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Escola, Currículo e Cultura

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Escola, Currículo e Cultura.
Escola é conhecida e vivida por todos, todos têm direito a frequentar a escola, a vivenciar as experiências educativas. Art 205 CF 88.
O termo escola nos permite pensar: 
Sobre o ensino que é oferecido; o conjunto de professores; o grupo de alunos; os métodos de ensino; o espaço físico; arquitetônico; material; estado de conservação; disposição dos materiais dentro do ambiente; podemos pensar como o espaço se organiza; os horários; a hierarquia; a rotina; nas relações humanas: professor/aluno, aluno/aluno, aluno/direção, professor/direção, escola/comunidade; nas questões relacionadas ao ensino e aprendizagem: nos métodos, nas estratégias, nos conteúdos, na avaliação. 
O termo escola vem do latim schola e refere-se ao estabelecimento onde se dá qualquer processo de instrução.
Currículo
Pelo dicionário Aurélio o termo é definido como “programação de um curso ou matéria a ser examinada”.
O termo aparece pela primeira vez no Oxford English Dictionary, data de 1633, e é utilizado para designar um plano estruturado de estudos numa escola ou universidade.
Do ponto de vista etimológico o termo que vem do latim Scurrere, refere-se a curso, à carreira, a um percurso que deve ser realizado.
No senso comum predomina, segundo Libâneo (2004), a ideia de conjunto de disciplinas que o aluno deve percorrer, ou seja, o plano de estudos ou a matriz curricular, afim de obter uma titulação, um diploma.
Para Bobbitt (1918) o currículo é todo leque de experiências, dirigidas ou não, que visam ao desdobramento das capacidades do individuo;
Definiu o currículo como o conjunto ou série de coisas que as crianças e os jovens devem fazer e experimentar afim de desenvolver habilidades que os capacitem a decidir assuntos na vida adulta.
Para Pacheco, (2005) a responsabilidade do currículo é preparar para os cinquenta anos de vida adulta, e não para os vinte anos de infância e adolescência.
Definições 
SACRISTÁN, 1989, apud LIBÂNEO 2004:
O currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior, à escola e a educação; entre o conhecimento e cultura herdados e a aprendizagem dos alunos; entre as teorias e a prática possível.
GRUNDY, 1987, apud SACRISTÁN, 2000:
o currículo não é um conceito, mas uma construção cultural. É antes u modo de organizar uma serie de praticas educativas.
A esse respeito Libâneo entende que existe ensino porque há cultura, e o currículo é a seleção e a organização dessa cultura.
O currículo não é inocente nem neutro. Ele está carregado de poder, pois selecionar os conhecimentos implica atitude de poder, de decisão, de escolha, que normalmente está pautado numa visão de sociedade, de escola, de cultura.
Para Moreira; Silva, 2002: o currículo é um elemento transcendente e atemporal, ele tem uma historia vinculada a formas especificas e contingentes de organização da sociedade e da educação.
Cultura 
O termo cultura pode significar desde o cultivo da terra até as normas de comportamentos, valores, conhecimentos que são produzidos por uma sociedade.
O conceito de cultura é, segundo Cuche, 2002, fundamental na reflexão sobre a unidade da humanidade na diversidade, além dos termos biológicos, pois é a cultura que fornece a resposta mais satisfatória à questão da diferença entre os povos.
A cultura pode explicar o comportamento do homem e suas ações na sociedade em que vive; por isso, não há uma cultura única e, sim, culturas, uma para cada sociedade.
As culturas não são puras, elas sofrem influencias externas pelo contato com outras culturas; por isso são dinâmicas, estão sempre em processo de desestruturação e reestruturação.
Para Cuche, 2002, toda cultura é um processo permanente de construção, desconstrução e reconstrução.
A cultura fornece ao currículo pistas de conhecimentos e saberes que devem ser ensinados para cada sociedade.
Teorias Tradicionais principal representante Bobbitt.
Pretendem ser neutras e, por isso, acabam por reforçar as situações sociais e econômicas do jeito que são – os ricos continuarão a ser ricos e ter os melhores empregos, e os pobres a ser pobres, realizando trabalhos braçais e com menores remunerações. 
 Para Bobbitt os objetivos do sistema educacional deveriam se basear num exame daquelas habilidades necessárias para exercer com eficiência as ocupações profissionais da vida adulta.
Para Bobbitt a finalidade da educação era preparar as crianças e os jovens para a sociedade tal qual ela se apresentava.
As teorias tradicionais de currículo são compostas por teorias tecnocráticas, representadas principalmente por Bobbitt e Tyler e pela teoria progressista de Dewey, a qual fundamentou os princípios da Escola Nova.
Teorias Críticas
surgiram em oposição as teorias tradicionais, se preocuparam em desenvolver conceitos que permitissem compreender, com base em Marx, o que o currículo faz.
A critica de Freire ao currículo está resumida ao conceito de “educação bancaria”, que concebe o conhecimento como constituído por informações e fatos a serem simplesmente transferidos do professor para o aluno.
Freire propõe uma educação problematizadora. Para ele o conhecimento é intencionado, está sempre dirigido para alguma coisa. É a intersubjetividade do conhecimento que permite a Freire conceber o ato pedagógicos como um ato dialógico.
Na educação problematizadora, o currículo é construído a partir da experiência do educando, que se torna forte primaria, de busca dos temas significativos ou temas geradores que vão constituir o conteúdo programático do currículo dos programas de educação de adultos.
O currículo oculto é constituído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazerem parte do currículo oficial, explicito, contribuem de forma implícita, para as aprendizagens sociais relevantes, como atitudes, comportamentos, valores e orientações (conformismo, obediência e individualismo).
Teorias pós críticas
 Para essa teoria, o currículo é uma pratica discursiva que tem autoridade textual, uma natureza subjetiva e cultural, sendo que podemos ver isso na escola, por conta da diversidade.
São discutidos assuntos como: identidade, alteridade, diferença, subjetividade, significação e discurso, saber-poder, representação, cultura, gênero, raça, etnia, sexualidade e multiculturalismo.
Em relação ao currículo, o multiculturalismo aparece como movimento contra o currículo universitário tradicional, que privilegiava a cultura branca, masculina, europeia e heterossexual, ou seja, o grupo social dominante.
Essas teorias questionam a subjetividade, dizendo que ela é social. 
O currículo multicultural estão: Gimeno Sacristán, Giroux, Moreira, Silva, McLaren, Santomé.
Currículo na atualidade
Precisam ser pensados numa perspectiva multicultural, repensar a escola como um instrumento de homogeneização e de assimilação de todos os alunos à cultura dominante independente de culturas sociais e culturais. O que é ensinado nas escolas precisa ser legitimo a quem está aprendendo.
 
Resumo
Tradicional: neutras, identificação dos objetivos da educação; escolarizadas com vistas a formar trabalhadores especializados ou proporcionar uma educação geral acadêmica a população.
Critico: ideologia, reprodução cultural e social, poder, classe social, capitalismo, relações sociais de reprodução, conscientização, emancipação e libertação, currículo oculto, resistência. Está preocupada com as conexões existentes entre saber, identidade e poder.
Pós-critico: identidade, alteridade, diferença, subjetividade, significação e discurso, saber-poder, representação, cultura, gênero, raça, etnia, sexualidade e multiculturalismo. Os teóricos defendem que o currículo constrói identidade e subjetividades.

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