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Abscessos Prof. Marcos Heidy Guskuma Diagnóstico e Tratamento das Infecções Bacterianas Maxilo-Mandibulares Prof. Marcos Heidy Guskuma “É a penetração de microrganismos patogênicos nos tecidos orgânicos e a produção de determinadas manifestações mórbidas, que se apresentam como conseqüência da multiplicação e atividade desses agentes infecciosos.” Kolle Hetshc Microbiologia: Mikros (= pequeno) + Bio (= vida) + logos (= ciência) Área da ciência que dedica-se ao estudo dos microrganismos, um vasto e diverso grupo de organismos unicelulares de dimensões reduzidas com um caráter fisiológico independente. Microbiology Timeline 1677 A n to n y va n L e e u w e n h o e k D e sc o b e rta d a vid a m ic ro sc ó p ic a Ig n a z S e m m e lw e is In tro d u z iu a la va g e m d a s m ã o s n o c o m b a te à in fe c ç ã o 1860 L o u is P a steu r (A ristó teles h á m a is d e d o is m il a n o s) D erru b o u a T eo ria d a g era çã o esp o n tâ n ea 1861 J o sep h L ister In tro d u ziu a a n tissep sia n a ciru rg ia (ca rb o lic a cid ) 1867 R o b ert K o ch T u b ercu lo se, C ó lera , A n th ra x , P o stu la d o s d e K o ch 1870 D m itri Iv a n o v sk i D esco b erta d o s v íru s 1892 1928 A lex a n d er F lem in g D esco b erta d a P en icilin a G ilb ert e S a n g er D esen v o lv im en to d o m éto d o d e seq u en cia m en to d o D N A 1977 T h e In stitu te fo r G en o m ic R esea rch P u b lica d a a seq u en cia g en o m ica d o H . In flu en za e 1995 L o u is P a steu r e J u les J o u b ert P o ten cia l tera p êu tico d o s p ro d u to s m icro b ia n o s 1877 Microrganismos Staphylococcus aureus Penicillium notatumInfluenza Vírus • Microrganismos acelulares • Parasitas intracelulares obrigatórios • Dependem do metabolismo celular do hospedeiro para sua replicação • Carregam uma pequena quantidade de ácido nucléico Bactérias • Microrganismos unicelulares • Procariotas. Não possuem núcleo nem retículo endoplasmático • Paredes celulares relativamente rígidas • Sintetizam seu próprio DNA, RNA e proteínas • Dependem do hospedeiro para obterem condições favoráveis de crescimento Fungos • Microrganismos pluricelulares • Eucariontes, Reino Fungi • Podem infectar animais e plantas • Associação simbiótica ou parasita • Reprodução sexuada e assexuada Categorias de Agentes Infecciosos Classe Taxonômica Tamanho Vírus 20 – 300 nm Clamídia, Rickétsia, Micoplasma 125 – 1200 nm Bactérias 0,8 – 15 µm Fungos 2 – 200 µm Protozoários 1 – 50 mm Helmintos 3 mm – 10 m RVN Bactérias Responsáveis pelas Infecções Odontogênicas Bactérias Aeróbicas Frequência Bactérias Anaeróbicas Frequência Cocos G+ Streptococcus MC Streptococcus C Staphylococcus R Peptostreptococcus C Peptococcus C Cocos G- Neisseria R Veillonella I Bacilos G+ Corynebacterium R Eubacterium Lactobacillus I I Bacilos G- H. influenza R Bacteroides MC Fusobacterium MC Peterson, 1997. RVN Bactérias isoladas nas culturas de material colhido das infecções Aeróbios (%) Anaeróbios (%) S. viridans 41.5 P. micros 5.7 S. Aureus 20.7 P. sp 3.8 H. Influenza 3.8 P. magnus 1.9 Outros 15.2 Outros 15.2 Total 81.1 23.3 Fonte: SENNES et al, Rev. Bras. Otorrino, 2001 Causas das Infecções Bacterianas da Região Buco-Maxilo-Facial • Dentárias (cáries, doença periodontal, fratura) • Pós-operatório • Fraturas ósseas • Cárie → Pulpite → Necrose pulpar A partir deste ponto, 3 evoluções possíveis: – Cisto • Crescimento cístico • infecção crônica →infecção aguda →Abscesso – infiltração do pus pelos espaços corporais (Angina de Ludwig) – fístula – Granuloma • Proliferação granulomatosa • infecção crônica →infecção aguda →Abscesso – infiltração do pus pelos espaços corporais (Angina de Ludwig) – fístula – Celulite • Osteomielite • Abscesso – infiltração do pus pelos espaços corporais (Angina de Ludwig) – fístula • Gengivite → Periodontite → Bolsa periodontal A partir deste ponto, 3 evoluções possíveis: – Cisto • Crescimento cístico • infecção crônica →infecção aguda →Abscesso – infiltração do pus pelos espaços corporais (Angina de Ludwig) – fístula – Granuloma • Proliferação granulomatosa • infecção crônica →infecção aguda →Abscesso – infiltração do pus pelos espaços