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DISCUSSÃO X DIÁLOGO Dra. Eunice Maria Nascimento Introdução Hoje as duas palavras são utilizadas tantas vezes por nós, que acabamos nos esquecendo e confundindo o seu real significado, e as utilizando de maneira incorreta. O entendimento do significado nos ajuda a compreender e utilizar de forma rica e produtiva essas duas formas de comunicação interpessoal. Discussão x Diálogo De acordo com o dicionário online ―Kernerman Portuguese Learners Dictionary‖, a palavra ―diálogo‖ pode significar: 1 – conversa entre duas ou mais pessoas; 2 – troca de idéias; 3 – falas dos atores. E a palavra ―discussão‖ pode significar: 1 – debate; 2 – briga, disputa. A origem da palavra ―diálogo‖ está nas raízes gregas ―dia‖, que significa ―através de‖, e ―logos‖, que quer dizer ―significado‖. A palavra ―discussão‖ vem do latim ―discutere‖, que significa fragmentar, reduzir a pedaços. Um diálogo pode se ocorrer entre qualquer número de pessoas, não só entre duas pessoas. É uma sucessão de sentidos fluindo entre e através de várias pessoas ou entre muitas pessoas. O objetivo do dialogo é recuperar a capacidade de pensar junto. A única maneira de acontecer é ouvindo o outro. No entanto, a maioria de nós ouve o outro através de uma tela de conceitos, que logo se tornam preconceitos e ideologias. Quer sejam religiosos, espirituais, psicológicos, preocupações diárias, desejos, etc. Com isso acabamos ouvindo apenas nosso próprio som. Já a discussão, é a forma de um diálogo ou debate de determinado assunto para colher as idéias e chegar a algum objetivo. Enfatiza a idéia de análise, onde deve haver muitos pontos de vista. Aqui, as pessoas expõem suas opiniões e lutam pela razão, tentando convencer as demais. Diferentes visões são apresentadas e defendidas. Ocorre uma seleção das alternativas propostas, transformando opiniões pessoais em opiniões do grupo, na base do consentimento e não do consenso. Quando as discussões são produtivas elas convergem para uma conclusão ou para uma ação. Na discussão ocorre também um ―ping pong‖ de perguntas e respostas, quem fala espera sempre uma resposta, uma reação de quem fala. Trata-se de responder o que foi dito pelo outro, compete-se para ver quem fica com a última palavra, e ver quem ―ganha‖. Num diálogo, entretanto, ninguém está tentando ganhar, pois não há tentativa de fazer uma visão específica prevalecer. É uma situação denominada ―ganha-ganha‖. As pessoas têm dificuldade de se comunicar, até mesmo em pequenos grupos. Em um grupo de trinta ou quarenta pessoas, muitos podem achar ser muito difícil se comunicar, a menos que haja um propósito estabelecido, ou a menos que alguém o esteja liderando. Por uma razão, cada um tem diferentes presunções e opiniões. São presunções básicas, não meramente presunções superficiais – tais como presunções a respeito do sentido da vida; sobre seu interesse próprio, o interesse do seu país ou seu interesse religioso; sobre o que realmente acredita-se ser importante. E estas presunções são defendidas quando são desafiadas. As pessoas freqüentemente não resistem a defendê-las, e tendem a defendê-las com carga emocional. Poderíamos, também, denominar estas presunções de ―opiniões‖. Uma opinião é uma presunção. A palavra ―opinião‖ é usada em diversos sentidos. É importante notar que as opiniões diferentes são o resultado de pensamentos passados. Está tudo programado nas suas memórias e ao identificar-se com aquelas opiniões vai reagir para defendê-las. Opiniões, então, tendem a ser vivenciadas como ―verdades‖, mesmo que elas possam apenas ser suas próprias presunções e sua própria experiência. Nós as recebemos do professor, da família, ou de leituras, ou ainda de algum outro modo. Então, por alguma razão estamos identificados com elas, e as defendemos. Pessoas diferentes, vindas de diferentes experiências têm presunções e opiniões básicas diferentes. Em grupos encontram-se muitas presunções e opiniões diferentes das quais não estamos cientes no momento. Se defendermos opiniões de acordo com nossas experiências, não seremos capazes de manter um diálogo. E estaremos inconscientemente apenas defendendo nossos pontos de vista. Geralmente não faremos isso propositalmente. Nós simplesmente sentimos que algo é de tal forma verdadeiro, que não podemos deixar de tentar convencer a outra pessoa do quanto está errada em discordar. Muitas conversas dentro da empresa deixam de realizar a característica fundamental de um diálogo — a de ser um processo de intercâmbio vivo entre pessoas. São as famosas conversas entre surdos, como na conhecida piada em que dois amigos se encontram: — Você está indo pescar? — Não, eu estou indo pescar. — Ah, bom, pensei que você estivesse indo pescar! Tais conversas são monólogos 1 em que, presos a suposições, tornamo-nos incapazes de ouvir os outros. No artigo ―A arte do diálogo nas organizações‖, de Fabíola Mello Nobre & Tácito Velloso Nobre, são abordados os quatro tipos de conversação, de acordo com um mapa de autoria de Otto Scharmer. Para evoluir como seres dialogantes, é preciso saber reconhecer os quatro principais tipos de conversação - a conversa polida, o debate, o diálogo reflexivo e o diálogo generativo - dos quais o último é o que propriamente podemos chamar de ―diálogo‖, na medida em que leva à plenitude o objetivo que a etimologia da palavra demonstra: fazer com que as idéias significativas (logos) fluam (dia) e levem a um estágio mais amplo de consciência. 