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24/10/2017 1 Helmintoses gastrintestinais dos ruminantes Prof. Ivan Moura Lapera, M.Sc. Medicina Veterinária UNIRP – São José do Rio Preto/SP Redução da produção Pair feeding com Cooperia em bezerros Ganho de peso infectados – 61g/d Ganho de peso saudáveis – 282 g/d Custos associados Tratamento dos animais Perda de animais Limitação à criação de certas raças Aspectos ecológicos É possível criar ruminantes sem parasitas? Multiparasitismo Condições climáticas favoráveis no Brasil Introdução Urquhardt et al., 1996; Amarante et al., 2004; Louvandini et al., 2009 24/10/2017 2 Introdução Grisi et al., 2014 Estimativa de perdas potenciais Ambiente favorável x tratamento inadequado Outros parasitas Nematodirus fillicolis (OC) Nematodirus spathiger (BOC) Nematodirus battus (OC) Strongyloides papillosus (BOC) Moniezia spp (BOC) Bunostomum phlebotomum (B) Bunostomum trigonocephalum (OC) Hemoncose Haemonchus contortus (OC) Haemonchus placei (B) Haemonchus similis (BOC) Mecistocirrus digitatus (BOC) Etiologia Tricostrongiloses Trichostrongylus axei (BO*C*) T. colubriformis (OCB*) Cooperia spp (BOC) Esofagostomose Oesophagostomum radiatum (B) O. columbianum (OC) Ostertagiose Teladorsagia circumcincta (OC) Ostertagia ostertagi (B) O. lyrata (B) O. trifurcata (B) 24/10/2017 3 Morfologia Maioria pertencem à superfamília Trichostrongyloidea: - vermes pequenos (1 a 2 cm, em média) - possuem bolsa copuladora com 2 espículos - cápsula bucal vestigial, possuem poucos apêndices cuticulares - ciclo evolutivo direto e com estágio infectante L3 Bunostomum Morfologia Identificação das espécies - bolsa copuladora - extremidades anterior e posterior - genitália das fêmeas 24/10/2017 4 Biologia PPP: 3 semanas Ovos eliminados nas fezes não larvados (ovo morulado) Desenvolvimento L1 e eclosão nas fezes L1 -> L2 -> L3 – no ambiente Infecção por ingestão da L3 encapsulada L3 -> L4 -> L5 – abomaso, intestino delgado ou intestino grosso Biologia - particularidades Haemonchus spp. L3 -> L4 - penetração na mucosa abomasal L4 e L5 – hematofagia no lúmen abomasal Ostertagia spp. e Teladorsagia circumcincta L3 -> L5 – penetram glândulas gástricas Trichostrongylus spp. L3 -> L5 – penetram o epitélio intestinal ou abomasal Cooperia spp. e Nematodirus* spp. L3 -> L5 - desenvolvimento entre as criptas intestinais *desenvolvimento de L1 a L3 no interior do ovo Bunostomum spp. L3 pode penetrar ativamente pela pele (migração pulmonar) 24/10/2017 5 Espécie Variação Intensidade Prevalência Haemonchus similis 10 – 1340 33,33% H. placei 10 – 420 33,33% Cooperia punctata 10 – 2230 54,2% C. pectinata * 2,08% Oesophagostomum radiatum * 41,7% Espécie Órgão Prevalência Haemonchus similis A 21,43% H. placei A 97,62% Ostertagia ostertagi A 7,14% O. lyrata A 4,76% Trichostrongylus axei A 26,19% Cooperia punctata ID 92,86% C. pectinata ID 19,05% C. spatulata ID 14,29% Trichostrongylus colubriformis ID 2,38% Bunostomum phlebotomum ID 16,66% Moniezia benedeni ID 4,76% Capillaria bovis ID 11,90% Strongyloides papillosus ID 2,38% Eurytrema coelomaticum Pâncreas 4,76% Dictyocaulus viviparus Pulmões 16,66% Oesophagostomum radiatum IG 73,81% Trichuris discolor IG 38,10% Epidemiologia Nascimento et al., 2001; Bresciani et al., 2005 Região de Araçatuba – SP (Bovinos) Região de Jaboticabal – SP (Bovinos) Epidemiologia Helmintos de maior importância em ruminantes Estado de São Paulo Ovinos e caprinos: Haemonchus contortus e Trichostrongylus colubriformis Bovinos: Haemonchus placei, H. similis, Trichostrongylus axei, Cooperia spp. e Oesophagostomum radiatum. Região Sul do Brasil Ostertagia spp., Teladorsagia circumcincta. 