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Microdrenagem Macrodrenagem Engenharia Civil: Hidrologia e Sistemas de Drenagem 2 semestre/ 2017 Professora Márcia Maria Guimarães SISTEMAS DE DRENAGEM Drenagem é o nome que se dá às instalações destinadas a escoar água em excesso. As três principais funções da drenagem são: • Drenagem urbana das águas pluviais • Drenagem rural • Drenagem de rodovias O enfoque desta disciplina é a drenagem urbana. Aspectos Sociais e Econômicos Hidrologia e Estudos Climáticos Hidrologia, Pedologia, Uso do Solo Hidrologia – Critérios de Projeto Hidráulica – Critérios de Projeto Escolha do período de retorno (TR) Determinação da Chuva de Projeto (equação IDF) Determinação das Vazões de Projeto Determinação do Escoamento Superficial Dimensionamento das Estruturas Hidráulicas Planejamento de Sistema de Drenagem Urbana: Política, Propósitos, Estratégias e Critérios Técnicos Análise Integrada da Bacia Hidrográfica SISTEMA HÍDRICO O sistema de drenagem urbana deve ser considerado como composto por dois sistemas distintos, que devem ser planejados e projetados sob critérios diferenciados, a saber: • Microdrenagem: É o sistema responsável pela captação da água pluvial e sua condução até o sistema de macrodrenagem. É composto pelos pavimentos das ruas, sarjetas, bocas de lobo, galerias de águas pluviais e canais de pequenas dimensões. • Macrodrenagem: destina-se à condução final das águas captadas pela drenagem primária (microdrenagem), dando prosseguimento ao escoamento dos deflúvios oriundos das ruas, sarjetas, valas e galerias. SISTEMAS DE DRENAGEM MICRODRENAGEM A Microdrenagem Urbana é definida pelos sistemas de condutos pluviais de loteamentos ou rede primária urbana, cujo dimensionamento é baseado nas seguintes etapas: • Subdivisão da área e traçado, • Determinação das vazões que afluem à rede de condutos, • Dimensionamento da rede de condutos. ELEMENTOS DE MICRODRENAGEM URBANA Os principais termos utilizados no dimensionamento de sistema pluvial são: Meio-fio: constituídos de blocos de concreto ou de pedra, situados entre a via pública e o passeio, com sua face superior nivelada com o passeio, formando uma faixa paralela ao eixo da via pública. Sarjetas: faixas formadas pelo limite da via pública com os meios-fios, formando uma calha que coleta as águas pluviais oriundas da rua. Bocas de lobo: dispositivos de captação das águas das sarjetas. Poços de visita: dispositivos colocados em pontos convenientes do sistema, para permitir sua manutenção. Galerias: canalizações públicas destinadas a escoar as águas pluviais oriundas das ligações privadas e das bocas de lobo. Condutos forçados e estações de bombeamento: quando não há condições de escoamento por gravidade para a retirada da água de um canal de drenagem para um outro, recorre-se aos condutos forçados e às estações de bombeamento. Sarjetões: São formados pela própria pavimentação nos cruzamentos das vias públicas, formando calhas que servem para orientar o fluxo das águas que escoam pelas sarjetas. ELEMENTOS DE MICRODRENAGEM URBANA Estudos para Determinação das Vazões Mínimas, Médias e Máximas Estudos Estatísticos Análise de Curvas de permanência Análise de Frequência Empírica de Eventos Extremos Ajuste de Distribuições de Frequência Teórica de Eventos Extremos (Weibull, Gumbel, Pearson III, Log- normal, etc.) Área da Bacia Método Racional (D < 1 hora) Método Racional Modificado (I-Pai-Wu) Hidrograma Unitário Admensional do SCS < 3 km2 > 3 km2 Com Série histórica de Vazões MÉTODO DIRETO Sem Série histórica de Vazões Com equações IDF