1 Em teatro ou oratória, um monólogo é uma longa fala ou discurso pronunciado por uma única pessoa ou enunciador. O nome é composto pelos radicais gregos monos (um) + logos (palavra, ou idéia), por oposição a dia (dois, ou através de) + logos. Dentro ainda do artigo, os autores citam o Prof. William Isaacs, autor do livro Dialogue and the art of thinking together (publicado em 1999): o diálogo põe em ação a nossa inteligência coletiva, fazendo-nos pensar para além dos limites individuais. O texto de um livro de literatura infantil, ―Nicolau tinha uma idéia...‖ de Ruth Rocha, descreve com simplicidade a postura que promove o diálogo generativo: ―Era uma vez um lugar onde cada pessoa só tinha uma idéia na cabeça. [...] Um dia, apareceu um homem chamado Nicolau. [...] Logo que Nicolau chegou, foi procurar João. E contou sua idéia a ele. E João ficou com duas idéias na cabeça. João contou a idéia dele para Nicolau. E Nicolau ficou com duas idéias na cabeça. Aí, Nicolau foi contar sua idéia para Maria. E Maria ficou com duas idéias na cabeça. E contou a Nicolau a idéia dela. Nicolau ficou com três idéias na cabeça. Nicolau falou com Pedro, com Manuela e uma porção de gente mais. Nicolau ficou cheio de idéias. E as idéias de Nicolau começaram a se misturar umas com as outras e a formar muitas outras idéias. Então, as pessoas começaram a achar que era muito divertido ter muitas idéias na cabeça. [...] E naquele lugar, agora, todo mundo tem uma porção de idéias.‖ A simplicidade da história ajuda a entender a essência do diálogo. Discussão. Num primeiro momento esta palavra pode trazer um aspecto negativo relacionado com brigas e desavenças entre as pessoas, mas a discussão pode e deve ser encarada como um importante instrumento de comunicação onde as partes envolvidas expõem e defendem suas diferentes opiniões sobre determinado assunto. Discutir pode ser uma importante ferramenta de aprendizagem, muitos assuntos podem e devem ser encarados de maneiras diferentes pelas pessoas e quando juntamos os diferentes pontos de vista com coerência e respeito à opinião dos outros só temos a ganhar.A discussão nada mais é do que uma conversa entre pessoas com opiniões distintas. Muitas vezes as discussões acabam de maneira indesejada porque durante o seu desenvolvimento as partes perdem o foco no assunto principal e com o simples objetivo de defender suas idéias e suas opiniões, acabam distorcendo os fatos e perdendo seus argumentos. O importante é saber como discutir, respeitar a opinião dos outros e sempre manter o foco no assunto principal. Com uma boa discussão, ambas as partes envolvidas podem aprender mais e muitas vezes juntar argumentos para o fortalecimento de determinado projeto ou estratégia. Juntos, diferentes profissionais, de diferentes áreas de atuação, podem se tornar grandes parceiros e implantar muitos projetos de sucesso frutos de boas e longas discussões. Não devemos encarar a discussão como apenas uma conversa entre pessoas que não sabem dialogar e sim como uma importante ferramenta de comunicação interpessoal que deve ser explorada e até mesmo estimulada entre as pessoas. N o quadro abaixo estão relacionadas as principais diferenças entre diálogo e discussão do autor Humberto Mariotti (2004): O DIÁLOGO... A DISCUSSÃO... Abre questões Fecha questões Mostra Convence Estabelece relações Demarca posições Compartilha idéias Defende idéias Questiona e aprende Persuade e ensina Compreende Explica Foca a interação Foca as partes em separado Vê a interação entre as partes e o todo Descarta as idéias ―vencidas‖ Busca a pluralidade de idéias Busca o acordo sobre uma ou poucas idéias Conclusão O diálogo e a discussão são complementares. São maneiras diferentes de se conversar, porém complementares. Existem situações na vida em que precisamos dialogar e outras em que precisamos discutir. Numa sessão de conversa as pessoas passam da discussão para o diálogo e vice-versa. Há uma circularidade necessária entre discussão e diálogo. Quando é necessário repetir, lidar com o que já se sabe, decidir uma forma melhor excluindo outras, a ferramenta necessária é a discussão. Quando é necessário criar, inovar, sintetizar, mediar, incluir todas as partes em um todo abrangente, a melhor ferramenta