Buscar

PRÁTICAS LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 35 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE KURIOS – FAK 
CURSO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
EDINEIA GONÇALVES DUARTE
PRÁTICAS LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS PARA O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE APRENDIZAGEM
AURORA – CE 
 2017
FACULDADE KURIOS – FAK 
CURSO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
EDINEIA GONÇALVES DUARTE
PRÁTICAS LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS PARA O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE APRENDIZAGEM
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção de licenciatura em Pedagogia pela Faculdade Kurios - FAK.
Orientadora: Profª. Ms. Maria Cristina de Araújo Oliveira
AURORA – CE
2017
EDINEIA GONÇALVES DUARTE
PRÁTICAS LÚDICAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS BRINCADEIRAS PARA O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE APRENDIZAGEM
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do curso de Pedagogia, da Faculdade KURIOS - FAK, como requisito parcial para a obtenção do título Licenciatura em Pedagogia.
Aprovada em ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Profª. Ms. Maria Cristina de Araújo Oliveira - Orientador (a)
___________________________________________________________________
Profª. Ms. Petrúcya Frazão Lira
___________________________________________________________________
Profª. Ms. Renata Cosme Santana
AURORA – CE
2017
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, acima de tudo, e a minha família que tanto me incentivou ao longo de minha vida e formação, ensinando o valor do conhecimento para tornar o mundo um lugar melhor para todos.
AGRADECIMENTOS
Ao meu esposo, Joedson, exemplo de homem batalhador, por estar ao meu lado todo o tempo, ajudando-me a trilhar o caminho correto a seguir.
A minha família que tanto apoio demonstrou nas horas de fraqueza, e que tanto incentivou a lutar pela vida que quero.
Agradeço também a minha orientadora, Profª. Ms. Maria Cristina de Araújo Oliveira, pelo trabalho de corrigir meus rascunhos e nortear a escrita do texto final deste trabalho.
Ainda cabe agradecer a todos os professores que contribuíram para a minha formação global e cidadã.
Enfim, mostro gratidão a todos aqueles que direta ou indiretamente deram sua contribuição para que este trabalho pudesse ser concluído.
“É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.”
Immanuel Kant
RESUMO
O tema foi escolhido por acreditar-se que na infância o brincar é intrínseco à constituição do ser criança. Através do brincar os pequenos são capazes de criar e vencer seus próprios limites e construir suas próprias aprendizagens. O objetivo deste trabalho é apresentar a relevância da ludicidade à luz de textos de estudiosos de diversos campos do saber, sobretudo procurando destacar como ou se as práticas pedagógicas da escola em questão encontram amparo nas teorias amplamente aceitas. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de cunho qualitativo com a utilização de questionários, tendo como sujeitos da pesquisa 02 (dois) professores que leciona na turma de educação infantil no ano de 2017. Inicialmente será feita uma revisão bibliográfica, conceituando termos e apresentando citações de diversas fontes relacionadas ao assunto. Evidencia-se, ao final da pesquisa, que a instituição pesquisada compreende que as brincadeiras na educação infantil constituem uma importante prática nesta etapa da vida escolar. Conclui-se que essas atividades, além dos aspectos já mencionados nesta seção, também ajudam a fazer o indivíduo sentir-se integrando um coletivo, na medida em que fará partes de equipes, percebendo sua função no grupo. 
Palavras-chave: Educação Infantil. Aprendizagem. Lúdico. Brincadeiras.
 
ABSTRACT
The theme was chosen because it is believed that in childhood playing is intrinsic to the constitution of being a child. Through play the little ones are able to create and overcome their own limits and build their own learning. The aim of this work is to present the relevance of playfulness in the light of the texts of scholars from different fields of knowledge, mainly trying to highlight how or if the pedagogical practices of the school in question are supported by the widely accepted theories. For that, a qualitative research was carried out with the use of questionnaires, having as subjects of the research 02 (two) teachers that teaches in the class of children's education in the year 2017. Initially a bibliographical review will be done, conceptualizing terms and presenting citations from various sources related to the subject. At the end of the research, it is evident that the research institution understands that play in early childhood education is an important practice at this stage of school life. It is concluded that these activities, besides the aspects already mentioned in this section, also help to make the individual feel integrating a collective, as it will make parts of teams, realizing their role in the group. 
Keywords: Early Childhood Education. Learning. Playful. Jokes.
LISTA DE TABELA
Tabela 01 – Jogos relacionados à aprendizagem de conteúdos 23
LISTA DE SIGLAS
EEIF – Escola de Ensino Infantil e Fundamental
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
RCNEI – Referencial Curricular Para a Educação Infantil
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO								 11
2. OBJETIVOS								 12
2.1. Geral								 12
2.2. Específicos								 12
3. REVISÃO DE LITERATURA								 13
3.1. O que é ludicidade								 13
3.2. Brincadeiras e desenvolvimento							 14
3.3. Desenvolvimento e aprendizagem						 15
3.4. O lúdico como instrumento nos processos educativos			 16
4. METODOLOGIA								 18
4.1. Local da pesquisa								 18
4.2. Sujeitos da pesquisa								 18
4.3. Período da pesquisa								 18
4.4. Instrumentos e coleta de dados							 18
5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS					 20
6. ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA				 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS								 26
REFERÊNCIAS								 28
1 INTRODUÇÃO
A educação é um aspecto essencial para o pleno desenvolvimento do indivíduo. De acordo com a legislação brasileira, especificamente a Lei 9.394/96, a educação compreende os processos formativos em diversos âmbitos, tais como o universo familiar, a convivência humana, e os sistemas das instituições de ensino e pesquisa.
