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RESUMO GERAL PV

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EQUINOS
Nomenclatura Zootécnica
Cabeça:
Fronte e topete
Fonte
Olhal
Olho
Chanfro
Narina
Lábios
Orelha
Nuca
Parótida
Chato da bochecha
Ganacha
Bolsa da bochecha
Barba
Orelha
Olhal
Olho
Chanfro
Narina
Boca
Nuca
Topete
Fonte
Fronte
Pálpebra
Bochecha
Ponta do focinho
Pescoço
Crineira e bordo superior
Bordo inferior
Tábua
Tronco
Cernelha
Lombo
Lombo
Anca
Garupa
Peito
Interaxila
Axila
Contado
Flanco
Colhadouro
Ventre
Virilha
Cauda
Órgãos genitais
Pescoço
Cernelha, garrote ou cruzeta
Dorso
Lombo ou rins
Anca
Garupa
Fiode lombo
Costado
Vazio do flanco
Cilhadouro
Ventre ou barriga
Virilha
Bainha com bolsa ou prepúcio (no macho)
Pênis ou verga (saindo do prepúcio)
Umbigo
Úbere com as mamas ou tetas (na fêmea)
Bolsa escrotal, saco escrotal / 18. Interaxila / 19. Axila ou sovaco
Peito
Encontros
Pescoço
Cabeça
Antebraço
Joelho
Canela
Boleto
Quartela
Coroa
Casco
Interaxila
Períneo
Nádega
Cola, Cauda ou Rabo
Ânus
Vulva (na fêmea)
Membros
19. Espádua
20. Braço
21. Codilho
22. Antebraço
23. Joelho
24. Canela
25. Boleto
26. Quartela
27. Coroa
28. Casco
29. Coxa
30. Nádega
31. Soldra
32. Perna
33. Jarrete
Casco
Cavidade cutigeral
Tecido queratinoso
Bordo coronário
Bordalete perióplico
Regiões parietal
Ombro
Quarto
Talão
Pinça
Guarda – casco
Ferradura
Glomas ou glumas
Talões ou arcobotantes
Barras
Lacunas laterais da ranilha
Ramos de ranilha
Corpo da ranilha
Ponto da ranilha
Sola
Bordo plantar do casco
Linha branca ou linha do ferrados
Lacuna mediana ou central da ranilha
Abordagem e Contenção
	A abordagem do animal deve ser feita de maneira tranquila, evitando movimentos bruscos, recomenda-se ao tratador ou médico veterinário que esconda o cabresto e a corda do cavalo para que ele não se assuste antecipadamente e a aproximação deve ser feita pelo lado esquerdo.  Éguas com potrinhos e garanhões tendem a serem mais agressivos.
	Os métodos de contenção são utilizados para o manejo do animal, para realização de exames clínicos e qualquer outro procedimento necessário. São importantes para garantir a segurança do tratador ou veterinário, e do próprio animal.
	A contenção pode ser Física (direta ou indireta) ou Química, através da utilização de anestésicos e sedativos.
Métodos de contenção Física:
- Laço: É constituído pela argola, a ilhapa, o corpo do laço e a presilha. Além da contenção, também é utilizado na doma e amansamento, na derrubada e imobilização e no transporte e embarque.
- Cabresto: O cabresto é constituído pela cabeçada e o cabo. Um cabresto completo deve ter na cabeçada a focinheira, a testeira e o afogador. Podem ser confeccionados em vários tipos de materiais, os mais utilizados são os de nylon, porém os mais indicados são os de couro, por serem naturais, resistentes e confortáveis.
- Peias: Conhecido também como Peias de Reprodução, ou Peias de Cobertura. São utilizadas na contenção da égua, para evitar acidentes com o garanhão e com o condutor.
- Tronco de Contenção: é a forma mais segura de contenção para realização de procedimentos em equinos. Limita a movimentação do animal e permite aproximação com menores riscos quando há reação do animal.
- Boxe de Contenção: Utilizados no transporte de equinos. São pequenos trailers de dois eixos fechados nas laterais alguns são cobertos em cima outros não, e outros ainda tem a cobertura opcional, a porta de entrada e saída dos animais fica atrás onde os animais entram de frente e saem de ré.
- Pito / Cachimbo: utilizado em animais agressivos ou que não permitam algum tipo de manipulação. Para colocar o cachimbo:
Segure o cabo do cachimbo com a mão que possua maior firmeza e agilidade.
Coloque os dedos da mão oposta sob a laçada e segure o lábio superior, elevando-o discretamente.
Deslize a laçada por entre os seus dedos, envolvendo o máximo que poder o lábio superior.
Aperte a laçada rapidamente com a mão direita.
Fique atento para possíveis reações do animal.
- Gravata ou Paletó: Puxa-se a região da paleta para fazer a contenção no animal.
- Pé de amigo: Contenção do membro posterior, tira-se um dos membros do solo, tirando-lhe o apoio.
- Mão de amigo: Contenção do membro anterior, tira-se um dos membros do solo, tirando-lhe o apoio.
- Torção de orelha: Consiste em conter o animal segurando-se manualmente a orelha, porém não é um método indicado, pois pode causar dano à cartilagem aural, o que causará uma alteração irreversível do seu posicionamento (orelha caída).
- Abraço (contenção de potros): Deve-se contê-lo na posição quadrupedal, posicionando-se ao seu lado, passando uma mão em volta da musculatura peitoral e outra por trás da coxa ou na base da cauda (suspendendo-a).
Exame clínico: Histórico, Anamnese e Exame Físico.
	O exame clínico é uma das etapas mais importantes de um atendimento médico veterinário, quando uma consulta (anamnese e exame físico) é bem realizada, o diagnóstico correto é atingido em cerca de 90% dos casos.
É constituído basicamente dos seguintes procedimentos: 
- Resenha: Identificação do animal ou dos animais. De maneira geral é importante considerar espécie, raça, sexo e idade. Em alguns casos é importante saber a coloração da pelagem do animal, já que animais de pelagem escura são mais resistentes aos raios solares, ao passo que os de pelagem clara, ou que apresentem áreas despigmentadas são mais suscetíveis ao aparecimento de lesões de pele causadas pelos raios do sol.