é o diálogo. Referências MARIOTTI, Humberto. Diálogo: Um Método de Reflexão Conjunta e Observação Compartilhada da Experiência (www.teoriadacomplexidade.com.br), 2004. MENDONÇA, Ricardo. Diálogo, Discussão e Aprendizagem em Equipe. (www.diferencialbr.com.br), 2001. NOBRE, Fabíola; NOBRE, Tácito. A arte do diálogo nas organizações. (http://escola.previdencia.gov.br/artigos/artigos2.html), 2007. OLIVEIRA, Alkindar. Diálogo, ou Discussão. (www.cooperativaespirita.org), 2006. PAULA, Ieda. Diálogo, uma prática a ser cultivada. (www.atitudecp.com.br/site/index.php/news/12/58), 2008. ROCHA, Ruth. Nicolau Tinha uma Idéia. Quinteto Editorial, 1998. A PERCEPÇÃO E OS SEUS IMPACTOS NA COMUNICAÇÃO Introdução Para uma melhor compreensão do tema a ser desenvolvido, é interessante o entendimento de alguns conceitos e terminologias do universo da comunicação e da percepção. Após a descrição desses conceitos, será apresentado com maior enfoque o impacto que a linguagem corporal exerce na comunicação. Falar em percepção é falar do ser humano, nas suas relações com outros seres humanos, objetos, animais, símbolos, mitos, conceitos, referências. O estudo do processo perceptivo é antigo. Segundo Aguiar, MAF (1992) ―os estudos da percepção levantaram a hipótese de que os objetos emitiriam cópias deles próprios, as quais se transmitiriam ao cérebro. Os estudos da Física vieram contribuir para o abandono dessa hipótese ao mostrar que os objetos não emitem cópias. Na realidade, a maioria dos objetos limita-se a refletir ondas que os atingem‖. Assim, o processo perceptivo passa a ser analisado de modo objetivo, trazendo ao ser humano a perspectiva de ser ele o único percebedor no mundo em que vive. Somos dotados de órgãos dos sentidos, que nos permitem ver, tocar, cheirar, ouvir, degustar, e assim interagimos com o mundo, percebendo as formas, os jeitos, as tonalidades e suas distinções. A cada ser humano, entretanto, é possível perceber de modo distinto um mesmo objeto, e isto nos traz a questão: Como se dá o processo perceptivo? A percepção, segundo Robbins, SP (2002) pode ser definida como o processo pelo qual os indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais, com a finalidade de dar sentido ao seu ambiente. A compreensão do processo perceptivo pode ser iniciada pela análise neurofisiológica do ser humano. Ao observar um objeto, o ser humano consegue percebê-lo visualmente, pois o objeto percebido reflete ondas de luz que atingem a retina desencadeando estimulações dos nervos visuais, e provocando impulsos nervosos. Estes impulsos são transmitidos ao cérebro, que os codificam gerando distintos padrões de energia. Para cada indivíduo, teremos distintas retinas, portanto com distintos padrões de energia que produzem distintas percepções do mesmo objeto percebido. Assim, ao olhar para uma cadeira, esta reflete luzes, que em ondas, atingem a retina e vão ao cérebro, codificando a cadeira. Se perguntarmos a vários indivíduos sobre o objeto percebido (cadeira), teremos diferentes tipos de respostas. A cadeira, entretanto, continua a mesma, o que muda é a percepção individual. O mesmo ocorre com a percepção auditiva. Ao ouvirmos uma frase, esta é transmitida em ondas sonoras ao nosso sistema auditivo e transformada em impulsos nervosos, sendo então emitidos ao cérebro. Isto ocorre também com os outros animais, considerando a especificidade de seus sistemas nervosos. Então, o que diferencia o processo perceptivo dos seres humanos dos outros animais? Somente o ser humano faz a pergunta: ―Quem sou?‖. Percepção - Autopercepção Desde seu nascimento o ser humano é instigado a olhar para si mesmo na busca de uma resposta para a pergunta ―Quem sou?‖. Esta resposta, entretanto, começa a se delinear no contato com o mundo (outros seres, objetos, símbolos,...). Ele busca no mundo referências que lhe darão as primeiras noções de quem é. Isto nos traz a importância do espaço em nosso processo de percepção. Outro fator importante é o tempo; o ser humano se reconhece em uma época específica. Desta forma, acolhe o contexto onde está inserido nas dimensões espacial e temporal. A pergunta quem sou, no entanto, nunca é respondida, pois o ser humano não é um ente parado no tempo presente. Ele se projeta para o passado e para o futuro, revivendo momentos, lembrando situações, e desejando, sonhando e fantasiando o que ainda lhe falta. Assim, por ser dinâmico, vai acolhendo de modos distintos o que se apresenta no mundo, interagindo com outros seres humanos e atuando nos objetos e animais. O ser humano tem a capacidade de perceber sua própria existência, percebendo- se nas relações com os demais entes no mundo. Deste modo, ele coexiste, ou seja, existe dinamicamente com outros seres. No meio organizacional, os seres humanos ocupam cargos que lhes dão uma posição e responsabilidades dentro do núcleo das atividades