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NEGOCIO JURIDICO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA AMAZÔNIA 
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
 
ANDRÉA FREITAS DE VASCONCELOS 
CARINA SILVA LOBO 
DORALICE BAÍA MOTA 
KAREN CAMILO DE SOUSA 
MATHEUS RODRIGUES ROCHA 
RADIELSON FONTENELE RAMOS SEREJO 
SAMARA RODRIGUES OLIVEIRA 
SUZELLY CANDIDA DE MOURÃO SOUSA 
THIAGO NASCIMENTO RODRIGUES 
WILLIAMIS ALVES LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA - RR 
2017 
 
 
ANDRÉA FREITAS DE VASCONCELOS 
CARINA SILVA LOBO 
DORALICE BAÍA MOTA 
KAREN CAMILO DE SOUSA 
MATHEUS RODRIGUES ROCHA 
RADIELSON FONTENELE RAMOS SEREJO 
SAMARA RODRIGUES OLIVEIRA 
SUZELLY CANDIDA DE MOURÃO SOUSA 
THIAGO NASCIMENTO RODRIGUES 
WILLIAMIS ALVES LOPES 
 
 
TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO 
 
 
 
 
Trabalho de graduação em Direito 
apresentado como primeira avaliação – AV1 
– à disciplina de Direito Civil I do curso de 
Direito, do Centro Universitário Estácio da 
Amazônia, da turma 3001, como requisito 
parcial para obtenção de nota. 
Orientador(a): Prof.ª Cláudia Silvestre da 
Silva. 
 
 
 
BOA VISTA - RR 
2017
 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem por finalidade examinar e apresentar a teoria 
geral do Negócio Jurídico, o seu conceito, e sua importância para a sociedade 
acerca de acontecimentos que predominam no dia-a-dia do ser humano, 
apontando suas principais partes constituintes, assim como suas classificações 
e os seus objetivos, enfatizando seus requisitos de legalidade e produção de 
efeitos no âmbito do Direito, mencionando, como serão produzidos tais efeitos 
e de que forma a manifestação de vontade das partes se torna essencial para a 
realização de algo. Estudando seus quatros elementos essências, 
começaremos pelo primeiro elemento essencial para a existência do negócio 
jurídico, que é a manifestação da vontade, em seguida será tratado do segundo 
elemento essencial do negócio, que é o agente, que, portanto nos leva ao 
terceiro elemento essencial, que é o objeto, sendo, o quarto e último elemento 
essencial para o contrato jurídico, a sua forma. Concluindo então, que, sem 
esses quatros elementos essenciais, não é possível haver a realização de um 
negócio jurídico. Por fim, analisaremos também os negócios jurídicos em seu 
plano de existência, o qual institui o seu suporte fático, seu plano de validade, o 
qual discorre os preceitos de validade dos negócios celebrados ou a serem 
celebrados, e o seu plano de eficácia, que aborda alguns pontos em relação à 
possibilidade de haver negócios processuais mediante condição ou termo. O 
desenvolvimento do trabalho teve como pretensão repassar um breve 
conhecimento a respeito de um assunto que a todos interessa, e usado por 
todas as pessoas em algum momento da vida, sendo este o negócio jurídico, o 
contrato realizado juridicamente entre duas ou mais partes, e que por ser algo 
de extrema relevância social, nada mais justo que esse entendimento seja 
repassado para que todos fiquem cientes do quanto é importante saber para 
aplicar no seu cotidiano. 
Palavras chaves: Contrato, licitude, existência, validade e eficácia.
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 05 
1. TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO ............................................. 06 
2. CLASSIFICAÇÕES DO NEGÓCIO JURÍDICO ......................................... 06 
2.1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À MANIFESTAÇÃO DE VONTADE ......... 06 
2.1.1. Unilaterais ........................................................................................... 07 
2.1.2. Testamento ........................................................................................ 07 
2.1.3. Bilaterais ............................................................................................. 07 
2.1.4. Plurilaterais ......................................................................................... 07 
2.2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS VANTAGENS PARA AS PARTES ..... 07 
2.2.1. Gratuitos ou benéficos ...................................................................... 07 
2.2.2. Onerosos ou sinalagmáticos ............................................................ 07 
2.2.3. Neutros ................................................................................................ 08 
2.2.4. Bifrontes .............................................................................................. 08 
2.3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MOMENTO DA PRODUÇÃO DOS 
EFEITOS ........................................................................................................ 08 
2.3.1. Inter vivos ........................................................................................... 08 
2.3.2. Mortis causa ....................................................................................... 08 
2.4. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA ................................................. 08 
2.4.1. Formais ou solenes ........................................................................... 08 
2.4.2. Não solenes ou informais ................................................................. 08 
2.5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À INDEPENDÊNCIA OU AUTONOMIA .. 09 
2.5.1. Principais ou independentes ............................................................ 09 
2.5.2 Acessórios ........................................................................................... 09 
2.6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES DOS NEGOCIANTES .. 09 
2.6.1. Impessoais .......................................................................................... 09 
2.6.2. Pessoais .............................................................................................. 09 
2.7. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CAUSAS DETERMINANTES ............ 09 
2.7.1. Causais ou materiais ......................................................................... 09 
2.7.2. Abstratos ............................................................................................. 10 
2.8. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MOMENTO DA EFICÁCIA ................. 10 
2.8.1. Consensuais ....................................................................................... 10 
2.8.2. Reais .................................................................................................... 10 
2.9.1. Constitutivos ...................................................................................... 10 
2.9.2. Declarativos ........................................................................................ 10 
3. INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO ......................................... 10 
 