No que diz respeito à escola, dada a seriedade da temática, é preciso levar em consideração que brincar faz parte do desenvolvimento normal da criança. Além disso, este ato integra uma experimentação de contextos que ela ainda irá fazer futuramente. Já na pré-escola, portanto, o sujeito está sendo influenciado pelo ato de brincar, inclusive o brincar dentro do contexto da instituição de ensino. 
A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais. O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço – ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está unido ao prazer – e ao mesmo tempo, aprende a seguir os caminhos mais difíceis, subordinando-se a regras e, por conseguinte renunciandoao que ela quer, uma vez que a sujeição a regras e a renúncia a ação impulsiva constitui o caminho para o prazer do brinquedo. (VYGOTSKY, 1998, p. 130)
Não que a escola vá ser o único, nem mesmo o principal critério para a formação da pessoa, mas ela será fundamental no seu processo formativo. 
Posto isso, é evidente que a pesquisa acadêmica precisa investigar como a escola pode ajudar no desenvolvimento da pessoa já em seus primeiros anos de vida. Ao longo do tempo, diversos foram os estudos que contribuíram para salientar a importância da ludicidade nos processos de aprendizagem na educação infantil.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar de que forma se trabalha a prática docente na utilização de jogos e brincadeiras na educação Infantil.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Reconhecer que importância tem a prática Lúdica para o desenvolvimento dá aprendizagem na educação Infantil; 
Identificar como se dá a prática docente a partir da utilização de jogos nas aulas;
Identificar se há dificuldades de se trabalhar com jogos e brincadeiras lúdicas na educação infantil.
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 O QUE É LUDICIDADE
	
Ao consultar o significado da palavra “brincar” em sites de buscas na internet ou em mesmo em dicionários da língua portuguesa, o significado obtido será basicamente o mesmo. Com uma ou outra variação, o termo será conceituado a partir de ideias como divertir-se, distrair-se ou fazer de conta. Essas definições, no entanto, embora corretas do ponto de vista linguístico, precisam ser entendidas dentro de seus contextos próprios, com suas peculiaridades e características que ora farão o termo brincar chegar mais perto da ideia de diversão ora o tomarão na acepção de fazer de conta, ou seja, supor uma realidade não vivenciada. 
Brincar de forma livre e prazerosa permite que a criança seja conduzida a uma esfera imaginária, um mundo de faz de conta consciente, porém capaz de reproduzir as relações que observa em seu cotidiano, vivenciando simbolicamente diferentes papéis, exercitando sua capacidade de generalizar e abstrair. (MELO & VALLE, 2005, p. 45)
Essa suposição de uma realidade, todavia, é o que se entende como levantamento de hipóteses, algo tão conhecido no campo da pesquisa. Ninguém dirá com razão que um pesquisador estará brincando quando supor uma certa realidade. Com igual seriedade, a criança vê na brincadeira uma hipótese de realidade, com regras bem definidas, segundo as quais ela agirá e responderá a diferentes estímulos.
A palavra portuguesa “lúdico” tem origem na palavra latina “ludus”, que está relacionada à noção de jogos infantis, diversão, brincadeiras. Ao longo da história, no entanto, a palavra sofreu evolução semântica, passando a designar não apenas brincadeiras com brinquedos, mas um procedimento de apropriação de sentidos diversos daqueles vivenciados no plano concreto do indivíduo que está brincando.
É justamente a partir dessa concepção mais ampla sobre o lúdico que Luckesi (2000, p. 97) afirma que a ludicidade “é representada por atividades que propiciam experiência de plenitude e envolvimento por inteiro, dentro de padrões flexíveis e saudáveis”.
Essa experiência é construída alicerçando-se em situações-problema sobre as quais a criança age, seguindo regras e encaixando-se em padrões necessários à continuidade da brincadeira. Essa tarefa aparentemente simples contribui para aquisição de novas habilidades, uma vez que o indivíduo se insere no ambiente que o cerca, agindo sobre ele. Sob essa ótica, compartilhada por Santos (1999),percebe-se que a criança aprende a assumir responsabilidades e a ser mais crítica. Seu raciocínio é estimulado de uma forma prazerosa, o que motiva a aprendizagem.
Percebe-se que o que há hoje é uma ampliação da noção primitiva de ludicidade. Atualmente, o termo é referido não só como algo que oportunize diversão ou distração, mas como aquilo que pode servir de procedimento pedagógico para mediar a aprendizagem. Criar ou promover essas brincadeiras não é tarefa de menos valia. É mais uma grande responsabilidade do professor. Afinal, como afirmam Rolim, Guerra e Tassigny (2008):
A brincadeira revela-se como um instrumento de extrema relevância para o desenvolvimento da criança. Sendo uma atividade normal da fase infantil, merece atenção e envolvimento. A infância é uma fase que marca a vida do indivíduo e o brincar nunca deve ser deixado de lado, mas, pelo contrário, deve ser estimulado, já que é responsável pelo auxílio nas evoluções psíquicas. (ROLIM, GUERRA E TASSIGNY, 2008)
Os professores possuem a função de estabelecer conexões entre os conhecimentos sistematizados e os alunos. Para atingir este fim, verifica-se que jogos e brincadeiras constituem importantes ferramentas de ensino, por meio das quais os alunos podem aprender de forma mais prazerosa e eficiente. Como dizem popularmente, “brincar é coisa séria”.