- Anamnese: Investigação da história do animal. É o levantamento do histórico do caso e de outras informações através de informações fornecidas pelo proprietário ou tratador. A anamnese deve ser metódica e seguir sempre a mesma sequência, para não omitir informações importantes.
- Exame Físico: é a colheita de sintomas através da inspeção, palpação, percussão e auscultação. Inclui o exame do estado geral, das funções vitais, das mucosas, dos linfonodos e dos sistemas (digestório, locomotor, respiratório, etc.). O objetivo do exame físico é obter informações válidas sobre a saúde do paciente. O exame físico pode ser geral ou especial.
• Geral: avaliação do estado geral do animal (atitude, comportamento, estado nutricional, estado de hidratação, coloração de mucosas, exame de linfonodos, etc.), parâmetros vitais (frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura, movi mentos ruminais e/ou cecais);
• Especial: exame físico direcionado ao(s) sistema(s) envolvido(s). 
- Exames complementares: Solicitação e interpretação dos exames subsidiários (caso necessário). Reúnem os exames laboratoriais, os exames radiográficos e outros, como ultrassonografia, endoscopia, cirurgias exploratórias, etc.
- Diagnóstico e prognóstico.
- Tratamento (resolução do problema). 
Parâmetros clínicos normais:
Mucosas (oral, oculares e genitais): devem estar róseas, lisas e úmidas.
Tempo de preenchimento capilar (TPC):
	Animal sadio: 1-2 segundos 
	Animal desidratado: 2-4 segundos 
	Animal gravemente desidratado: > 5 segundos
Frequência cardíaca: Adultos – 28 a 40 bpm
Frequência respiratória: Adultos – 8 a 16 mpm
Movimentos intestinais: devem estar presentes.
Temperatura corpórea: Jovens – 37,2 a 38,9 / Adultos – 37,5 a 38,5
Vias de Administração
Via Tópica: o fármaco é aplicado direto no local aonde se deseja a ação, geralmente utilizam-se pomadas. A absorção é lenta.
Via Ocular: Aplicação de colírios, também tem a absorção mais lenta.
Via Intraarticular: utilizada para fins diagnósticos ou terapêuticos.
Via Oral: Utilizada geralmente para a administração de vitaminas, é uma via pouco utilizada em equinos, devido a sua alta palatabilidade. Utiliza-se mais a sonda nasogástrica.
Via Retal: É uma via pouco utilizada, devido ao risco de romper o reto do animal, porém é comum utilizar em potros, em casos de retenção do mecônio.
Via Subcutânea: É a aplicação do fármaco embaixo da pele, via não utilizada em equinos.
Via Intramuscular:Aplicação do fármaco direto no músculo, é muito utilizada na aplicação de vacinas. Os locais indicados para aplicação em equinos são: garupa, nádegas, tábua do pescoço e encontros.
Via Intravenosa: É a via de absorção mais rápida, aplica-se o fármaco diretamente na corrente sanguínea do animal. As veias mais utilizadas são a jugular, a torácica e a cefálica.
Técnicas e procedimentos terapêuticos: Imobilização e Bandagens
Imobilização:
	Tem o objetivo de manter um membro, ou apenas um segmento de um membro, imóvel, em repouso, e em posição correta. Utilizada em tratamentos de emergência, tratamentos definitivos e reabilitação.
	Pode-se optar pela imobilização na ocorrência de fraturas simples, localizadas em extremidade distal dos membros abaixo do osso metacárpico e metatársico – após 48 a 72 horas do acometimento, período em que se instala a inflamação da região afetada. Esta imobilização deverá ser mantida até a recuperação do osso, que deve ser periodicamente avaliado, possibilitando o exame radiográfico sem qualquer interferência na qualidade da imagem obtida (FRASER, 1997; THOMASSIAN, 2005; RIBEIRO, 2006).
	A imobilização pode ser feita com ataduras de “gesso sintético” (fibra de vidro) ou resinas especais.
Bandagens:
	O objetivo da bandagem é aliviar a dor, reduzir edemas, pelo fato de melhorar a circulação linfática, gerar maior estabilidade articular e melhorar a contração muscular. A bandagem elástica é utilizada na compressão para ajudar no controle de inchaços, proteção de machucados, pós-operatórios, ligar para trabalhar animais, etc. Possui uma elasticidade que permite o movimento sem que ocorra estrangulamento.
	A utilização de bandagem estéril (principalmente quando for usada após artroscopia ou artrotomia) protege a articulação e pode reduzir edema
Manejo de Feridas
	As feridas são lesões na pele, geralmente produzidas por ação traumática externa, cuja intensidade ultrapassa a resistência dos tecidos atingidos.
	Tempo de evolução, integridade do suprimento sanguíneo local, grau de contaminação, localização da ferida, perda tecidual, porte do animal, ambiente em que se encontram, custo e efetividade configuram-se como fatores a serem considerados na escolha de estratégias terapêuticas.
	Segundo Neto (2003), os ferimentos de pele representam uma das mais frequentes ocorrências na clínica de equídeos, principalmente os ferimentos localizados nos membros locomotores.
Tipos de feridas:
	De acordo com o grau de contaminação microbiana, as feridas se classificam em: lesões limpas, limpo-contaminadas, contaminadas e sujas ou infectadas.
	Classicamente as feridas são divididas em abrasões, contusões, hematomas, incisões, lacerações e perfurações.
Processo de cicatrização:
	A cicatrização é um processo corpóreo natural de regeneração concomitante dos tecidos epidérmico e dérmico. Após uma lesão, um conjunto de eventos bioquímicos complexos e orquestrados se estabelece para reparar a o dano.
Pode ser dividido em cinco etapas:
Coagulação,
Inflamação,
Proliferação,
Contração da ferida
Remodelação
Tipos de cicatrização:
- Cicatrização por primeira intenção: o ocorre quando os bordos da ferida estão próximos e se unem novamente com rapidez. Ocorre em feridas não contaminadas (McGavin e Zachary, 2007). É indicada após incisões cirúrgicas, e consiste em aproximar os bordos da lesão por meio de suturas, favorecendo a cicatrização devido a diminuição do tempo da fase inflamatória e de remodelação do colágeno, obtendo uma melhor contração da ferida e posterior reepitelização (Auer e Stick, 1999; Mandelbaum e Santis, 2003).