 
3.1. AS TEORIAS DA VONTADE E DA DECLARAÇÃO ............................... 11 
3.2. REGRAS DE INTERPRETAÇÃO .......................................................... 11 
4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO NEGÓCIO JURÍDICO ................... 12 
5. PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO.......................................................... 12 
5.1. A TRICOTOMIA EXISTÊNCIA-VALIDADE-EFICÁCIA ........................... 12 
5.2. PLANO DE EXISTÊNCIA ........................................................................ 13 
5.2.1. Requisitos de existência ................................................................... 13 
5.3. PLANO DE VALIDADE ........................................................................... 13 
5.3.1. Requisitos de validade ...................................................................... 14 
5.2. OBJETO .................................................................................................. 14 
5.3. FORMA.................................................................................................... 15 
5.4. VONTADE ............................................................................................... 16 
5.4.1.Manifestação de Vontade .................................................................. 16 
5.5. PLANO DE EFICÁCIA ............................................................................ 16 
5.6. MODALIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO ........................................... 17 
6. ELEMENTOS ACIDENTAIS ...................................................................... 17 
6.1. CONDIÇÃO ............................................................................................. 18 
6.1.1. Requisitos da condição ..................................................................... 19 
6.1.2. Classificação da condição quanto à licitude .................................. 19 
6.1.3. Condição suspensiva e resolutiva ................................................... 20 
6.1.4. Condição quanto a natureza ou fonte .............................................. 21 
6.2. TERMO.................................................................................................... 22 
6.2.1. Classificação do termo quanto aos efeitos ..................................... 22 
6.2.2. Classificação do termo quanto à certeza ........................................ 22 
6.2.3. Contagem do prazo ............................................................................ 22 
6.3. MODO OU ENCARGO ........................................................................... 23 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 25 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 26
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O negócio jurídico é um instrumento fundamental para as relações 
jurídicas do Direito, acaba por ser de extrema importância para a sociedade e 
suas relações no dia-a-dia. 
Sendo este um ato, ou uma pluralidade de atos, entre si relacionados, 
quer sejam de uma ou várias pessoas, tem por fim produzir efeitos jurídicos e 
modificações nas relações jurídicas no âmbito do Direito Privado, se tornando 
assim necessário ter o conhecimento base do negócio jurídico para o 
entendimento das partes que vão ser expostas. 
O trabalho a seguir tem por intuito esclarecer e expor o que é o Negócio 
Jurídico, como se dá sua relação, e suas principais características, e suas 
classificações, com objetivo de esclarecer todas as particularidades do contrato 
supracitado.
6 
 
1. TEORIA GERAL DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Alguns autores consideram negócio jurídico e ato jurídico sinônimos, 
uma vez que o Código Civil de 1916 assim os tratavam. Predomina o 
entendimento adotado pela doutrina italiana, que considera negócio jurídico 
toda declaração privada de vontade, dirigida a um fim protegido pelo 
ordenamento jurídico, ou seja, a declaração voluntária da vontade que produz 
efeito jurídico. São exemplo de negocio jurídico: o testamento, o pagamento de 
um débito a renúncia a um direito, os contratos etc. Orlando Gomes comenta 
sobre a corrente voluntarista, preponderante no Brasil, expondo que: 
O negócio jurídico é, para os voluntaristas, a mencionada declaração 
da vontade dirigida á provação de determinados efeitos jurídico, ou, 
na definição do Código da Saxônia, a ação da vontade que se dirige, 
de acordo com a lei, a constituir, modificar ou extinguir uma relação 
jurídica. (GOMES, 2011, p.317). 
De uma perspectiva objetivista, negócio jurídico “seria um meio 
concedido pelo ordenamento jurídico para a produção de efeitos jurídico, que 
propriamente é um ato de vontade”. (AZEVEDO, 2011, p.318). Por esse 
ângulo, mais que simples declaração de vontade, o negócio jurídico traduz o 
poder privado de criar normas jurídicas próprias. Junqueiro de Azevedo 
conceitua o negócio jurídico como: 
Todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o 
ordenamento jurídico atribui designados como queridos, respeitados 
os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos 
de existência, validade e eficácia, impostos pela norma jurídica que 
sobre ele incide. (AZEVEDO, 2011, p.319 -320) 
Nessa linha de raciocínio, poderia se considerar o fato jurídico gênero, e 
o negócio jurídico, sua espécie. Assim os negócios jurídicos visam a disciplinar 
os interesses entre sujeito, criando, para cada interessado, um conjunto de 
normas a serem observadas. 
2. CLASSIFICAÇÕES DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Os negócios jurídicos podem ser encarados e agrupados por classes, 
com diversidade de regimes legais, segundo vários critérios. A doutrina não se 
mostra uniforme no tocante à sua classificação. Em geral, considera-se: 
2.1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À MANIFESTAÇÃO DE VONTADE 
7 
 
2.1.1. Unilaterais: são aqueles que dependem da manifestação de 
apenas uma parte do negócio jurídico, não necessariamente uma pessoa, pode 
ser até duas ou três pessoas, mas ela é uma parte do negócio jurídico, pois é 
apenas uma manifestação de vontade, em busca da mesma finalidade. Ex: 
Promessa de recompensa, Testamento, notificação extrajudicial, confissão de 
dívida. 
2.1.2. Testamento presta - se à produção de vários efeitos: não só para 
o testador dispor de seus bens para depois de sua morte como também para, 
eventualmente, reconhecer filho havido fora do matrimônio, nomear tutor para o 
filho menor, reabilitar indigno, nomear testamenteiro, destinar verbas para obter 
múltiplos efeitos. Exige-se o registro como pressuposto de sua personificação, 
mas não se tem como essencial outra manifestação de vontade. 
2.1.3. Bilaterais: são aqueles que dependem da manifestação de duas 
partes do negócio jurídico, não necessariamente duas pessoas, mas sim duas 
partes. Ex: contrato de compra e venda, contrato de locação, contrato de 
financiamento. 
2.1.4. Plurilaterais: que dependem da manifestação de vontade várias 
partes do negócio jurídico. Ex: contrato de sociedade, contrato de seguro 
coletivo. 
Cumpre lembrar que um negócio jurídico pode enquadrar-se em mais 
de uma categoria sem que haja incompatibilidade. A compra e venda, 
por exemplo, é negócio jurídico bilateral e também oneroso. Poderá 
ser, ainda, solene, conforme o objeto, e principal em relação ao 
acessório (GONÇALVES, 2011, p. 258). 
2.2. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS VANTAGENS PARA AS PARTES 
2.2.1. Gratuitos ou benéficos: são os negócios jurídicos que somente 
uma das partes tem ônus e a outra tem Bônus, somente uma das partes foi 
beneficiada sem qualquer contraprestação. Ex: Doação, Comodato 
(empréstimo gratuito, como quando uma pessoa cede um imóvel para alguém 
morar) 
2.2.2. Onerosos ou sinalagmáticos: são onde ambas as partes obtêm 
vantagens e tem contraprestações: Ex: contrato de compra e venda, contrato 
8 
 
