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Ailton Zouk Livramento condicional Associacao para o trafico STJ 09jul17.pdf

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Anotações: Pér ic les Souza 1 
 
Ailton Zouk - Dir. Penal 
Livramento condicional - Associação para o tráfico - STJ – 
09jul17 
 
 
 
A lei 8.072/90 (CH [crimes graves, repugnantes]) quando entrou em vigor o regime de 
cumprimento da pena era integralmente fechado (art.2º, §1º [a pena por crime previsto 
neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado ]), todavia, ocorreu alteração 
legislativa, foi considerado inconstitucional por ferir o princ. da individualização da 
pena. Em assim sendo, o início da pena passou a ser inicialmente no regime fechado 
podendo progredir de regime. Porem, o STF com fundamento no princ. da 
individualização da pena e da dignidade da pessoa humana entendeu inconstitucional a 
obrigatoriedade do regime fechado , podendo o cumprimento da pena iniciar em 
qualquer regime quando preenchidos os requisitos do art .33 CP. 
 
A 1ª Turma do STF, em 2015, decidiu que em relação ao crime de tortura a pena deve 
iniciar obrigatoriamente no regime fechado . 
 
A lei 8.072/90 em seu art.5º alterou o art.83 do CP, dando um tratamento mais rigoroso 
ao agente que cometer CH ou equiparado . 
 
Art. 5º - ao art . 83 CP é acrescido o seguinte inciso: 
 
Art. 83, V – requisito do l ivramento condicional - cumprido + de 2/3 da pena , nos 
casos de condenação por CH, prática da tortura, tráfico i lícito de entorpecentes e 
drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa 
natureza. 
 
O crime de associação para o tráfico (crime permanente, consumação antecipada, de 
resultado cortado, crime formal) não é equiparado a CH. Em tese, o condenado pelo 
art .35, não está inserido no requisito no inc.V, art.83, CP. 
 
Para fazer a jus ao livramento condicional não seguirá a regra do art .83 , I do CP? 
Não, o STJ entendeu que por consta na Lei de Drogas, segue-se o previsto no art .44, §ú, 
da Lei 11.343/06 (princ. da especialidade) . 
 
Art.35 - Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou 
não, qualquer dos crimes previs tos nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 desta Lei. 
 
Art.44 - Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 a 37 desta Lei são 
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anist ia e l iberdade provisória, 
vedada a conversão de suas penas em r estritivas de direitos. 
 
§ único - Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar -se-á o LC após o 
cumprimento de 2/3 da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico . 
 
 
Inf.568-STJ → HC 331.656 , 25/08/15 → Livramento Condicional → princ. da 
especialidade → necessário cumprimento de + de 2/3 da pena → aplica-se ao art . 33, 
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Anotações: Pér ic les Souza 2 
 
caput e § 1 o, e 34 a 37 → não segue ao previsto no art .83, I ou V, CP → seguirá ao 
previsto no art.44, §ú, Lei de Drogas. 
 
 
APF no tráfico de drogas – art.50, §1º 
 
 
Art.50, §1º - Para efeito da lavratura do APF e estabelecimento da materialidade do 
delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, 
firmado por perito oficial ou, na falta d este, por pessoa idônea . 
 
Na falta de perito oficial, todavia, subsidiarimanete, pessoa idônea pode firmar o laudo 
preliminar. 
 
Em regra, é necessário o laudo definitivo para condenação por tráfico de drogas. 
 
É possível condenação apenas com base em laud o preliminar? STJ entende que s im, 
desde que o laudo preliminar seja assinado por perito oficial (perito criminal) 
identificando o material apreendido como entorpecente, que pode ser identific ável com 
facilidade através de narcotestes , consti tui exceção à necessidade de laudo definitivo 
para a materialização do delito do tráfico de drogas . 
 
Condenação com base em laudo preliminar → STJ → laudo feito por perito 
oficial(criminal) + droga de fácil constatação . 
 
 
 
Condenação pelo art.35 não é possível a incidência da causa especial de diminuição 
de pena do art.33, §4º (tráfico privilegiado) , tendo em vista o agente integrar 
organização criminosa e/ou se dedicar à atividade criminosa . 
 
Art.33, § 4º - Nos delitos definidos no caput e no § 1 o deste artigo, as penas poderão 
ser reduzidas de um 1/6 a 2/3 desde que o agente: 
 
- seja primário, 
- de bons antecedentes, 
- não se dedique às ativ idades criminosas, 
- não integre organização criminosa. 
 
→ Não são requisitos alternativos, são cumulativos , p/ concessão do privilégio. 
 
Reforçando → art.35 é incoerente com o art.33, §4º (tráfico privilegiado) . 
 
 
Art.33, caput (importar, exportar) + 40, I (transnacionalidade) 
 
 
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um 1/6 a 2/3: 
 
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Anotações: Pér ic les Souza 3 
 
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias 
do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; 
 
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de 
missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; 
 
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imed iações de 
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades 
estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de 
trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualq uer 
natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, 
de unidades mili tares ou policiais ou em transportes públicos; 
 
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de 
fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; 
 
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito 
Federal; 
 
VI - sua prática envolver ou visar a at ingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por 
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; 
 
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime. 
 
 
STJ, Ag.Reg.Rec.Esp. 620.417, 17mar16 → Aplicar o art.33, caput (importar, 
exportar) + art.40, I (transnacionalidade) não configura bis in idem .

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