produtivas. O Ser Humano como Percebedor Somente ao ser humano cabe perceber. Desde seu nascimento, o ser humano estabelece relações com o mundo, que no começo lhe aparece estranho, para buscar referências que lhe possibilitem interagir, compreender e, principalmente, apreender este mundo novo. Assim, como percebedor, percebendo o outro como igual, percebe-se como homem ou mulher, alto ou baixo, gordo ou magro, sempre de acordo com o contexto no qual está e foi inserido (seu mundo). O processo perceptivo do percebedor está intimamente relacionado com ocontexto no qual se sente pertencedor. Os valores e crenças são referências colhidas e acolhidas na tarefa de cuidar de si, preservando-se e buscando sentir-se pertencente. O ser humano tem capacidade de perceber o que se mostra, seja um outro ser humano, um animal, um objeto, um símbolo. No caso de perceber um outro ser humano ocorre a possibilidade de também ser percebido, e daí pode imaginar o que o outro percebe dele, e assim levando a influências na percepção de ambos. Se percebermos que o outro nos percebe como nocivo, buscamos, por exemplo, desfazer esta percepção, que por vezes está incorreta. Isto explica parte das dificuldades de relacionamento entre dois seres humanos e muito mais complexamente em grupos, onde os focos perceptivos se cruzam intensamente. Com os animais e objetos não ocorre o mesmo, pois o processo perceptivo está direcionado ao percebido, não havendo e nem sendo esperado retorno. O Percebido Somente o ser humano, ao ser percebido pode se dar conta disto. Um objeto é percebido, mas não percebe isto, e conseqüentemente, não atua. Um objeto não é percebido isoladamente, mas sim dentro de um contexto. Assim, não se percebe somente um automóvel, mas também sua cor, tamanho, forma. Percebe-se ainda que está entre outros automóveis, de noite ou de manhã, entre outros aspectos. Um automóvel não é percebido, portanto, de modo igual. Ao perceber, o ser humano transforma o automóvel em um fenômeno. Fenômeno vem do grego phanesthai (Heidegger, M., 1988), que significa, mostrar-se, mas como se mostra somente àquele percebedor. Desta forma, um automóvel para aquele ser humano percebedor será acolhido como só a ele o automóvel se mostrará. As características e o comportamento do percebido podem também afetar a percepção. Robbins (2002) nos mostra que os movimentos, sons, tamanho e atributos de um alvo influenciam a forma como ele é percebido. Estes alvos não são, entretanto, percebidos isoladamente, ou seja, estão em um contexto. Esta relação com o cenário influencia a percepção, pois temos a tendência de agrupar elementos ou parecidos. Segundo Robbins (2002), objetos próximos uns dos outros tendem a ser percebidos em conjunto. Esta proximidade pode ser tanto física como temporal. Robbins cita como exemplo dois acidentes fatais com esqui que ocorreram com poucas semanas um do outro. Relata que as pessoas começaram a considerar o esqui um esporte muito perigoso. Assim, embora os dois eventos fatais tenham ocorrido em situações diferentes a tendência foi de agrupá-los pela proximidade temporal, influenciando a percepção sobre o esquiar. Percepção e Sensação O ser humano recebe as informações do mundo e as transforma em fenômenos sensoriais e perceptivos. Os fenômenos sensoriais estão ligados aos sentidos. Entramos em contato com o mundo através de nossos sentidos, recebendo informações dele. Assim, sentimos frio e calor. Sentimos a comida doce e salgada, áspero e liso, longe e perto. O que complementa estas informações recebidas é a significação dada a elas, que chamamos de processo perceptivo. Esta significação baseia-se em nossas experiências de vida, dando às informações sensoriais um caráter afetivo-emocional. Um objeto que não conhecemos será percebido na similaridade com outro percebido anteriormente. Uma flor desconhecida somente pode ser chamada de flor pela percepção de outras em suas similaridades (pétalas, caule, folhagens). Se esta não possuir estes aspectos, estranharemos ser chamada de flor. Assim, a percepção é iniciada por um filtro sensorial calcado na aparência, para depois atribuirmos uma significação afetiva. Deste modo, entendemos que um mesmo objeto é percebido distintamente a cada ser humano, em seus processos perceptivos. A Influência do Estado Psicológico na Percepção Uma confirmação da subjetividade no processo perceptivo é a influência dos fatores psicológicos no modo como o ser humano interage com os estímulos e com os demais seres. Em seus contatos com o mundo, o ser humano se disponibiliza para acolher aquilo que se mostra, sofrendo interferências em suas escolhas. A ansiedade, por exemplo, transforma o olhar para o mundo, determinando um modo ansioso de estar no mundo. Frente à ansiedade, um evento que poderia passar por despercebido, pode se revestir de extrema importância causando desequilíbrio