aceitável para ambas.
Segundo Sarfati (2010), o papel do mediador deve ser o de ajudar as partes a resolver os seus conflitos, de uma maneira menos desgastante, para que seja possível de se chegara um acordo, de forma voluntária, com o objetivo de se preservar o relacionamento e de se evitar mais perdas, causadas por meios dos processos litigiosos.
Para este autor, o processo de mediação pode ser entendido como uma intervenção, que serve para fortalecer e melhorar a comunicação, gerenciando os problemas para que se transformem em lealdade, cooperação, inovação, bem como em comunicação efetiva e transparente em todos os níveis.Em uma mediação, quem faz o papel de mediador exerce vários papéis neste processo: 
. como organizador das partes na disputa, bem como das informações; 
. como avaliador das estratégias de negociação;
. como encorajador de resoluções, apoiador do entendimento, 
. como educador;
. como tradutor das informações;
. como ouvidor;
. como guia;
. como gerenciador da comunicação, procurando ser flexível ao agir, de acordo com o contexto do conflito e considerando sempre quais são as pessoas envolvidas e qual é a natureza e as características do conflito em si.
Papéis do mediador - Para que você possa, como operador de segurança, entender cada um desses papéis, faremos uma concisa, mas, ao mesmo tempo, esclarecedora conceituação de alguns desses papéis assumidos pelo mediador, sendo eles:
- Organizador: neste papel, o mediador exerce a função de ajudar as partes a gerenciar suas interações, o conjunto de informações disponíveis durante o processo, apoiando o processo de decisão entre elas. 
Enfim, o mediador gerenciará os detalhes considerados sutis, em um primeiro momento de avaliação, mas que, na verdade, são fundamentais para a tranquilidade de um acordo satisfatório para ambas as partes;
- Ouvidor: este, sem dúvida, é o papel mais importante do mediador porque ele deve ouvir ativamente, em encorajando as partes a se ouvirem e, desta maneira, o mediador acaba tornando-se uma espécie de exemplo entre as partes envolvidas no conflito;
- Encorajador de Resoluções: neste papel, o mediador deve mostrar-se hábil no processo de composição de interesses das partes. 
Porém, o mediador deve se apresentar para as partes como uma espécie de agente facilitador do acordo e não como um terceiro que impõe, sugere ou acaba induzindo as partes a um acordo não satisfatório para elas;
- Gerenciador da comunicação: aqui, o mediador procura registrar os pontos considerados significativos, coordenando as informações apresentadas, procurando esclarecer as intenções, as percepções e expectativas das partes envolvidas no processo;
- Guia: neste papel, o mediador deverá diagnosticar os obstáculos ou dificuldades encontradas no processo, ajudando no realinhamento da negociação entre as partes conflitantes, quando elas se depararem com impasses que estejam dificultando a tentativa de um acordo satisfatório etc.
ATENÇÃO: Agora, falando-se sobre as suas vantagens, podemos dizer que a mediação também apresenta vários benefícios, sendo eles comuns ao método da arbitragem como, por exemplo, a celeridade e o sigilo. 
Contudo, além destes, a mediação pode ser considerada mais justa e mais produtiva, segundo defende Cavalcanti (2001).
Avaliar cada caso particular de conflito - De tudo o que foi ensinado, nesta aula, você pode perceber que, em um mundo cheio de conflitos, sejam eles pessoais, inter-relacionais e até mundiais, estes métodos de resoluções de conflitos tornam-se importantíssimas ferramentas para o processo de pacificação desses conflitos, ao permitirem que, em muitas das vezes, não haja a necessidade de que esses conflitos parem no Judiciário, com seus longos anos de disputa e recursos.
Por isso, é fundamental que você, como operador de segurança e conhecedor da lei, possa avaliar cada caso particular de conflito e, se chamado a agir, possa traçar um método de ação, após escolher o melhor e mais adequado meio de resolução para aquele conflito entre as partes, nem que seja a título de orientação jurídica apenas e não, necessariamente, tendo que agir como um representante do poder público, em seu dever funcional, durante a execução de seu serviço ou em uma missão que lhe foi dada.
- Intrapessoal - É um conflito exclusivamente nosso e que, às vezes, existe porque nós o vivemos assim.
- Intrapessoal - O conflito afeta a mim e a outra pessoa.
- Grupal - O conflito pode afetar a três ou mais pessoas.
- Intergrupal - O conflito afeta a um ou mais grupos de pessoas.
- Social - O conflito afeta a sociedade inteira.
AULA 5
BENEFÍCIOS DA MEDIAÇÃO
Introdução
Nesta nossa aula, você irá aprender sobre os benefícios da mediação, suas características e objetivos. Você reconhecerá, também, os benefícios primários e os secundários.
A partir do que lhe for apresentado, você, como um operador de segurança, será capaz de melhor entender as peculiaridades deste meio de resolução de conflitos, o que facilitará, e muito, a sua intermediação, se necessário, na sua prática cotidiana.
Introdução da aula - Como operador de segurança, quando você se deparar com um conflito em que tenha que atuar, seja pessoal ou funcionalmente, um mediador. 
Nesta aula, com os conhecimentos que obterá a respeito, você aprenderá o que é mediação e quando usar esta técnica, ao deparar-se com um impasse, bem como será capaz de desenvolver habilidades de imparcialidade para maior geração de valor em uma negociação.
Todas as interações humanas, de uma forma ou de outra, envolvem uma potencialidade de disputas, onde os sujeitos envolvidos podem apresentar, no decorrer do processo, tanto atitudes convergentes como divergentes. 
São esses processos que podem se beneficiar da mediação, quando um profissional capacitado sobre as características desse meio de resolução de conflitos pode auxiliar as partes conflitantes, com a imparcialidade adequada para o alcance de um acordo satisfatório para todos.