3.2 BRINCADEIRA E DESENVOLVIMENTO
	
Além da questão da aprendizagem, é preciso pensar no desenvolvimento integral do ser humano. Brincar não só ajuda a aprender conteúdos escolares, a exemplo da prática de usar música para ensinar o alfabeto. Trata-se de uma situação que oportuniza o desenvolvimento cognitivo, social e psicológico.
Sabe-se que uma importante faculdade humana é a imaginação. Ela é fundamental para processos criativos, uma vez que estes pressupõem tomar uma realidade não observada como factível, pensar segundo esse modelo e realizar conclusões sobre este fenômeno que só ocorreu, de fato, no plano da imaginação. É justamente na infância que essa faculdade começa a ser desenvolvida.
Oliveira (1995) trata da força que as características de situações concretas exercem sobre o comportamento da criança bem pequena, sobretudo aquelas com menos de três anos. Nessa fase, a criança costuma responder ao que vê e tem seu comportamento pautado pela satisfação da necessidade imediata. Para ela, é inconcebível pensar que não será satisfeita no momento em que quer, mas apenas num momento futuro. Segundo Rolim, Guerra e Tassigny (2008), 
Vygotsky (1998) conclui que o brinquedo surge dessas necessidades não realizáveis de imediato. Eles são construídos quando a criança começa a experimentar tendências não realizáveis: para resolver a tensão gerada pela não realização de seu desejo, a criança envolve-se em um mundo ilusório e imaginário onde seus anseios podem ser realizados no momento em que quiser. Esse mundo é o brincar.
Então, tem-se nesta situação um aprendizado específico: a capacidade de agir não segundo o que vê, mas segundo uma imagem mental concebida, uma suposição, uma situação hipotética. Sobre o desenvolvimento desta capacidade tão importante, Vygotsky (1998, p. 126), acrescenta que “é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não pelo dos incentivos fornecidos pelos objetos externos”.
3.3 DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
		
Vygotsky também entende que a aprendizagem se dá de forma paralela ao desenvolvimento da criança. Neste sentido, ela começa a aprender antes mesmo de chegar à fase escolar. Sobre o que se entende por aprendizado, Oliveira (1995, p.57) comenta:
Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos processos de maturação do organismo, independentes da informação do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky, justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a idéia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no processo. (...) o conceito em Vygotsky tem um significado mais abrangente, sempre envolvendo interação social. (OLIVEIRA, 1995, p. 57).
Também é possível concluir, partindo dessa definição, que a aprendizagemexerce influência no desenvolvimento. Certas funções psicológicas poderiam ser prejudicadas caso o sujeito não tivesse contato com apropriação cultural. Um exemplo disso é capacidade de reprimir comportamentos agressivos. A criança aprende numa certa fase da vida que não pode expressar sua raiva batendo-nos outros. Imaginar um adulto que não aprendeu isso é conceber uma pessoa que aparentemente não desenvolveu uma maturação em sentido psicológico, pois se mostra incapaz de lidar com suas emoções, adequando-as a situações sociais nas quais esse comportamento não pode ocorrer.
3.4 O LÚDICO COMO INSTRUMENTO NOS PROCESSOS EDUCATIVOS
A dinamicidade e importância dos processos educativos já motivaram muitas pesquisas sobre aperfeiçoamento e/ou melhoria das técnicas empregadas, da didática e dos próprios objetivos da formação escolar. Contudo, visto que é preciso não apenas pesquisar, mas levar as contribuições acadêmicas para o dia a dia das salas de aula, o presente trabalho se justifica pela necessidade de averiguar constantemente se as práticas pedagógicas existentes nas escolas brasileiras estão perfeitamente em consonância com o que dizem os estudos sobre o processo de ensino/aprendizagem.
Sabe-se que os professores, muitas vezes, atuam como mediadores entre a criança e o conhecimento que precisa ser construído a partir das experiências do sujeito. Os professores têm a capacidade de:
Retomar nossa própria infância a cada momento através de brincadeiras, e ajudar crianças a descobrirem suas verdades, seus temores, suas alegrias, seus gestos, suas vontades e assim vê-las vislumbrar novos horizontes do saber, do sentir e do ser criança (MALUF, 2003, p.14)
Assim sendo, o que está envolvido, além da aprendizagem, é a construção do próprio indivíduo. As crianças irão crescer. Saberes e vivência internalizada na infância serão parte da formação integral do sujeito adulto.
Essa formação precisa ser levada em consideração. A brincadeira não pode ser reduzida a um simples passatempo. Ela precisa, obviamente, ter uma finalidade pedagógica. Precisa ensinar algo. Não necessariamente todas as brincadeiras precisam estar isentas de descontração. Talvez isso nem seja possível. A questão é: brincar é uma atividade que faz parte de um processo. É parte de um todo.
Além disso, ao brincar, a criança tem a chance de externar sua "realidade interior", demonstrando expectativas, anseios, frustrações e uma infinidade de outras experiências que dificilmente sairiam de outro modo. O lúdico não pode ser tratado com descaso ou ceticismo. Conforme ensina Vigotsky:
Brincar é coisa séria, também, porque na brincadeira não há trapaça, há sinceridade, engajamento voluntário e doação. Brincando nos reequilibramos, reciclamos nossas emoções e nossa necessidade de conhecer e reinventar. E tudo isso desenvolvendo atenção, concentração e muitas habilidades. É brincando que acriança mergulha na vida, sentindo-a na dimensão de possibilidades. No espaço criado pelo brincar, nessa aparente fantasia, acontece a expressão de uma realidade interior que pode estar bloqueada pela necessidade de ajustamento às expectativas sociais e familiares. (VIGOTSKY, 1994, p. 67). 
