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Direito do consumidor Unid.1

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1
DIREITO DO CONSUMIDOR
www.universo.edu.br
DIREITO DO CONSUMIDOR
Graduação
DIREITO DO CONSUMIDOR
U
N
ID
A
D
E 
1
TEORIA GERAL DO DIREITO
DO CONSUMIDOR
O CDC será aplicado em toda relação consumerista. Desta forma,
devemos estudar quais são essas relações para estabelecermos qual a que
aplicaremos a Lei 8.078/90.
Conforme identificaremos no decorrer do presente estudo, haverá
sempre relação jurídica de consumo se identificarmos em um pólo o consumidor
e noutro o fornecedor, sendo objeto dessa relação o produto ou serviço.
Desta forma, se torna inteiramente importante conceituarmos esses
institutos para que possamos compreender melhor e, efetivamente, aplicar
o CDC.
OBJETIVOS DA UNIDADE:
• Identificar a relação existente entre o consumidor e o fornecedor.
• Verificar o objeto da relação consumidor e o fornecedor.
• Identificar os conceitos: consumidor, fornecedor, produto e
serviço.
• Compreender aplicação do Código de Direto do Consumidor.
PLANO DA UNIDADE:
• Histórico.
• Conceitos de: consumidor, fornecedor, produtos e serviços.
• Direitos básicos do consumidor.
• Princípios constitucionais e específicos.
Bem-vindo à primeira unidade de estudo.
UNIDADE 1 - TEORIA GERAL DO DIREITO DO CONSUMIDOR
HISTÓRICO
O Código Civil Brasileiro entrou
em vigor em 1917, submetido a uma
tradição do direito civil europeu do
século anterior.
Com a fase desenvolvimentista,
capitaneada pelo mercado Norte
Americano, que do ponto de vista do
capitalismo contemporâneo, norteia o controle econômico mundial. Hoje, esse
controle denomina-se globalização.
Com uma grande produção homogeneizada (standart), em série,
possibilitou uma diminuição profunda dos custos e um aumento gigantesco
da oferta, atingindo, desta forma, uma grande camada de pessoas que
consomem esses produtos.
Apesar de chegar com grande atraso, desde a vigência do Código Civil
de 1917, somente no final do século, o Projeto de Lei apresentado pelo
então Deputado Geraldo Alckmin virou Lei n. 8.078/90.
CONCEITOS DE: CONSUMIDOR, FORNECEDOR, PRODUTOS E SERVIÇOS.
O conceito de consumidor nos é dado pelo art. 2º da Lei 8.078/90, que
determina ser “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final”.
Podemos destacar desse conceito 3
(três) elementos que o compõem. O primeiro
é o elemento subjetivo, que é a pessoa física
ou jurídica; o segundo é o elemento
objetivo, que é a aquisição de produto ou
serviço; e o terceiro é o elemento
teleológico, que é a finalidade pretendida
com a aquisição do produto ou serviço, que
é destacado pela expressão “destinatário
final”.
A definição dada pelo artigo é
considerada pela doutrina como consumidor
stricto senso, que se contrapõe aos
chamados consumidores equiparados, definidos no parágrafo único do art.
2º e nos arts. 17 (vítimas do evento – a doutrina norte-americana os chama
de bystander) e 29 (pessoas determináveis ou não-expostas, expostas às
práticas nele previstas) da lei.
A característica principal dada pela norma para alcançar aquele que
será consumidor, de acordo com o legislador, seria a aquisição ou utilização
do bem como “destinatário final”. E isso a lei não define, deixando a cargo
da doutrina a solução para a interpretação dessa expressão para, então, se
definir o que, efetivamente, quem vem a ser, definitivamente, consumidor.
DIREITO DO CONSUMIDOR
Diante desse impasse, três correntes se formaram a respeito do tema:
a teoria finalista; a teoria maximalista; e a teoria finalista mitigada.
