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ESTUDO DIRIGIDO CADEIA DE SUPRIMENTOS EVOLUÇÃO DA LOGISTICA A década de 1950 a logística era associada quase que exclusivamente ao contexto militar. De fato, a logística é um fator determinante de sucesso na condução de campanhas militares. Por exemplo, a logística bem planejada dos aliados durante a Segunda Guerra Mundial foi essencial para sua vitória. A invasão da Europa após a vitória na Normandia só foi possível devido à formação de enormes linhas de suprimentos, pelas quais eram enviados alimentos e armamentos para as frentes de batalha. O pensamento sistêmico, que se tornou popular nos anos 1960, ajudou a compreender a forma como as atividades logísticas se relacionam. Ao enxergá-las como um sistema, percebeu-se que melhorias obtidas em uma área da organização exerciam influência nas demais áreas, influência esta que podia ser positiva ou negativa. Inicialmente não havia uma visão clara do que era a logística organizacional e as empresas mantinham estruturas departamentais. Dessa forma, as atividades de armazenagem, marketing, produção, vendas e distribuição ainda eram gerenciadas separadamente. Logística no local de trabalho: o enfoque era a otimização do fluxo de materiais nos locais de trabalho. O objetivo era definir formas de trabalho que harmonizassem os movimentos das unidades de trabalho ao longo das linhas de montagem. Logística nas instalações: ênfase na otimização do fluxo de materiais entre os locais de trabalho, dentro de instalações como fábricas, armazéns e centros de distribuição, nesta fase surgiram diversas técnicas de dimensionamento de lotes e de controle de estoques. Logística corporativa: com a criação de novos métodos de gestão inspirados na visão sistêmica, em conjunto com o desenvolvimento das tecnologias de informação, as empresas passaram a se reestruturar em funções, em vez de departamentos. A logística passou a ser vista como um processo que tem como objetivo gerir o fluxo de materiais e informações ao longo das instalações da organização para atender seus clientes. Cadeias de suprimento: a ênfase deixa de ser a integração dos processos internos da empresa e passa a ser a integração dos processos interorganizacionais. As empresas perceberam que a integração de processos entre fornecedores, fabricantes, distribuidores e até mesmo clientes pode oferecer uma grande oportunidade de diferenciação. Logística Global: a globalização, em conjunto com as novas tecnologias de comunicação, sobretudo a internet, permitiram às empresas conectar fornecedores, fabricantes e clientes em uma rede mundial. Isso trouxe novos desafios relacionados à localização de instalações, planejamento global de operações e distribuição internacional de produtos. Novaes analisa a evolução histórica da logística a partir de uma perspectiva de processos. Para o autor, são quatro as fases que caracterizam a evolução do processo logístico nas empresas: • Primeira fase: Atuação segmentada: as empresas eram enxergadas como uma série de atividades interligadas por estoques. • Segunda fase: Integração rígida: Está relacionada ao advento das tecnologias de informação, em especial ao desenvolvimento de sistemas MRP e MRP-II. O objetivo desses sistemas é planejar todas as atividades de compra de materiais, produção e entrega por meio de previsões de vendas coletadas a partir dos elos mais próximos dos clientes. • Terceira fase: Integração flexível: A integração flexível levou a uma maior integração dentro e entre as empresas, utilizando tecnologias que permitem a comunicação em tempo real. Uma dessas tecnologias é o EDI que permite o intercâmbio de dados em tempo real. • Quarta fase: Integração estratégica: É nesta fase que ocorre de fato a gestão da cadeia de suprimentos (SCM – Supply Chain Management). A principal mudança nessa fase é que as empresas passaram a tratar a questão logística de forma estratégica. Em outras palavras, a forma como a cadeia de suprimentos é gerida tornou-se uma oportunidade para diferenciação no mercado. Outra mudança significativa é a necessidade de coordenação das atividades ao longo de todos os elos, proporcionando ganhos para a cadeia como um todo. DIFERENÇA ENTRE LOGISTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS: LOGISTICA: é o processo de planejar, implementar e controlar procedimentos para o transporte e armazenagem efetivos e eficientes de bens e serviços, assim como informações relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, com o propósito de atender os requisitos de clientes. Tal definição engloba movimentos internos, externos, inbound e outbound. CADEIA DE SUPRIMENTOS: Se iniciam nas matérias primas ainda não processadas e terminam no cliente final usando os produtos oferecidos pela cadeia. Nesse sentido, uma cadeia de suprimentos liga diversas empresas pelas quais fluem materiais e informações. O processo logístico se estende da aquisição de matérias primas até a entrega dos produtos finalizados para o cliente. Todos os distribuidores, prestadores de serviços e até mesmo os clientes são considerados elos da cadeia de suprimentos. NIVEL DO SERVIÇO LOGISTICO: Quando estamos falando em logística, o nível de serviço está relacionado a como o cliente percebe o desempenho logístico da empresa vendedora. MARKETING E LOGISTICA: O nível de serviço oferecido aos clientes é muitas vezes visto como uma forma de empresas se diferenciarem de seus concorrentes. Por essa razão, a área de marketing pode ajudar a definir estratégias de nível de serviço para os clientes das empresas. Um dos papéis da área de marketing é determinar os segmentos de clientes, assim como suas necessidades específicas de nível de serviço. Por exemplo, para alguns segmentos a velocidade na entrega pode ser o fator mais importante, enquanto que em outros segmentos de clientes