em seu viver. Como citado anteriormente, a sensação ocorre como recolhedora de informações, e a percepção, neste caso, colhida pelo episódio ansioso e seus determinantes, promoverá significações distintas de momentos sem ansiedade. A Percepção e os Papéis O ser humano transita pelo mundo de acordo com referências que colhe desde cedo. Estas referências são importantes para o estabelecimento de padrões de segurança em suas ações e reações. Desta forma, sente-se inseguro em contextos desconhecidos, podendo sentir-se perdido. Por isto, nomeia os seres e objetos, na busca de uniformizar e dar significado a eles (o que é?). Uma reflexão: imaginar o mundo sem nomes. Damos nomes aos objetos e assim unificamos o plural, criando uma unidade denominada conjunto. Assim posso falar que sei o que é um vaso, não pelas características específicas de um determinado vaso, mas pelo conjunto de vaso unificado pelos aspectos que determinam todos os vasos que conheço (formato geral, tamanho, utilidade, fragilidade, material,...). Uma das primeiras preocupações que os pais têm ao saber de uma gravidez é dar um nome para a criança que vai nascer. De modo geral, pode-se falar que o nome diz de seu dono, pelo contexto onde está inserido, a época, valores e crenças. O ser humano, ainda, cria nomes para atividades, que determinam papéis que desempenhará na comunidade. Surgem assim, os papéis sociais e profissionais. De modo geral, espera-se um padrão de comportamento daquele ser que tem o nome (papel social) de mãe, distintamente de outra com o nome de filha. Nas relações estabelecem-se ―pactos‖ que se espera não serem rompidos. Estes ―pactos‖ são ―secretos‖, ou seja, são determinados pelo processo perceptivo de cada ser humano. É comum a frase: ―Não esperava isto de você!‖. Deste modo, para cada ser humano, com sua percepção são estabelecidos padrões que orientam seus relacionamentos e suas buscas de realização de desejos e sonhos. No contexto organizacional, seus integrantes recebem nomes (papel profissional) que estabelecem seus poderes, deveres e limites dentro da organização. Estas referências são de grande importância, pois determinam o que se espera de cada grupo de trabalho e, individualmente, àquele que ocupa um cargo. Também o ocupante do cargo considera seu desempenho pela percepção que tem de seu papel profissional, e como percebedor de si no grupo. Estes papéis, tanto o social como o profissional, somente podem fazer sentido na condição do comum, de onde vem a palavra comunidade. Os papéis profissionais são montados a partir dos papéis sociais. O professor, por exemplo, tem como base os papéis sociais de pai e mãe. Este fator interfere na percepção tanto do aluno como do professor em suas relações. A Percepção e a Comunicação Para que entre duas pessoas ocorra uma comunicação, alguns aspectos precisam estar presentes. Em primeiro lugar, é necessária a relação percebedor-percebido. Em segundo, há a necessidade de que haja uma relação do ser-comunicador com o ser-comunicado. Uma ou mais pessoas na qualidade de emissores do conteúdo a ser comunicado e outra (s) na posição de receptor (es). Por último, o conteúdo deve ser entendido por ambos, ou seja, comum àquele contexto onde estão inseridos. A palavra comunicação vem de ―comum‖; assim, a comunicação só ocorre se o conteúdofizer parte do modo em que vivem, seus valores, crenças, época, lugar. Mesmo quando se comunica sobre algo incomum, o ser humano o faz na referência do que lhe é comum. O conteúdo pode ser comunicado de diversos modos: impresso, oral, subliminar, virtualmente, gestual e simbolicamente. Dependendo do modo escolhido, a comunicação interferirá na percepção do conteúdo, provocando uma reação. Neste processo de volta, o primeiro comunicador será agora o ser-comunicado, podendo tanto obter a satisfação pelo entendimento como a denúncia de distorções no que tentou transmitir. Os dois terão, neste momento, suas percepções acerca um do outro alteradas, ou melhor, re-significadas. Mesmo na comunicação impressa onde o emissor não está presente na recepção do conteúdo, o receptor necessita criar uma imagem de quem escreve, o presentificando. É comum ouvirmos pessoas estranhando a aparência de um escritor, pois o imaginava diferente. Esta percepção tem por base o conteúdo lido e os seus próprios valores e significações. O fato do receptor da comunicação impressa não ter a presença física do emissor cria a possibilidade de múltiplas interpretações ―livres‖, podendo ocorrer distorções e conclusões inadequadas ao objetivo do conteúdo emitido. Muitas vezes, na área Organizacional encontramos problemas de comunicação advindos de distorções no processo perceptivo. A linguagem é de suma importância no processo de comunicação. Martin Heidegger (1989), em seu artigo ―Linguagem‖, cita que ―Refletir sobre linguagem significa atingir o falar