- Cicatrização por segunda intenção: As feridas cujos bordos estão distantes, não apresentam uma aposição dos mesmos ou ainda que estejam contaminadas por agentes infecciosos ou contenham corpos estranhos.
- Cicatrização por terceira intenção: É feita uma preparação da ferida, para que seja possível a reparação secundária.
Fatores que apresentam interferência na cicatrização:
- Nutrição: desnutrição, deficiências proteicas, vitamínicas, (principalmente C, K), e anemia;
- Alterações circulatórias que resultem em diminuição da oferta sanguínea;
 -Hormônios: glicocorticóides, cujos efeitos anti-inflamatórios retardam a cicatrização;
- Infecções: a existência de infecção na área lesionada retarda a cicatrização;
- Fatores mecânicos: movimentação afastando os bordos;
- Corpos estranhos: suturas desnecessárias, fragmentos de aço, vidro ou até mesmo osso nas lesões impedem a cicatrização;
- Tamanho, tipo e localização: áreas ricamente vascularizadas e lesões pequenas cicatrizam mais rapidamente.
	Em equinos são reconhecidas especialmente as dificuldades decorrentes da formação excessiva de tecido de granulação em feridas cutâneas localizadas em extremidades.
Tratamento:
	O tratamento baseia-se na higienização da lesão e consequentemente o curativo local com pomadas que favorecem a cicatrização.
	O manejo inicial é direcionado para isolar a ferida de contaminantes de origem exógena e endógena e preparar a pele vizinha para a manipulação durante o tratamento e cicatrização. Na área ao redor da ferida deve-se realizar tricotomia e preparação antisséptica para facilitar uma avaliação precisa da mesma e estruturas adjacentes (Auer e Stick, 1999).
	O aspecto mais importante na preparação de feridas traumáticas para cicatrização é o debridamento cirúrgico, o qual consiste na remoção de tecido morto e desvitalizado para reduzir os níveis de bactérias patogênicas e oportunistas. Recomenda-se a aplicação de antimicrobianos na lesão, no qual destaca-se o uso do iodo-povidine.
Emergências Gastrointestinais
	O sistema digestório equino é sede de importantes disfunções clínicas que levam os animais à morte, a principal disfunção que atinge os equinos é a Síndrome Cólica.
	Essa predisposição a problemas gastrointestinais ocorre devido a vários fatores, como a pequena capacidade volumétrica do estômago (8 a 20 litros) quando comparado com outras espécies domésticas, a incapacidade do vomito (musculatura do cárdia desenvolvida que, quando vencida, leva o alimento às narinas devido ao selo formado por palato mole e faringe, que impedem refluxo à boca, além de ausência do centro do vomito no sistema nervoso central), longo mesentério no jejuno (em média 25 metros) favorecendo as torções, locais com diminuição abrupta do diâmetro do lúmen como a flexura pélvica e a transição para o cólon menor, favorecendo o acúmulo de alimento, além de uma mucosa retal frágil predisposta a rupturas.
	Uma das principais causas da Síndrome Cólica é o manejo alimentar inadequado, além disso, outros fatores podem levar ao aparecimento da síndrome, como a criação em regime intensivo, a verminose, problemas odontológicos, entre outros.
Sintomas:
	Escavar o chão (patear), olhar para o flanco, mexer na água com o focinho, morder/ escoicear o flanco, rolar, sentar, gemer, sudorese intensa e, conforme a fase da enfermidade, hiperexcitabilidade ou depressão.
	Classificação do grau de dor
	
	Leve
	Sem alterações circulatórias, Manifestações discretas.
	Moderada
	Alterações respiratórias, Cavar, deitar, rolar Sudorese intensa.
	Grave
	Alterações circulatórias 
Rolar, se jogar.
	A síndrome cólica pode ser não estrangulativa, quando a irrigação é comprometida pela distensão intraluminal, decorrente principalmente do acúmulo de líquido e gás, e pode ser estrangulativa, quando pode acometer a circulação venosa, arteriais ou ambas, causando alterações na mucosa, no TPC, na frequência cardíaca e respiratória.
Primeiros Socorros:
Sonda Nasogástrica: pode servir para a descompressão gástrica e diminuir a dor, como meio auxiliar de diagnóstico e via de tratamento. Para a passagem da sonda nasogástrica deve-se conter o animal adequadamente de acordo com o temperamento do cavalo e o grau de dor. Após a contenção, a sonda deve ser lubrificada (lidocaína gel, nitrofurazona) e marcada externamente na altura da glote (algumas sondas já vêm com uma marcaaos 40cm, média de tamanho da cabeça de adultos, e outras vêm marcadas a cada l0cm). Deve-se introduzir a sonda medialmente e ventralmente na narina, com o objetivo de se evitar a falsa narina, que fica dorsal e lateralmente. A introdução deve ser delicada, com a curvatura da sonda acompanhando a curvatura da cabeça. Ao aproximar-se da marca da glote, deve-assoprar a sonda com a intenção de se promover a deglutição e, simultaneamente, introduzir a sonda. Pode-se também esperar pela deglutição espontânea do animal e introduzir a sonda, mas isso pode demorar um pouco mais.
		A passagem da sonda, com lavagem gástrica e administração de 	analgésico, será eficaz no tratamento de 80 a 90% dos cavalos com síndrome 	cólica, indicando a importância desse procedimento.
Tricotomia: É necessário fazer a tricotomia na região da calha da jugular, pois o animal vai precisar utilizar um cateter, para administração de fluido.
Hidratação: Por meio da avaliação de alguns parâmetros clínicos, como turgor da pele (pregueamento), umidade e viscosidade da mucosa bucal e retração do globo ocular , pode-se estimar o estado de hidratação do animal.
Parâmetros vitais: É necessário avaliar todos os parâmetros, temperatura retal, frequência respiratória, frequência cardíaca, mucosas e tempo de preenchimento capilar.
Paracentese abdominal: É a avaliação físico-química e citológica do líquido peritoneal, é um método auxiliar importante no diagnóstico das doenças abdominais nos equinos, utilizada na diferenciação de peritonites sépticas e assépticas.
