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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI CAMPUS ALTO PARAOBEBA ENGENHARIA DE TELECOMUNICAÇÕES PRÁTICA: Estudo sobre resistividade e associação de resistores em série e em paralelo Laboratório de Fenômenos Eletromagnéticos Ouro Branco, Setembro/2015 1- Introdução Quando se aplica a mesma diferença de potencial às extremidades de barras de mesmas dimensões feitas de cobre e de vidro os resultados são bem diferentes. A característica do material que determinar essa diferença é a resistência elétrica [1]. A razão entre a queda de potencial no sentido da corrente e própria corrente é chamada de resistência do segmento. (1) Onde o sentido da corrente se refere ao sentido do vetor densidade de corrente. A unidade de resistência no SI, o volt por ampère, é chamada de Ohm (Ω): 1 Ω = 1 V/A [2]. Um condutor cuja função em um circuito é introduzir uma certa resistência é chamado de resistor, que em diagramas de circuitos elétricos é representado pelos símbolos: . Para uma dada diferença de potencial, quanto maior a resistência, menor a corrente: [1] (2) A lei de Ohm não é uma lei fundamental da natureza como as leis de Newton ou as leis da termodinâmica, mas sim uma descrição empírica de uma propriedade compartilhada por muitos materiais sob condições específicas. A resistência R de um fio condutor é proporcional a área de sua transversal A. (3) onde , a constante de proporcionalidade é chamada de resistividade do material condutor [2]. A resistividade de um material é: (4) Combinando as unidades de E e J no SI, obtém-se para , a unidade de ohm-metro (Ω-m) A resistividade de alguns materiais são tabeladas. A equação 4, pode ser escrita em forma vetorial: (5) As equações 4 e 5 são válidas apenas para materiais cujas propriedades são as mesmas em todas as direções, ou seja, para materiais isotrópicos. Pode-se também falar que a condutividade (σ) de um material é, simplesmente o recíproco da resistividade: (6) A unidade de condutividade no SI é o ohm-metro recíproco, (Ω-m)-1. Esta unidade é às vezes chamada de mho (ohm escrito ao contrário). Usando a definição de σ, a equação 5 pode ser escrita na forma: [1] (7) 2- Objetivos Compreender o conceito de resistência e resistividade e combinar diversos resistores em associações em série e/ou paralelo. 3- Parte experimental Parte 1: placa para estudo da variação da resistência e obtenção da resistividade Três dos fios da placa utilizada eram feitos de uma liga de níquel-cromo com diferentes espessuras (diâmetro). O outro fio era feito de ferro. Primeiramente, colocou-se o multímetro na função de medida de resistência e escolheu a escala correta para a medição. Juntando as duas pontas de media, criou-se um curto circuito no multímetro para verificar o valor da sua resistência interna. Esse valor foi subtraído de todas as medições realizadas pelo multímetro. Com o auxílio do multímetro, mediu-se a variação da resistência com o comprimento de cada fio. Posteriormente, mediu-se a variação da resistência com a espessura, utilizando os diferentes fios de níquel-cromo, a partir do comprimento completo dos fios. Por fim, utilizou-se os dados coletados para obter um valor para a resistividade dos dois materiais. Parte 2: combinação de resistores em série e em paralelo Mediu-se a resistência de todos os resistores usando o multímetro e comparou os valores medidos com os valores de fábrica. Os resultados foram apresentados em uma tabela e descontados 0,1 Ω de todos os valores medidos por causa da resistência interna do multímetro e considerou seu erro de aproximadamente 0,8%. Em seguida, combinou-se todos os resistores em série, mediu-se o valor da resistência equivalente e comparou com o valor teórico