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1Habeas Corpus

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
				...................................., advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, sob o nº. ....... – SP, com escritório nesta cidade e comarca de Marília, vem, com apoio no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal e arts. 647 “usque” 667 do Código de Processo Penal, impetrar ordem de HABEAS CORPUS contra ato do Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal, em favor de Lúcio, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e domiciliado na Rua .........., nº. ...., nesta cidade e comarca, tudo conforme deduz muito respeitosamente, a seguir:
I – DOS FATOS
O paciente com 19 (dezenove) anos à época do fato, encontra-se condenado pela 2ª Vara Criminal desta Comarca, pela prática de furto qualificado na modalidade continuada (artigos 155, §4º, I, e 71 do Código Penal).
O mesmo foi condenado ao cumprimento da pena de 2 (dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão conforme sentença que transitou em julgado, para a acusação no dia 02/04/2009 e, para a defesa, no dia 13/04/2009.
Ocorre que o paciente, que estava foragido, veio a ser preso no dia 10/04/2011, ou seja dois anos e oito dias depois de transitada em julgado a sentença.
É a síntese do ocorrido.
II – DO DIREITO
Conforme já explanado, o paciente foi condenado pela 2ª Vara Criminal desta Comarca, pela prática de furto qualificado na modalidade continuada, ao cumprimento da pena de 2 (dois) anos e 4 (quatro) meses de reclusão, sendo que tal sentença transitou em julgado para a acusação no dia 02/04/2009, e o mesmo estava foragido, mas veio a ser preso no dia 10/04/2011.
Destarte, é oportuno mencionar que o furto qualificado prevê a pena de 2 (dois) a 8 (oito) anos, conforme previsão do art. 155, §4º, contudo houve combinação com o artigo 71 do Código Penal que prevê em sua parte final o aumento de pena de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):
“Art. 71: Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.”
Assim, justifica-se o fato de ter sido condenado a pena de 2 (dois) anos e 4 (quatro) meses. 
Ocorre que, como o paciente ficou certo tempo foragido, ao ser preso novamente já havia sido prescrito o prazo de sua condenação, isso porque, como se trata de concurso de crimes a extinção da punibilidade vai incidir sobre a pena de cada um deles, assim os dois anos foram pelo primeiro furto e os quatro meses pelos demais furtos em continuação, consoante o art. 119 do Código Penal, que dispõe:
“Art. 119: No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.”
Como também o artigo 112, I do mesmo códex, trata do início da contagem do prazo prescricional quando se tratar de crimes em que já se verificou o transito em julgado da sentença, que dispõe:
“Art. 112: No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional ou o livramento condicional.”
Dessa forma, o artigo 119 juntamente com a análise do artigo 112 em seu inciso I ambos do Código Penal, verificamos que quando a sentença transitou em julgado no dia 02/04/2009 o último dia para cumprimento da pena seria o dia 02/04/2011, assim ficará demonstrado a seguir a expiração do prazo prescricional e o paciente está sofrendo restrição ao seu direito de locomoção, sendo cabível o remédio constitucional adequado, qual seja o habeas corpus.
O artigo 109, inciso V e o art. 110 do Código Penal dispõem:
“Art. 109: A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
V – em 4 (quatro) anos, se o máximo da pena é igual a 1(um) ano ou, sendo superior, não excede a 2 (dois) anos;”
“Art. 110: A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.”
Por conseguinte, uma vez que o paciente deveria cumprir pena de 2 (dois) anos pelo furto, de acordo com análise dos referidos artigos do Código Penal observa-se que o prazo prescricional é de 4 (quatro) anos. 
Contudo, devemos lembrar que, na data do ocorrido o paciente tinha 19 (dezenove) anos, e de acordo com o artigo 115 do Código Penal o prazo será reduzido pela metade, isto é, 2 (dois) anos, conforme se verifica o artigo:
“Art. 115: São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.”
Dessa forma, quando o paciente foi preso no dia 10/04/2011, ou seja, 2 anos e 8 dias após o trânsito em julgado, já não havia mais punibilidade, uma vez que se verificou a ocorrência da prescrição, e assim de acordo com o artigo 107, IV do Código Penal considera-se extinta a punibilidade:
“Art. 107: Extingue-se a punibilidade: IV – pela prescrição, decadência ou perempção.”
Por conseguinte o mesmo não deveria ter sido levado à prisão, de maneira que sua liberdade de locomoção está sendo restringida pelo ato da autoridade coatora já mencionada, e como conseqüência nossa Carta Magna assegura em seu artigo 5º, inciso LXVIII o remédio para tal ato:
“Art. 5º, LXVIII: conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofre violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.”
Como também, uma vez extinta a punibilidade pela prescrição, fica autorizado o habeas corpus consoante previsão expressa no artigo 648, VII do Código de Processo Penal, conforme vemos a seguir:
“Art. 648: A coação considerar-se-á ilegal: VIII – quando extinta a punibilidade.”
Dessa forma ficou demonstrada a extinção da punibilidade pela ocorrência da prescrição, mas também que o paciente está sofrendo coação em sua liberdade de locomoção, requerendo então, por meio do habeas corpus sua liberdade de ir, vir e permanecer.
III – DO PEDIDO
Diante do exposto, pleiteia-se sejam requisitadas informações perante a autoridade ora apontada como coatora, para que ao final conceda-se a ordem impetrada, como fundamento no art. 648, VII do Código de Processo Penal, decretando-se a extinção da punibilidade, que seja concedido o Habeas Corpus e a expedição do alvará de soltura em seu favor, como medida da mais lídima JUSTIÇA!
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Marília-SP, ... de ...... de 20....
_____________________________
Advogado – OAB-SP

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