da linguagem de tal maneira que esse falar tome lugar como aquilo que concede uma morada para o ser dos mortais‖. Heidegger tenta explicar a comunicação a partir do falar, em 03 evidências: expressão, atividade humana e verdade. Ao falar, o ser humano expressa seus conteúdos internos, exteriorizando-os. Não se trata, entretanto, de emissões sonoras exteriorizadas e superficiais. Trata-se de algo complexo, subjetivo e particular a cada comunicador. Falar, neste sentido é próprio a cada um. Em segundo lugar, falar é uma condição humana. O ser humano fala sempre uma linguagem. Isto quer dizer que o ser humano não apenas fala, mas sim fala dentro de um contexto comum e peculiar para a compreensão do falar. Por último, qualquer fala expressa numa linguagem uma verdade. O ser humano sempre busca representar e apresentar na fala uma dimensão do que para si é real e irreal. Para Heidegger (1988), a verdade pode ser compreendida de 02 modos: verdade como convencimento e como descobrimento. Convencer é uma atividade comunicativa de algo comprovado, mensurado, inexorável. Descobrir, ao contrário, trata-se de desvelar, trazer à luz, aquilo que está ainda ocultado, no momento de cada um, com a afinação do olhar e da escuta. Estas duas formas de falar a verdade são importantes e não excludentes. Precisamos de referências advindas do convencimento, mas também o desvelamento é imprescindível, pois nos dá a dimensão, ainda que parcial, de quem somos. Muitas dificuldades de comunicação são decorrentes da desconsideração deste desvelar. Ao comunicar, o ser-comunicador deve considerar que o ser-comunicado é um ser humano e, portanto, dinâmico, sensível, sonhador, passível de todo o processo perceptivo. Comunicação Verbal e Não Verbal A comunicação pode ser realizada de forma verbal e/ou não-verbal. A comunicação verbal exterioriza o ser social e a não-verbal o ser psicológico, sendo sua principal função a demonstração dos sentimentos. A comunicação não verbal depende do desenvolvimento da percepção. Em geral, é atribuída maior relevância à comunicação verbal expressa pela linguagem falada ou escrita; entretanto, o homo sapiens sempre se comunicou mesmo que através de grunhidos e gesticulações. BIRDWHISTELL considera que apenas 35% do significado social de qualquer interação corresponde às palavras pronunciadas, pois o homem é um ser multissensorial que, de vez em quando, verbaliza. Esta porcentagem evidencia que as relações interpessoais estão muito mais sujeitas às comunicações não-verbais que, na verdade, ultrapassam o limiar do corpo (movimento, roupas, ambiente, etc.). Esses meios são mais exatos e fidedignos do que as palavras, pois não estão sujeitos ao controle da consciência. A comunicação não-verbal exerce fascínio sobre a humanidade desde seus primórdios, pois envolve todas as manifestações de comportamento não expressas por palavras, como os gestos, expressões faciais, orientações do corpo, as posturas, a relação de distância entre os indivíduos e, ainda, organização dos objetos no espaço. Pode ser observada na pintura, literatura, escultura, nas propagandas, nos encontros sociais e políticos entre outras formas de expressão humana. Está presente no nosso dia-a-dia, mas, muitas vezes, não temos consciência de sua ocorrência e, nem mesmo, de como acontece. Segundo Knapp, a habilidade de emitir e receber sinais não-verbais é decorrente da aprendizagem e da prática no decorrer da vida cotidiana. Esta aprendizagem pode ocorrer por imitação, automodelação, adaptação às instruções e retroalimentação a partir das reações de outros indivíduos. Alguns fatores têm sido considerados no desenvolvimento das habilidades não-verbais. São eles: a) motivação; b) atitude; c) experiência e d) conhecimento. Em relação à recepção dos sinais não-verbais, o que se pode evidenciar é que: a) Fatores como a motivação, a atitude, a experiência e o conhecimento podem influenciar o desenvolvimento destas habilidades de codificação e decodificação de sinais não-verbais; b) O conhecimento das teorias e pesquisas desta área (comunicação não-verbal) pode permitir ao indivíduo uma melhor compreensão das comunicações interpessoais, bem como melhor auto-conhecimento; c) A experiência e o treinamento das habilidades de emitir e receber sinais não-verbais podem tornar o indivíduo ainda mais habilidoso, mais sensível para codificar e/ou decodificar sinais não-verbais. A comunicação não-verbal, entendida como ações ou processos que têm significado para as pessoas, exceto a expressão verbal, é classificada por KNAPP em: paralinguagem (modalidades da voz), proxêmica (uso do espaço pelo homem), tacêsica (linguagem do toque), características físicas (forma e aparência do corpo), fatores do meio ambiente (disposição dos objetos no espaço) e cinésica (linguagem do corpo). Considerando que a capacidade de ouvir e compreender o outro