Palpação Retal: A palpação retal é um exame de fundamental importância, em alguns casos, é o procedimento que vai dar o diagnóstico definitivo ou uma forte suspeita se aquele paciente tem ou não indicação cirúrgica.
RUMINANTES
	Os ruminantes são uma subordem de mamíferos artiodátilos, que inclui os veados, girafas, bovídeos e por vezes incluídos até mesmo os camelos, caracterizados pela presença de um estômago complexo, com três ou quatro câmaras, adaptado à ruminação.
	Os órgãos envolvidos neste processo digestivo realizam a digestão mecânica, proporcionando a fragmentação dos alimentos ingeridos, inicialmente por meio da mastigação efetivada na cavidade bucal, em seguida o alimento é conduzido até o rúmen por intermédio do esôfago, após o processamento do alimento no rúmen, o bolo alimentar formado é transportado até o próximo compartimento denominado por retículo, o qual se comunica com outra cavidade, o omaso e deste em direção ao abomaso.
Nomenclatura Zootécnica
	MACHO 
	FÊMEA 
	CRIA 
	INTERMEDIÁRIO 
	TOURO 
	VACA 
	BEZERRO 
	NOVILHO (A) 
	BÚFALO 
	BÚFALA 
	BEZERRO 
	NOVILHO (A) 
	CARNEIRO 
	OVELHA 
	CORDEIRO 
	BORREGO (A) 
	BODE 
	CABRA 
	CABRITO 
	BORREGO (A) 
 
 
 
 
Métodos de Contenção
	A contenção de bovinos é extremamente necessária e utilizada regularmente em todos os locais onde se trabalhe com esses animais. Tanto os técnicos, fazendeiros, peões, médicos veterinários ou qualquer um que necessite que os animais fiquem total ou parcialmente contidos ou imobilizados, terão que adotar procedimentos de contenção.
	Erros na contenção podem acarretar:
CABEÇADAS: O BOVINO BALANÇA A CABEÇADA E A UTILIZA PARA BATER (CUIDADO COM OS CHIFRES)
COICES: O BOVINO NORMALMENTE ESCOICEIA PARA FRENTE E PARA O LADO.
PISADAS: O BOVINO GERALMENTE CORRE PARA PASSAR POR CIMA DE INDIVÍDUOS QUE BLOQUEIAM SUA ROTA DE FUGA
O GRAU DE CONTENÇÃO NECESSÁRIO REFLETE:
A ESPÉCIE
A RAÇA
O USO
A FAMILIARIDADE DO ANIMAL COM O MANEJO
O GRAU DE INVASIVIDADE
A DURAÇÃO PREVISTA DO PROCEDIMENTO
POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES:
TRAUMATISMOS (FERIDAS)
PARALISIAS
DISTÚRBIOS METABÓLICOS
HIPERTERMIA
ESTRESSE EMOCIONAL
INSTALAÇÕES:
BRETE
TRONCO
TRONCO TOMBADOR
GAIOLAS DE PALPAÇÃO
SERINGA
SWEEP TUB
MANUAIS:
ENCABRESTAMENTO
ELEVAÇÃO DE CAUDA
DERRUBAMENTOS
EQUIPAMENTOS:
IMOBILIZAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
FORMIGAS
ARGOLAS NASAIS
Tronco de Contenção: É um equipamento especialmente projetado e construído para a contenção ou imobilização completa de um bovino, de maneira que se possa realizar no mesmo qualquer procedimento, com total segurança para o operador e para o próprio animal. Alguns dos procedimentos executados em Troncos de Contenção incluem castração, inseminação artificial, marcação, transferência de embriões, palpação, casqueamento, colocação de brincos de identificação, medida de perímetro escrotal, vacinações, coleta de sangue, aplicação de injeções etc. 
Peia: é utilizada nos trabalhos de ordenha, tomada de temperatura e combate a carrapatos.
Formiga: Principal método utilizado para condução e contenção de cabeça, introduz-se o instrumento no nariz do animal, e pressiona-se o septo nasal, exercendo uma pressão considerável. Normalmente utilizado em animais não cooperativos.
Derrubamento lateral (caprinos): Segura-se a base da orelha e a mandíbula, voltando a cabeça do animal em direção ao tórax.
Sentado (Ovinos): 
Métodos de derrubamento
	É um método de contenção utilizado quando há necessidade de procedimentos com o animal deitado. Normalmente utiliza-se a contenção química antes de derrubar o animal, o animal é derrubado com cordas e deve-se sempre deixá-lo em decúbito lateral direito.
Método Italiano: pode ser aplicado tanto em fêmeas como em machos e animais descornados, pois não constringirá mama ou pênis.
Método de Rueff: este método é mais empregado em fêmeas com chifres, pois em machos é traumático na região do pênis e do prepúcio.
Método de Almeida Barros: sua execução é simples, pois necessita apenas de uma corda com argola e pode ser executado tanto em machos como em fêmeas, dispensando a peia.
Exame clínico: Histórico, Anamnese e Exame Físico.
	- Exame clínico:
IDENTIFICAÇÃO: É O REGISTRO DAS CARACTERÍSTICAS DE ESPÉCIE, RAÇA, FAIXA ETÁRIA, SEXO, USO, PROCEDÊNCIA, E QUALQUER OUTRO FATOR DO INDIVÍDUO QUE POSSA SER RELEVANTE AO CASO.
ANAMNESE: É O LEVANTAMENTO DO HISTÓRICO DO CASO E DE OUTRAS INFORMAÇÕES ATRAVÉS DE INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO PROPRIETÁRIO OU TRATADOR.
HISTÓRICO: É O LEVANTAMENTO DOS ANTECEDENTES MÉDICOS DO PACIENTE INDEPENDENTEMENTE DE SUA RELAÇÃO COM O CASO CORRENTE.