de trabalho. Esses negócios jurídicos onerosos também podem ser 
classificados em: comutativos e aleatórios, comutativos são aqueles negócios 
jurídicos onerosos que tem uma proporcionalidade e equilíbrio na prestação. 
Ex: financiamento e contrato de aluguel. Aleatórios são aqueles que dependem 
de um acontecimento incerto e externo (álea), não sabemos se irá ou não 
acontecer: Ex: contrato de seguro, contrato de assistência funeral. 
2.2.3. Neutros: são aqueles que não são nem onerosos e nem gratuitos, 
pois não tem atribuição patrimonial Ex: instituição de bem de família (escolhido 
qualquer imóvel para ser bem de família, ele não tem então uma atribuição 
patrimonial), cláusula de incomunicabilidade. 
2.2.4. Bifrontes: podem ser tanto gratuitos quanto onerosos. Ex: 
contrato de depósito, doação pura (gratuita) ou com encargo (doa-se mas com 
condição). 
2.3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MOMENTO DA PRODUÇÃO DOS 
EFEITOS 
2.3.1. Inter vivos: São aqueles negócios jurídicos que produzirão efeitos 
enquanto a pessoa ainda é viva. Ex: contrato de locação e contrato de compra 
e venda.2.3.2. Mortis causa: são aqueles negócios jurídicos que produzirão 
efeito após a morte da pessoa. Ex: testamento. 
2.4. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À FORMA 
2.4.1. Formais ou solenes: são aqueles negócios jurídicos que devem 
respeitar a forma especial prevista em lei. Ex: casamento (certidão de 
casamento), cheque, transferência de um bem imóvel que exige uma escritura 
pública. 
2.4.2. Não solenes ou informais: são aqueles que podem ser 
realizados conforme as escolhas das partes. Ex: recibo, notificação 
extrajudicial, pois as partes escolhem a forma de como irão realizar o negócio 
jurídico. 
9 
 
Thelma Araújo Esteves Fraga ensina que: 
A forma ou a solenidade pode ser para fins de prova, ou seja, 
necessárias para a comprovação de alguns efeitos ou, ainda, da 
própria substância do ato. Podemos citar, a título de exemplo, 
respectivamente, compra e venda de bem imóvel por escritura pública 
– comprovação de existência do negócio jurídico com o consequente 
reconhecimento dos seus efeitos jurídicos e manifestação de vontade 
no rito do casamento – substância do ato (FRAGA, 2005, p.274). 
As formas e a solenidade poderão ser ainda consideradas: 
Ad solenitatem: em que é essencial a existência do negócio jurídico; 
Ad probationem: em que determinada forma ou solenidade é utilizada 
para facilitara comprovação do negócio jurídico”. 
2.5. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À INDEPENDÊNCIA OU AUTONOMIA 
2.5.1. Principais ou independentes: são os negócios jurídicos que tem 
existência autônoma, não dependendo de qualquer outro para que tenha 
validade ou eficácia. 
2.5.2 Acessórios: por sua vez, são os negócios que estão atrelados a 
outro ato, do qual são dependentes. 
2.6. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CONDIÇÕES DOS NEGOCIANTES 
2.6.1. Impessoais: são os negócios jurídicos que independem das 
condições pessoais dos envolvidos. Vez que o objeto é o que tem relevância e 
não a pessoa do sujeito. Ex: a pessoa que toma um táxi no meio da rua não faz 
em consideração a pessoa do motorista, ao qual ela sequer conhece. O 
interesse do passageiro se refere ao transporte. 
2.6.2. Pessoais: são os negócios que dependem da condição pessoal 
dos negociantes. Havendo obrigação infungível. Ex: Se augusto contrata um 
cantor famoso para se apresentar em sua festa, quer ver a apresentação 
daquele cantor, o qual não pode simplesmente mandar outro em seu lugar. 
2.7. CLASSIFICAÇÃO QUANTO ÀS CAUSAS DETERMINANTES 
2.7.1. Causais ou materiais: É o fato que a lei determina que ele pode 
ser praticado para atender uma determinada causa final. São os negócios 
10 
 
jurídicos que o motivo consta expressamente do seu conteúdo. Assim são os 
contratos. Somente se pode celebrar Compra e venda para transferir 
onerosamente a propriedade. Se o vendedor resolver renunciar ao preço, então 
não há compra e venda, e sim uma doação. 
2.7.2. Abstratos: são aqueles que não estão atrelados a uma causa. 
Isso não significa que eles não tenham causa, apenas que o Direito os analisa 
independentemente delas. Ex: termo de transmissão de propriedade ou uma 
emissão de uma carta de crédito. 
2.8. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MOMENTO DA EFICÁCIA 
2.8.1. Consensuais: são aqueles que geram efeitos a partir da entrega 
do objeto, do bem jurídico tutelado. Ex: compra e venda pura. 
2.8.2. Reais: são os negócios que somente se aperfeiçoam após a 
entrega do objeto. Ex: contrato de comodato, contrato de depósitos. 
2.9. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À EXTENSÃO DOS EFEITOS 
2.9.1. Constitutivos: são os negócios jurídicos que exige ex nunc (não 
retroage), a partir de sua celebração para o futuro, como ocorre com a compra 
e venda. 
2.9.2. Declarativos: são aqueles que produzem efeitos ex tunc 
(retroage) a partir do momento em que ocorreu o fato que constitui se objeto. 
Ex. Partilha de bens, na sucessão de uma pessoa, que retroagem ao momento 
da morte. 
3. INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Nem sempre o contrato firmado traduz a real vontade das partes. Muitas 
vezes a redação mostra-se obscura. Por essa razão, não só a lei deve ser 
interpretada, mas também os negócios jurídicos em geral. A execução de um 
contrato exige a correta compreensão da intenção das partes. Esta 
exteriorizasse por meio de sinais ou símbolos, dentre os quais as palavras. 
Sendo assim, interpretar o negócio jurídico é precisar o sentido e 
alcance do conteúdo da declaração da vontade. 
11 
 
