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Metódos e técnicas de estudo

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Universidade, Ciência e 
Conhecimento Científico
Metodos e Tecnicas de Estudo | 11
Objetivos
Ao final desta unidade, você será capaz de:
• Compreender as principais fases do desenvolvimento 
histórico das universidades e seu papel na sociedade 
contemporânea; 
• Identificar as três funções indissociáveis da universidade; 
• Relativizar o conceito de ciência; 
• Identificar as várias áreas da ciência;
• Compreender as etapas do método científico.
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1. A Universidade
Neste conteúdo você descobrirá que faz parte de uma tradição 
universitária de quase mil anos. Ingressar na universidade significa 
pertencer a uma comunidade de estudantes e mestres que se dedicam 
ao estudo, prestam serviços à sociedade e, por meio da investigação 
científica, promovem o avanço do conhecimento. 
1.1 O Papel Social e a Função da Universidade 
A palavra “universidade” vem do latim universitas, que 
significa “universalidade, totalidade, o todo” e, ainda, “o universo, o 
conjunto das coisas” (FARIA, 1962). Segundo Trindade (1999), o 
desenvolvimento da universidade pode ser caracterizado por quatro 
momentos históricos importantes:
• Século XII
O primeiro período na evolução histórica se inicia durante 
o século XII, quando a palavra “universidade” passou a significar 
associação ou comunidade de estudiosos, tornando-se sinônimo de um 
modelo de instituição inaugurado em cidades como Bolonha (Itália, 
1158), Paris (França, 1200) e Oxford (Inglaterra, 1167). Esses centros 
de altos estudos foram criados para atender a uma nova demanda 
social que floresceu no século XII. Naquela época, os chefes da igreja 
reconheceram a necessidade de harmonizar as ideias cristãs e as recentes 
descobertas científicas por meio da formação de novos profissionais, não 
apenas no campo da Teologia, mas também em Direito e Medicina.
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• Século XV
O segundo momento da evolução histórica das universidades 
inicia-se no século XV, durante o período renascentista. Nessa época, a 
transição do sistema de produção feudal para o capitalista, o despontar 
do humanismo literário e artístico, assim como a Reforma Protestante, 
imprimem uma nova dinâmica às instituições de ensino superior. 
Há uma expansão no número e na natureza das universidades, que 
vão estabelecendo maior autonomia acadêmica e se incumbindo da 
produção de novos conhecimentos.
• Séculos XVII e XVIII
O terceiro momento ocorre entre os séculos XVII e XVIII, 
quando as novas descobertas científicas, o Iluminismo e a Revolução 
Industrial colaboraram para solidificar o papel da universidade como 
instituição produtora e disseminadora de conhecimento.
• Século XIX
Entretanto, é a partir do século XIX, com os desdobramentos 
da Revolução Industrial, o advento do capitalismo e as transformações 
nas artes, ciência, cultura e educação que a universidade adquire o 
caráter que conhecemos hoje.
1.2 A Universidade no Brasil e nas Américas
O surgimento das primeiras universidades das Américas foi 
marcado pela colonização inglesa, espanhola e portuguesa. 
• EUA
Os americanos, seguiram o modelo de Oxford e Cambridge, 
que orientou a criação de universidades como Harvard (1612), 
Pensilvânia (1740) e Yale (1701).
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• América Latina
Na América Latina, nota-se a influência do modelo espanhol 
da Universidade de Salamanca (1218) e da Universidade de Alcalá 
(1499), hoje chamada de Universidade Complutense de Madrid. Em 
nosso país, a primeira faculdade surgiu em “1808, quando o príncipe 
regente, com a transferência da Corte, criou o primeiro curso de 
cirurgia, anatomia e obstetrícia”.
• Rio de Janeiro
A primeira universidade brasileira, a “Universidade do Brasil” (atual 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ), só foi fundada em 1920.
• São Paulo
A primeira universidade de ponta foi a Universidade de São Paulo, 
criada em 1934. Isso significa que por várias décadas “o Brasil esteve fora do 
processo universitário quando o tema principal do debate, no século XIX, era 
a nova universidade, devotada à pesquisa e à ciência” (TRINDADE, 1999).