Para a teoria finalista, a interpretação da expressão “destinatário
final” seria restrita, fundamentando que somente o consumidor, parte mais
vulnerável na relação contratual, mereceria amparo da norma. Desta forma,
consumidor seria o não-profissional, ou seja, aquele que adquire ou utiliza
um produto para uso próprio ou de sua família, não podendo adquirir o
produto para revenda ou para uso profissional, pois, caso contrário, seria
instrumento de produção e, como tal, seria incluído no preço final do produto,
o que não haveria, na lei, a exigida “destinação final do produto ou serviço”.
Diante disso, o “destinatário final” seria aquele que retira o bem do
mercado, ou seja, o que coloca um fim na cadeia de produção e não aquele
que adquire um bem para continuar a produzir.
Contrapondo-se a esse entendimento, veio a teoria maximalista,
defendendo a idéia de que consumidor é visto de maneira bem mais ampla,
alcançando um número maior de relação jurídica de direito material. Para os
adeptos dessa teoria, o “destinatário final” seria o destinatário fático, não
importando a destinação econômica do bem. Para esses, a definição do art.
2º deve ser interpretado o mais amplamente possível, alcançando um número
bem maior de relação jurídica, não importando se pessoa física ou jurídica,
tendo ou não fim de lucro quando adquire um produto ou utiliza um serviço.
Desta forma, “destinatário final” seria o
destinatário fático do produto, ou seja, aquele que
o retira do mercado e o utiliza, o consome, como
por exemplo, a concessionária que adquire o veículo
do fabricante, para transporte dos clientes, dos
funcionários; o advogado que compra o
computador para o escritório, etc.
Percebemos, pois, que dois são os
posicionamentos acerca de consumidor: um
restrito (teoria finalista); e outro mais amplo (teoria
maximalista).
Chegando a meio termo entre a restrição
da teoria finalista e a amplitude da teoria maximalista, surge a teoria finalista
mitigada, que vem se firmando tanto na doutrina quanto na jurisprudência.
Esta teoria adota o entendimento da teoria finalista, mas não na sua
concepção, devendo, por sua vez, ser observado a questão da
vulnerabilidade.
Para essa corrente que defende essa teoria, existem 3 (três) tipos de
vulnerabilidades: a técnica; a científica (ou até mesmo jurídica); e a fática
(ou socioeconômica).
A vulnerabilidade técnica seria aquela na qual o comprador não possui
conhecimentos específicos sobre o produto ou serviço, podendo, desta feita,
ser mais facilmente iludido no momento da contratação.
UNIDADE 1 - TEORIA GERAL DO DIREITO DO CONSUMIDOR
Na vulnerabilidade científica (ou jurídica) seria a falta de
conhecimentos pertinentes à relação jurídica ou até mesmo jurídico, como
por exemplo, falta de conhecimentos matemáticos, financeiros, econômicos
e até mesmo de contabilidade.
Já na vulnerabilidade fática seria a vulnerabilidade real, em decorrência
do poderio econômico, ou seja, pela posição do monopólio, ou em razão da
essencialidade do serviço prestado, impondo uma relação contratual de
superioridade.
Desta forma, de acordo com a visão dessa teoria “destinatário final”
compreendido no art. 2º do CDC, somente poderia ser aquele que se encontra
vulnerável, o que somente poderá ser observado no caso concreto pelo juiz,
fazendo com que mesmo aquele que não preenche os requisitos de
“destinatário final” e econômico do produto ou serviço pudesse ser abrangido
pela tutela especial do CDC.
Com relação a fornecedor, o Código de Defesa do Consumidor ao fixar
limites a respeito do mesmo, determinou que este seria gênero, o qual
comportava as seguintes espécies: produtor, montador, criador, fabricante,
construtor, transformador, importador, distribuidor, comerciante e o prestador
de serviços, concedendo, desta forma, uma amplitude generalizada ao
conceito.
No fornecimento de produtos e serviços, podem ser considerados como
fornecedores tanto pessoa jurídica quanto a pessoa física.
Dessa forma, as pessoas jurídicas de direito público também poderão
ser enquadradas como fornecedores, caso haja uma contraprestação direta
pelos consumidores (ex.:água, luz, telefone).