3.1. AS TEORIAS DA VONTADE E DA DECLARAÇÃO 
Nos contratos e demais negócios escritos, a análise do texto conduz, em 
regra, a descoberta da intenção dos pactuantes. Parte-se, portanto, da 
declaração escrita para se chegar à vontade dos contratantes. Quando, no 
entanto, determinada cláusula mostra-se obscura ou passiva de dúvida 
alegada por um dos contratantes, e tal alegação for demostrada por um dos 
contratantes que não representa vontade manifestada por um dos contratantes 
que não representa com fidelidade à vontade manifestada por ocasião da 
celebração da avença, e tal alegação está demonstrada, deve-se considerar 
como verdadeira esta última, pois o art. 12 do Código Civil declara que “Nas 
declarações de vontade se atenderá mais a intenção nelas consubstanciada do 
que ao sentido literal da linguagem” 
Parte-se da declaração, que é forma de exteriorização da vontade, para 
se apurar a real intenção das partes. 
3.2. REGRAS DE INTERPRETAÇÃO 
“Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa fé e os 
usos do lugar de sua celebração” art. 113 do C.C. 
Deve o intérprete presumir que os contratantes procedem com lealdade 
e que tanto a proposta como a aceitação foram formuladas dentro do que 
podiam e deviam serem razoáveis, segunda a teoria da boa-fé. A boa-fé exerce 
valioso papel para a esta compreensão das cláusulas do contrato e das normas 
legais incidentes. Também devem ser considerados os usos e costumes de 
cada localidade. 
Prescreve, ainda, o art. 114 do C.C. “Os negócios jurídicos benéficos e a 
renúncia interpretam-se estritamente” 
Benefícios ou gratuitos são os que envolvem uma liberalidade: somente 
um dos contratantes se obriga, enquanto o outro apenas aufere um benefício. 
A doação pura constitui o mesmo exemplo dessa espécie. Devem ter 
interpretação escrita porque representam renúncia de diretos. 
12 
 
4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Tradicionalmente os elementos constitutivos do negócio jurídico são três. 
Sendo eles: os elementos essenciais, os elementos naturais e os elementos 
acidentais. 
Elementos essenciais (essentialia nogotti) – sendo eles requisitos vitais 
à existência do negócio celebrado, são os que conferem a estrutura do negócio 
jurídico. 
Os elementos essenciais subdividem-se em gerais e particulares. Os 
gerais são os componentes mínimos postulados a todos os negócios jurídicos, 
como por exemplo, a declaração de vontade. Já os particulares ou especiais, 
são aqueles requisitados somente para determinados negócios, como por 
exemplo, a coisa, o preço e o consentimento. 
Elementos naturais (naturalia negotti) – são as consequências ou efeitos 
que transcorrem da própria natureza jurídica do negócio, não sendo necessária 
previsão expressa no contrato. Tem-se como exemplo a responsabilidade pelo 
vício redibitório (CC, art.441) nos contratos comutativos (exemplo: contratos de 
compra e venda). 
Elementos acidentais (accidentalia negotti) – são preceitos que as partes 
podem agregar facultativamente ao negócio, com o propósito de alterar sua 
eficiência natural. Exemplo: termo, condição e modo/encargo. 
5. PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO 
5.1. A TRICOTOMIA EXISTÊNCIA-VALIDADE-EFICÁCIA 
É possível distinguir, no mundo jurídico, os planos de existência,de 
validade e de eficácia do negócio jurídico. Malgrado esses vocábulos sejam 
empregados, muitas vezes, como sinônimos, é importante precisar o 
significado de cada um. No plano da existência não se indaga da invalidade ou 
eficácia do negócio jurídico, importando apenas a realidade da existência. Tal 
ocorre quando este sofre a incidência da norma jurídica, desde que presentes 
todos os seus elementos estruturais. Se faltar, no suporte fático, um desses 
13 
 
elementos, o fato não ingressa no mundo jurídico: é inexistente. Nele podem, 
porém, ingressar todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos. 
5.2. PLANO DE EXISTÊNCIA 
O plano da existência é dos elementos, posto que elemento é tudo o que 
integra a essência de alguma coisa. O ato existente deve passar por uma 
triagem quanto à sua regularidade, para ingressar no plano da validade, 
quando então se verificará se está perfeito ou se encontra derivado de algum 
vício ou defeito inviabilizante. O preenchimento de certos requisitos fáticos, 
como a capacidade do agente, a licitude do objeto e a forma prescrita em lei, é 
indispensável para o reconhecimento da validade do ato. Mesmo a invalidade 
pressupõe como essencial a existência do fato jurídico. Este pode, portanto, 
existir e não ser válido. O plano da validade é o dos requisitos do negócio 
jurídico, porque estes são condição necessária para o alcance de certo fim. 
5.2.1. Requisitos de existência 
Os requisitos de existência do negócio jurídico são os seus elementos 
estruturais, sendo que não há uniformidade, entre os autores, sobre a sua 
enumeração. Preferimos dizer que são os seguintes: a declaração de vontade, 
a finalidade negocial e a idoneidade do objeto. Faltando qualquer deles, o 
negócio inexiste. 
5.3. PLANO DE VALIDADE 
Pode, também, o negócio jurídico existir, ser válido, mas não ter eficácia, 
por não ter ocorrido ainda, por exemplo, o implemento de uma condição 
imposta. O plano da eficácia é onde os fatos jurídicos produzem os seus 
efeitos, pressupondo a passagem pelo plano da existência, não, todavia, 
essencialmente, pelo plano da validade. 
O novo Código Civil não adotou a tricotomia existência-validade-eficácia, 
conhecida como “Escada Ponteana”, em alusão a Pontes de Miranda. Na 
realidade, não há necessidade de mencionar os requisitos de existência, pois 
esse conceito encontra-se na base do sistema dos fatos jurídicos. Depois de se 
estabelecerem os requisitos de validade do negócio jurídico, são tratados dois 
14 
 