inclui não apenas a fala, mas, também as expressões e manifestações corporais como elementos fundamentais no processo de comunicação, a Cinésica, ou seja, o estudo da linguagem corporal assume um papel importante na decodificação das mensagens recebidas durante as interações profissionais ou pessoais. BIRDWHISTELL representou um dos primeiros antropólogos a estudar a cinésica, também denominada cinética, na tentativa de tentar compreender a linguagem corporal. Ele se dedicou ao estudo dos movimentos corporais e não identificou qualquer expressão facial, atitude ou posição do corpo que tivesse o mesmo significado nas diversas sociedades. Considera que não há gestos ou movimentos corporais que possam ser considerados como símbolos universais e, que toda cultura tem seu repertório gestual. Este mesmo autor estabeleceu alguns pressupostos para melhor compreensão da cinésica: 1) o contexto fornece o significado ao movimento ou expressão corporal; 2) a cultura padroniza a postura corporal, o movimento e expressão facial; 3) o comportamento dos membros de um grupo é influenciado pelas suas próprias atividades corporais e fonéticas; 4) os comportamentos têm significados culturalmente reconhecidos e validados. Ele sugere que "enquantoo comportamento do movimento corporal é baseado na estrutura fisiológica, os aspectos comunicativos deste comportamento são padronizados pela experiência social e cultural. O significado de tal comportamento não é tão simples que possa ser colocado num glossário de gestos" e, só pode ser percebido a partir de um exame das estruturas padronizadas do sistema de movimentos corporais, de como se manifesta numa situação social particular. Assim sendo, podemos dizer então que apenas o movimento do corpo não traduz o significado da mensagem, havendo necessidade de inseri-lo num contexto, permitindo que um mesmo gesto tenha diferentes significados nas diversas sociedades. Os gestos são compreendidos de diversas formas nas diferentes culturas. Segundo alguns especialistas, existe apenas um gesto semelhante em qualquer lugar do mundo - o sorriso, muito embora essa semelhança não deva ser entendida como uma expressão invariável de prazer ou alegria, uma vez que seu significado difere de cultura para cultura e, ainda, conforme o contexto da situação, pode significar surpresa, prazer, desaprovação, ironia, superioridade, desprezo, agressividade, maldade, entre outros. Como podemos observar, a linguagem do corpo diz muitas coisas tanto para nós quanto para aqueles que nos rodeiam. O corpo é, antes de tudo, um centro de informações e, segundo GAIARSA aquilo que de mim eu menos conheço é o meu principal veículo de comunicação. Este mesmo autor sugere que um observador atento consegue ver no outro quase tudo aquilo que o outro está escondendo - conscientemente ou não. Assim tudo aquilo que não é dito pela palavra pode ser encontrado no tom de voz, na expressão do rosto, na forma do gesto ou na atitude do indivíduo. Da mesma forma a habilidade em realizar uma leitura consciente dos diferentes gestos, pode ser obtida com treinamento e tende a facilitar o reconhecimento de um sentimento ou emoção, ainda que sutilmente expressos. Comunicação Eficaz A comunicação não depende apenas de um elemento transmissor e um elemento receptor. Espera-se que o receptor compreenda a mensagem da mesma forma que o transmissor a compreende. Isso, no entanto, é uma situação ideal. Uma comunicação eficaz ocorre quando o receptor percebe a mensagem comunicada da forma esperada pelo transmissor. Para termos êxito na comunicação em qualquer situação, é imprescindível saber da importância da percepção. O receptor não recebe a informação de forma bruta. Ele a recebe através de ―filtros‖, que formam a sua percepção do mundo. Diversos fatores podem alterar a percepção do indivíduo receptor. A comunicação não só depende da forma como a mensagem é verbalizada, mas também do comportamento do ser humano no momento em que a comunicação ocorre. Isso é fortemente influenciado pelos nossos paradigmas, nossos valores. Covey afirma: "O que somos comunica com muito mais eloqüência do que o que dizemos ou fazemos." Muitas vezes, uma mesma mensagem, sem a mudança de uma só palavra, pode ser percebida de forma totalmente diferente, dependendo apenas das atitudes do comunicador. Nossa percepção pode estar profundamente condicionada – são nossos paradigmas. As influências em nossas vidas - família, escola, religião, ambiente de trabalho, amigos, colegas e paradigmas sociais em vigor - foram responsáveis por um impacto inconsciente e silencioso em nossas mentes, ajudando a formar nossos quadros de referências, nossos paradigmas. Esses paradigmas são a nossa fonte de atitudes e comportamentos. Os paradigmas são inseparáveis do caráter. Na dimensão humana, ser é ver. Aquilo que vemos está profundamente interligado com o