- Exame físico:
ESTADO GERAL
FUNÇÕES VITAIS
	Parâmetros Vitais
	Espécie
	Parâmetros normais
	 Frequência cardíaca
	Bovinos
	Adultos 50 a 70 bpm
Jovens 60 a 90 bpm
	
	Caprinos e Ovinos
	70 a 110 bpm
	
	Suínos
	Adultos 60 a 90 bpm
Jovens 100 a 130 bpm
	Frequência Respiratória
	Bovinos
	Adultos 10 a 30 mpm
Jovens 20 a 50 mpm
	
	Caprinos
	20 a 40 mpm
	
	Ovinos
	12 a 22 mpm
	
	Suínos
	8 a 18 mpm
	Temperatura retal
	Bovinos
	Adultos 37,5 a 39,5°C
Jovens 38,5 a 39,5°C
	
	Ovinos e Caprinos
	Adultos 38,3 a 39,5°C
Jovens 38,6 a 40,3°C
Lanados até 40°C
	
	Suínos
	39 a 40°C
	Movimentos Ruminais
	Bovinos
	7 a 10 mr a cada 5 minutos ou
1 a 2 mr por minuto
Vias de Administração
Local:
- PROCEDIMENTOS TÓPICOS
FINALIDADE: ADMINISTRAR MEDICAMENTOS DIRETAMENTE SOBRE A PELE, ALGUMAS MUCOSAS OU CASCOS PARA OBTER SEUS EFEITOS LOCAIS OU SUA AÇÃO SISTÊMICA APÓS A ABSORÇÃO PELA PELE.
MATERIAL: POMADAS, SPRAYS, PÓ, BRINCOS, SOLUÇÕES AQUOSAS OU SUSPENSÕES OLEOSAS.
- PROCEDIMENTOS OFTÁLMICOS
FINALIDADE: ADMINISTRAR MEDICAMENTOS NOS OLHOS
MATERIAL: COLÍRIOS, POMADAS OFTÁLMICAS, SOLUÇÕES OU OUTROS MEDICAMENTOS.
COMPLICAÇÕES: ATENÇÃO COM POSSÍVEIS TRAUMAS OCULARES
Enteral:
- VIA ORAL
FINALIDADE: ADMINISTRAR MEDICAMENTOS POR VIA ORAL, AGENTES ANTI-HELMÍNTICOS E OUTROS.
MATERIAL: BALLING GUN, SERINGAS DOSADORAS, ESPÉCULO DE FRICK, SONDAS GÁSTRICAS E DRENCHS.
VANTAGENS:
	- GRANDES VOLUMES PODEM SER ADMINISTRADOS.
	- BAIXO CUSTO (NÃO SÃO NECESSÁRIAS SOLUÇÕES ESTÉREIS).
DESVANTAGENS:
	- PROPORCIONAIS AS COMPLICAÇÕES.
	- DIFICULDADES CORRELACIONADAS A PALATABILIDADE DO FÁRMACO.
COMPLICAÇÕES:
	- SUBSTÂNCIAS QUE PRECISAM TER AÇÕES SISTÊMICASPODEM 	DILUIR-SE NO RÚMEN OU TER SEU EFEITO RETARDADO POR ESTE.
	- A DROGA ADMINISTRADA PODE EXERCER EFEITO NOCIVO AOS 	MICRORGANISMOS RUMINAIS.
	- RISCO DE FALSA VIA (PNEUMONIA POR ASPIRAÇÃO).
	- TRAUMAS NA MUCOSA ORAL, FARINGE OU ESÔFAGO.
Parenteral:
- VIA SUBCUTÂNEA
FINALIDADE: ADMINISTRAR MEDICAMENTOS, OU AGENTES BIOLÓGICOS, POR VIA SUBCUTÂNEA PARA ABSORÇÃO LENTA E CONTÍNUA.
 MATERIAL: MATERIAL PARA ANTISSEPSIA, SERINGA E AGULHA.
COMPLICAÇÕES: POSSÍVEL APLICAÇÃO IM, INFECÇÕES IATROGÊNICAS.
DESVANTAGENS: NECESSIDADE DE MATERIAL ESTÉRIL, MAIORES CUSTOS E NECESSIDADE DE MAIS TÉCNICA PARA APLICAÇÃO.
- VIA INTRAMUSCULAR
FINALIDADE: ADMINISTRAR MEDICAMENTOS, OU AGENTES BIOLÓGICOS, POR VIA INTRAMUSCULAR PARA ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO RÁPIDAS.
MATERIAL: MATERIAL PARA ANTISSEPSIA, SERINGA E AGULHA.
COMPLICAÇÕES: POSSÍVEL APLICAÇÃO IV, INFECÇÕES IATROGÊNICAS, MIOSITES.
DESVANTAGENS: NECESSIDADE DE MATERIAL ESTÉRIL, MAIORES CUSTOS E NECESSIDADE DE MAIS TÉCNICA PARA APLICAÇÃO.
- VIA INTRAVENOSA
FINALIDADE: ADMINISTRAR MEDICAMENTOS, POR VIA INTRAVENOSA PARA ABSORÇÃO RÁPIDA.
MATERIAL: MATERIAL PARA ANTISSEPSIA, SERINGA E AGULHA.
COMPLICAÇÕES: POSSÍVEL PUNÇÃO ARTERIAL, INJEÇÃO EXTRAVASCULAR, HEMATOMAS, FLEBITES, INFECÇÕES IATROGÊNICAS.
VANTAGEM:
	- GRANDES VOLUMES PODEM SER LENTAMENTE ADMINISTRADOS, EFEITO 	RÁPIDO.
	- PODEM SER ADMINISTRADAS SOLUÇÕES TIDAS COMO IRRITANTES 	(DILUÍDAS) FORA DOS VASOS SANGUÍNEOS.
DESVANTAGENS:
	- PROPORCIONAIS AS COMPLICAÇÕES, NECESSIDADE DE MATERIAL 	ESTÉRIL, MAIORES CUSTOS E NECESSIDADE DE MAIS TÉCNICA PARA 	APLICAÇÃO (INFECÇÕES, FLEBITES E TROMBOS).
- DISPOSITIVOS INTRA-VAGINAIS
FINALIDADE: ADMINISTRAR MEDICAMENTOS POR MEIO DA ABSORÇÃO ATRAVÉS DA MUCOSA VAGINAL.
MATERIAL: DISPOSITIVO INTRA-VAGINAL.