As brincadeiras possibilitam às crianças se comportarem como sujeitos capazes de construir sua realidade, de agir sobre a realidade existente, atuando de forma crítica, autônoma, sobre o ambiente. 
A autonomia e a dependência ao meio ambiente são processos contraditórios, mas um não existe sem o outro, os contraditórios são complementares. [...]
A autonomia e a dependência ao meio ambiente são processos contraditórios, mas um não existe sem o outro, os contraditórios são complementares. (SANTOS, 2001).
Neste contexto, onde se busca eficácia e aperfeiçoamento, é preciso analisar como aquilo que é afirmado nos livros por pesquisadores célebres, alguns bastante estudados nos cursos pedagogia e/ou licenciaturas, pode ser verificado na prática, nos casos concretos. Por isso, esta pesquisa tenta não necessariamente inovar, mas reafirmar a necessidade de práticas lúdicas na educação infantil.
Portanto, é nítida a importância da ludicidade para a melhoria dos processos educacionais. Segundo a LDB, a educação deve buscar uma formação integral do indivíduo, então, como as brincadeiras contribuem para o desenvolvimento cognitivo, psicológico e social da pessoa, ela deve ser vista como um importante instrumento na busca por formar cidadãos. Estes, por sua vez, poderão contribuir para uma sociedade mais justa e desenvolvida. Logo, a conclusão lógica é que a ludicidade deve ter status de ferramenta pedagógica e de luta por uma sociedade mais humanizada.
4 METODOLOGIA
4.1 TIPO DE PESQUISA
Quanto à forma de abordagem a presente pesquisa se caracteriza como qualitativa, uma vez procura descrever a visão que os sujeitos têm sobre a temática da ludicidade na educação infantil. Já no que diz respeito aos objetivos e procedimentos técnicos, trata-se de uma pesquisa exploratória e também de caráter bibliográfico, visto que, após as entrevistas realizadas a fim de colher opiniões dos participantes, foram pesquisadas diversas referências ao tópico em questão numa vasta bibliográfica consultada sobre o assunto. 
4.2 LOCAL DA PESQUISA
	
	O estudo foi desenvolvido na E.E.I.F. Vicente Rodrigues dos Santos, localizada no Sítio Calumbi, em Aurora-CE. Foi escolhido por se tratar do local de trabalho dos sujeitos da pesquisa, onde seria mais fácil referenciar informações relacionadas ao trabalho docente.
4.3 SUJEITOS DA PESQUISA
Os sujeitos desta pesquisa foram 2 (duas) professoras da Educação Infantil da Escola Vicente Rodrigues dos Santos, identificadas apenas como P1 e P2 nas suas respectivas respostas. A estas participantes foram submetidas a perguntas sobre sua atuação e pontos de vista, a fim de coletar informações sobre aprendizagem e grau de satisfação de envolvidos. 
O questionário aplicado está disponível na forma de anexo deste trabalho, que apresenta os resultados da pesquisa contextualizados de acordo com as situações observadas de fato e nas entrevistas. Também haverá confrontação com a literatura científica, a fim de que a pesquisa siga o rigor acadêmico tão necessário
4.4 PERÍODO DA PESQUISA
A aplicação do questionário desta pesquisa foi feita durante o mês de abril de 2017.
4.5 INSTRUMENTO E COLETA DE DADOS
	
Esta investigação utilizou um questionário como principal instrumento de pesquisa. Este consiste numa ferramenta de pesquisa construída a partir de perguntas pré-elaboradas aos sujeitos já referenciados. A escolha desse tipo de mecanismo se deu a partir da constatação de que ele é mais exato, uma vez que as informações colhidas são do tipo qualitativa, e também apresenta um maior tempo espaço de tempo para as respostas.
A elaboração do questionário se deu a partir de pesquisas sobre como realizar uma investigação dessa natureza. Sua escolha não assegura infalibilidade à coleta de dados, contudo, para este trabalho, é um meio viável de levantar informações sobre a importância que a ludicidade tem para o trabalho na educação infantil da escola pesquisada.
Visto que a escola só dispõe de 2 (duas) professoras na educação infantil, excluindo os demais professores que lecionam nas outras turmas. Portanto, todas as docentes titulares da escola que trabalham nessa etapa de ensino foram entrevistadas.
Em alguns casos, foram feitas perguntas adicionais para esclarecer eventuais dubiedades na interpretação. Cada professora respondeu de forma individual, em momento diferente, de modo que na parte deste trabalho que trata da análise dos dados, as respostas são iniciadas com P1 e P2, designando as professoras de maneira individual.
	
4.6 ANÁLISE E INTERPRETAÇÕES DE DADOS
Para conhecer e analisar as metodologias utilizadas pelas professoras do da Educação Infantil da Escola Vicente Rodrigues dos Santos, foi utilizado o método de pesquisa qualitativo.
Visando melhor compreensão dos sujeitos, focado na análise do discursodo sujeito, tentando fazer uma apreciação crítica de uma pesquisa qualitativa, desta maneira optou-se por trabalhar com a análise do conteúdo que permite conhecer outras realidades através das mensagens, trabalhando a fala e os seus conteúdos (BARDIN, 2010).
Bardin (2010, p.44) define análise do sujeito como:
Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas imagens.
Para a referida autora os critérios de categorização é uma forma de pensamento e reflete a realidade, destacando um conjunto de diferenciações classificando elementos por agrupamentos previamente definidos. Sabendo que determinante para o agrupamento é a parte comum existente entre eles. Destaca ainda que existam duas etapas para a categorização, organizando as mensagens por meio de elementos repetitivos. Organizaremos as nossas discussões pautadas no referencial metodológico da autora, pois entendemos que através da análise do conteúdo a pesquisa será mais bem compreendida.