aspectos ligados à manifestação da vontade: a interpretação e a 
representação. Em seguida, disciplinam-se a condição, o termo e o encargo, 
que são autolimitações da vontade, isto é, uma vez apostos à manifestação de 
vontade, tornam-se inseparáveis dela. Finalmente, surge a parte patológica do 
negócio jurídico: seus defeitos e invalidade. 
5.3.1. Requisitos de validade 
Para que o negócio jurídico produza efeitos, possibilitando a aquisição, 
modificação ou extinção de direitos, deve preencher certos requisitos, 
apresentados como os de sua validade. Se os possui, é válido e dele decorrem 
os mencionados efeitos, almejados pelo agente. Se, porém, falta-lhe um 
desses requisitos, o negócio é inválido, não produz o efeito jurídico em questão 
e é nulo ou anulável. 
Os requisitos de validade do negócio jurídico, de caráter geral, são 
elencados no art. 104 do novo Código, que dispõe: 
“Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - Agente capaz; 
II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei”. 
Os requisitos de caráter específico são aqueles pertinentes a 
determinado negócio jurídico. A compra e venda, por exemplo, tem como 
elementos essenciais a coisa (res), o preço (pretium) e o consentimento 
(consensus). 
5.2. OBJETO 
A validade do negócio jurídico requer, ainda, objeto lícito, possível, 
determinado ou determinável (condição objetiva). Objeto lícito é o que não 
atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Objeto jurídico, objeto 
imediato ou conteúdo do negócio é sempre uma conduta humana e se 
denomina prestação: dar, fazer ou não fazer. Objeto material ou mediato são 
os bens ou prestações sobre os quais incide a relação jurídica obrigacional. 
Quando o objeto jurídico do contrato é imoral, os tribunais por vezes 
aplicam o princípio de direito de que ninguém pode valer-se da própria torpeza 
15 
 
(nemo auditur propriam turpitudinem allegans). Ou então a parêmia in pari 
causa turpitudinis cessat repetitio, segundo a qual se ambas as partes, no 
contrato, agiram com torpeza, não pode qualquer delas pedir devolução da 
importância que pagou. 
Tais princípios são aplicados pelo legislador, por exemplo, no art. 150 do 
Código Civil, que reprime o dolo ou torpeza bilateral, e no art. 883, que nega 
direito à repetição do pagamento feito para obter fim ilícito, imoral, ou proibido 
por lei. Impedem eles que as pessoas participantes de um contrato imoral 
sejam ouvidas em juízo. Fora dessas hipóteses, e de outras expressamente 
previstas na lei, prevalece o disposto no art. 182: anulado o negócio jurídico, 
restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam. Esta não 
deve ser a solução, todavia, se se mostrar, no caso concreto, manifestamente 
injusta e contrária ao interesse social. 
O objeto deve ser, também, possível. Quando impossível, o negócio é 
nulo. A impossibilidade do objeto pode ser física ou jurídica. 
5.3. FORMA 
O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma, que é o 
meio de revelação da vontade. Deve ser a prescrita em lei. Há dois sistemas no 
que tange à prova como requisito de validade do negócio jurídico: 
O consensualismo, da liberdade de forma, e o formalismo ou da forma 
obrigatória. O direito romano e o alemão eram, inicialmente, formalistas. 
Posteriormente, por influência do cristianismo e sob as necessidades do 
intenso movimento comercial da Idade Média, passaram do formalismo 
conservador ao princípio da liberdade da forma. 
No direito brasileiro a forma é, em regra, livre. As partes podem celebrar 
o contrato por escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos 
casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a 
forma escrita, pública ou particular. O consensualismo, portanto, é a regra, e o 
formalismo, a exceção. Dispõe, com efeito, o art. 107 do Código Civil: 
16 
 
 “Art. 107. A validade da 
declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão 
quando a lei expressamente a exigir”. É nulo o negócio jurídico 
quando “não revestir a forma prescrita em lei” ou “for preterida 
alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade” 
(CC, art. 166, IV e V). 
5.4. VONTADE 
5.4.1. Manifestação de Vontade: A manifestação ou declaração de 
vontade, exerce um papel importante no negócio jurídico, sendo seu elemento 
basilar e orientador. Vale dizer que a vontade é que diferencia o negócio, 
enquadrado dentro dos fatos humanos, fatos jurígenos e atos jurídicos, dos 
fatos naturais ou stricto sensu. A vontade poderá ser expressa – através da 
palavra escrita ou falada, gestos ou sinais – ou Tácita – aquela que resulta de 
um comportamento do agente. O SILÊNCIO como manifestação de vontade 
não significa nada, por constituir total ausência de manifestação de vontade e, 
como tal, não produzir efeitos. Todavia, excepcionalmente, em determinadas 
circunstâncias, pode ter um significado relevante e produzir efeitos jurídicos. 
Dispõe o art. 111 do Código Civil, com efeito: “Art.111. O silêncio importa 
anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for 
necessáriaa declaração de vontade expressa’’. 
Portanto, o silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita da 
vontade quando a lei conferir a ele tal efeito. 
5.4.1.1. Reserva Mental 
Ocorre reserva mental quando um dos declarantes oculta a sua 
verdadeira intenção, isto é, quando não quer um efeito jurídico que declara 
querer. Tem por objetivo enganar o outro contratante ou declaratório. Se este, 
entretanto, não soube da reserva, o ato subsiste e produz os efeitos que o 
declarante não desejava. “Art.110. A manifestação de vontade subsiste ainda 
que o seu autor haja efeito a reserva mental de não querer o que manifestou, 
salvo se dela o destinatário tinha conhecimento’’. 
5.5. PLANO DE EFICÁCIA 
17 
 