1.3 As Funções da Universidade Hoje
Atualmente, no Brasil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDB n° 9.394/96), Artigo 43°, a educação em 
nível superior tem várias funções:
• Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito 
científico e do pensamento reflexivo;
• Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, 
aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira e 
para colaborar em sua formação contínua;
• Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, 
visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e 
à criação e difusão da cultura, desenvolvendo, assim, o 
entendimento do homem e do meio em que vive;
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• Promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da 
humanidade e comunicar o saber através de publicações ou 
de outras formas de comunicação;
• Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural 
e profissional e possibilitar a correspondente concretização, 
integrando os conhecimentos que são adquiridos em uma 
estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento 
produzido por cada geração;
• Estimular o conhecimento sobre os problemas do mundo 
presente, em particular os nacionais e regionais, prestar 
serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta 
uma relação de reciprocidade;
• Promover a extensão, aberta à participação da população, 
visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes 
da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica 
geradas na instituição.
É a legislação vigente, como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB 
n° 9.394/96) e suas leis complementares, que determina legalmente 
a função das universidades. O artigo 207 da Constituição Federal 
determina que cabe às universidades realizar atividades de ensino, 
pesquisa e extensão: três funções que são indissociáveis.
• Ensino
Quanto ao ensino, as universidades são responsáveis por 
oferecer cursos de graduação e pós-graduação. Os cursos de graduação 
podem ser oferecidos nas modalidades presencial, semipresencial ou a 
distância. Ao finalizar a graduação, os alunos têm a opção de continuar 
seus estudos ingressando em cursos de pós-graduação do tipo:
a) stricto sensu: programas de mestrado e doutorado 
dedicados à formação para a pesquisa e à qualificação profissional 
em caráter especializado; ou
b) lato sensu: cursos de especialização e aperfeiçoamento.
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Cabe assinalar que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB n° 
9.394/96) determina que todas as instituições de ensino superior, assim 
como os cursos oferecidos por elas, devem ser devidamente autorizadas 
e reconhecidas pelo Ministério da Educação.
• Pesquisa
Tanto na graduação como na pós-graduação, a universidade 
deve estar comprometida com a produção do saber, realizada por meio 
do estudo sistemático e da pesquisa científica. Em outras palavras, o 
desenvolvimento do conhecimento exige a adoção de procedimentos 
específicos para estudo e pesquisa. As atividades de pesquisa das 
universidades brasileiras são reguladas por agências governamentais, 
como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
(Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do 
Rio de Janeiro (FAPERJ), entre outras.
• Extensão
A universidade deve, ainda, promover atividades de extensão, 
disponibilizando seus serviços à sociedade, seja por meio de programas, 
projetos (como a reconhecida Clínica-Escolade Odontologia da 
Unigranrio) ou cursos para a comunidade. A extensão universitária é um 
dos pilares do ensino superior, pois possibilita à população acessar os bens 
culturais gerados pela universidade por meio do ensino e da pesquisa.
1.4 Ciência e Conhecimento Científico
Agora, vamos explorar o conhecimento como ato inerente 
à existência humana e aspecto essencial ao trabalho acadêmico no 
curso de graduação. Nas próximas linhas, você aprenderá sobre os 
vários tipos de conhecimento e entenderá como eles se diferenciam do 
conhecimento científico.
Alguns pontos que serão objetos de estudo são:
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• Relativização do conceito de ciência 
• Identificação das várias áreas da ciência
• Compreensão das etapas do método científico
Nas páginas anteriores, exploramos a natureza e o 
papel da universidade, assim como suas principais funções na 
contemporaneidade. Vimos que uma de suas principais tarefas é a 
produção e disseminação do conhecimento, ou seja, o desenvolvimento 
da ciência. Mas, você sabe o que é ciência? 