4.7 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA
A pesquisa foi apresentada a coordenação do NAE (Núcleo de Apoio às Escolas) bem como, as coordenações de Educação Infantil e Ensino Fundamental I do município, mediante a apresentação do pedido de autorização, a mesma autorizou o desenvolvimento da atividade proposta na ocasião das formações na Secretaria Municipal de Educação (SME).
De acordo com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) que é responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres humanos a partir da Res. CNS/MS n.º 466/12, e a complementação pela 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, “toda pesquisa que envolver seres humanos, de forma individual ou coletiva, em sua totalidade ou partes dele, e o envolva de forma direta ou indireta, incluindo o manejo de seus dados, informações ou materiais biológicos, deve ser submetido para apreciação ética junto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)” aguardando a decisão de aprovação ética, antes de iniciar a pesquisa. 
A realização dessa pesquisa não apresentou ricos visíveis aos participantes, sendo que para garantir a viabilização do trabalho, foi entregue aos professores e devidamente assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), relatando o real interesse da pesquisa e assegurando aos mesmos a preservação de sua identidade mediante as informações coletadas, mantendo assim uma relação de respeito e ética profissional.
Desta forma, o CEP contribui para a qualidade das pesquisas e para a discussão do papel da pesquisa no desenvolvimento institucional e no desenvolvimento social da comunidade e ainda, contribui para a valorização do pesquisador que recebe o reconhecimento de que seu protocolo é eticamente adequado.
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta etapa do trabalho, procura-se apresentar o resultado das entrevistas realizadas com os sujeitos anteriormente caracterizados. No decorrer da pesquisa foram coletadas informações sobre viabilização, utilidade e grau de importância de jogos e brincadeiras como instrumento para mediar à aprendizagem das crianças.
A seguir, apresenta-se as respostas das professoras entrevistadas, identificadas apenas pelas iniciais P1 e P2 (professora 1 e professora 2). 
Sobre a concepção dos professores sobre se eles acreditavam ser viável a utilização de mecanismos como jogos e brincadeiras a fim de otimizar o processo educativo, os mesmos responderam: 
P1: Sim. Acredito que os jogos e as brincadeiras propiciam aos educandos uma aprendizagem mais prazerosa, facilitadora e significante.
P2: Com certeza. Através de jogos, brincadeiras e atividades semelhantes, as crianças aprendem brincando, adquirindo assim uma aprendizagem significante.
Ao longo do processo de observação e por meio da entrevista foi possível perceber que as professoras utilizavam jogos pré-escolhidos com o fim de ajudar as crianças a se envolverem mais com o conteúdo a ser apreendido. Isso é extremamente importante, pois “A estimulação, a variedade, o interesse, a concentração e a motivação são igualmente proporcionados pela situação lúdica...” (MOYLES, 2002, p.21).
Desta forma, evidenciou-se que as docentes compreendiam a importância de jogos e se valiam da ludicidade para ajudar no trabalho em sala de aula.
Ao serem indagados sobre quais os pontos positivos e negativos da utilização de jogos em sua sala de aula obtive as seguintes respostas:
P1: Não vejo pontos negativos! Porém os aspectos positivos mais nítidos são: maior interesse do educando em atividades propostas, demonstração de prazer e empolgação ao realizar a atividade e a facilidade maior para aprender.
P2: Os pontos positivos são a interação com os colegas e a dinâmica da aprendizagem, que se torna mais prazerosa. Como ponto negativo, faço a ressalva que quando as atividades são realizadas sem uma finalidade pedagógica, como simples passatempo, não se extrai da ferramenta lúdica seu verdadeiro potencial.
A visão das professoras de que os jogos, mesmo os mais simples, podem ajudar no processo de aquisição de conhecimentos é também compartilhada por diversos autores. Aqui, destaca-se o ponto de vista de Silveira (1998, p.02):
[...] os jogos podem ser empregados em uma variedade de propósitos dentro do contexto de aprendizado. Um dos usos básicos e muito importantes é a possibilidade de construir-se a autoconfiança. Outro é o incremento da motivação. [...] um método eficaz que possibilita uma prática significativa daquilo que está sendo aprendido. Até mesmo o mais simplório dos jogos pode ser empregado para proporcionar informações factuais e praticar habilidades, conferindo destreza e competência (SILVEIRA, 1998, p.02).
Dessa forma, compreende-se que as professoras estão corretas em seus comentários, uma vez que entendem que entendem que incrementar a motivação dos alunos, por meio de uma aprendizagem mais prazerosa, vai assegurar o desenvolvimento de habilidades extremamente úteis.
Também foram questionadas sobre os limites que são colocados nas aulas divertidas:
P1: Os limites devem ser colocados em todas as atividades desenvolvidas com os educandos. Com isso, eles já devem estar preparados para esse momento.
P2: Os limites podem ser colocados estabelecendo regras claras para todas as atividades propostas para as crianças. Desse modo, a indisciplina é evitada e a brincadeira se torna mais eficiente.
Manter o domínio sobre a sala, no sentido de exercer a disciplina, evitando que as atividades e brincadeiras se transformem em um emaranhado de dificuldades é essencial. Esse cuidado das professoras é indispensável, pois ajuda as crianças a internalizarem regras de convívio social. Conforme ensina La Taille (2008):
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que criar cidadãos éticos é uma responsabilidade de toda a sociedade e suas instituições. A família, por exemplo, desempenha uma função muito importante até o fim da adolescência, enquanto tem algum poder sobre os filhos. A escola também, na medida em que apresenta experiências de convívio diferentes das que existem no ambiente familiar - se deixo meu quarto bagunçado, o problema é meu; se deixo uma classe bagunçada, o problema não é só meu. (LA TAILLE, 2008).