No plano de eficácia estão os elementos relacionados com a suspensão 
e resolução de direitos e deveres, caso da condição, do termo, do encargo ou 
modo, das regras de inadimplemento negocial (juros, multas e perdas e danos), 
do registro imobiliário, da rescisão contratual, do regime de bens do 
casamento, entre outros. Para que o negócio seja eficaz, deve ser existente e 
válido. Tal dedução lógica justifica a simbologia da escada que sobe. 
5.6. MODALIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO 
Viu-se anteriormente no que tange o negócio jurídico, que ele se 
organiza valendo-se das classificações, interpretações e elementos 
constitutivos, sendo o elemento central o ato de vontade estabelecido entre as 
partes, agora iremos apresenta suas modalidades que no ordenamento jurídico 
também podem ser chamadas de elementos do ato ou elementos acidentais. 
Mas, antes de tratá-los é importante falar dos essentialia negotii (elementos 
essenciais) que estruturam e são inerentes ao negócio jurídico, sem estes 
princípios o próprio negócio não existe. Por exemplo, no momento em que um 
contrato de compra e venda é estabelecido, passam a ser elementos 
substanciais o produto da compra, o valor pago, o consentimento entre as 
partes envolvidas, caso um deste elementos não se cumpra o negócio jurídico 
está comprometido, pois não asseguram os efeitos desejados. 
Há lacunas no que se refere ao ato e ao negócio jurídico, quando 
lançamos um olhar para o código de 1916 e 2002, uma vez que, não se definiu 
de forma precisa os fatos jurídicos. Ato e negócio jurídico de confrontam, o 
primeiro é regido por determinação da Lei – arcabouço legal – que se impõe 
mesmo contra a vontade das partes, no segundo o que predomina é o ato da 
vontade. 
6. ELEMENTOS ACIDENTAIS 
Segundo o ordenamento jurídico os elementos acidentais mais comuns 
podem ser classificados em três formas: Condição, Termo e Modo ou Encargo. 
Isso não impede que as partes envolvidas elejam novos elementos acidentais, 
desde que estes não firam os preceitos legais vigentes. Contudo, alguns 
18 
 
diretos se mantem protegidos dos elementos acidentais, por exemplo, a 
emancipação, casamento, adoção, reconhecimento de filho, aceitação e 
renúncia de herança, entre outros. 
6.1. CONDIÇÃO 
Condição é o evento futuro e incerto, que no ordenamento pode se 
apresenta quanto a certeza (incerta e certa), estando classificada em 4 
modalidades: Inseguro (incertus an incertus), é aquele negócio que não há 
certezas que ocorrerá, quando firmo algo que dependerá de outra ação, ou 
seja, venderei minha casa quando meu marido se tornar deputado; Incerteza 
se determinada (incertus an certus), quando o estabelecido exige determinado 
período de tempo, mas não há certeza, é o caso: “venderei minha casa se ele 
se tornar deputado nas eleições de 2018”. Logo, a venda está condicionada as 
vencer as eleições em 2018. Se isso ocorrer em outro momento a dona da 
casa poderá declinar de sua venda; Certa incerteza (certus na incertus), 
quando se tem a certeza, mas não podemos precisar. Venderei minha casa 
assim que ele morrer. Ninguém tem como saber o dia da morte e; Certeza 
determinada (certus an certus), exemplificando, venderei minha casa até o 
natal. Neste caso verifica-se o “acordo”, vender a casa e o prazo, até o natal. 
Ao tratar do negócio jurídico sob a perspectiva da incerteza podemos 
identificar a utilização de palavras-chaves: se ou enquanto que aponta as 
temporalidades dos atos jurídicos. 
É fundamental que se verifique a viabilidade das condições frente as leis 
naturais e as leis éticas. A condição também pode ser dividida em três formas: 
pendente, verificada e frustrada. A condição pendente é aquela em que ainda 
não se confirmou ou frustrou, ela cobra um determinado prazo ou 
acontecimento prévio. Já a condição verificada é aquela em que se constatou o 
cumprimento. E, a condição frustrada é o ato não confirmado ou verificado. 
Veja o que diz o CC 2002: 
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a 
condição cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a 
19 
 
quem desfavorecer, considerando-se, ao contrário, não verificada a 
condição maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita 
o seu implemento. 
6.1.1. Requisitos da condição 
Outro elemento importante são os requisitos da condição: 
Voluntariedade, Futuridade e a Incerteza. Pois, a vontade não é tudo, e por si 
só não garante a eficácia do negócio jurídico. Para Lisboa: “Somente a 
condição voluntária pode ser considerada como modalidade, pois a condição 
necessária decorre da própria natureza do ato ou do negócio” (LISBOA, 2009, 
p. 350). Para grande parte dos doutrinadores e em especial Belviláqua, a 
condição é uma declaração acessória da vontade. 
O segundo requisito é o da futuridade, ou seja, o negócio jurídico está 
condicionado a um acontecimento futuro, e que este só se concretizará após tal 
episódio. O recebimento de herança é um exemplo. 
E por fim a incerteza, aqui se estabelece um vínculo com o termo, como 
veremos mais adiante. De todo modo, a incerteza permite a distinção entre o 
evento futuro e incerto e o termo, evento futuro e certo. 
Como relatou-se é fundamental que se verifique a viabilidade das 
condições, em razão do que é possível e impossível. A condição impossível 
(conditio impossibilis) é aquela contrária a natureza, por exemplo, um ser 
humano não pode voar como um pássaro e essa limitação se estende para 
todas as pessoas. Também podem ser impossíveis frente a lei e aos bons 
costumes, consequentemente, são nulas as condições impossíveis e as ilícitas. 
A condição ilícita é aquela que contraria a lei, os bons costumes, a ordem 
pública, perplexa (não está claro, é contraditório, e incompreensivo), e a 
condição potestativa e estão previstas nos artigos 122 e 123 do CC. 
Trataremos mais adiante. 
6.1.2. Classificação da condição quanto à licitude 
20 
 
