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ABORDAGEM HUMANISTA E APRENDIZAGEM (2)

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ABORDAGEM HUMANISTA
Na Psicologia uma abordagem.
Na educação uma filosofia.
A palavra humanismo introduzida em França, designava o conjunto de teorias das grandes eruditas do renascimento que ressuscitaram a cultura antiga e cuja inspiração se baseava na liberdade de espírito e no interesse pelo humano, na busca da verdade humana, no conhecimento do homem atuante da sua vontade de realização, do seu destino, libertando-se de toda a opressão espiritual ou política (Postic, 1990).
Um dos principais representantes das Teorias Humanistas Foi Carl Rogers (1902-1987), que aplicou à educação princípios da psicologia clínica (Hipólito, 2002 citado  por Martins,2002).
Em confronto com as ideias comportamentalistas, pois para este, aprender não se reduz à aquisição de mecanismos estímulo-reação, Rogers é considerado um representante da corrente humanista, não diretiva, na educação.
O ser humano está no centro das questões. Ele é a premissa básica dentro do modo de ver e viver.
Enfoque no sujeito. Os humanistas são de certa forma interacionistas na análise do conhecimento.
Abraham Maslow (1908-1970) é um dos principais teóricos da Psicologia Humanista, americano, considerado pai espiritual do movimento humanista, acreditava na tendência individual da pessoa para se tornar auto-realizadora, sendo este o nível mais alto da existência humana.
“... cada indivíduo nasce com um impulso característico para realizar todo o seu potencial...” (Bee, Helen – 1997)
Neill (1883-1973) educador e escritor escocês enfatiza o papel do sujeito como principal elaborador do conhecimento humano, embora seja classificado comumente como “espontaneista” (desenvolvimento da criança sem intervenção). Seu objetivo é constituir na educação de crianças para que se tornem seres humanos felizes, cuja noção de valores não fosse baseada na propriedade, no consumo, mas no ser. Assim ele presumiu que elas tivessem adquirido senso de autenticidade. 
“Gostaria antes ver a escola produzir um varredor de ruas feliz do que um erudito neurótico”. Neill.
Carl Rogers (1902 – 1987) psicólogo americano - sua proposta é considerada como representativa da psicologia humanista, denominada a terceira força em psicologia. Essa abordagem dá ênfase as relações interpessoais, centrada na personalidade do indivíduo.
“O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender; que aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum conhecimento é seguro, que nenhum processo de buscar conhecimento oferece uma base de segurança”.
(Rogers, 1972, p.104-5) 
Dá-se igualmente ênfase à vida psicológica e emocional do indivíduo, enfatizando a importância do autoconceito, com o desenvolvimento de uma visão autêntica de si mesmo.
O professor não transmite o conhecimento, dá assistência, sendo um facilitador da aprendizagem. O conteúdo advém das experiências do aluno.
A pessoa é considerada em processo contínuo de descoberta do seu próprio ser, não existindo modelos prontos nem regras a seguir, mas um processo de vir-a-ser.
O objetivo último do ser humano é a auto-realização ou o uso pleno de suas potencialidades, ele está em constantes mudanças. Na terminologia rogeriana, o homem é “o arquiteto de si mesmo”. É consciente da sua incompletude tanto no que se refere ao mundo interior (self) quanto ao mundo exterior, ao mesmo tempo que sabe que é um ser em transformação e um agente transformador da realidade.
O homem está num constante processo de atualização e se atualiza no mundo.
Uma das condições necessárias para o desenvolvimento individual é o ambiente. A visão de mundo e da realidade é desenvolvida impregnada de conotações particulares na medida em que o homem experiência o mundo e os elementos experienciados vão adquirindo significado para o indivíduo.
É atribuído ao sujeito, papel central e primordial na elaboração do conhecimento. Ao experienciar o homem conhece.
Para Rogers o conhecimento é inerente à atividade humana. O ser humano tem curiosidade natural para o conhecimento.