Quando, em uma disputa, existirem percepções diferentes do que seja ganho e do que seja perda, a mediação pode ser aplicada como uma ferramenta importante para o resgate do diálogo entre os envolvidos, pois permitirá que as partes possam construir um ambiente no qual a colaboração e a criatividade possam existir e permitir, de fato, uma resolução de problemas.
O instituto da mediação, cada vez mais no mundo moderno e globalizado, apresenta-se como uma ferramenta de resolução de conflitos em situações interpessoais, nas empresas, nos grandes negócios, entre clientes e seus fornecedores, nas relações entre governos e, no nível micro, nas relações de nossa vida pessoal.
Desta forma, a seguir, você aprenderá as características e os objetivos da mediação de conflitos.
Características da mediação - Neste meio de resolução de conflitos, podemos identificar várias características importantes da mediação que você, como operador de segurança, deve conhecer e ser capaz de perceber em uma situação conflituosa diagnosticada. Citamos:
• A mediação procura devolver às partes a responsabilidade por seus conflitos; 
• O mediador, após ouvir os envolvidos e conhecendo os pontos centrais do conflito, torna-se capaz de oferecer diferentes abordagens e enfoques para a questão, que antes não eram percebidas pelas próprias partes, de modo a facilitar um futuro acordo entre os litigantes; 
• Estimula o protagonismo dos envolvidos na busca de uma solução aceitável para as partes envolvidas;
• A negociação e a decisão em si cabem apenas às partes envolvidas no conflito e não ao mediador, que deve ser parte terceira e imparcial ao processo; 
• Possui caráter informal;
• É voluntária;
• Rápida;
• Econômica;
• Consensual;
• Sigilosa/confidencial;
• Reduz o caráter conflituoso da disputa;
• Facilita a comunicação entre as partes
• Gera alternativas criativas;
• Resgata a responsabilidade das partes; 
• Gera acordos mais duradouros.
Mediação X Arbitragem - A fim de facilitar a sua compreensão, montamos um quadro comparativo entre a mediação e a arbitragem, para evitar a confusão dos conceitos e demonstrar rapidamente os principais detalhes de cada um:
MEDIAÇÃO 
Princípios Gerais do Direito
Mediador/Orientador
Não interfere na decisão
Orientação
Reuniões entre as partes, elas separadas ou juntas.
Princípios Gerais do Direito Resultado: Acordo ou Declaração de Impasse A decisão pode ser revista
Alto grau de pacificação
A decisão é das partes
ARBITRAGEM
Lei 9.307/96
Árbitro
Decide
Julgamento
Procedimento Arbitral
Resultado: Sentença Arbitral A decisão não pode ser revista
Relativo grau de pacificação
A decisão é de um terceiro,escolhido pelas partes
Benefícios da Mediação - Como benefícios advindos da escolha pela mediação, podemos citar vários, dentre eles:
- Maior colaboração: O sentido de maior colaboração entre as partes, pois a mediação reflete de forma positiva nas ações e posições dos envolvidos;
- Comunicação mais construtiva: Uma comunicação mais construtiva entre as partes, já que estimula um ambiente propício para a conscientização das reações emotivas de cada um dos participantes do conflito e na consequente mudança para reações menos impulsivas e centralizadoras, capaz de gerar um ambiente mais acolhedor às necessidades e interesses de todos;
- Progressiva percepção de corresponsabilidade: Uma progressiva percepção de corresponsabilidade no processo conflituoso, que torna capaz de, com a mediação, produzir comportamentos das partes nas suas interações afetivas;
- Preocupação com a automotivação das partes: Uma preocupação com a automotivação das partes envolvidas, o que permite a melhoria no envolvimento e no comprometimento por parte de todos, em relação às metas e objetivos da negociação em andamento no conflito;
- Aumento da confiança: Um aumento da confiança entre as partes, ao perceberem, durante o processo de mediação, a minimização do conflito e uma maior fluidez na comunicação estabelecida, gerando a criação de opções de forma mais ponderada e amigável;
- Mais liberdade e assertividade: Mais liberdade e assertividade entre as partes, já que, com a minimização dos medos durante o processo, os envolvidos tornam-se mais autoconfiantes para se expressar e se sentem mais livres para expor e fazer suas sugestões referentes ao conflito etc.
Benefícios primários e secundários da mediação
- Benefícios primário: Como exemplos de benefícios chamados primários da mediação, podemos citar:
• A celeridade no processo;
• A redução dos custos emocional e financeiros das partes;
• O sigilo;
• A privacidade;
• A perseverança da autoria;
• O alimento do interesse mútuo; e,
• A efetividade dos resultados obtidos.
- Benefícios secundários – Já como benefícios secundários da mediação, podemos citar:
• A melhor fluidez no processo de comunicação entre as partes;
• A melhoria da relação interpessoal;
• A melhoria da relação intergrupal;
• As prevenções na formação de conflitos, bem como na sua residência.
Conclusão - De tudo o que foi ensinado nesta aula, você concluiu que, em um mundo intergrupal e relacional, sempre haverá conflitos e disputas, das mais variadas formas e situações. 
Elas poderão ocorrer em áreas distintas, desde a familiar até a acontecida entre países, exigindo, assim, meios de resolução pacíficos de conflitos como um modo alternativo de se evitar confrontos mais sérios e graves.
Portanto, você já percebeu como esses métodos de resoluções de conflitos, aprendidos até aqui, devem ser considerados como importantíssimas ferramentas para o processo de pacificação desses conflitos, de quaisquer graus e esferas que forem.
Desta forma, é muito útil, além de importante, que você, como operador de segurança, seja capaz de avaliar cada caso particular de conflito para que, sendo solicitado a agir frente a uma demanda do tipo, possa traçar um método de ação adequado e eficaz para a resolução daquele conflito entre as partes.
Você, como agente público, terá a árdua missão de agir no conflito encontrado, a fim de permitir o retorno ao antigo estado de paz social e de tranqüilidade pública.