corporais (Angina de Ludwig) – fístula – Celulite • Osteomielite • Abscesso – infiltração do pus pelos espaços corporais (Angina de Ludwig) – fístula Fase Inicial • Dor: Severa • Edema Intra-oral: Ausente • Edema Extra-oral: Ausente • Localização: Apical • Percussão: Positiva • Palpação: Negativa • Prevalência de bactérias aeróbias; • Infecção ativa em disseminação; Fase de Evolução ou Celulite • Dor: Severa • Edema Intra-oral: Presente • Edema Extra-oral: Presente ou Ausente • Localização: Tecido Subperiósteo • Condição hipotóxica e acídica / desenvolvimento de m.o. anaeróbios • Exudato sero-sanguinolento, início da formação de pus • Flegmão Fase Evoluída ou Abscesso • Dor: Severa • Edema Intra-oral: Presente • Edema Extra-oral: Presente ou Ausente • Localização: Tecido Submucoso • Coleção purulenta delimitada • Prevalência de bactérias anaeróbias ABSCESSO Coleção purulenta (pus) circunscrita por rede de fibrina e células inflamatórias. EMPIEMA Pus extravasado para uma cavidade anatômica. OS CAMINHOS DA INFECÇÃO Molar superior Molar superior Abaixo da inserção do bucinador Acima da inserção do bucinador Molar superior Molares superiores Região do palato HARTMANN, R.W. JR. Ludwig’s angina in children. Am Farm Physican. 1999; 60:109-120, 2006. Fístula: cronificação ANGINA DE LUDWIG Angina de Ludwig “Consiste numa celulite aguda e tóxica que invade os espaços submandibular, sublingual e submentoniano bilateralmente.” Cortezzi, 1995 Etiologia 90% proveniente de infecção dental sialodenite de glândula submandibular fratura múltipla de mandíbula laceração dos tecidos moles bucais ferimentos cortantes do assoalho bucal infecções secundárias de cistos e neoplasias malignas Topazian, 1997 Características Clínicas Aumento volumétrico eritematoso nos três espaços Consistência firme Dolorosa a palpação Sem evidência de flutuação Dificuldade de deglutição, fonação e respiração Laskin, 1995 Características Clínicas Presença de trismo Febre alta Elevação e protrusão lingual Pulso e respiração altos Invasão do espaço laterofaríngeo e contíguos ao submandibular Laskin, 1995 Casuística Era pré-antibiótica Índice de mortalidade: 50% Surgimento das penicilinas Índice de mortalidade: 5% Atualmente Índice de mortalidade baixo: higiene bucal e antibioticoterapia Molitor, 1997 Trombose do seio cavernoso “Substâncias químicas, produzidas por microrganismosvivos ou através de processos semi-sintéticos, que têm a propriedade de inibir o crescimento de microrganismos patogênicos e, eventualmente, destruí-los.” Andrade, 2000 Antimicrobianos de interesse em odontologia A n t i m i c r o b i a n o s Beta-lactâmicos penicilinas cefalosporinas naturais semi-sintéticas (fenoximetil penicilina (V), ampicilina, amoxicilina, isoxazolil-penicilina) 1ª geração (cefalexina, cefalotina) 2ª geração (cefaclor) 3ª geração (cefotaxina sódica) 4ª geração (ceftriaxona) Macrolídeos eritromicina (estolato, estearato) azitromicina espiramicina claritromicina roxitromicina Lincosaminas (lincomicina, clindamicina) Metronidazol (flagyl) Antifúngicos (Nistatina, Derivados triazólicos (fluconazol, cetoconazol), Anfotericina B) Penicilina G Cristalina Penicilina G Procaína Penicilina G Benzatina Antivirais Antibioticoterapia Nível ambulatorial • Amoxicilina 500mg VO • Clindamicina 600mg VO Nível hospitalar • Cefalotina 1g EV • Clindamicina 600mg EV “É definida como o uso de antibióticos para prevenir infecção em situações de alto risco: pacientes portadores de doenças e/ou submetidos a procedimentos dentais que favorecem o surgimento de infecções.” Wannmacher & Ferreira, 1999 Reduz em 50% a incidência de infecções operatórias graves Profilaxia de infecção pós-operatória Cirurgia Ambulatorial Ad: 2g 1 h antes do procedimento Cr: 50mg/Kg 1 h antes do procedimento 1ª opção: amoxicilina/penicilina V 2ª opção: clindamicina Ad: 600mg 1 h antes do procedimento Cr: 20mg/Kg 1 h antes do procedimento Cirurgia Hospitalar Ad: 1-2g IV 20-30 min antes do procedimento Cr: 20-30mg/Kg IV 20-30 min antes do procedimento 1ª opção: cefalosporina 2ª opção: clindamicina Ad: 600mg IV 20-30 min antes do procedimento Cr: 20mg/Kg IV 20-30 min antes do procedimento
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