Os entes despersonalizados também estão inseridos como
fornecedores.
A relação entre o banco e o cliente é considerada relação de consumo.
Este entendimento, inclusive, já foi consolidado através da súm. 297 do STJ
“o Código de Defesa do Consumidor é aplicável a instituições financeiras”.
O contrário, encontraremos nos serviços realizados mediante
pagamento de tributos, que não se submetem à norma consumerista, uma
vez que não há consumidor propriamente dito, mas sim mera contribuição
por parte deste.
Nas relações entre patrão e empregado, estão fora da relação
consumerista, uma vez que possui norma própria (CLT).
No mesmo diapasão, encontramos na relação condominial, pois o
pagamento realizado serve apenas às despesas de conservação.
Entendimento correlato é feito na relação locatícia, uma vez que existe
norma específica própria que regulamenta a matéria (L. 8.245/91).
A jurisprudência, por sua vez, pacificou entendimento de que as
seguintes matérias não são acobertadas pelo CDC: crédito educativo; cotista
DIREITO DO CONSUMIDOR
de clube de investimento; contrato de prestação de serviços entre Correios
e determinada empresa (contrato administrativo).
Encontramos, entretanto, divergência de posicionamento no que se
refere à prestação de serviços advocatícios. A Segunda Seção, do STJ, que
trata de assuntos de direito privado, composta pela 3ª e 4ª Turmas, possuem
entendimentos opostos. A 3ª Turma entende que há relação de consumo
(STJ, REsp. 364.168-SE, Rel. Min. Antônio Pádua Ribeiro, j. 20.4.2004). Já a
4ª Turma, entende que não há relação de consumo (STJ, REsp. 539.077-MS,
Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, j. 26.4.2005).
O CDC, por sua vez, conceitua produto em seu art. 3°, § 1° como
sendo “qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial”, dando máxima
amplitude.
Já serviço é definido no § 2°, do art. 3°,
sendo qualquer atividade fornecida no mercado
de consumo, mediante remuneração.
Segundo o artigo, estariam excluídas do
CDC aquelas atividades desempenhadas a título
gratuito, como as feitas de favores ou por
parentesco. É preciso ter cuidado para verificar
se o fornecedor não está tendo uma remuneração
indireta na relação. Alguns serviços, apesar de
gratuitos, estão abrangidos pelo CDC, uma vez
que, fornecedor de alguma forma, está sendo
remunerado pelo serviço. É o exemplo da
gratuidade de transporte coletivo para os maiores
de 65 anos, pois o fornecedor, embora não seja
remunerado diretamente por essas pessoas, está sendo remunerado pela
coletividade.
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
O art. 6º do CDC elenca uma série de direitos, destacando, entretanto,
que se tratam de “básicos”, o que leva a uma interpretação de que existem
outros, mas esses servem de orientação.
Dentre os principais, destacamos os seguintes:
1) Igualdade nas contratações
O inc. II do art. 6º garante a igualdade nas contratações. É,
efetivamente, a garantia expressa do princípio constitucional da igualdade
(art. 5º, caput da CRFB). A norma determina que o fornecedor não pode
diferenciar os consumidores entre si, oferecendo as mesmas condições a
todos os consumidores.
Admitem-se, entretanto, certos privilégios a determinados
consumidores que necessitam de certa deferência, como por exemplo, idosos,
gestantes, deficientes.
UNIDADE 1 - TEORIA GERAL DO DIREITO DO CONSUMIDOR
2) Dever de Informar
O fornecedor está obrigado a prestar todas as informações acerca do
produto e do serviço, suas características, qualidades, riscos, preços, de
maneira clara e precisa, não se admitindo falhas, imprecisões e omissões.
Esse direito deve ser interpretado de forma sistemática, pois o mesmo é
ratificado quando o código protege o consumidor das práticas comerciais,
especificamente, da oferta do produto no mercado, no art. 31 do CDC.