AULA 6
O MEDIADOR
Introdução
Após ter aprendido sobre o conceito, as características, as peculiaridades e alguns pontos importantes da mediação, você, diante de uma situação conflituosa real, poderá colocar seus conhecimentos teóricos em prática, mas pode ir além disto: pode utilizar os conhecimentos adquiridos para orientar outras pessoas, em situação de conflito, ou, se ,envolvido em uma, poderá ser capaz de utilizá-los em proveito próprio como um cidadão litigante.
O papel do mediador - Começaremos nossa aula, falando sobre os papéis do mediador.
- Atitudes não inerentes ao papel de mediador - Podemos apontar algumas delas como, por exemplo:
• O mediador não é um juiz, porque não sentencia um veredicto, bem como não tem o poder, dado em nome da lei e outorgado pela sociedade, para vir a decidir pelos demais;
• O mediador não é um negociador, não podendo, assim, tomar parte da negociação e tendo interesse direto nos resultados dela;
• O mediador não é um árbitro, já que não pode decidir nada e nem pode emitir nenhum parecer técnico a respeito do que foi decidido.
Podemos apontar algumas delas como, por exemplo: Quisemos mostrar, através dessas inferências do que o mediador não pode ser que ele deve ser neutro, conduzindo a negociação entre as partes sem, contudo, decidi-la como faria um juiz.
O que o mediador deve promover é a participação ativa das partes envolvidas, neste processo de busca das melhores e mais adequadas soluções para os interesses de ambas as partes, através do ajuste entre estas duas forças opostas e litigantes, já que o seu papel é o de estimular os próprios envolvidos a saberem tomar decisões sobre si mesmas.
- Atitudes inerentes ao papel de mediador - Iremos novamente relembrar apenas alguns destes papéis, conforme a seguir:
• Encorajador de Resoluções: o mediador deve ser habilidoso no papel de composição de interesses das partes, agindo como uma espécie de facilitador e não no de alguém que induz ou impõe um acordo a elas, sem que estas participem ativamente do processo de mediação e de seus resultados
• Organizador: o mediador ajuda as partes quando gerencia as interações entre elas, bem como as informações envolvidas no processo de tentativa de acordo. Cuidará de detalhes aparentemente sem importância ou sutis, durante a mediação, mas que, dependendo do processo, podem ser essenciais para o sucesso da mesma;
• Ouvidor: o mediador exerce o seu papel mais importante, segundo o autor, quando ouve as partes ativamente, tornando-se um modelo para as partes envolvidas, ao estimulá-las a se ouvirem entre si, a fim de facilitarem o processo de mediação etc.
As tarefas do mediador - Agora, falaremos sobre algumas tarefas que competem ao mediador. São elas:
• a de estabelecer-se como uma terceira pessoa, no processo de mediação, sendo imparcial e demonstrando credibilidade para as partes envolvidas, explicando sempre sobre o processo e as etapas da mediação, se necessário;
• a de ter uma atitude de não julgar as partes e o objeto ou a questão do conflito, procurando estimular aquelas à cooperação e evitando, dentro do seu melhor empenho, durante o processo de mediação, que haja confrontos freqüentes;
• a de facilitar as tratativas de negociação entre as partes;
• a de acreditar na capacidade das próprias partes em encontrar uma solução que seja satisfatória para ambas as partes;
• a de buscar a equidade nas negociações, sempre na ótica das partes envolvidas;
• a de considerar sempre o valor e a importância da relação entre as partes, seja ela de que tipo for;
• a de manter a neutralidade durante todo o decorrer do processo de mediação;
• a de utilizar uma linguagem neutra, sem posicionar-se com ar de reprovação para as idéias e ofertas de cada uma das partes;
• a de saber ouvir e de ter uma acolhida calorosa para as partes;
• a de saber, contudo, interromper uma discussão não produtiva entre as partes;
• a de promover o equilíbrio nas negociações;
• a de saber ouvir e de ter uma acolhida calorosa para as partes;
• a de saber, contudo, interromper uma discussão não produtiva entre as partes;
• a de promover o equilíbrio nas negociações;
As qualidades do mediador - Além de tudo o que foi dito na tela anterior de nossa aula, o mediador também deve apresentar as seguintes qualidades, tão essenciais para o bom desempenho de sua missão:
1. Autenticidade: pessoas assim, desenvolvem um conhecimento de si próprias, uma segurança e uma capacidade de fazer com que ao seu redor exista um clima de confiança e serenidade;
2. Saber ouvir ativamente:através dela, o mediador faz coleta de informações, podendo contribuir para a definição da situação de conflito;
3. Ter uma linguagem neutra: o que facilita o estabelecimento da relação entre as partes;
4. Capacidade de não dramatizar os fatos das partes, durante o processo de mediação;
5. Dar aos fatos as suas devidas proporções;
6. A arte de bem resumir a situação: assegurar que todos os participantes tenham a mesma compreensão dos fatos;
7. Estimular os esforços dos participantes do processo mediatório;
8. A capacidade de ver e criar alternativas;
9. Ser perseverante;
10. Capacidade de abertura às diferenças culturais; etc. Clique aqui e saiba mais sobre as qualidades do mediador.
Mediação Neoliberal x Mediação Emancipatória - Segundo Warat (2010), ultimamente, fala de mediação neoliberal e da mediação emancipatória. 
Para ele, a primeira aponta para um acordo de interesses e está muito mais próxima da negociação ou de uma conciliação do que da mediação a que o autor refere-se como emancipatória, que seria, na prática, a verdadeira mediação.
Código de Ética do Mediador - Como toda atividade que procura por sua valorização e profissionalização, são estabelecidos diversos deveres normativos para o exercício de determinada função.
Para o caso do mediador, não poderia ser diferente e, no Código de Ética do Mediador, você poderá encontrar quais os princípios, as exigências de tarefas e as características pertinentes de quem executará este papel, sob o ponto de vista normativo da atividade.