A Educação assume significado amplo. Trata-se da educação do homem e não apenas da pessoa em situação escolar. Trata-se da educação centrada na pessoa, já que essa abordagem é caracterizada pelo primado do sujeito. Ensino centrado no aluno.
A educação tem como finalidade criar condições que facilitem a aprendizagem, e como objetivo liberar a capacidade de auto-aprendizagem de forma que haja desenvolvimento intelectual e emocional. Nesse processo os motivos de aprender deverão ser do próprio aluno.
Tudo o que estiver a serviço do crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal é educação.
Neill mantém uma fé inquebrável na “bondade da criança”. Acredita que a criança não nasce deformada, covarde, nem como autômato destituído de alma, mas tem amplas potencialidades de amar a vida e por ela se interessar.
A escola deve ser um local onde se respeite a criança, que ofereça condições para que ela possa desenvolver-se em seu processo possibilitando a autonomia do aluno;
O princípio básico consiste na idéia da não interferência com o crescimento da criança e de nenhuma pressão sobre ela.
O ensino está voltado ao desenvolvimento da personalidade do indivíduo, em seus processos de construção e organização pessoal da realidade, sua capacidade atuar como uma pessoal integrada.
Há preocupação com a vida psicológica e emocional do indivíduo, com o auto conceito, com o desenvolvimento de uma visão de si mesmo, orientada para a realidade individual e grupal.
Utiliza-se o método não diretivo, que consiste num conjunto de técnicas que implementam a atitude básica de confiança e respeito pelo aluno. O professor intervém no campo cognitivo e afetivo do aluno, introduzindo valore, objetivos, etc. O professor facilita a comunicação do estudante consigo mesmo, para ele mesmo estruturar seu comportamento experiencial.
A aprendizagem é significativa, faz-se a auto-avaliação, estimula-se a criatividade, a autoconfiança e a independência.
A aprendizagem tem a qualidade de um envolvimento pessoal.
O professor não transmite conteúdo, não ensina nos moldes tradicionais, apenas cria condições para que os alunos aprendam, especialmente através das próprias experiências dos alunos, sendo compreendido como um facilitador da aprendizagem.
O processo de ensino, portanto, irá depender do caráter individual do professor, como ele se inter-relaciona com o caráter individual do aluno. Devendo ser autêntico (aberto às experiências) e congruente, ou seja, integrado.
O professor deve aceitar o aluno tal como é, e o aluno deve responsabilizar-se pelos objetivos referentes à aprendizagem 
O professor é que irá possibilitar a aprendizagem significativa no aluno.
Será a qualidade de relacionamento interpessoal que irá possibilitar ao aluno a auto-realização.
Para tanto, nessa proposta humanista não se enfatiza técnica ou método para facilitar a aprendizagem, cada educador deve desenvolver seu próprio estilo, e estimular a curiosidade do aluno.
São condições facilitadoras da aprendizagem:
CONGRUÊNCIA –  significa ser verdadeiro e honesto, não fingindo qualquer tipo de sentimento e emoção autenticidade, honestidade com o aluno. È a habilidade em permitir ao outro refletir e concluir sobre si mesmo.  
EMPATIA –a habilidade para sentir na perspectiva do aluno (colocar-se no lugar da pessoa). permite-nos comunicar aos nossos alunos que realmente compreendemos as emoções que estão experienciando e nos torne aptos a “ler” com acuidade os seus sentimentos;
RESPEITO/CONSIDERAÇÃO POSITIVA – aceitação e consideração positiva incondicional do aluno. permite Aceitar-se os alunos por aquilo que são sem os julgar, trata-se de uma aceitação incondicional.
Tanto Rogers quanto Neill, afirmam que prêmios e exames desviam o desenvolvimento adequado da personalidade. Afirmam ainda que, tudo quanto a criança precisa aprender é ler, contar e escrever. O resto devia compor-se de ferramentas, argila, esporte, teatro, pintura e liberdade.Defendem a auto-avaliação.