Portanto, na visão do psicólogo La Taille, não é apenas uma questão de ordem momentânea. O fato de os alunos entenderem que há regras de convívio social envolvidas quando se trata de “bagunçar” a brincadeira ou a sala será de grande importância que ele, de acordo com seu estágio de desenvolvimento, se torne alguém capaz de internalizar princípios de manutenção de uma ordem social básica, inclusive na vida adulta. 
Ainda vale lembrar o ensino de Durkhein (2008, p. 62), quando afirma que:
A regra é um instrumento de libertaçãoe liberdade, precisamente porque nos ensina a moderação e a maestria de si. Acrescento ainda que especialmente nas sociedades democráticas como a nossa que ensinar a criança essa moderação salutar é ainda mais indispensável. (DURKHEIM, 2008, p. 62).
Neste caso, é possível perceber que as docentes entendem que as brincadeiras não são simples momentos de distração. Compreendem que se trata de um assunto importante, pois atuam como facilitadoras da aprendizagem. As professoras comentam, por exemplo, as brincadeiras que fazem uso para ensinar conteúdos relacionados à matemática, português e ciências, conforme a tabela abaixo:
Tabela 01 – Jogos relacionados à aprendizagem de conteúdo
	Jogo/Atividade
	Conteúdo
	Boliche
	Adição
	Dominó
	Adição/Subtração
	Bingo
	Palavras
	Amarelinha
	Números
	Jogo da memória
	Vogais
	Jogo do cheiro (olfato)
	Ciências
Fonte: Trabalho de campo realizado na E.E.I.F. Vicente Rodrigues dos Santos
O jogo é uma criação humana, tanto quanto a linguagem e a escrita. O individuo joga para encontrar respostas às suas dúvidas, para se divertir e para interagir com seus semelhantes. Existe no jogo, conteúdo, algo mais importante do que a simples diversão e interação. Ele revela uma lógica diferente da racional, uma lógica da subjetividade tão necessária para estruturação da personalidade, quanto à lógica formal das estruturas cognitivas e motoras envolvidas na interação do mesmo com os jogos.
Outra pergunta direcionada as professoras foi sobre as atividades desenvolvidas com os alunos em grupo, se favorece o processo de ensino-aprendizagem:
P1: Não só favorece o ensino-aprendizagem, como também, ajuda nos processos de socialização e do desenvolvimento sócio afetivo.
P2: Além de favorecer o aprendizado, através do lúdico as crianças podem desenvolver capacidades importantes, como a atenção, a memória e autonomia, aprendendo com os erros e acertos.
	
É possível perceber aqui, por meio das respostas das professoras, especialmente a P2, aquilo que inúmeros estudos já afirmavam – que brincar em grupo ajuda na construção de relações sociais. Mais que isso: ajuda na formação de um sujeito mais preparado para estabelecer e manter relações futuras. De acordo com Tubino apud Negrini, é preciso entender que:
As contribuições do jogo no desenvolvimento global da criança é que todas as dimensões do jogo estão intrinsecamente vinculadas à inteligência, a afetividade, a motricidade e sociabilidade são inseparáveis, sendo que a afetividade constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual e motriz da criança. (1994, p.19)
Com relação a se trabalhar com jogos e brincadeiras no intuito de viabilizar o ensino e aprendizagem encontram dificuldades:
P1: Não, pois os jogos e as brincadeiras são ferramentas que contribuem de forma significativa, despertando no aluno o interesse por querer aprender.
P2: Não tenho dificuldades, pois trabalhar com jogos e brincadeiras torna a aula mais prazerosa e a metodologia facilita a aprendizagem.
De acordo com as respostas obtidas das professoras P1 e P2 quando se aplicam na sala de aula as brincadeiras e jogos, os alunos aprendem e se interessam mais pela disciplina e pela metodologia e conseguem aprender com facilidade o conteúdo ministrado.
Segundo Garanhani (2010, p.196):
Ser docente na Educação Infantil é ter sempre uma atitude investigativa da própria prática e, consequentemente, fazer a sua elaboração por meio de um processo contínuo de formação. É ter o compromisso com a profissão escolhida e consciência de que suas intenções e ações contribuem na formação humana de nossas crianças ainda pequenas. Formação humana que se faz pelo acesso aos saberes, conceitos e práticas de nossa sociedade e que se apresentam como ferramentas de trabalho, pelo respeito às condições de aprendizagem que se faz pela oferta de possibilidades educacionais e, por fim, a clareza de que a professora da pequena infância é uma das profissionais responsáveis por proporcionar a conquista da autonomia e da construção de identidades das crianças pequenas do nosso país.
Ao serem perguntadas se a escola oferece cursos de formação ou capacitação que envolva a ludicidade como tema principal, as respostas foram às seguintes:
P1: Sim, são aplicadas formações mensalmente tratando do assunto.
P2: Sim, a secretária de educação dispõe de formações para capacitar os professores, abordando esse tema.