a possibilidade de comprar em grandes quantidades pode ser fundamental. A correta identificação dessas necessidades faz com que as empresas possam investir exatamente nos aspectos de nível de serviço que os clientes necessitam. ASPECTOS DO SERVIÇO AO CLIENTE: Os aspectos de serviço ao cliente podem ser subdivididos em três grupos • Elementos de pré-transação: são aspectos avaliados antes da realização da transação de compra, propiciando segurança e compromisso total com o cliente quanto aos prazos de entrega, serviços, etc. • Elementos de transação: são os aspectos que possibilitam a entrega do produto ao cliente, tais como níveis de estoque, seleção de modais de transporte e método de processamento de pedidos. Um bom desempenho nesses aspectos reflete no tempo de entrega, assim como na exatidão das especificações encomendadas; • Elementos de pós-transação: englobam serviços e facilidades oferecidas pelo fornecedor após a entrega do produto, tais como manutenção, facilidade de devolução, realização de trocas e processamento de reclamações. AVALIAÇÃO DO NIVEL DE SERVIÇO: Podem ser resumidas em sete categorias: • Tempo de resposta: também conhecido como lead time do pedido, diz respeito ao tempo transcorrido entre a realização da compra e sua entrega. • Variedade de produtos: corresponde ao número de diferentes produtos ou configurações de produtos que a rede de distribuição consegue oferecer. • Disponibilidade de produtos: também conhecido como disponibilidade de estoque, diz respeito à probabilidade de haver o produto em estoque no momento em que um pedido é feito. • Experiência do cliente: diz respeito à facilidade com que um pedido pode ser feito, além da extensão à qual essa experiência pode ser customizada • Tempo de lançamento ao mercado: também conhecidocomo time to market, mede o tempo que a cadeia de suprimentos leva para disponibilizar um novo produto ao mercado; • Visibilidade do pedido: é a capacidade de os clientes acompanharem seus pedidos, desde sua realização até a sua entrega • Facilidade de devolução: também chamado de returnability, corresponde à possibilidade de o cliente devolver mercadorias insatisfatórias e a capacidade da rede lidar com devoluções. O tempo de ciclo do pedido é certamente o mais importante indicador de serviço ao cliente. Por isso, compreender as atividades que ocorrem durante o processamento de um pedido é vital para identificar oportunidades de redução desse tempo. Ballou (2006) apresenta uma síntese das atividades de processamento que contribuem para o tempo de ciclo do pedido. Podemos observar que o processamento de um pedido se inicia pela sua transmissão. Em outras palavras, o vendedor deve repassar à empresa o pedido rapidamente e com precisão para reduzir o lead time do pedido. Nesse sentido, o uso de meios eletrônicos de transmissão contribuem para a melhoria do nível do serviço. TRANSPORTE: O objetivo do transporte é mover os produtos para os mercados consumidores, que se encontram geograficamente separados, agregando valor aos clientes quando chegam no momento desejado, sem avarias e na quantidade solicitada. A atividade de transporte corresponde a uma fatia significativa do preço final de diversos produtos. Produtos de baixo valor agregado e matérias primas, como por exemplo minério de ferro, produtos agrícolas e petróleo, são significativamente afetados pelos custos de transporte. No caso de produtos de alto valor agregado, tais como equipamentos industriais ou eletrônicos, o transporte representa uma fração menor do custo final do produto. Nesses casos, as decisões de transporte favorecem a escolha de modais mais rápidos, que tendem a reduzir os custos de estoque na cadeia de suprimentos (LAMBERT; STOCK; ELLRAM, 1998). Para termos uma melhor ideia de quão importante é o transporte para os custos logísticos, em 2012 o total de gastos com logística no Brasil foi de R$ 507 bilhões de reais, o que representou 11,5% do PIB daquele ano. Desse total, R$ 312,4 bilhões foram gastos com transportes, ou seja, 7,1% do PIB (DURÃO, 2013). É por essa razão que grandes oportunidades de redução nos custos estão na otimização dos transportes, assim como na melhoria na infraestrutura de transporte do país. Como base de comparação, a reportagem menciona que os custos logísticos totais nos Estados Unidos correspondem a 8,7% do PIB. O melhor desempenho dos EUA em logística é decorrente de uma melhor infraestrutura de transportes, que possibilita o uso de modais mais baratos. ARMAZENAGEM, MANUSEIO E EMBALAGEM: Esta atividade deve ser desenvolvida em conjunto com as áreas de transporte, estoque e processamento de pedido. Por exemplo, quando um pedido é recebido, este precisa ser enviado ao armazém que realizará a separação dos produtos e envio para a área de expedição. Tais produtos deverão ser colocados em embalagens apropriadas, que serão adequadas ao modo de transporte escolhido. Muitas empresas escolhem terceirizar suas atividades de armazenagem e manuseio de materiais, contratando operadores de serviços logísticos. No entanto, essa decisão é muito mais ampla do que parece, pois muitas atividades que agregam valor são realizadas pela atividade de armazenagem, tais como ordenação, sequenciamento, seleção, transporte, consolidação de pedidos e até mesmo montagens finais de produtos (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2012). Para facilitar o manuseio de produtos, estratégias de embalagem devem ser desenvolvidas. Por exemplo, produtos individuais são unitizados com embalagens em unidades maiores. Essas embalagens podem ser agregadas em unidades ainda maiores, como pallets ou contêineres, para facilitar a movimentação nos armazéns. Quando chegam ao ponto de venda, elas precisam ser desagregadas corretamente sem causar danos aos produtos.
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