A palavra “ciência” geralmente evoca a imagem do 
homem vestido de branco, manuseando tubos de ensaio ou fazendo 
experimentos em laboratórios. A imagem desse tipo de cientista 
representa uma das dimensões da ideia de ciência, aquela associada à 
experimentação. Definir ciência, entretanto, é uma tarefa muito difícil.
Ruiz (1996) afirma que, em sentido amplo, ciência significa 
simplesmente conhecimento e, em sentido restrito, refere-se “a um 
conhecimento que não só assimila ou registra fatos, mas também os 
demonstra pelas suas causas determinantes e consecutivas.” Confira o 
que engloba as principais definições de ciências para esse autor:
• Conhecimento certo do real pelas suas causas; 
• Conjunto orgânico de conclusões certas e gerais, metodicamente 
demonstradas e relacionadas com objeto determinado;
• Atividade que se propõe demonstrar a verdade dos fatos 
experimentais e suas aplicações práticas;
• Conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e 
das leis que os regem, obtido através da investigação pelo 
raciocínio e pela experimentação intensiva;
• Estudo dos problemas solúveis, mediante método científico.
Produzimos ciência porque o homem é um ser pensante, 
é um ser que procura soluções aos desafios que se apresentam 
à sua sobrevivência. Logo, o desenvolvimento da ciência torna-
se essencial para a vida humana, permitindo-nos compreender o 
mundo em que vivemos, assim como seus fenômenos naturais e 
sociais. A complexidade da realidade exige, entretanto, que cada 
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ciência desenvolva seu método de trabalho para explorar as diversas 
dimensões da vida e do universo.
 
Você sabia que o filósofo francês René Descartes, conhecido 
com um dos fundadores da Filosofia moderna, afirmou, no século XVII, 
que o simples ato individual de pensar na própria existência e colocá-
la em dúvida seria uma comprovação da existência em si? Sua célebre 
frase “Penso, logo existo” (do latim “Cogito, ergo sum”) demonstra que 
o ato de pensar a realidade e questioná-la é uma forma de demonstrar 
a existência do indivíduo. O pensamento de Descartes — que, na 
Matemática, área em que também foi influente, ficou conhecido como 
cartesiano — se tornou uma das bases da Filosofia ocidental e influenciou 
de forma decisiva a produção de conhecimento dos últimos séculos.
1.5 A Ciência e suas Áreas
Hoje, há várias maneiras de agrupar os ramos da ciência. Confira as 
grandes áreas do conhecimento e, consequentemente, das ciências, segundo o 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq):
• Ciências Exatas e da Terra: contempla áreas como a 
Matemática e a Física;
• Ciências Biológicas: inclui campos como a Genética e a Botânica;
• Engenharias: é um ramo das ciências aplicadas e concentra, por 
exemplo, a Engenharia Civil e a Engenharia de Produção;
• Ciências da Saúde: inclui a Medicina e a Odontologia;
• Ciências Agrárias: contempla campos como a Agronomia e a 
Zootecnia;
• Ciências Sociais Aplicadas: engloba áreas como o Direito, a 
Administração e Economia;
• Ciências Humanas: neste ramo, estão, por exemplo, a Filosofia 
e a Educação;
• Linguística, Letras e Artes: inclui campos de estudo como a 
Literatura e o Cinema;
• Outros: contempla novas áreas, como Bioética e Ciências 
Ambientais.
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As áreas do conhecimento se desenvolveram historicamente 
por meio da contribuição de vários pesquisadores que, como você, 
um dia foram alunos de graduação. É importante destacar, também, 
que a produção do saber científico ocorre pela associação dos vários 
saberes. Em outras palavras, as ciências se complementam e interagem. 
Por exemplo, a Ecologia depende da Química, Física, Sociologia e 
das Ciências Políticas, assim como os biólogos utilizam estudos da 
Genética, da Física e da Química (SANTOS, 2005). 
É preciso destacar, ainda, que a ciência e seus ramos 
continuam em plena evolução. Áreas como Biologia Genética e 
Bioética surgem para acompanhar as questões do nosso tempo, como 
a manipulação de células tronco; portanto, os desafios da ciência 
continuam se apresentando à universidade na contemporaneidade.
