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Universidade Estadual de Ponta Grossa Setor de Ciências Exatas e Naturais Departamento de Química - Licenciatura em Química Química Orgânica Experimental Paloma de Jesus Cubas (14111806) QUESTÕES PONTA GROSSA 2017 Trabalho apresentado na disciplina Química Orgânica Experimental, do 4º ano do Curso de Licenciatura em Química, para obtenção de nota parcial referente ao 2º bimestre. Profa. Dra. Franciane Dutra de Souza 2 EXPERIÊNCIA 08 PREPARAÇÃO DE UM CORANTE: ALARANJADO DE METILA 1. Por que a N, N-dimetilanilina acopla com o sal de diazônio na posição para- do anel? As formas de ressonância da N, N-dimetilanilina fazem com que as posições orto e para se tornem mais reativas como nucleófilos devido às cargas negativas. A posição para é preferida para o acoplamento do sal diazônio porque as posições orto encontram-se mais impedidas estericamente por conta da proximidade espacial com os grupos metil da amina. 2. A reação de acoplamento do sal de diazônio é uma reação de substituição eletrofílica aromática. Forneça o mecanismo para a síntese do corante alaranjado de metila. 1ª Etapa: Síntese do sal de diazônio derivado do ácido sulfanílico – diazotização do ácido sulfanílico a) Geração do íon nitroso: b) Para tornar o ácido sulfanílico solúvel: para 3 c) Geração do íon diazônio: 2ª Etapa: Síntese do Alaranjado de Metila 3. Forneça a estrutura de outros corantes empregados industrialmente. 4 EXPERIÊNCIA 10 PREPARAÇÃO DO CLORETO DE t-BUTILA 1. Por que a solução de bicarbonato de sódio deve ser empregada na purificação do cloreto de t-butila? Por que não utilizar uma solução de NaOH? Se uma solução de NaOH fosse usada, por a hidroxila ser uma base mais forte do que o íon cloreto, haveria reação de substituição e o t-butanol seria novamente produzido. A função do bicarbonato de sódio foi retirar o excesso de íons cloreto e H3O+ da solução, mas realizando essa função sem reagir com o substrato. 2. Como o 2-metil-1-propeno poderia ser removido durante o processo de purificação? Como o isobutileno é um alceno e o cloreto de t-butila é um haleto de alquila, eles terão algumas propriedades diferentes, apesar dos dois serem compostos orgânicos. Como isobutileno é um gás ele pode ser separado através de um processo de destilação simples, já que ele possui um ponto de ebulição bem inferior em relação ao cloreto de t-butila 3. Água e cloreto de metileno são insolúveis. Em um tubo de ensaio, por exemplo, eles formam duas camadas. Como você poderia proceder experimentalmente para distinguir a camada aquosa da camada orgânica? Suponha que você não disponha dos valores das densidades destas duas substâncias: Uma das formas é adicionar cloreto de sódio na solução. Já que o cloreto de sódio é apenas solúvel em compostos polares, a fase da solução que conseguir solubilizar o cloreto, será a fase aquosa (já que ela é polar) e 5 consequentemente a outra que não conseguir solubilizar o sal, será a fase orgânica (cloreto de metileno) por ser apolar. EXPERIÊNCIA 12 OXIDAÇÃO DO CICLOEXANOL: SÍNTESE DA CICLOEXANONA 1. Na oxidação de um álcool primário à aldeído, por que o produto formado deve ser removido da reação por destilação? Uma vez que aldeídos são facilmente oxidados aos ácidos carboxílicos correspondentes, deve-se remover o mais rápido possível o aldeído que vai sendo formado, através de uma destilação. 2. Justifique o fato de que a oxidação de álcoois secundários resulta em melhores rendimentos do que a oxidação de álcoois primários. Álcoois secundários podem ser oxidados a cetonas. A reação normalmente para no estágio de cetona porque a oxidação adicional requer a quebra da ligação carbono-carbono. Já os álcoois primários se oxidam a aldeídos ou ácidos carboxílicos, existem vários métodos de interromper a oxidação e obter o aldeído. Por tanto, álcoois primários oxidam-se a aldeídos, que são rapidamente oxidados a ácido carboxílicos, que por sua vez, podem se oxidar em CO2 e H2O. Já os álcoois secundários oxidam-se apenas em cetonas, que não passam por uma nova oxidação. Logo, álcoois secundários formam compostos mais estáveis, proporcionando maiores rendimentos 3. Escreva a reação e o mecanismo da cicloexanona com 2,4- dinitrofenilhidrazina. A maior parte das reações de caracterização de cetonas baseiam-se na formação de um derivado, a partir da reação de condensação com aminas substituídas. As reações ocorrem entre o grupo carbonila e o grupo -NH2 da amina substituída (serve também para identificar aldeídos). O nucleófilo, que nesta experiência será a 2,4-dinitrofenilidrazina, ataca o carbono carbonílico, formando compostos cristalinos de ponto de fusão bem definidos e, portanto, úteis para a identificação e caracterização. Mecanismo: 6 EXPERIÊNCIA 13 SÍNTESE E PURIFICAÇÃO DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) 1. O H+ atua na reação de preparação do AAS, como um reagente ou como um catalisador? Justifique sua resposta. Atua como catalisador, pois acelera a reação do anidro acético com o ácido salicílico, não interagindo com os mesmos. A função do meio ácido nessa reação é tornar o carbono da carbonila mais eletrofílico, tornando-o mais reativo favorecendo a reação 2. Por que é recomendável utilizar apenas uma quantidade mínima de solvente na etapa de recristalização e quais critérios deverão ser levados em consideração para que um solvente possa ser empregado neste processo? É recomendável utilizar a menor quantidade possível de solvente para a obtenção de cristais maiores e mais puros. Se o solvente for utilizado em grande quantidade a mais produto ficará em solução, aumentando assim menores rendimentos. Um solvente apropriado para a recristalização de uma determinada substância deve: proporcionar uma fácil dissolução da substância a altas temperaturas; deve proporcionar pouca solubilidade da substância a baixas temperaturas; ser quimicamente inerte (não reagir com a substância); possuir ponto de ebulição relativamente baixo; solubilizar mais facilmente as impurezas que a substância. 3. Ao purificar um composto por recristalização, é aconselhável esfriar a solução lenta ou rapidamente? Explique. Cite outra (s) técnica (s) utilizadas para iniciar a formação de cristais. 7 O resfriamento da solução do AAS no processo de recristalização deve ser feito lentamente, para permitir a disposição das moléculas em retículos cristalinos, com formação de cristais grandes e puros. Outras técnicas utilizadas para iniciar a formação de cristais são: resfriamento em banho gelado, fricção com o bastão de vidro na lateral do béquer. EXPERIÊNCIA 14 SÍNTESE DA BENZOCAÍNA 1. Represente com detalhes as reações de acetilação, oxidação, hidrólise ácida e esterificação realizadas neste experimento: A etapa de acetilação: Síntese da N-acetil-p-toluidina A etapa de acetilação foi feita para proteção do grupo amina da reação de oxidação realizada na etapa subsequente. O mecanismo para esta etapa é apresentado a seguir: 8 A etapa de oxidação: Síntese do ácido p-acetamidobenzóico Nessa etapa ocorre a reação de oxidação da N-acetil-p-toluidina a ácido p-acetamidobenzóico. A adição de sulfato de magnésio é feita para obtenção de um sal solúvel em água, e após a reação de oxidação o meio ácido protona o oxigênio, como se pode observar a seguir:9 A etapa da hidrólise ácida: Síntese do ácido p-aminobenzóico (PABA) A reação da terceira etapa é uma hidrólise ácida. O mecanismo proposto é apresentado a seguir: 10 Síntese da benzocaína 2. Na reação de oxidação da N-acetil-p-toluidina, se um excesso de permanganato permanecer após o período da reação, uma pequena quantidade de etanol é adicionada para descolorir a solução púrpura. Escreva a reação química do permanganato de potássio com etanol: Foi adicionado álcool à solução devido à coloração púrpura do filtrado, pois tal coloração indica a presença de MnO4-, o qual oxida o álcool e é reduzido a MnO2, que é insolúvel, podendo ser facilmente separado por filtração. RCOO- K+ + MnO2 + KOH H+ RCH2OH + KMnO4 Álcool primário Sal do Ácido Carboxílico (precipitado marrom) RCOOH H+ 11 3. Qual a função de um grupo protetor? O grupo protetor impede a reação de uma determinada funcionalidade de uma molécula em situações que ela normalmente ocorreria. A proteção permite que a reação seja feita em outras posições em uma molécula sem alterar a função protegida. A função original é subsequentemente restaurada (desproteção). A reação de proteção tem de ser facilmente revertida e deve ocorrer em rendimentos altos. REFERÊNCIAS McMURRY, J. Química Orgânica. Vol. 1 e 2. 6ª ed. Tradução: Ana Flávia Nogueira e Izilda Aparecida Bagatin. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. SOLOMONS, T.W.G.; FRYHLE, C.B. Química Orgânica. 7ª ed. Vol.2. Rio de Janeiro: LTC, 2002. VOLLHARDT, K. P. C.; SCHORE, N. Química Orgânica: Estrutura e Função. 6ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
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