Como o Código de Ética do Mediador, instituído pelo Conselho Nacional de Justiça, através da Resolução n.º 125, de 29 de novembro de 2010, é extenso para ser pormenorizadamente estudado por nós, nesta aula, vamos destacar alguns pontos importantes para que você, Operador de Segurança, tenha um conhecimento pincelado do que poderá ser mais útil em seu dia a dia.
Assim, destacamos, então: CNJ (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA)
A. Logo em seu art. 1º, o Código de Ética trata dos princípios fundamentais que regem a  atuação de conciliadores e mediadores judiciais, citando a confidencialidade, a competência, a  imparcialidade,  a neutralidade,  a independência e a autonomia, o respeito à ordem pública e às leis vigentes, e, em seus seis parágrafos, conceitua o dever do mediador mediante cada um deles;
B. No art. 2º e em seus quatro parágrafos, são previstas as regras que regem o procedimento de mediação;
C. Já os artigos 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º tratam das responsabilidades e sanções do mediador/conciliador;
D. Trata, em seus anexos, sobre a estatística, bem como sobre os módulos para mediadores, juízes, serventuários da justiça, etc., já que o Código prevê a necessidade de formação mínima para a atuação destes facilitadores no processo de mediação.
Desta forma, o mediador, ao agir, deve se pautar pelas orientações constantes no citado Código de Ética, que prevê, como já dito, a formação e a capacitação de seus mediadores e demais servidores da Justiça, mas que também prevê, em seu art. 8º, parágrafo único, a possibilidade de representação ao Juiz Coordenador em face de mediador/conciliador que esteja apresentando "conduta inadequada", sem definir, porém, a conceituação deste termo.  
Esperamos que, com esta aula, você, Operador de Segurança, possa ter aprendido mais sobre a função e as características do mediador, para que você possa se sentir capaz de intervir como mediador, em situações de conflito, individualmente ou em uma co-mediação, ajudando a controlar o processo e obtendo contribuições das partes na sua compreensão e eventual resolução da disputa.
AULA 7
ASPECTOS OPERACIONAIS DA MEDIAÇÃO
Introdução
Nesta aula, iremos falar sobre os modelos de mediação mais tradicionais a serem aplicados, bem como sobre as estratégias a serem utilizadas pelo mediador em uma Mediação de Conflitos. Assim, você, como operador de segurança, poderá aumentar seu conhecimento a respeito do assunto e obter mais ferramentas úteis, quando solicitado funcionalmente a agir numa situação deste tipo.
Introdução a aula - Você já aprendeu, em aulas anteriores, que a mediação pode ser utilizada em qualquer conflito que possa ser resolvido através do uso do diálogo, como uma forma negociável de se atender a ambas as partes interessadas, mas opostas, procurando obter um resultado satisfatório e de comum acordo para todos os envolvidos.
Iremos, a seguir, tratar dos modelos mais tradicionais de mediação, que podem ser utilizados em um processo de Mediação de Conflitos. Eles podem ser centrados no acordo ou na relação.
Os modelos centrados no acordo podem ser através da Mediação Satisfativa e da Conciliação. Já os modelos centrados na relação podem ser através da Mediação Circular – Narrativa e da Mediação Transformativa.
Falaremos sobre cada uma delas, destacando suas peculiaridades, características e objetivos, de forma a permitir que você, após analisar o cenário contextual da situação conflitante e traçar um diagnóstico a respeito, seja capaz de aplicar o modelo mais apropriado para a eficaz e eficiente solução de determinado conflito entre as partes oponentes.
Mediação Satisfativa - Conhecida também como Mediação de Acordo ou Tradicional serve como paradigma para os outros modelos de mediação e é definida como uma negociação com apoio de terceiro imparcial, o mediador.
Na versão moderna da prática de mediação, adotaram-se os preceitos da chamada mediação cooperativa, baseada nos princípios desenvolvidos pela Escola de Harvard, na época da Guerra Fria.
Mediação de Conflitos – Outros caminhos.
- Vários conceitos foram aplicados como técnicas de negociação, considerando-se pontos marcantes como:
a) Técnicas de criação de opções para satisfação dos interesses identificados;
b) Necessidade de observação dos dados de realidade ou padrões técnicos, éticos, jurídicos ou econômicos;
c) Importância de separar o conflito subjetivo do conflito objetivo;
d) Posição e Interesses de cada parte do conflito. 
 
Para que você seja capaz de entender melhor, didaticamente, sobre os modelos de negociação e do método de mediação, que acabaram criando a mediação satisfativa, passaremos, adiante, a explicar, de forma pormenorizada, do que se trata cada uma delas.
- Modelos de Negociação, segundo a Escola de Harvard: A negociação deve estar baseada em princípios e deve ser cooperativa. Assim, conforme a natureza da relação interpessoal entre as partes, essa negociação pode ter um modelo integrativo ou um modelo distributivo.
 Resumidamente, para que você entenda melhor, podemos dizer que são três os modelos básicos de negociação: 
• o integrativo (busca-se ampliar o campo dos interesses comuns); 
• o distributivo (tem como objetivo dividir ou buscar, entre as partes, o campo de interesses em disputa); 
• o apoiado em terceiro (busca-se um terceiro, para facilitar uma solução, que exercerá a tarefa de mediador).
Conciliação - De tudo o que você já aprendeu, em aulas anteriores, a conciliação pode ser entendida como uma espécie do gênero mediação, integrando o campo da chamada autocomposição de disputas mediadas por terceiros, apesar de suas já aprendidas particularidades.
Destacamos para você que a conciliação, desde que seja bem conduzida, tem grande praticidade e pode oportunizar soluções rápidas e efetivas para o caso de disputas em que as partes não possuam vínculos anteriores ou que não venham a manter vínculos continuados.
Mediação Circular-Narrativa - Modelo de mediação centrado na relação, desenvolvido por Sara Cobb, trata-se de um modelo criativo decorrente da agregação ao modelo satisfativo de Harvard, de aportes de várias teorias como, por exemplo, a Teoria da Comunicação, a Teoria Geral dos Sistemas, a Teoria do Observador, dentre outras.