Quando nos referimos à educação infantil sabemos que a ludicidade tem papel fundamental, Santos (2007) afirma “a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão.” Muitos educadores ainda não perceberam a real importância do “brincar”, o quanto esse aspecto facilita o desenvolvimento pessoal, social e cultural. O educador precisa compreender a criança, o homem, o currículo e a educação para que o seu ensinar venha a contribuir positivamente na sociedade. Uma das formas de repensar a formação dos educadores é introduzir nos cursos de formação uma base e uma estrutura curricular: a formação lúdica. Essa formação levará o futuro educador a conhecer-se como pessoa, saber de suas limitações e possibilidades, para quando este estiver atuando em sala de aula, saberá a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do adulto. Quanto mais o educador vivenciar a ludicidade, maior será o seu conhecimento e a chance de se tornar um profissional competente, trabalhando com a criança de forma prazerosa estimulando a construção do conhecimento. A formação lúdica fará com que o adulto viva, conviva e resgate o prazer e a alegria do brincar, transpondo assim esta experiência para o campo da educação.
Fica claro, portanto, que além de pensar no lúdico como uma ferramenta pedagógica para a EEIF Vicente Rodrigues dos Santos, as docentes têm uma visão mais ampla. Compreendem que este é um assunto sério, que não pode ser tratado com descaso, evidentemente. Além disso, sabem que o lúdico além de auxiliar no ensino, é um aspecto importante para o desenvolvimento da criança. Trata-se de algo a mais que estratégia de ensino de conteúdo. É uma estratégia para desenvolver habilidades que serão úteis por toda a vida do sujeito. Habilidades estas, indispensáveis para o convívio em sociedade e pleno exercício da cidadania. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	
Está claro que o lúdico exerce uma forte influência na qualidade da aprendizagem. É incontestável sua contribuição no que diz respeito ao desenvolvimento saudável e pleno do ser humano. Em diversas etapas do ensino, os jogos podem ser utilizados com finalidades bastante específicas, mas na educação infantil, a presença de elementos lúdicos não é só importante, é fundamental, a fim de assegurar que as crianças se envolvam mais nas atividades e aprendam a socializar-se de maneira adequada.
Também é perceptível que os jogos ajudam os alunos a entenderem que os espaços sociais possuem regras. Essa compreensão será de suma importância para o desenvolvimento de um sujeito psicologicamente equilibrado, capaz cumprir exigências da vida em sociedade. Este aspecto é fundamental no desenvolvimento de um cidadão capaz de atuar de maneira respeitosa e socialmente aceita em contextos diversos de convivência.
Conclui-se que essas atividades, além dos aspectos já mencionados nesta seção, também ajudam a fazer o indivíduo sentir-se integrando um coletivo, na medida em que fará partes de equipes, percebendo sua função no grupo. Além disso, será mais fácil para professores e supervisores educacionais perceberem realidades extra-escolares vivenciadas pelos alunos.
No caso concreto observado, foi possível ver que as professoras entrevistadas possuem conhecimento da importância da ludicidade para a aprendizagem. Embora não seja possível concluir que conhecem em detalhes o que dizem teóricos como Vygotsky, Luckesie tantos outros, pode-se perceber que conhecem, pelo menos, os aspectos mais básicos dasteorias sobre desenvolvimento, aprendizagem e educação infantil, que esse conhecimento seja intuitivo ou fruto de leituras ao longo de suas formações.
Pode-se perceber que as professoras entrevistadas sabem que as brincadeiras são importantes, não só como um mecanismo de diversão ou distração, mas como um caminho para chegar ao conhecimento. Afirmam que seus alunos aprendem mais brincando. Essa conclusão está totalmente de acordo com os achados bibliográficos consultados ao longo da pesquisa e já referenciados ao longo do texto, em sua parte mais teórica.
Os professores, que atuam como mediadores entre as crianças e o conhecimento, precisam ter algumas características que são essenciais para que possam desenvolver seu trabalho com a competência devida. Devem ser comprometidos, informados e dinâmicos. Não podem conceber as brincadeiras como algo de somenos importância nem como uma tentativa de esquivar-se da árdua tarefa do trabalho docente. Na verdade, é justamente nessas brincadeiras que mais se exige do docente, uma vez que este precisará planejar, executar e supervisionar as tarefas, sempre pronto para realizar algum tipo de intervenção quando necessário.
Partindo das leituras realizadas e das investigações feitas na escola, conclui-se que o jogo é extremamente proveitoso para ajudar no processo de ensino/aprendizagem. Com o jogo, o professor pode tornar o aprendizado muito mais interessante e divertido para as crianças, o que tende a mantê-las motivadas e dispostas a envolverem-se nas atividades que lhe forem oferecidas.
As expectativas foram alcançadas. As professoras de educação infantil da EEIF Vicente Rodrigues dos Santos entendem a importância da ludicidade dentro do contexto escolar. Compreendem que o lúdico cumpre não só uma função didática, mas também a de preparar as crianças para a vida adulta, auxiliando no pleno desenvolvimento de cidadãos, algo posto como um dos objetivos da educação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. De acordo com as observações, até mesmo a direção da escola entende que o lúdico é algo valorizado pelo Referencial Curricular para a Educação Infantil.
Por fim, recomenda-se que sejam realizadas mais capacitações para os professores, com a finalidade de ajudar os docentes a cumprirem seu papel da melhor maneira possível, observando o princípio constitucional da eficiência, algo esperado da área de ensino infantil, especialmente quando esta é parte integrante do serviço público brasileiro. Dessa forma, os professores estarão mais preparados para a tarefa de educar para a vida.
REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2010. BRASIL. 
DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
DURKHEIM, É. A educação moral. Petropolis: Vozes, 2008.
GARANHANI, M. C. A Docência da Educação Infantil. IN: SOUZA, G. de. (org.) Educar na Infância: perspectivas histórico-sociais. São Paulo: Contexto, 2010.