COMPLICAÇÕES: INFECÇÕES IATROGÊNICAS E TRAUMAS NO APARELHO REPRODUTOR DA FÊMEA.
- APLICAÇÕES INTRA-MAMÁRIAS
FINALIDADE: ADMINISTRAR MEDICAMENTOS NO INTERIOR DA GLÂNDULA MAMÁRIA VIA CANAL DO TETO.
MATERIAL: BISNAGAS INTRA-MAMÁRIAS OU SONDA MAMÁRIA.
COMPLICAÇÕES: ATENÇÃO COM POSSÍVEIS INFECÇÕES IATROGÊNICAS.
Emergências Gastrointestinais
	Podemos dividir o sistema digestório em seis porções:
- vias digestivas anteriores (boca, faringe e esôfago)
- pré-estômagos:
retículo ou barrete
rúmen ou pança
omaso ou folhoso
Abomaso ou coagulador
Intestinos (grosso e delgado)
Fígado
Primeiros Socorros:
	- Sondagem esofágica
	- Trocarterização no vazio do flanco esquerdo
	- Ruminotomia em casos crônicos 
- Abordagem na anamnese e no exame geral
	Além das informações tradicionais, devem-se pesquisar durante a anamnese os dados sobre a alimentação do animal. Convém verificar a composição (qualidade), a quantidade e a forma (freqüência, horário) de administração dos alimentos. Eventuais alterações de apetite (anorexia, hiporexia, parorexia) devem também ser indagadas. No exame geral, devem ser pesquisados sinais espontâneos de dor, como ocorre nos casos de cólica intestinal. O exame das mucosas pode sugerir envolvimento hepático, nos casos de icterícia.
- Exame das vias digestivas anteriores
	- Preensão dos alimentos: deve ser avaliada, considerando-se as diferenças entre espécies. Pequenos ruminantes realizam a preensão através da movimentação labial, ao passo que os bovinos a fazem através da movimentação da língua.
	- Mastigação e a deglutição
	- Apetite: deve ser checado, oferecendo-se ao animal vários tipos de alimentos para verificar se o apetite está normal (normorexia), caprichoso (hiporexia), alterado (parorexia) ou ausente (anorexia).
	Nunca se deve confiar exclusivamente na anamnese no tocante ao apetite do animal.
	- Ingestão de água: também deve ser considerada. Bovinos adultos sadios ingerem de 25 a 80 litros de água por dia (quanto mais concentrados na alimentação, mais água é ingerida).
	- Presença de ruminação: é, de forma geral, um indicador de saúde digestiva. Bovinos adultos ruminam várias vezes por dia e chegam a dispender até sete horas por dia com esta atividade (quanto mais concentrado na alimentação, menos tempo de ruminação). A regurgitação patológica é raríssima e, quando ocorre, usualmente é de origem esofágica (vômito falso).
A fermentação ruminal produz cerca de 600 L gás/dia (66% CO2, 26% CH4, 8% demais) (quanto mais concentrado, mais gás). Este gás tem que ser eliminado constantemente, e o animal o faz através da eructação. Distúrbios neste mecanismo provocam o acúmulo de gás no rúmen, conhecido como timpanismo ou meteorismo.
Os ruminantes salivam muito. Um bovino adulto chega a produzir até 200 L de saliva por dia, que são deglutidos. Excesso nesta produção chama-se ptialismo e quando escorre da boca recebe o nome de sialorréia.
	- Exame da parte anterior da cavidade oral: pode ser feito através da inspeção, abrindo-se a boca do animal com as mãos, puxando-se a língua com uma toalha. Podem também ser usados aparelhos próprios, chamados de "abre-bocas". A porção posterior da cavidade oral pode ser inspecionada com o uso de espéculos. O odor bucal também deve ser avaliado.
	- esôfago: encontra-se dorsalmente a traqueia, deslocando-se para o lado esquerdo na porção cervical, voltando a sua posição dorsal na porção torácica. A sua inspeção externa e palpação direta pode ser realizada apenas da porção cervical. Em toda sua extensão, porém, pode ser feita uma palpação indireta com sondas esofágicas apropriadas. A inspeção indireta do esôfago pode ser realizada pela endoscopia.
	- vias digestivas anteriores: podem ser avaliadas, ainda, através de recursos radiográficos.
- Exame da região abdominal
	À exceção do esôfago e cavidade oral, os órgãos do sistema digestório dos ruminantes se encontram na cavidade abdominal. O exame desta região representa, assim, um dos principais pontos a serem observados para o diagnóstico das afecções do sistema digestório.
	Cabe lembrar que o tamanho dos órgãos do sistema digestório sofrem radical mudança com o desenvolvimento do animal. A proporção rúmen-abomaso é de 1:2 em animais com um mês de idade, invertendo-se para 2:1 no 3º mês, chegando a 9:1 no adulto, na dependência da alimentação.
- Projeção topográfica
	No adulto, o rúmen ocupa principalmente o lado esquerdo do animal e seu volume chega a quase 150 litros nos bovinos. Tem como limite anterior uma linha que vai do 11º espaço intercostal na parte dorsal até o 7º espaço na parte ventral. O rúmen contrai-se ritmicamente e a freqüência destas contrações aumenta após a ingestão de alimentação grosseira e cessa após dois dias de jejum.
	O retículo encontra-se apoiado na cartilagem xifóide entre o 5º e o 7º espaço intercostal. Projeta-se para ambos os lados, mas é mais proeminente do lado esquerdo. O omaso pode ser delimitado entre o 7º e o 9º espaço intercostal, no terço médio do lado direito e o abomaso, do 7º ao 11º espaço intercostal, no terço inferior do lado direito. A projeção topográfica do fígado encontra-se na parte superior do lado direito, entre o 11º e o 12º espaço intercostal, adjacente ao bordo caudal do pulmão.
- Técnicas de exame
	- inspeção abdominal: externa pode revelar aumentos de volumes em diferentes partes, cada uma com seu significado diagnóstico.