3) Proteção contra publicidade enganosa ou abusiva
Esse direito está previsto no inc. IV do art. 6º e controlado pelos arts.
36 a 38 e apontado como infração penal prevista nos arts. 67 a 69, todos do
CDC.
4) Proibição de práticas abusivas e cláusulas abusivas
Essas proteções vêm também nos incs. IV e V do art. 6º proibindo,
radicalmente, as condutas abusivas, sendo apresentado um rol, não taxativo,
mas exemplificativo, no art. 39 e seguintes do CDC.
No que concerne à cláusula abusiva, todas são nulas, conforme se faz
verificar nos arts. 51 a 53 do CDC.
Uma questão interessante refere-se à interpretação dada por parte
da doutrina na parte final do inc. V, quando diz que “... ou sua revisão em
razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;”,
ocorrendo uma desproporcionalidade na execução do contrato. Para essa
parte da doutrina trata-se da teoria da imprevisão.
Ousamos discordar.
Nas relações contratuais, prevalece o princípio da obrigatoriedade da
convenção, pelo qual as estipulações deverão ser fielmente cumpridas (pacta
sunt servanda - o pacto deve ser cumprido).
Nos contratos de pactos sucessivos, ou seja, o de longo prazo, num
determinado momento, pode vir acontecer que o equilíbrio econômico-
financeiro do mesmo possa ruir e, diante dessa possibilidade, esse princípio
se torna inviável. Principalmente, nos países onde a normalidade econômica
não se faz presente, inviabilizando excessivamente os contratantes no
cumprimento do contrato.
Visando amenizar o rigorismo do princípio da pacta sunt servanda, veio
a cláusula rebus sic stantibus, que é uma ressalva ao princípio da imutabilidade,
de aplicabilidade excepcional e restrita, intrínseca em todos os contratos a
longo prazo, devendo, para tanto, ser requerida pela parte interessada a
revisão contratual no que concerne ao ponto que se torna inviável o
cumprimento contratual.
A teoria da imprevisão tem lugar quando, em um contrato, surgir um
acontecimento imprevisto, causando um desequilíbrio e, como conseqüência,
uma prestação desproporcional ou onerosidade excessiva para um dos
contraentes.
DIREITO DO CONSUMIDOR
O Código Civil de 2002, na Seção IV (Da Resolução por Onerosidade
Excessiva), do capítulo II (Da Extinção do Contrato), do Título V (Dos Contratos
em Geral), previu tal situação, adotando a cláusula rebus sic stantibus em
termos mais adquados, quando no art. 478 determina que “Nos contratos
de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em
virtude de acontecimento extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor
pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar
retroagirão à data da citação”.
Por sua vez, o art. 479 do CC, assevera que “A resolução poderá ser
evitada, oferecendo-se o réu a modificar eqüitativamente as condições do
contrato”.
O art. 480 do CC, definitivamente, afirma que “Se no contrato as
obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a
sua prestação seja reduzida ou alterado o modo de executá-la, a fim de
evitar a onerosidade excessiva”.
Não vemos, desta feita, a aplicabilidade da teoria da imprevisão no
caso de distorção contratual em virtude da onerosidade excessiva. Até
porque, a onerosidade excessiva oriunda de desequilíbrio econômico-
financeiro através de planos governamentais é fato previsível, que culminam
na cláusula rebus sic stantibus, através de requerimento da prestação
jurisdicional, pleiteando a revisão contratual.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E ESPECÍFICOS
O art. 4º do CDC fala sobre a Política Nacional das Relações de
Consumo, tendo como objetivo “o atendimento das necessidades dos
consumidores, ao respeito, à dignidade, saúde e segurança, da sua qualidade
de vida, bem como a transparência e harmonia das relações”, e, para isso, a
lei estabeleceobrigações e princípios que devem ser observados e
respeitados, tanto pelo poder público quanto pelos fornecedores nas relações
de consumo.