LA TAILE, Y. Nossos alunos precisam de princípios e não de regras. Nova Escola, São Paulo, n. 213, abr./jun. 2008. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/crianca-adolescente/comportamento/fala-mestre-yvesla-taille-466838.shtml>. Acesso em: 09 ago. 2017.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. 5. reimp. São Paulo: Atlas, 2007.
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/a-infancia-entre-o-brincar-e-o-aprender-na-perspectiva-vygotskyana/130310#ixzz4mLOQtdEX.
LUCKESI, Cipriano. Desenvolvimento dos estados de consciência e ludicidade. In: LUCKESI, Cipriano (org.). Ensaios de ludopedagogia. N.1, Salvador UFBA/FACED, 2000. 
_______________. Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese. In: LUCKESI, Cipriano Carlos (org.). Ludopedagogia – ensaios 1; educação e ludicidade. Salvador: ed. Gepel, 2000.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar prazer e aprendizado. Petrópolis: Vozes, 2003. 
MELO, Luciana; VALLE, Elizabeth. O brinquedo e o brincar no desenvolvimento infantil. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 23, n. 40, p. 43-48, jan./mar. 2005.
MINAYO, M. C. de S. [et al.] (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 2. ed. Rio de Janeiro: Vozes,1994.
Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Tradução: Maria Adriana Veronese. Porto Alegre: Artmed, 2002.
ROLIM. Amanda Alencar Machado. GUERRA. Siena Sales Freitas. TASSIGNY. Mônica Mota.Uma leitura de Vygotsky sobre o brincar na aprendizagem e no desenvolvimento infantil. Disponível em: brincarbrincando.pbworks.com/f/brincar _vygotsky.pdf acessado em julho de 2017.
SANTOS, Akiko.Des-construindo a didática. Universidade Rural, série Ciências Humanas. Rio de Janeiro, Vol. 23. Nº 1, jan-jun. 2001. Disponível na internet em: http://ufrrjleptrans.hpg.igcom.br/mds.htm.
SANTOS, Marli Pires dos Santos (org.). O Lúdico na Formação do Educador. 7 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca – O Lúdico em Diferentes Contextos; São Paulo: ed. Vozes; 4a edição, 1999.
TUBINO Lidiane Dias. O lúdico na sala de aula: Problematizações da prática docente na 4ª série do Ensino Fundamental. Porto Alegre (2010, p. 16). Disponível em:<http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/71912/000880442.pdf?sequenc e=1>Acesso em: 09 ago. 2017.
VIGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente: O desenvolvimento dosprocessos psicológicos superiores. 5. ed.São Paulo: Martins Fontes, 1994. 
VYGOTSKY, Lev Semenovich. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VIGOTSKY, Lev Semenovich; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV, Alexis N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Tradução de Maria da Penha Villalobos. 2. ed. São Paulo: Ícone, 1988.
APÊNDICE
	
QUESTIONÁRIO APLICADO DURANTE A PESQUISA
1. Você acredita ser viável a utilização de mecanismos como jogos e brincadeiras a fim de otimizar o processo educativo?
2. Quais são os pontos positivos e negativos da utilização do lúdico em sua sala de aula? Explique?
3. Que tipo de jogos, brincadeiras, brinquedos, você recomendaria para uma determinada matéria/conteúdo? Cite 3 exemplos e explique como utilizar.
4. Como é possível colocar limites para os alunos em uma aula divertida? Explique.
5. O lúdico ajuda a criança a formar conceitos básicos? Por que?
6. Do seu ponto de vista, as atividades lúdicas são bem aceitas pelos educandos? Justifique.
7. Desenvolver atividades em grupo com os alunos favorece o ensino-aprendizagem? Por quê?
8. O lúdico ajuda amenizar as dificuldades de aprendizagem? Porque?
9. Os alunos compreendem melhor os conteúdos quando trabalhados em forma lúdica?
10. As escolas já se deram conta da importância do lúdico nas atividades dentro da sala de aula?
ANEXO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(Documento que atesta a concordância do sujeito de pesquisa em conceder seu depoimento)
Declaro, por meio deste termo, que concordei em ser entrevistado (a) para colaborar com a pesquisa intitulada: Práticas lúdicas na educação infantil: considerações sobre a importância das brincadeiras para o processo de construção de aprendizagem, desenvolvida por Edineia Gonçalves Duarte, coordenada/orientada pela Profª. Ms. Maria Cristina de Araújo Oliveira a quem poderei contatar/consultar a qualquer momento que julgar necessário através do telefone nº (88) 99714-1760 ou e-mail cris.eudes@hotmai.com. 
Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso da pesquisa. Fui informado (a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo, que, em linhas gerais é: Analisar de que forma se trabalha a prática docente na utilização de jogos e brincadeirasna educação Infantil. Estou ciente que os usos das informações por mim oferecidas estão submetidos às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, estabelecidos pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Educação, do Ministério da Educação. Minha colaboração se fará por meio de questionário/entrevista a ser gravada a partir da assinatura desta autorização. Estou ciente de que, caso eu tenha dúvida ou me sinta prejudicado (a), poderei contatar o (a) pesquisador (a) responsável ou seus orientadores. 
Terei uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). 
Fui ainda informado (a) de que posso me retirar desse (a) estudo/pesquisa/ programa a qualquer momento sem sofrer quaisquer sanções ou constrangimentos. 
Aurora-CE, ____ de _________________ de _______.
Assinatura do (a) participante: ______________________________________________
Assinatura do (a) pesquisador (a): ___________________________________________
Assinatura do (a) coordenador (a) / orientador (a) _______________________________

Outros materiais