esperado. Repetiu-se o item anterior, colocando todos os resistores em paralelo. Posteriormente combinou-se três resistores em série com três resistores em paralelo. Por fim, tentou-se obter uma combinação de resistores cuja resistência equivalente calculada, fosse de 755,13 Ω, usando resistências de 22 Ω, 47 Ω, 150 Ω, 220 Ω, 330 Ω e 470 Ω. 4- Resultados e discussões Parte 1 O valor da resistência interna do multímetro medida foi de 0,06 Ω, que será subtraído do valor das outras medidas. Com o auxílio do multímetro, mediu-se a variação da resistência cm o comprimento de cada fio e chegou-se às seguintes tabelas: Tabela 1: valores medidos para a resistência (Ω) de acordo com a variação do comprimento (cm) do fio de níquel cromo (d=0,36 mm). A resistência interna do multímetro já foi descontada. Comprimento (cm) Resistência (Ω) 20 2,04 40 4,34 60 6,54 80 8,64 100 10,84 Tabela 2: valores medidos para a resistência (Ω) de acordo com a variação do comprimento (cm) do fio de níquel cromo (d=0,51 mm). A resistência interna do multímetro já foi descontada. Comprimento (cm) Resistência (Ω) 20 1,14 40 2,24 60 3,24 80 4,34 100 5,44 Tabela 3: valores medidos para a resistência (Ω) de acordo com a variação do comprimento (cm) do fio de níquel cromo (d=0,72 mm). A resistência interna do multímetro já foi descontada. Comprimento (cm) Resistência (Ω) 20 0,54 40 1,14 60 1,54 80 2,04 100 2,54 Tabela 4: valores medidos para a resistência (Ω) de acordo com a variação do comprimento (cm) do fio de ferro (d=0,51 mm). A resistência interna do multímetro já foi descontada. Comprimento (cm) Resistência (Ω) 20 0,24 40 0,44 60 0,64 80 0,84 100 1,04 Para encontrar um valor para a resistividade usando os valores conhecidos, utilizou-se a equação 3: . Fazendo-se gráficos de L/A x R, tem-se a resistividade, , como coeficiente angular da reta gerada pelo ajuste linear dos dados. Na tabela 5, estão presentes os valores referente a área de cada espessura dos fios de níquel-cromo e ferro, levando em consideração a fórmula abaixo utilizada para o seu cálculo: Tabela 5: área dos fios de níquel-cromo e ferro com suas respectivas espessuras Fio Espessura (mm) Área(mm²) Níquel-cromo 0,36 0,1018 Níquel-cromo 0,51 0,2042 Níquel-cromo 0,72 0,4071 Ferro 0,51 0,2042 Para as construções das figuras 1, 2, 3 e 4, utilizou as tabelas 6, 7, 8 e 9. Tabela 6: dados utilizados na construção da figura 1 do fio níquel-cromo(d=0,36mm) 1 2 3 4 5 L(mm) 200 400 600 800 1000 R(Ω) 2,04 4,34 6,54 8,64 10,84 L/A(mm)-¹ 1964,6 3929,3 5893,9 7858,5 9823,2 Figura 1: ajuste linear dos dados da tabela 6 Tabela 7: dados utilizados na construção da figura 2 do fio níquel-cromo(d=0,51mm) 1 2 3 4 5 L(mm) 200 400 600 800 1000 R(Ω) 1,14 2,24 3,24 4,34 5,44 L/A(mm)-¹ 979,43 1958,86 2938,29 3917,73 4897,16 Figura 2: ajuste linear dos dados da tabela 7 Tabela 8: dados utilizados na construção da figura 3 do fio níquel-cromo(d=0,72mm) 1 2 3 4 5 L(mm) 200 400 600 800 1000 R(Ω) 0,54 1,14 1,54 2,04 2,54 L/A(mm)-¹ 491,28 982,51 1473,84 1965,12 2456,40 Figura 3: ajuste linear dos dados da tabela 8 Tabela 9: dados utilizados na construção da figura 4 do fio ferro (d=0,51mm) 1 2 3 4 5 L(mm) 200 400 600 800 1000 R(Ω) 0,24 0,44 0,64 0,84 1,04 L/A(mm)-¹ 979,43 1958,86 2938,29 3917,73 4897,16 Figura 4: ajuste linear dos dados da tabela 9 Como temos três valores para a resistividade do fio de níquel-cromo, usou-se todos ele para encontrar o valor mais adequado: Com seu respectivo erro: Portanto para o fio de níquel-cromo tem-se o valor de ± 0,05485 Ω-m. Para o fio de ferro, tem-se o valor de Ω-m. Esses valores encontrados de são condizentes aos valores da resistividade encontrados naliteratura. Parte 2 Mediu-se a resistência de todos os resistores usando o multímetro e comparados com os