Neste modelo, a obtenção de um acordo não é o objetivo prioritário, mas, sim, uma consequência possível durante o processo e a arte da conversa é reconhecida como absolutamente importante, pois defende que a mediação é concebida como um processo conversacional,incluindo a comunicação verbal e a não verbal, ou seja, se dá na comunicação entre as partes antagônicas.
Existe, neste método, um conjunto de técnicas utilizadas, segundo a classificação adotada por Marinés Soares, que são: 
• As microtécnicas são as aplicadas sobre o aspecto inicial das narrativas. 
• As minitécnicas são aquelas aplicadas sobre desdobramentos mais amplos das narrativas, mas ainda não sobre a totalidade. 
• As chamadas técnicas propriamente ditas, que permitem a construção da história alternativa desestabilizadora das histórias prévias.
• Já as macrotécnicas são entendidas como a confluência de todas as técnicas no encontro de mediação.
Mediação Transformativa - Acolhe técnicas da mediação satisfativa, aspectos da terapia sistêmica de família e os elementos do paradigma da ciência moderna, tais como:
● a instabilidade; 
● a complexibilidade; 
● a intersubjetividade.
A contribuição mais destacável deste modelo foi na área da comunicação, com a adoção de técnicas de aperfeiçoamento da escuta do mediador, o uso da reformulação e a investigação. 
Seu objetivo principal está na apropriação dos mediandos, de modo que recuperem seu próprio poder restaurativo, afastando-se do modelo de haver um terceiro "expert" em conceder poder às pessoas como se elas fossem um objeto.
A mediação transformativa pode ser conceituada como um método de afirmação e transformação, com a colaboração de um mediador, sem hierarquia, da apropriação à integração, para viabilizar o reconhecimento das diferenças, a identificação dos interesses e necessidades comuns, opções, dados de realidade e, por fim, entendimento.
O modelo transformativo, diferentemente do método circular-narrativo, que se baseia na ideia da desestabilização ou desconstrução das narrativas iniciais, tem como objetivo a superação das posições iniciais dos mediandos e respectivo padrão relacional, mediante a capacitação ou afirmação dos mediandos.
Embora este processo tenha etapas, ele é informal.               
 Você pode perceber, depois de tudo o que aprendeu com esta aula, como os modelos de mediação podem ser utilizados pelo mediador, dependendo do tipo de caso de conflito concreto encontrado por ele.
Como operador de segurança, pode aplicar esses modelos, dependendo do diagnóstico feito por você em face de determinada situação conflituosa, a fim de contribuir para a busca de uma solução satisfatória para ambos.
Com o estudo desta aula, você pode obter mais ferramentas de conhecimento para que a sua ação como mediador seja confiante, ágil, habilidosa e, acima de tudo, eficaz e eficiente, buscando o alcance da tranquilidade entre as partes conflitantes e o retorno à paz social.
AULA 8
DIMENSÃO SOCIOPSICOLÓGICA DA VIOLÊNCIA
Introdução
Nesta aula, vamos falar sobre as distinções existentes entre os conceitos de criminalidade e violência, os tipos de violência, bem como sua relação como parte do processo que leva a um conflito. Bons estudos!
Conflito grave - Você já aprendeu, nas nossas aulas anteriores, que o operador de segurança pode agir de formas diferentes, dependendo do tipo de conflito encontrado e do contexto em que ele se encontra.
Em alguns casos, o mediador pode resolver um conflito apenas através do uso do diálogo, de forma a negociar os interesses das partes opostas.
Assim, procura obter um resultado satisfatório e de comum acordo para ambas, sem que, com isso, necessite usar a força necessária e legal para a solução da disputa.
Porém, em outros, o mediador se vê no meio de um conflito grave, com a presença de violência e de total descontrole, exigindo do operador de segurança uma firmeza de agir, dentro da lei.
Dessa forma, cessa o conflito e preserva-se a ordem pública, evitando-se, desta forma, maiores transtornos e violência.
Quando estudamos o assunto, contudo, há muita confusão entre os conceitos de criminalidade e de violência, e algumas vezes, até entre os operadores de segurança que, em virtude de suas funções, deveriam dominar o tema profundamente.
Com o objetivo de eliminar quaisquer dúvidas nessa diferenciação, nesta aula, você aprenderá a distinguir um conceito do outro.
Com o objetivo de eliminar quaisquer dúvidas nessa diferenciação, nesta aula, você aprenderá a distinguir um conceito do outro. Aprenderá, inclusive, os diversos tipos de violência existentes e entenderá melhor como a violência faz parte desse processo que gera um conflito.
Falaremos sobre cada um deles, destacando suas peculiaridades, características e objetivos, de forma a permitir que você seja capaz de conhecer mais pormenorizadamente sobre os seus objetos de trabalho: a criminalidade e a violência.
Sociologia da Criminalidade - A chamada Sociologia da Criminalidade é um ramo da Sociologia que estuda os fenômenos sociais, dentre eles a criminalidade e a violência. Dentre as teorias centrais da Sociologia, que auxiliam nos estudos da violência e da criminalidade, podemos destacar o positivismo, o funcionalismo, a teoria do controle, a teoria do conflito e o interacionalismo.
Vamos, a seguir, explicar cada uma delas:
- Positivismo: O positivismo influencia na análise do crime, utilizando-se de métodos e técnicas quantitativas, procurando mensurar tudo o que estiver relacionado ao fenômeno.
São consideradas formas de estudos positivistas a identificação de índices de violência, a utilização de questionários e pesquisas sobre o assunto, através de amostras, experimentos etc., e o apontamento das principais formas de crime e violência, por exemplo.
Segundo o positivismo, a violência e a criminalidade se pautam na racionalidade, na lógica da ordem. Assim, o crime é entendido como uma conduta desviante, adversa à sociedade.