24/10/2017 6 Hematofagia Haemonchus Larvas L4 e adultos Perdas de ~0,05 mL/verme Anemia Patogenia das helmintoses abomasais Inibição da produção de HCl Haemonchus, Ostertagiinae, T. axei Todas as formas evolutivas pH abomasal e motilidade (Ag E/S) Pepsinogênio e gastrina Hipo/anorexia Exsudação de proteínas Haemonchus, Ostertagiinae, T. axei Formas larvais Hipoproteinemia Biologia Formas clínicas Ostertagiose Tipo I – verão Ostertagiose Tipo II – inverno Hemoncose Tricostrongilose por T. axei Base Colo Istmo Fosseta Macro Carcaça Palidez e emaciação Edema e acúmulo de líquidos Abomaso Espessamento e congestão Nódulos (ostertagiose) Erosões (T. axei) Pouco conteúdo e presença de parasitas Aumento de linfonodos regionais Micro Abomaso Hiperplasia de células mucosas Aumento de fosseta e istmo Infiltrado inflamatório Patologia 24/10/2017 7 Ostertagiose Hemoncose 24/10/2017 8 Hemoncose Cervídeo saudável Hemoncose Cervídeo saudável 24/10/2017 9 Hemoncose Cervídeo infectado Hemoncose Cervídeo infectado 24/10/2017 10 Hemoncose Palidez de mucosas Edema submandibular Ostertagioses e T. axei Edema submandibular* Diarreia Colditz & LeJambre, 2008 Sinais Clínicos Sinais comuns Apatia e hipo/anorexia Perda de peso Pelagem opaca Redução da produção Redução da qualidade da carne Sinais Clínicos 24/10/2017 11 Caso clínico Hemoncose Histórico Apatia e baixo ganho de peso Dieta boa (?) Tratado com monepantel Decúbito esternal no pasto Hemograma e Bioquímico RBC – 1,6 106/mm3 (9 – 15) Hematócrito – 5,9% (27 – 45) Pt – 2,6 g/dL (6 – 7,9) Alb – 0,64 g/dL (2,4 – 3,0) Caso clínico Hemoncose 24/10/2017 12 Sinais Clínicos Sinais Clínicos 24/10/2017 13 Intestino Delgado (Cooperia, Nematodirus, T. colubriformis, Strongyloides) Lesão tecidual e liberação de antígenos E/S Interferência no apetite (CCK e NP-Y) Hipomotilidade e desequilíbrio iônico Exsudação protéica e aumento da produção de muco Helmintoses intestinais Fox, 1997; Simpson, 2000; Greer, 2008 Ceco e Cólon (Oesophagostomum) Formação de nódulos em ID/IG Exsudação proteíca e aumento da produção de muco Hipermotilidade Diarreia Impregnação do quarto posterior Redução da produtividade (~ abomasais) Trichostrongylus colubriformis 24/10/2017 14 Trichostrongylus colubriformis Cardia et al., 2011 Trichostrongylus colubriformis Cardia et al., 2011 24/10/2017 15 Oesophagostomum columbianum 24/10/2017 16 24/10/2017 17 Bunostomum spp. Adultos hematófagos Infecções de 100 a 200 vermes – anemia grave Hipoalbuminemia, perda de peso e diarreia Prurido dos membros – penetração L3 2000 vermes podem provocar morte de bovinos (*600 em ovinos) Moniezia spp Única parasitose gastrintestinal aparente Sem relevância clínica 24/10/2017 18 Diagnóstico Histórico e sinais clínicos Exame de fezes – técnicas de flutuação (OPG) Coprocultura para identificação de larvas *Exceção – Nematodirus spp. ovos têm o dobro do tamanho dos de outros estrongilídeos Diagnóstico 24/10/2017 19 Diagnóstico Morfologia das larvas L3 obtidas em coprocultura - morfologia da extremidade anterior - comprimento da cauda da bainha Aspectos epidemiológicos Desenvolvimento e sobrevivência das larvas Idade do hospedeiro Raça, susceptibilidade individual e estado fisiológico Manejo 24/10/2017 20 Controle Pontos principais evitar contato entre parasita e hospedeiro minimizar contaminação das pastagens evitar infecção de suscetíveis (bezerros) Controle ambiental pastejo rotacionado, alternado, integração lavoura-pastagem... controle biológico (fungos, besouros) higiene em confinamentos Controle Vermifugação seletiva, supressiva, estratégica, tática Cuidados!!! Resistência a anti-helmínticos - alternar princípios - refugia Resíduos em carne e leite24/10/2017 21 ivanlapera@yahoo.com.br
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