1.6 O Conhecimento Científico frente às outras Formas de 
Conhecimento
O conhecimento desenvolvido pelo ser humano em suas 
relações com o meio nem sempre foi como é hoje. Primeiramente, 
houve a geração dos místicos, que deu uma explicação mística ou 
mágica para a realidade; depois, tivemos a geração dos filósofos, 
que procurou, por meio do pensamento, chegar à verdade e, 
finalmente, a geração dos cientistas, que “desdobraram o universo 
em milhares de segmentos, não para dizer o que é ser, mas para 
saber ‘como’ cada coisa é” (Ruiz, 1996).
Hoje, nos beneficiamos do conhecimento desenvolvido por 
todos aqueles que vieram antes de nós e recebemos a tarefa de avançar 
esse conhecimento. Logo, pensar sobre o conhecimento recebido de 
nossas famílias, professores, líderes religiosos ou da mídia é um direito 
de todos os homens. Há, entretanto, diferenças entre o conhecimento 
científico e outros tipos de conhecimento.
São seis os tipos de conhecimento e suas características. 
Conheça cada um deles (adaptado de Ruiz, 1996):
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Conhecimento Sensorial
Refere-se à apreensão da realidade pelos sentidos. É comum 
aos homens e animais. Por exemplo, ambos são capazes de identificar 
que tipos de alimentos lhes são adequados utilizando seus sentidos.
Conhecimento Intelectual
O conhecimento intelectual é próprio do ser humano. Ele 
operacionaliza as representações construídas com a ajuda dos sentidos e lhes 
atribui novas significações. O conhecimento científico não pode existir sem 
o conhecimento intelectual, pois baseia-se na racionalidade humana.
Conhecimento Vulgar ou Empírico
É o conhecimento adquirido por meio da experiência direta, 
sem qualquer tipo de sistematização. É o conhecimento do povo, 
gerado e transmitido no dia a dia. Explora os fatos nas suas aparências 
gerais, vivências e tradições. Por exemplo, todos nós conhecemos 
uma receita infalível para curar resfriados, mas raramente sabemos a 
farmacologia dos medicamentos.
Conhecimento Intuitivo
É de ordem subjetiva e reduz-se ao ato simples, indivisível e 
direto do conhecimento pela experiência imediata. Temos a intuição 
sensorial, que orienta nossas ações concretas — como na hora de 
avaliar a velocidade dos carros para atravessarmos a rua ou definirmos a 
temperatura da água do banho. É a intuição intelectual que guia nossos 
princípios lógicos, éticos e estéticos. Por exemplo, não precisamos pensar 
muito para saber se uma obra de arte nos agrada. O julgamento estético 
da obra ocorre imediatamente com base no conhecimento. intuitivo.Conhecimento Teológico
Conhecimento baseado nas escrituras sagradas e nos dogmas 
religiosos. Defende que a razão humana depende da iluminação 
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divina. A verdade pertence a Deus e nos foi revelada por meio das 
escrituras. Isso significa, por exemplo, acreditar que Deus criou o 
homem, o que se contrapõe por exemplo, ao conhecimento científico 
sobre a evolução das espécies.
Conhecimento Filosófico
Produz conhecimentos sobre a realidade lançando mão de 
princípios racionais e das leis formais do pensamento. Utiliza o método 
racional, dedutivo, que antecede a experiência, ou seja, a coleta de dados 
empíricos. Tem o objetivo de questionar os saberes estabelecidos e 
avançar a compreensão sobre as questões metafísicas.
Conhecimento Científico
O conhecimento científico distingue-se dos tipos de 
conhecimento listados anteriormente por seus objetivos, métodos e 
resultados. Ele é programado, sistemático, crítico e rigoroso. Possui 
um campo delimitado e utiliza métodos próprios de pesquisa e objetos 
particulares de investigação. Em contraposição ao conhecimento vulgar ou 
empírico, o conhecimento científico procura demonstrar o “porquê” dos 
fenômenos. Investiga suas causas, efeitos, classificações e agrupamentos. 