	- palpação: auxilia tanto na avaliação do conteúdo das diferentes vísceras abdominais quanto na pesquisa de sensibilidade. Na palpação do rúmen, a sua contração pode ser sentida com a aplicação da mão fechada no vazio do flanco. Pode-se palpar o retículo de forma indireta, pressionando-o com um bastão de madeira ("prova-do-bastão"). Outras provas complementares para a pesquisa de sensibilidade do retículo podem ser empregadas, como o pinçamento da cernelha e a prova de Kalchschmidt (uso discutível). A palpação retal, ainda, é indispensável para o exame dos órgãos digestórios, particularmente dos intestinos. No caso do retículo, a palpação direta externa e a inspeção não são possíveis, devido sua posição intratorácica.
	- percussão: tem, de forma geral, o mesmo objetivo da palpação, qual seja avaliar o conteúdo das vísceras e pesquisarsensibilidade. A percussão permite, também, a delimitação topográfica destas vísceras. De maneira geral, o abdômen apresenta sons maciços e submaciços na sua porção ventral e medial. A região hepática também apresenta som maciço. Na parte do vazio do flanco, tanto direito como esquerdo, encontram-se sons timpânicos.
	- auscultação: é um potente recurso a ser empregado na análise funcional do sistema digestório. O rúmen apresenta uma crepitação constante que se exacerba durante a sua contração. Neste momento, pode ser auscultado, na porção ventral, o ruído de rolamento produzido pela movimentação do conteúdo ruminal durante a contração. O omaso apresenta uma crepitação discreta. O abomaso e o intestino apresentam ruídos de borborigma.
	- percussão-auscultatória: particularmente útil no diagnóstico do deslocamento do abomaso. É importante, porém, salientar que a presença de "pings" abdominais não necessariamente significa o deslocamento do abomaso. Os "pings" podem aparecer nos casos de pneumoperitônio que acompanham os quadros de reticulo-peritonite traumática, nos timpanismos ruminais e na dilatação do ceco.
- Exames complementares
	- Suco de rúmen: colhido através de sonda esofágica própria e analisado segundo procedimentos bastante simples. Dentre estes procedimentos, os mais usuais e que podem ser realizados no campo são:
aspecto: normalmente é ligeiramente viscoso, mas pode apresentar-se aquoso (indigestão simples , acidose lática ruminal), com espumas (timpanismo espumoso) ou muito viscoso (excesso de saliva, desidratação).
coloração: dependendo da alimentação.
sedimentação e flutuação: em uma proveta de 100 mL deposita-se o suco e aguarda-se a separação em três fases (sedimento, líquido e flutuante). Essa separação deve ocorrer no máximo em 10 minutos. Na acidose lática ruminal, por exemplo, o suco não apresenta estas fases.
odor: característico nos casos de putrefação ruminal.
pH: normal de 5,5 a 7,0.
Redução do azul de metileno: em uma proveta de 50 mL, depositar 20 mL de suco de rúmen e acrescentar 4 mL de solução de azul de metileno 0,03%. Após a homogeinização o suco deve ficar azul. Em 3 a 5 minutos o suco deve volar à coloração inicial. Sucos inativos não recuperam o aspecto inicial (comparar com uma proveta sem azul de metileno).
	- Láparo-ruminotomia exploradora: um recurso de grande utilidade, apesar de ser pouco empregado. Muitos clínicos tem certo receio em realizá-la, por medo das eventuais complicações pós-operatórias. Trata-se, entretanto, de procedimento relativamente simples e de raras complicações. A laparo-ruminotomia, além de ser um método semiológico, consiste também num recurso terapêutico importante. 
	- Detector de metais: este aparelho detecta se há ou não estruturas metálicas, não determinando, porém, se tais estruturas são pontiagudas e se realmente estão perfurando a parede do retículo provocando retículo-peritonite traumática. Em alguns animais, sobretudo nos importados, existe a prática de se colocar um ímã no retículo para a prevenção da doença. Quando estes animais são submetidos ao detector de metal evidentemente há uma resposta positiva. Para se determinar a presença de um ímã no interior do retículo deve-se aproximar da região xifóide uma bússola, observando-se o comportamento do ponteiro.
	- Punção abdominal (paracentese): pode ser empregada no diagnóstico do deslocamento do abomaso, avaliando-se o pH do líquido visceral colhido. Esta punção pode, ainda, restringir-se ao espaço inter-visceral para colher o líquido peritoneal, muito útil no diagnóstico diferencial das ascites e peritonites. Para se pesquisar ascite/peritonite deve-se fazer a punção um palmo à direita do umbigo, na região mais baixa do abdome. Nos casos de retículo-peritonite traumática, pode-se puncionar logo após a cartilagem xifóide. Nos casos de ruptura de intestino pode-se puncionar entre o úbere e a dobra do joelho.
	- Exame de fezes: além do tradicional exame coproparasitológico, pode revelar a condição funcional do sistema digestório através da avaliação macroscópica do tamanho das suas partículas. Além disso, avalia-se a presença de muco, fibrina e sangue.
Pode-se, por fim, realizar exames microbiológicos específicos para se pesquisar a presença de agentes como salmonelas, E. coli e rotavirus. Podem ser citados, ainda, outros exames como a biópsia hepática, a endoscopia, a laparoscopia, a ultrassonografia, a radiografia e os testes de função hepática.
- Abordagem propedêutica
	Independentemente da causa e da sede do processo, os animais acometidos de enfermidades do sistema digestório apresentam sintomatologia básica comum caracterizada por apatia, anorexia ou hiporexia, perda de peso e diminuição da produção de leite. Todavia, alguns sintomas são particulares e merecem ser analisados individualmente. Destacam-se as lesões visíveis da cavidade oral (vesículas, úlceras, estomatite, etc.) e aqueles causados por obstrução do esôfago. Na região abdominal podemos observar dilatação, dor e timbre metálico. Por fim, a diarreia é um sinal facilmente detectável e indicativo de envolvimento intestinal.
	- Lesões da cavidade oral
	Quando se examina a cavidade oral, a primeira preocupação é identificar a presença de vesículas ou, quando estas se rompem, úlceras. A contaminação destas úlceras por bactérias secundárias pode provocar um quadro local purulento. 
A condição da língua e das mandíbulas também deve ser verificada.
Devem, por fim, ser avaliadas lesões dentárias e a presença de corpos estranhos.