Conforme Giddens (2005, p. 176), “para as teorias funcionalistas, o crime e o desvio são resultados de tensões estruturais e de uma falta de regulação social dentro da sociedade".
Já para Durkheim, considerado um dos principais teóricos funcionalistas, o crime é normal nas sociedades, especialmente quando forem mais complexas, dependendo do seu crescimento e desenvolvimento.
Segundo ele, para controlar o crime, existem as instituições sociais, que são constituídas, evidentemente, de normas e regras para a sociedade.
- Funcionalismo: Pela teoria do funcionalismo, por Durkheim, as crises eram causadas por aspectos morais e não econômicos.
Ele compara a sociedade a um organismo composto de várias partes que, funcionando em harmonia, evita que, no caso de problema com algum deles, acarrete problemas aos demais.
Isto é, esta teoria tende a observar e a analisar a sociedade como um todo, como um órgão funcional formado por relações entre pessoas e grupos.
A teoria analisa a sociedade sob o ponto de vista geral, considerando cada elemento que a compõem, em um sistema integrado.
A teoria analisa a sociedade sob o ponto de vista geral, considerando cada elemento que a compõem, em um sistema integrado.Assim, o crime é visto, no meio social, como possuindo elementos, fatores, causas, conseqüências, objetos. Desta forma, deve ser analisado não como um todo, mas sim, de forma detalhada.
- Teoria do controle: Dentro da teoria do controle, existe a "teoria das janelas quebradas".
Segundo essa teoria específica, se uma janela for quebrada e não for consertada, alguns indivíduos, supostamente, podem entender tal fato como uma oportunidade para praticar crimes.
Isso porque eles podem ter a percepção de que a polícia e os moradores não se preocupam com a conservação e, assim, não terão qualquer vigilância ou controle.
- Teoria do conflito - Para a teoria do conflito, todos os indivíduos são propensos a cometer algum tipo de crime, bastando haver a oportunidade, dependendo do contexto em que uma pessoa se encontra, como, por exemplo, a situação de ausência de um controle.
Ela tem por base o Marxismo e, segundo ela, o desvio seria uma conduta deliberada e, freqüentemente, de natureza política.
Esta teoria rejeita a idéia de que o desvio seja determinado por fatores como a biologia, a personalidadeetc.
A teoria do conflito critica o modelo capitalista de sociedade, defendendo que o capitalismo seria o principal culpado pelo aumento da criminalidade.
- Interacionalismo - A teoria interacionista estuda o crime e o desvio na sociedade, percebendo o desvio como um fenômeno construído historicamente.
Ela rejeita a ideia de que haja tipos de conduta inerentemente desviantes, assim como o processo de rotulação dos indivíduos como "desviantes".
Esta teoria defende que, em uma sociedade, existem várias subculturas e que, assim, certos ambientes sociais tendem a estimular atividades ilegais, enquanto outras não.
Portanto, alguns indivíduos poderiam se tornar delinquentes pelo fato de se associarem a outros que já possuem passagem criminal.
Conceito de criminalidade
- Tânia Kolker: Segundo Kolker (2004), a criminalidade é considerada um fenômeno complexo e multideterminado, que exige a ligação entre diversas áreas do saber.
- Vera Andrade: Para Andrade (2003), a criminalidade deve ser entendida como um status, que é dado a alguns indivíduos, devendo ser vista como parte de um processo duplo que, inicialmente, define de forma legal o que é crime, atribuindo a algumas condutas o aspecto criminal.
Na verdade, uma conduta não é criminal pra si mesma, nem seu ator deve ser considerado um criminoso nato.
Sendo assim, atribuição do caráter criminal, a certa conduta e, por conseqüência, o posterior rótulo de criminoso ao seu autor dependerá de certos processos sociais para a sua definição e sua seleção.
Conceito de violência - Conceituar violência é sem dúvida uma tarefa complexa, já que o termo pode ser analisado de diversas formas e sob diversos aspectos, seja do ponto de vista jurídico, antropológico, sociológico, dentre outros.
Sendo assim, optamos por alguns comentários a respeito, partindo do aspecto sociológico do termo. 
Acreditamos que para você, na função de operador de segurança, será mais útil, tanto para o seu conhecimento técnico quanto profissional.
 Até porque você poderá se aprofundar mais sobre a questão, considerando-se alguma outra área acadêmica de seu interesse como, por exemplo, o Direito, a Psicologia etc.
Segundo Chauí (1999), violência é:
[...] 1) Tudo o que age usando a força para ir contra a natureza de algum ser (é desnaturar);
2) Todo ato de força contra a espontaneidade, a vontade e a liberdade de alguém (é coagir, constranger, torturar, brutalizar);
3) Todo ato de violação da natureza de alguém ou de alguma coisa valorizada positivamente por uma sociedade (é violar);
4) Todo ato de transgressão contra o que alguém ou uma sociedade define como justo e como um direito (p. 1).
Conforme Barreira (1998, p. 16):
Uma definição sociológica de violência supõe a negação de classificações apriorísticas. A violência é gerada e reproduzida dentro de um contexto social.
A tentativa de alcançar a complexidade do problema inclui também a necessidade de superar oposições clássicas como: bem-mal, legal-ilegal e liberdade-opressão.
Em um sentido amplo, contudo, a violência pode se manifestar através da opressão, do abuso ou do excesso de poder ou pela tirania e podemos afirmar que ela surge em virtude do constrangimento sobre uma pessoa, para que ela faça ou deixe de fazer um ato qualquer.
Porém, a violência se faz presente desde que o mundo é mundo, pois é inerente ao ser humano e às sociedades, por mais primitivas e menos complexas que possam ser.
Segundo Zaluar (1999, p.28):
Violência vem do latim "violentia", que remete a "vis", que significa força, vigor, emprego de força física ou os recursos do corpo para exercer sua força vital e esta força torna-se violência quando ultrapassa um limite ou perturba acordos tácitos e regras, que ordenam relações, adquirindo carga negativa ou maléfica.