Críticas de Rogers ao ensino tradicional:
Por ver o professor como possuidor de todo o conhecimento e o aluno um recipiente;
A aula como um meio de encher o recipiente e os exames por avaliar o quanto o estudante recebeu;
Por reger, pela autoridade, com um mínimo de confiança;
Por governar os alunos pelo medo;
Porque só há lugar para o intelecto, o resto não tem valor.
Na Educação Humanista o aluno deve ser capaz de tomar iniciativa, ter responsabilidade, autodeterminação, discernimento, aplicar os conhecimentos construídos, adaptar-se às novas situações e problemas, colaborar com os outros sem deixar de ser si mesmo.
Assim, educação é tudo aquilo que envolve o crescimento pessoal, interpessoal e intergrupal, por meio da autodescoberta.
ESCOLA DE SUMMERHILL
A escola de Summerhill foi fundada em 1921 por A. S. Neill e a sua esposa, que tiveram como ideia principal de adaptar a escola à criança, e não a criança à escola, para que as crianças tivessem a liberdade de serem elas próprias (Neill, 1968). Tal como Vaughan (2006) disse no seu mais recente livro, os objetivos de Summerhill consistiam, e ainda hoje consistem, em a) fornecer liberdade à criança para que esta pode crescer emocionalmente, b) dar poder a criança para que esta consiga viver a sua própria vida, c) dar tempo a criança para que ela se possa desenvolver naturalmente e d) possibilitar à criança uma infância mais feliz retirando medos e pressão por parte dos adultos, isto tudo, com a finalidade de criar um pensador autônomo (Speck, 2009) . Para isso foi preciso renunciar toda a disciplina, direção, sugestão, avaliação, moral e religião, como também a obrigação da criança comparecer nas aulas (Neill, 1968). A filosofia de Summerhill emerge de um paradigma de liberdade e sendo uma maneira de neutralizar as imposições do sistema burocrático neoliberal de Inglaterra (Speck, 2009).
A escola está localizada na costa este da Inglaterra, em East Anglia, e tem actualmente por volta de 100 alunos entre os 5 e os 18 anos. Descrevendo-se a si própria como “a democracia de crianças mais antiga do mundo”, a escola permanece notavelmente inalterada desde o tempo de Neill (Stronach & Piper, 2007). Apesar das regras de Saúde e de Segurança (que foram impostas pelo governo inglês), existem cerca de 200 regras que governam a escola de Summerhill e que foram criadas pelos alunos, professores e auxiliares numa das reuniões semanais que tanto tornaram esta escola famosa. Nestas reuniões, em que todos em conjunto decidem por exemplo as horas de deitar, um voto de uma criança de cinco anos tem o mesmo peso de um voto de um jovem de 17, ou mesmo do reitor, se a sua ideia for bem justificada e apoiada (Speck, 2009). “ Eu não ‘faço’ a escola desta maneira porque penso na miséria de milhares de crianças infelizes, eu só faço isto tudo desta maneira porque sou da opinião que é certo e fascinante” (Placzek, 1981, p.362). Deixou a inocência tomar o seu percurso e deu uma hipótese à verdadeira democracia, dizendo que tudo o que é preciso, é a fé na criança (Neill, 1968).
Em relação ao sucesso resultante desta escola livre, teremos primeiro que definir sucesso no ponto de vista do fundador. Para este, sucesso não significa necessariamente fazer uma carreira como médico; sucesso para Neill é “ter a habilidade de trabalhar com prazer e viver a vida de uma maneira feliz” (Neill, 1968, pag.41). “Todas as guerras e todos os crimes podem ser reduzidos à infelicidade de quem as fez”, por isso o seu maior interesse consta em ensinar a criança a ser feliz e a conhecer-se a si mesma (Neill, 1968, pag.15). Como ele próprio disse: “I would rather see a school produce a happy street sweeper than a neurotic politician” 
Disponível em : psicologiapsi.wordpress.com/a-teoria-humanista-e-a-escola-de-summerhill Acesso em:05.set.2014

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