Princípios significam normas jurídicas que
traçam diretrizes gerais, regras fundamentais,
enunciando, de certa forma, a causa ou a razão
da conduta imposta. São verdadeiramente,
NORMAS DAS NORMAS, ou seja, premissa maior.
Na relação de consumo, podemos destacar
os seguintes princípios específicos:
1) Princípio da Isonomia (ou Princípio da
Vulnerabilidade do Consumidor): Este
princípio é internacionalmente reconhecido. É
o alicerce básico que envolve o consumidor,
servindo de justificativa à sua tutela
jurisdicional, uma vez que, na relação de
consumo, é este o mais fraco na relação jurídica. O art. 5º da CRFB determina
UNIDADE 1 - TEORIA GERAL DO DIREITO DO CONSUMIDOR
que todos são iguais perante a lei, entendendo-se daí, no dizer de NELSON
NERY JR (Código de Processo Civil Comentado, São Paulo, SP, RT, 1999), que
“devem os desiguais ser tratados desigualmente na exata medida de suas
desigualdades”.
2) Princípio de Boa-fé: Este princípio está inserido no art. 4º do
CDC, exigindo que as partes, na relação de consumo, atuem com sinceridade,
seriedade, veracidade, lealdade e transparência, sem objetivos
maldisfarçados de esperteza, lucro fácil e imposição de prejuízo ao outro.
3) Princípio da Transparência e Harmonia na Relação: O caput
do art. 4º do CDC determina que a Política Nacional das Relações de Consumo
deve haver transparência e harmonia das relações de consumo, devendo
deixar de lado o acirramento de ânimos.
4) Princípio da Proibição de Abusos: Sempre que houver abusos
praticados na relação de consumo, este deverá ser prontamente proibido,
punindo o infrator.
5) Princípio do Incentivo ao Autocontrole: Ao Estado cabe servir
de mediador nas relações de consumo, procurando evitar e solucionar os
conflitos. Desta feita, deverá incentivar que providências sejam tomadas no
sentido de que o produto chegue ao consumidor da melhor maneira possível.
Logicamente que esses mecanismos serão custeados pelo fornecedor. Como
exemplo, podemos destacar o recall utilizado pelas fábricas automobilísticas.
6) Princípio da Conscientização: Se o que se busca é o equilíbrio
das relações de consumo, é necessário que haja, pelas partes, maior
conscientização no que toca os seus direitos e obrigações. Havendo
conscientização, com toda certeza menor será o conflito.
7) Princípio da Informação (ou transparência): O fornecedor
deverá dar o maior número de informações possível ao consumidor sobre o
produto ou serviço dado e os riscos que o mesmo poderá sofrer.
8) Princípio da Proteção: Caberá ao Estado criar mecanismos de
proteção ao consumidor, agindo diretamente ou criando incentivos à criação
de associações protetivas.
Não adiantaria absolutamente nada, termos normas e princípios que
regulam determinada relação jurídica de que não são cumpridos no meio em
que vivemos no seio da coletividade. Pensando nessa possibilidade, o
legislador, como não poderia deixar de ser, coloca a disposição do Poder
Público, instrumentos protetivos a execução da Política Nacional das Relações
de Consumo, conforme se pode verificar no art. 5º do citado diploma.
Destacam-se esses meios protetivos, a assistência jurídica gratuita
para o consumidor carente, exercida pela Defensoria Pública de cada Estado,
ou até mesmo, advogados nomeados pelos juízes indicados pelos órgãos
de classe, a educação formal e informal do consumidor, órgãos oficiais como
PROCONS, serviço de atendimento das empresas, institutos de pesos e
medidas, vigilância sanitária e o cadastro oficial de empresas idôneas, na
forma do art. 44 do CDC.
DIREITO DO CONSUMIDOR
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no
processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as
respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Analisado, compreendido e entendido esses principais conceitos, que
irão identificar uma relação jurídica de consumo e, por conseguinte, aplicar a
Lei 8.078/90, adentraremos na unidade seguinte estudando exatamente os
atos praticados por quem fomenta o produto colocando-o a disposição do
consumidor.

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