É, portanto, a percepção do limite ou da perturbação (e do sofrimento ca), que vai caracterizar o ato como violento, variando cultural e historicamente.
Tipos de violência - Agora, iremos tratar da classificação dos tipos de violência, que podem ser várias, na verdade.
Segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), em seu Relatório Mundial sobre Violência e Saúde (2005, p. 5), a violência pode ser autodirigida, interpessoal ou coletiva.
Na violência autodirigida, temos a conduta suicida e o autoabuso.
Na violência interpessoal, temos a ocorrida em uma família ou entre pessoas com grau de parentesco ou em uma determinada comunidade ou sociedade.
Já a violência coletiva pode ocorrer nas esferas social, econômica ou política.
Em outra classificação, há o crime urbano, as grandes violações contra os direitos humanos e a violência nas relações intersubjetivas.
O crime urbano divide-se em crime comum e em crime organizado, enquanto que as grandes violações abrangem crimes que vão contra os direitos à vida e às liberdades civis e públicas.
Por fim, na violência nas relações intersubjetivas, temos crimes como a violência policial, os linchamentos, as execuções sumárias, os assassinatos de lideranças etc.
Para Odália (1983), os tipos de violência podem ser:
- Violência social: Certos atos violentos que atingem, seletiva e preferencialmente, certos segmentos da população – os mais desprotegidos, evidentemente – ou, se possuem um alcance mais geral, são apresentados e justificados como condições necessárias para o futuro da sociedade.
Por exemplo: quando os governantes dão prioridades ao desenvolvimento econômico e desprezam as medidas, ou essas se apresentam de forma incipiente em relação à fome, ao analfabetismo, ao trabalho infantil, à violência intrafamiliar e outros (p. 38)
- Violência política: Pode expressar-se tanto pelo atentado político individualizado, pelo terrorismo contra grupos, por lutas armadas, greves, quanto por ações de grupos ou indivíduos que antes expressam suas frustrações e confusões ideológicas e mentais do que propriamente suas convicções políticas de transformação social (p. 76).
Já para Minayo (2003), citando Chesnais (1981), dá três classificações de violência, que incluem tanto o aspecto individual quanto o coletivo, sendo eles:
- Violência física: a que atinge a integridade corporal de alguém como, por exemplo, por homicídios, agressões, violações etc.;
- Violência econômica: é o desrespeito e a apropriação de bens contra a vontade de seus proprietários;
- Violência moral e simbólica: refere-se à dominação cultural, ao desrespeito dos direitos e que ofende a dignidade.
Minayo (1994), através de sua própria contribuição, defende que a violência se classificaria em:
- Violência estrutural: ligada às estruturas organizadas e institucionalizadas como a família, sistemas econômicos, culturais e políticos, e que levam à opressão de grupos, classes, nações e indivíduos, sendo-lhes negados seus direitos sociais;
- Violência de resistência: resposta dos grupos, classes, nações e indivíduos oprimidos à violência estrutural, sendo contestada e reprimida pelos que detêm o poder político, econômico e/ou cultural, respondendo com o uso da violência;
- Violência da delinqüência: aquela que se expressa nas ações fora das leis, legitimadas pela sociedade, e que não podem ser compreendidas isoladas da violência estrutural.
- Violência e conflito - Como você já aprendeu, em algumas situações, um conflito apresenta-se em um contexto de violência, exigindo mais do operador de segurança, quando age principalmente como um mediador.
Nesse momento, você deve agir, mantendo a tranqüilidade, conquistada com a confiança nos ensinamentos adquiridos e, acima de tudo, com firmeza, legalidade e ética.
Cabe a você, como mediador, procurar interromper o processo de violência. Se isto for impossível de ocorrer, se esforçar para diminuí-lo o máximo que puder.
Você deve proporcionar o controle da situação conflituosa perante as partes envolvidas, de modo a restabelecer os ânimos e a respectiva paz interpessoal e, sob o ponto de vista macro, a paz social.
Nas aulas anteriores, você já teve acesso a diversas ferramentas disponíveispara a resolução pacífica de um conflito. Você também aprendeu as formas de se resolver um conflito, quando esta forma não for possível.
Dependendo do tipo de violência encontrada, em um conflito, pelo mediador, sua ação deve ser operacionalizada pelo meio mais adequado para aquele caso específico, sempre agindo de forma ágil, focada e firme, especialmente nos casos de conflito com violência.
AULA 9
MEDIAÇÃO DE CONTEXTO DE VIOLENCIA
Introdução
Nesta aula, prosseguiremos com a análise da violência, iniciada na aula anterior, e sua relação com o conflito, estudando o papel do mediador em um cenário no qual possa vir a lidar com a prática de crime e/ou violência. Assim, você, como operador de segurança, aprenderá mais ainda sobre o assunto, aumentando os seus conhecimentos a respeito, a fim de agir adequadamente diante de um contexto violento ou criminoso.
Análise do mediador - Você já aprendeu até aqui que o operador de segurança, dependendo do contexto em que ele se encontra, poderá agir de formas diferentes, mas com um objetivo único: o de cessar, interromper ou extinguir uma situação conflituosa, utilizando-se de tudo o que aprendeu até agora sobre o tema.
Assim, o mediador pode resolver uma situação conflituosa, de forma a estimular tão somente o diálogo e/ou o acordo entre as partes conflitantes ou opostas, obtendo um meio termo de negociação satisfatória para ambos. 
Porém, em alguns outros casos, este tipo de atuação, do operador de segurança, torna-se impossível, na prática, tamanha é a desavença e o desacordo entre elas, necessitando-se, desta forma, de um terceiro, que se apresentará como intermediador das negociações estabelecidas ou como um mediador, quando a situação vai parar nos tribunais para a sua solução.