Seus resultados são expressos em leis, teorias e generalidades.
Marconi e Lakatos (2009) destacam que o conhecimento 
científico diferencia-se dos outros tipos de conhecimento mais pela sua 
metodologia do que pelo seu conteúdo. Conheça algumas características 
do conhecimento científico:
Real (factual)
Porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda “forma 
de existência que se manifesta de algum modo”.
Contingente
Pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade 
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conhecidas por meio da experiência e não apenas pela razão, como ocorre 
no conhecimento filosófico.
Sistemático
Já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando 
um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos, desconexos.
Verificável
Pois as afirmações (hipóteses) que não podem ser verificadas 
não pertencem ao âmbito da ciência.
Falível
Visto que não é definitivo, absoluto ou final.
Aproximadamente Exato
Pois novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem 
reformular o acervo de teoria existente.
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Síntese
Iniciamos esta material explorando o papel e a função da 
universidade. Vimos que as universidades foram criadas na Idade Média 
para atender a demandas sociais por novos profissionais e que seu papel foi se 
transformando ao longo dos séculos para acompanhar a evolução científica, 
tecnológica e cultural. Aprendemos também que, na América Latina, o 
sistema universitário foi influenciado pelo modelo europeu e que, no Brasil, a 
primeira universidade de ponta foi criada em São Paulo, em 1934. 
Descobrimos que houve uma grande expansão do ensino superior 
nos últimos 40 anos e exploramos as principais tarefas da universidade de 
acordo com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96, assim como suas três 
funções indissociáveis: ensino, pesquisa e extensão. Vimos, também, a 
definição de ciência e exploramos as várias áreas do conhecimento científico. 
Aprendemos, ainda, que o ser humano é capaz de conhecer e 
pensar e que o conhecimento é essencial à sua sobrevivência. 
Vimos, também, que há três elementos essenciais e 
indissociáveis que constituem o conhecimento humano, são eles: 
1. o sujeito; 2. o objeto, e 3. a representação ou imagem do que é 
conhecido. Aprendemos também que o conhecimento e as formas 
de conhecer evoluíram ao longo dos anos, indo da perspectiva 
mítica à científica. Exploramos as características de vários tipos de 
conhecimento (sensorial, intelectual, vulgar ou empírico, intuitivo, 
teológico, filosófico) e aprendemos que o conhecimento científico 
distingue-se dos outros tipos por ser real (factual), contingente, 
sistemático, verificável, falível e aproximadamente exato. 
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Leitura Complementar
Para saber mais sobre a história das universidades, leia 
o texto Universidade em perspectiva: sociedade, conhecimento e poder, de 
Hélgio Trindade. O texto refere-se a uma conferência realizada pelo 
pesquisador em uma reunião da Associação Nacional de Pesquisa 
em Educação, disponível no link: http://www.josenorberto.com.br/
Universidade%20em%20Perspectiva_HELGIO_TRINDADE.pdf
O avanço das ciências é primordial para o desenvolvimento da 
sociedade, a melhoria da qualidade de vida e também para a busca da 
longevidade, com a descoberta da cura de doenças. Nesse sentido, leia 
a matéria publicada na revista Superinteressante, sobre o progresso da 
descoberta da cura da AIDS:
A cura da Aids: A ciência já sabe como dar o golpe final no 
vírus HIV: expulsá-lo do corpo humano. Conheça os bastidores da 
descoberta médica mais importante dos últimos 25 anos - e as histórias 
de pessoas que já foram curadas da doença. Disponível em: http://super.
abril.com.br/saude/cura-aids-762959.shtml
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Referência Bibliográficas
BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas, SP: Papiros, 
Cedes: São Paulo: Ande; Anped, 1992. 
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996.
FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3. ed. Brasília: 
Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material 
de Ensino, 1962. 
HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H. 
Holt and Co., 2004. 
JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de 
Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

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