valores de fábrica e os valores apresentados na tabela 10. Tabela 10: valores fornecidos e valores medidos para a resistência (Ω) de diferentes capacitores Valores teóricos (Ω) Valores medidos (Ω) 100.10³ 99,8.10³ 1.10³ 0,97.10³ 220 216 100 99,3 330 328 150 149,3 47 46,1 10 10 1 0,8 22 21,8 2,2.10³ 2,17.10³ 10.10³ 9,98.10³ 5,6.10³ 5,62.10³ 470 467 Os valores medidos estão dentro da incerteza e o erro dado pelo próprio fabricante, então pode-se considerá-los insignificantes. Combinou-se todos os resistores em série e o valor teórico foi de: Pela medição dos multímetros encontrou-se 120,1 A diferença entre os valores teóricos e o medido está dentro do intervalo de incertezas. O resistor mais importante da associação é o de 100, já que na soma total a maior influência é a dele e faz o resultados ser maior. O Req em série é maior que a maior resistência do circuito. Repetiu-se o item anterior colocando todos os resistores em paralelo e o valor teórico foi de: + ... Pela medição do multímetro encontrou-se 0,9. A diferença é um valor muito pequeno para ser significativo. Nessa associação o resistor mais importante é o de 1, pois ele faz com que Req seja menor. Req em paralelo é menor que a menor resistência do circuito. Em seguida, colocou-se os resistores de 220, 10k, e 2,2k e série e os resistores de 1, 330 e 5,6k em série. 1 330 5,6k 220 10k 2,2k 2,2,2k O valor teórico foi: Rt= 12420 + 0,99 Rt= 12420,99 Pela medição do multímetro encontrou-se 12,39k. A diferença é pequena e aceitável. Neste caso tem dois resistores importantes, o maior da associação em série, 10.10³ , e o menor da associação em paralelo, 1. Sem um desses resistores, a Req seria muito diferente e teria um erro significativo. 470 220 47 Por fim, tentou-se obter uma combinação de resistores cuja resistência equivalente, calculada, fosse de 755,13, usando os resistores de 22, 47, 150, 330 e 470. A combinação foi colocando os resistores de 470, 220 e 47 em paralelo e os de 330, 150 e 22 em série. Demonstrado abaixo: 150 22 330 O valor teórico foi: Rt= 737 + 18,13 Rt= 755,13 O valor experimental foi de 750 5- Conclusão Utilizando-se fios de diferentes comprimentos e áreas da seção reta, é capaz de comprovar que a resistência de um fio segue a equação e, por meio dela, determinamos a resistividade de cada material, resultado esperados quando comparados aos da literatura. Além disso, foi possível familiarizar com o cálculo da resistência equivalente para resistores em série e em paralelo. 6- Referências Bibliográficas HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física. 7ª. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2007. Vol.3. TIPLER, Paul Allan; MOSCA, Gene. Física.Rio de Janeiro: LTC, 2006.Vol. 2. Anexo Questão 1: Com o auxilio do livro texto, obtenha a expressão para a resistência de um fio condutor a partir da resistividade. A resistividade ρ de um material é definida por Como a resistência R é definida por podemos escrever a equação anterior da seguinte maneira: Questão 2: com o auxílio do livro texto, deduza a expressão para a resistência equivalente de um conjunto de resistores em paralelo. - Associação em série: Em uma associação em série, os resistores formam uma sequência linear de modo que a mesma corrente elétrica (i) passe por todos eles. Aplicando a Lei de Malhas, temos que onde E é a força eletromotriz e V as diferentes tensões do circuito. Pela Lei de Ohm, sabemos que: Considerando que: Portanto: - Associação em paralelo: Numa associação em paralelo, os resistores são arranjados de tal forma a terem dois pontos de contato entre eles. Isso faz com que eles apresentem a mesma diferença de potencial V e que a corrente i se divida entre eles. Sendo Então:
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