Diante de uma situação de conflito com a presença do uso da violência, cabe ao operador de segurança ter a serenidade e o controle fundamentais para a firmeza no agir, dentro da lei, para buscar o fim do conflito ou, na impossibilidade deste, a sua interrupção, nem que momentânea, preservando-se a paz social como prioridade pública.
Você já aprendeu, em aula anterior, sobre a diferença entre os conceitos de criminalidade e de violência, a classificação dos diversos tipos de violência e entendeu como a violência encontra-se ligada ao processo gerador de conflito.
Aprendeu, também, as características, os objetivos e as peculiaridades de ambos os conceitos, de modo a entendê-los melhor em seu dia a dia profissional. 
Nesta nossa aula, você verá um pouco mais sobre a relação entre violência e conflito, bem como sobre o papel do mediador diante de uma situação conflituosa, onde se encontra presente a violência e/ou o crime.
Violência, Direitos Humanos e Criminalidade - Você se recorda que a violência é um termo complexo e que pode ser definido de acordo com o ponto de vista da concepção utilizada para fazê-lo, seja do ponto de vista sociológico, antropológico, jurídico etc.
O papel dos Direitos Humanos, diante da concepção de violência e de criminalidade, é o de ajudar no enfrentamento das diversas formas de violência, podendo até nos auxiliar no combate aos conflitos armados como, por exemplo, no caso das guerras. 
Eles são capazes de nos fazer refletir sobre os pólos envolvidos em um conflito: de um lado, a vítima, e, no outro, o agressor, isto é, o violador.
Isto facilita o nosso entendimento a respeito dos conflitos com os quais podemos nos deparar no cotidiano pessoal ou funcional.
Em aula anterior, você aprendeu sobre o conceito de conflito, que pode ser entendido quando duas ou mais pessoas estão ou entram em desacordo quanto a ideais, valores, opiniões, necessidades etc., tornando-se incompatíveis entre si, fazendo com que, na prática, haja um lado "positivo" e outro "negativo".
Com a ajuda do que defende os Direitos Humanos, ficará mais fácil a sua tarefa, como operador de segurança, de identificar estes pólos e, assim, apontar caminhos para a solução de um conflito, preferencialmente de forma pacífica.
Assim, para se resolver um conflito, tenta-se, primeiramente, partir para uma ação negociável, chamado de não violento e existem três caminhos fundamentais para este processo:
• a prevenção do conflito, que já foi estudado por você e que consiste no esforço de construção de uma espécie de sistema de alertas e de diversos mecanismos que auxiliam na análise das causas daquele conflito analisado;
• a resolução do conflito, através do enfrentamento do conflito e na busca de meios institucionais para saná-lo, seja acionando o Judiciário ou utilizando-se a mediação;
• a transformação, quando as próprias partes envolvidas abrem-se para a mudança, através da conciliação, do diálogo, da troca de idéias, a fim de solucionarem o problema.
Conflitos não mediáveis e mediáveis – No cenário de segurança, temos os conflitos mediáveis e os não mediáveis.
Vamos conhecer cada um deles?
- Conflitos não mediáveis - Os chamados conflitos não mediáveis são aqueles em que, pelo próprio nome, não cabe a mediação, já que ferem os Direitos Humanos e a dignidade da pessoa humana e, portanto, são inegociáveis.
Como exemplos claros deste tipo de conflito, temos os crimes, as agressões e outros tipos de violência graves, garantindo-se a promoção estatal para que todos tenham acesso à Justiça e aos órgãos policiais, em casos desta gravidade.
- Conflitos mediáveis - Já os chamados conflitos mediáveis, caracterizam-se pela oportunidade de se resolver através do uso da mediação.
Podemos citar como exemplos, os casos familiares e entre vizinhos, de modo a orientar as partes a não levarem o caso à Justiça e procurando estimulá-los a resolver suas diferenças e problemas entre si, a fim de se evitar tempo e dinheiro com processos judiciais.
A cultura da paz - Falaremos agora do conceito "cultura da paz", criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), e que pode nos ajudar a diferenciar a forma violenta da não violenta de resolver conflitos.
Resumidamente, podemos citar 3 dimensões da chamada cultura da paz, sendo elas:
"A paz possui a marca do humano": significa dizer que a paz, assim como a violência, se aprende e se constrói no convívio entre os homens, em sociedade, fazendo parte da cultura humana;
"Compreende todas as áreas da vida": significa dizer que a paz tem uma enorme abrangência, atingindo as áreas: social, política, econômica, educacional etc.;
"É uma construção social": significa dizer que a paz é um processo, um caminho a ser atingido por uma determinada sociedade, onde os grupos minoritários e os movimentos sociais têm uma enorme importância.
Portanto, você poderá depreender que, assim como a violência, a paz faz parte da cultura humana, sendo, deste modo, uma criação do homem.
É preciso se construir uma sociedade verdadeiramente pacifista, na prática e não só na ideologia ou no discurso, devendo a cultura da paz ter uma dimensão preventiva, ao privilegiar o caminho da educação, como também uma dimensão sanativa, quando o Estado procura apoiar e cuidar adequadamente, através de suas instituições fortalecidas, das vítimas da violência.
E, para se construí-la, é necessário que se reconheça a existência de conflitos, pois este é o primeiro passo para resolvê-los, através do diálogo e de ações não violentas.
Afinal, quando se reconhece a existência de um conflito, você se torna realmente capaz de ouvir as partes envolvidas nele e iniciar um diálogo saudável e produtivo, com igualdade e respeito às diferenças, principalmente se esta ação se der em virtude de sua atuação funcional como operador de segurança.
Modos de enfrentamento da violência - Você já aprendeu, nesta aula, que a violência pode ser entendida como qualquer violação aos Direitos Humanos e que, no processo social de construção da chamada "cultura da paz", torna-se fundamental a sociedade descobrir e desenvolver formas de enfrentar a violência, de preferência, pela não violência.
As manifestações e as campanhas são exemplos de lutas sociais, sem o uso de violência, a princípio. Como

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