Condição quanto à licitude ocorre o contrário, são as condições que 
estão de acordo com o ordenamento jurídico e aos costumes. Há que se 
orientar valendo-se princípios fundamentais – dignidade humana, liberdade, 
igualdade, fraternidade, entre outras. 
6.1.3. Condição suspensiva e resolutiva 
Além das condições vistas anteriormente, ela também pode ser 
classificada quanto aos seus efeitos: suspensiva ou resolutiva. Na condição 
suspensiva o direito não se apresenta num fato concreto, ela “suspende” o 
exercício e aquisição de direito, gera expectativa de direito. Logo essa 
condição impede que o negócio jurídico produza efeitos. Vale lembrar que 
mesmo que a condição esteja suspensa o negócio foi firmado. Essa situação 
está prevista no artigo 125 do CC: “Subordinando-se a eficácia do negócio 
jurídico à condição suspensiva, enquanto está se não verificar, não se terá 
adquirido o direito, a que ele visa”. 
A figura procura retratar uma condição suspensa do negócio jurídico, 
todavia, está formadoum acordo de vontade entre as partes e a relação 
jurídica foi criada, o que pode vir a ser transmitida entre os vivos (inter vivos) ou 
em casos de morte (mortis causa). Vale ressaltar que mesmo diante de 
situações adversas o que prevalece são as condições previstas no acordo 
entre as partes. 
Um exemplo da condição suspensiva, pode ser a compra de uma casa 
financiada pela caixa econômica, cuja condição de compra está vinculada a 
aprovação do financiamento. 
“Na condição resolutiva ou final extinguem-se os efeitos do ato ou do 
negócio jurídico como o evento futuro e incerto”. Ora, é intrigante ponderar “se 
a condição resolutiva opera em pleno direito ou se depende de reconhecimento 
judicial” (LISBOA, 2009, p. 351-352). 
Um exemplo para a condição resolutiva é o estudante que recebe uma 
bolsa de estudo, mas que deverá manter média 70 como pré-requisito, se o 
21 
 
aluno não cumpre essa determinação perderá a bolsa em definitivo. Ao perder 
sua bolsa de estudo, cessou seu contrato, houve uma condição resolutiva, pois 
fim ao acordo estabelecido, o negócio jurídico perde seus efeitos. 
6.1.4. Condição quanto a natureza ou fonte 
A condição causal é aquela que depende de um acontecimento alheio à 
vontade das partes, ou seja, entre em cena um terceiro, que poder ser de caso 
fortuito ou de força maior. Exemplo: Se chover amanhã te pagarei um almoço. 
Para que ocorra são necessários fatores externos as partes. 
A condição potestativas, decorre da vontade de uma das partes ou de 
seu poder sobre a outra parte, 
As condições puramente potestativas são ilícitas pois dependem 
exclusivamente de uma das partes. As condições simplesmente potestativas 
são tidas como licitas, pois não dependem somente da vontade de uma das 
partes, mas também de algum acontecimento ou circunstancia exterior que 
escapa ao seu controle. 
A condição mista, é aquela que depende simultaneamente da vontade 
das partes e de um terceiro Washington de Barros e Maria Helena Diniz 
manifestam uma preocupação oportuna, dessa condição se revelar promíscua, 
impondo exigências para a concretização do ato. Se Maria casar com João ela 
terá seu cargo de volta. 
QUADRO SINÓTICO 
CONDIÇÃO TERMO ENCARGO 
Evento futuro e incerto Evento futuro e certo Obrigação de fazer 
Evento independente do 
arbítrio 
Evento pode depender Transmissão do direito das 
partes do arbítrio humano 
Suspende a aquisição do 
direito se não resolver o ato ou 
o negócio 
Não suspende a 
aquisição do direito 
Descumprimento para a 
extinção do negócio 
22 
 
 
6.2. TERMO 
Termo é o que define a eficácia de um evento futuro e certo, é quando 
começa ou termina o negócio jurídico. Diferente da condição, o termo pode ser 
aplicado pelas partes (Termo convencional), pela lei (Termo de direito), por 
decisão judicial (Termo judicial) ou através de um adiantamento de prazo 
concedida ao devedor (Termo de graça). 
6.2.1. Classificação do termo quanto aos efeitos 
Termo suspensivo: Determina quando irá ocorrer o início do exercício do 
direito, é quando começa a valer o termo, o prazo definido. O termo 
inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito (art. 131 – CC), 
gerando assim o direito adquirido, sendo assim pode adquirir direitos, só não 
pode exerce-los. 
Termo resolutivo: é o que define quando ocorre o fim do exercício do 
direito, quando deixa de valer termo, onde o negócio jurídico perde os efeitos. 
6.2.2. Classificação do termo quanto à certeza 
Termo certo: é o termo certo, com prazo definido para o início e fim da 
eficácia do negócio jurídico, decorrente de uma lei natural. Ex: Contrato de 
aluguel de imóvel, que se tem o período de início e de termino do prazo de 
locação. 
Termo incerto: é o termo certo, que se sabe que ocorrera, porém não se 
sabe quando, não há data definida. Ex: Uma doença ou alguma dor no corpo, 
que sebe quando vai acontecer, porém não se sabe quando 
6.2.3. Contagem do prazo 
O prazo é o tempo entre o termo inicial e o termo final, podendo ser 
contado, em anos, meses, dias, horas ou minutos. 
23 
 