que somos. Não conseguimos ir muito longe na tentativa de mudar o que vemos sem simultaneamente modificar o que somos e vice-versa. Os paradigmas são poderosos, pois eles criam as lentes através das quais vemos o mundo. Para que se consiga uma mudança em nossa percepção, é necessário primeiro enxergar as lentes que usamos para ver o mundo, assim como o mundo propriamente dito, e perceber que estas lentes modelam nossa interpretação do mundo. A autoconsciência é uma capacidade exclusivamente humana. Ela permite que guardemos uma certa distância e examinemos até mesmo o modo como ―vemos‖ a nós mesmos. Com isso podemos entender o nosso paradigma social, que é o mais fundamental da eficácia. Até levarmos em conta como percebemos a nós mesmos, seremos incapazes de compreender como os outros percebem a si mesmos e ao mundo. Tentativas de mudança que tenham por objetivo apenas mudar a mensagem a ser transmitida são ineficazes. Por mais que se mudem as atitudes, se a percepção individual de uma situação não condiz com a mensagem que se quer transmitir, os outros não vão a perceber a mensagem como gostaríamos. Inconscientemente, a mensagem que é comunicada reflete a forma como percebemos a situação. A mudança efetiva, aquela que pode levar a uma comunicação realmente eficaz, requer que antes de tudo se mude a forma como vemos o mundo, ou seja, a nossa própria percepção. Para alcançar a eficácia na comunicação interpessoal, é necessário ainda utilizar todos os sentidos. Apesar dessa mensagem ser simples, essa não é uma tarefa fácil. Para se atingir tal objetivo deve-se: aprender a ouvir o outro; olhar e notar tudo com os olhos da alma; respirar com calma; e finalmente transformar-se numa antena que capta todos os sinais sem interferências. O uso correto da percepção também traz vantagens na carreira profissional. Usando-se da percepção, podemos reduzir a impulsividade em diversas situações. Aprender a primeiro ouvir o que os outros estão tentando comunicar, percebendo a forma como isso é transmitido é o primeiro passo para uma melhor compreensão. Em um segundo momento, aguardar antes de responder e expor o seu ponto de vista, tentando perceber também o contexto e as implicações de suas atitudes. Conclusão O ser humano percebe a tudo aquilo que o rodeia, inclusive a si mesmo. Assim como, visualmente, cada indivíduo percebe um objeto diferentemente, em um processo comunicativo também existem diferentes percepções da mensagem sendo transmitida. Essa percepção pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo-se o contexto, os valores e o estado psicológico de cada pessoa. A comunicação está diretamente relacionada com a percepção. Em sua maior parte, o ser humano percebe e interpreta a linguagem não-verbal, a qual influencia a comunicação da informação. Como visto, a percepção é altamente subjetiva. Conseqüentemente, a comunicação não se dá de forma idêntica: cada ser humano percebe a mensagem transmitida de uma forma distinta. A informação e a interpretação que o transmissor tem de uma mensagem não é a mesma que os seus ouvintes terão. Entender como percebemos o mundo que nos rodeia e as mensagens sendo transmitidas constantemente é um passo fundamental para uma melhor comunicação. Ao se compreender as informações sendo transmitidas e o contexto em que estão sujeitas permite que as respostas sejam percebidas de uma forma mais adequada. No meio organizacional, diminuir a impulsividade e manifestar opiniões que realmente condizem com nossos valores tende a minimizar as possíveis distorções na comunicação, conseqüentemente melhorando o clima organizacional. Referências: ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2002. COVEY, Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. Rio de Janeiro: BestSeller, 2009. WEIL, Pierre. O Corpo Fala: a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal. Petrópolis: Vozes, 1986. GOLEMAN, Daniel. Inteligência social: o poder das relaçõeshumanas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Percepção e comunicação: Mitos e problemas contemporâneos - http://www.robertexto.com/archivo16/percepcao_comunicacao.htm A percepção na comunicação moderna - http://colunistas.portalradar.com.br/post/A-percepcao-na- comunicacao-moderna.aspx A percepção e a comunicação no ambiente organizacional - http://novosolhos.com.br/site/arq_material/9481_10325.doc Os Processos de Percepção e Comunicação Interpessoal - http://www.fct.unl.pt/aluno/gapa/relacoes-sociais-os-processos-de-percepcao BIRDWHISTELL, R. El lenguage de la expression corporal. Barcelona, Gustavo Gill, 1970. Franco G.R.R.M, A unidade de terapia intensiva: um estudo sobre a comunicação entre profissionais e pacientes. São Paulo: Escola Paulista de Medicina; 1999. GAIARSA, J.A. O que é corpo. São Paulo: Brasiliense, 1986. KNAPP, M.L. 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