	- Obstrução do esôfago e faringe
	A obstrução do esôfago é relativamente comum nos bovinos, porém muito rara nos pequenos ruminantes. A principal causa é a ingestão de corpos estranhos volumosos como, por exemplo, frutas grandes (laranjas) ou seus caroços (manga). Neoplasias podem ocorrer no esôfago e a mais comum é o carcinoma (vulgarmente chamado de "caraguatá") provocado pela ingestão crônica da samambaia Pteridium aquilinum.
	Os animais afetados apresentam disfagia, timpanismo e às vezes regurgitam o alimento recém ingerido. A inspeção e a palpação externa podem reforçar a suspeita e a confirmação pode ser feita pela palpação indireta, através de uma sonda esofágica. Caso a obstrução seja anterior, o exame das porções profundas da cavidade oral com auxílio de um especulo pode permitir a visualização da obstrução.
	Nos casos de corpos estranhos localizados nas porções mais anteriores, incluindo a faringe, pode-se tentar removê-los pela boca, com a participação de uma auxiliar empurrando o corpo estranho por fora. Em casos de obstruções mais profundas, a única e nem sempre indicada possibilidade de tratamento é a cirurgia.
- Dilatação abdominal
	A dilatação abdominal é facilmente detectável, sobretudo nos bovinos. O primeiro passo é caracterizar a forma desta dilatação, definindo se é uni ou bilateral. - dilatação bilateral: na sua porção superior é causada pelo pneumoperitônio. Trata-se do acúmulo de gás na cavidade abdominal comumente associado aos quadros de retículite traumática. Nestes casos, a percussão auscultatória revela a presença de timbre metálico bilateral.
Quando ocorre a dilatação bilateral na porção inferior pode-se estar diante de um quadro de ascite. A ascite, ou hidroperitônio, é o acúmulo de líquido na cavidade abdominal.
- dilatação abdominal unilateral direita: pode ocorrer principalmente em gestações adiantadas ou na dilatação abomasal. Nos casos de gestação avançada (8o.-9o. mês), a dilatação do lado direito ocorre mais nas porções inferiores e a presença do feto pode ser confirmada por palpação retal ou pela sucussão do lado direito. A dilatação do abomaso, por sua vez, é mais superior e provoca à percussão auscultatória um timbre metálico semelhante ao pneumoperitônio, porém localizado.
- dilatação unilateral esquerda: ocorre nas diferentes formas de dilatação ruminal. Nos casos de dilatação ruminal é importante tentar caracterizar a natureza do conteúdo. A percussão diferencia inicialmente, os acúmulos gasosos dos acúmulos não gasosos.Nos acúmulos gasosos (timpanismo) têm-se o som hipersonoro ou até claro (curiosamente o timpanismo não provoca som timpânico).
Nos acúmulos líquidos e sólidos o som se torna maciço. O acúmulo de líquidos pode ser diferenciado do acúmulo de sólidos pela palpação
- Dor
Em casos de dor intensa, o animal range os dentes ("bruxismo") e apresenta-se inquieto, escoicea o ventre, chegando até a deitar e rolar no chão. É uma cena muito marcante, sobretudo em bovinos de grande porte. Tal condição é relativamente rara, porém quando ocorre, usualmente decorre de processos obstrutivos do intestino.
- Timbre metálico (ping)
O timbre metálico, também chamado de "ping", é um ruído bastante característico que se ausculta quando se realiza a percussão-auscultatória. Caso este timbre seja bilateral e na região do vazio do flanco, deve-se suspeitar de um processo de pneumo-peritônio decorrente de reticulite traumática.
Às vezes, porém, o timbre metálico pode apresentar-se em apenas um dos lados do animal. Quando o lado é o direito, pode tratar-se de uma dilatação do abomaso ou do ceco. Todavia, este achado é raro. O mais comum é a presença de timbre metálico no lado esquerdo, nos casos de deslocamento do abomaso. 
- Diarreia
A diarreia é muito comum nos animais novos, porém menos comum em adultos. Além disso, no caso particular dos bovinos, deve-se ter cautela ao analisar as suas fezes, pois elas normalmente são amolecidas, o que pode levar ao clínico inexperiente a certa confusão. Nem sempre é possível presenciar a diarreia em si. Todavia, sinais de fezes diarreicas são facilmente detectáveis na cauda e nas patas posteriores, sobretudo no jarrete ou mesmo no chão.
Diversos são os mecanismos que provocam a diarreia, mas essencialmente trata-se de um distúrbio da absorção de água, fato que permite certos autores a considerá-la como uma síndrome de má absorção. A má absorção pode ocorrer devido a lesões da parede intestinal, por hipermotilidade de sua musculatura ou por excesso de água intra-luminal, quer seja de origem osmótica, quer seja por aumento na secreção.
O principal fator predisponente de diarreia dos ruminantes é a quebra de resistência que pode ocorrer em animais jovens. Este fato pode ocorrer em animais submetidos a condições estressantes como superlotação, frio ou calor intenso, pouca ventilação, etc. Todavia, a causa mais frequente é a insuficiente ou retardada ingestão do colostro.
Outra causa de diarreia em ruminantes é decorrente de manejo higiênico deficiente. Nestas condições, ocorre a contaminação dos alimentos, o que submete o animal a uma carga patogênica muito grande de coliformes fecais e de protozoários, sobretudo a eimeria (coccidiose).
Diarreia de origem nutricional também pode ocorrer. Em animais jovens ela está relacionada com excessiva ingestão de leite. Em adultos ela pode ocorrer quando os animais são colocados em pastagem jovem, rica em brotos.
O tratamento da diarreia inicia-se pela imediata reposição de água e eletrólitos. 
- Indigestões sem sintomatologia específica
Algumas doenças do sistema digestório podem não apresentar nenhum dos sintomas descritos anteriormente. Trata-se de doenças provocadas pela ingestão de alimentos impróprios e que se manifestam por apatia, anorexia e paralisia ruminal. Sintomas adicionais podem eventualmente surgir. Dentre elas destacam-se a alcalose ruminal e a indigestão simples.
Nas duas condições deve-se proceder à ruminotomia para a remoção do conteúdo indesejado.

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