O prazo tem que ser feito com a exclusão do dia de início e inclusão do 
dia de vencimento como diz no, art., 132, CC, “salvo disposição, legal ou 
convencional, se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á 
prorrogado o prazo até o seguinte dia útil” (Código Civil, art. 132, § 1º), 
sabendo que sábado não é feriado, não haverá nenhum tipo de prorrogação, 
salvo em caso onde o pagamento tenha que ser feito em banco que não há 
expediente aos sábados. 
Os prazos de meses e anos terminam no mesmo dia em que o de início, 
ou de imediato, caso faltar exata correspondência (Código Civil, art. 132, § 3º). 
Os prazos contados por hora serão contados de minuto a minuto. 
Se o vencimento for em meados de um certo mês, dar-se-á no decimo 
quinto dia do mês, não importando o número de dias que há no mês. 
Nos testamentos o prazo se dá a favor do herdeiro, sendo assim se 
houver prazo para a entrega do legado, sabe-se que o prazo foi a favor do 
herdeiro obrigado a paga-lo e não do legatário, já nos contratos o prazo dar-se 
a favor do devedor, sendo assim o mesmo poderá pagar a dívida antes do 
vencimento, mesmo contra a vontade do credor. 
Os negócios jurídicos sem prazo terão o vencimento imediato, a não ser 
em casos que haja a necessidade de um certo período de tempo ou tiver que 
ser feita em lugar diverso, por tanto ele decorre da natureza do negócio e de 
suas circunstancias. 
6.3. MODO OU ENCARGO 
Encargo é uma cláusula de restrição imposta a uma liberalidade 
(negócios jurídicos gratuitos e/ou benéficos), pela qual se impõe uma obrigação 
ao beneficiário. O encargo é uma cláusula acessória nos negócios jurídicos, ou 
seja, o beneficiário não é obrigado a acatar o encargo, assim como nenhuma 
liberalidade, porém, caso aceito, é obrigatória a execução do encargo, vide o 
artigo 553 do Código Civil, onde lemos que “o donatário é obrigado a cumprir 
os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou de 
interesse geral”, podendo inclusive suspender o exercício do direito, quando 
24 
 
expressamente imposto no negócio jurídico, conforme os artigos 136 e 125 do 
Código Civil: “Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício 
do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo 
disponente, como condição suspensiva” e “Art. 125. Subordinando-se a eficácia 
do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não 
se terá adquirido o direito, a que ele visa”. Continuando na interpretação do Art. 
136, percebemos que, salvo as exceções que vimos anteriormente, o encargo 
não suspende a aquisição e o exercício do direito, ou seja, o encargo não é 
uma condição para o início dos mesmos. Para exemplificar: se um cidadão faz 
a doação de um terreno para o município construir uma escola, o município já 
pode exercer o direito de proprietário a partir da data da doação, mesmo antes 
de efetuar a construção. 
“O encargo difere da condição suspensiva porque esta impede a 
aquisição do direito, enquanto aquele que não suspende a aquisição 
nem o exercício do direito. A condição suspensiva é imposta com o 
emprego da partícula “se”, e o encargo com as expressões “para 
que”, “com a obrigação de” etc. A condição é suspensiva, mas não 
coercitiva. Ninguém pode ser obrigado a cumprir uma condição. O 
encargo é coercitivo e não suspensivo” (GONÇALVES, 2010, p. 395). 
Se o beneficiário não cumprir o encargo, o disponente pode ajuizar Ação 
de Resolução da Liberalidade do Encargo, amparado no Art. 555 do Código 
Civil “A doação pode ser revogadapor ingratidão do donatário, ou por 
inexecução do encargo” ou ajuizar uma Ação de Obrigação de Fazer; não fazer 
ou dar, usando o Art. 553 do Código Civil já descrita no presente documento. 
Apesar de esses artigos referirem-se às Doações com encargo, eles ainda 
podem ser utilizados em outros tipos de liberalidade. 
Por outro lado, se o encargo for considerado ilícito (qualquer atividade 
ilegal na Constituição Federal) ou impossível (alcançar o sol, por exemplo), de 
acordo com o Art. 104 que impõe condições para o encargo ser válido, será 
considerado não escrito no negócio jurídico. E se for determinante para o 
exercício do direito da liberalidade, então o negócio jurídico em questão será 
anulado, conforme o Art. 137 “Considera-se não escrito o encargo ilícito ou 
impossível, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em 
que invalida o negócio jurídico”. 
25 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com o assunto levantado no trabalho, percebe-se que o negócio jurídico 
é um fator de grande importância para as relações particulares, pois tem como 
função estabelecer acordos, disciplinar os interesses entre sujeitos, com 
normas criadas e estabelecidas pelas partes, a fim de produzir efeitos jurídicos, 
relação realizada na forma de contrato, sendo ele de forma escrita, falada ou 
através de gestos. Tendo como alguns requisitos básicos de validades, para o 
tornarem legal, sendo alguns deles o objeto, a forma e a manifestação da 
vontade que é o que definem o objeto licito jurídico ou material, o meio de 
revelação da vontade e a expressão da vontade estabelecida de forma 
expressa ou tácita. 
E com grande observação no contexto pôde ser observado que somente 
há existe o negócio jurídico se houver a declaração da vontade, a finalidade 
negocial e a idoneidade do objeto, se houver a falta de um desses requisitos o 
negócio jurídico passa a ser inexistente. 
Tendo como principal base o código civil, onde tem grande parte dos 
artigos estabelecidos no livro III do CC, dividido em vários capítulos, títulos e 
seções. 
 
26 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Curia, L. R., & Rodrigues, T. d. (2015). Direito Civil I. São Paulo: Saraiva. 
Donizetti, E., & Quintella, F. (2014). Curso Didático de Direito Civil. São Paulo: 
Atlas. 
Fraga, T. A., & Mello, C. D. (2005). Direito Civil: Introdução e Parte Geral. São 
Paulo: Impetus. 
Gonçalves, C. R. (2010). Direito Civil Brasileiro (8ª ed., Vol. I). São Paulo: 
Saraiva. 
Gonçalves, C. R. (2011). Direito Civil Esquematizado. São Paulo: Saraiva. 
Jusbrasil. (s.d.). Acesso em 27 de Agosto de 2017, disponível em Jusbrasil: 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10721881/artigo-133-da-lei-n-10406-de-10-
de-janeiro-de-2002 
Jusbrasil. (s.d.). Acesso em 27 de Agosto de 2017, disponível em 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10721846/artigo-134-da-lei-n-10406-de-10-
de-janeiro-de-2002 
Lisboa, R. S. (2009). Manual de Direito Civil: Teoria geral do Direito Civil (Vol. 
I). São Paulo: Saraiva.

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