MÉTODOS INDIRETOS (modelos Chuva x Vazão) Tipos de dados? MÉTODO DIRETO: pressupõe existência de séries de vazões => análise de frequência MÉTODOS INDIRETOS: - fórmulas empíricas - método racional - hidrograma unitário - modelos chuva x vazão - método hidrometeorológico METODOLOGIA DE QUANTIFICAÇÃO DO ESCOAMENTO NUMA BACIA URBANA ESTIMATIVA DAS VAZÕES DE PROJETO ANÁLISE DE FREQUÊNCIA • Seleção do histórico de vazões • Obtenção da amostra de máximos, mínimos e médias anuais • Ordenação dos pontos e cálculo das frequências amostrais • Cálculo das estatísticas amostrais : - Média, - Desvio padrão, - Coeficiente de assimetria, - Curtose - Etc. FÓRMULAS EMPÍRICAS Q = f (área, frequência, precipitação, etc…) (FAMMING, USA) (CREAGER, USA) 5/6A200Q 0,48-A0,48-A200Q (GIANDOTTI, ITALIA) A5 16,2A 532,5 Q (HORTON, USA) 0,25TR0,5-A4021,5Q MÉTODO RACIONAL AiC0,00278Q Q = vazão de cheia (m3/s), com período de recorrência T(anos) i = intensidade de precipitação (mm/h), considerando uma chuva com T anos de recorrência e duração igual ao tempo de concentração da bacia hidrográfica C = coeficiente de escoamento superficial, ou de deflúvio (runoff) A = área de drenagem da bacia hidrográfica (hm2 = hectare = ha) L 0,385 2 c S L 0,39t Fórmula de KIRPICH : tc = tempo de concentração (horas) L = comprimento do talvegue principal (km) S = declividade do talvegue principal (%) I = input (precipitação) O = output (vazão efluente) Superfície plana completamente fechada, exceto em “A” MÉTODO RACIONAL HIDROGRAMA UNITÁRIO - HU é o hidrograma de escoamento superficial resultante de uma chuva efetiva unitária, uniformemente distribuída sobre a bacia A E C D t0 tA tB tC P Q B t t Escoamento superficial Escoamento subterrâneo Curva de recessão Curva de depleção Chuva inicial Parte da precipitação que infiltra no solo Parte da precipitação que se transforma em escoamento superficial (precipitação efetiva) Curva de concentração HIETOGRAMA HIDROGRAMA Características importantes do Hidrograma para a definição de HU Sintético A B C MODELOS CHUVA-VAZÃO são modelos matemáticos para representar a parte do ciclo hidrológico entre a precipitação e a vazão, devendo descrever: • o fluxo através do solo pela infiltração e percolação • a distribuição espacial da chuva, • as perdas por interceptação, • a evapotranspiração, • a depressão do solo, MÉTODOS HIDROMETEOROLÓGICOS • utilizam modelos matemáticos de simulação hidrológica para calcular o hidrograma resultante de um dado evento de precipitação • se a chuva utilizada for a PMP – precipitação máxima provável, o hidrograma resultante é denominado VMP – vazão máxima provável INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDOS E PROJETOS DE DRENAGEM URBANA DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE PARÂMETROS HIDROLÓGICOS • Área de drenagem (A) • Período de recorrência (T): adotado T = 10 anos • Tempo de concentração (tc): • para áreas de drenagem de até 5,00 km2 e com características naturais (sem parcelamentos), e para loteamentos com sistema viário definido, o tempo de concentração deve ser calculado pelas fórmulas de Kirpich e do California Culverts Practice • Para canais revestidos, o tempo de concentração deve ser calculado pelo Método CinemáticoParâmetros Hidrológicos utilizados na Microdrenagem de Áreas Urbanas • Duração da chuva de projeto (D): duração (D) da chuva de projeto deve igualar ao tempo de concentração (tc), D = tc = 10 min • Intensidade da chuva de projeto ( I ): Equação de Guimarães (1997): Parâmetros Hidrológicos utilizados na Microdrenagem de Áreas Urbanas • Coeficiente de Escoamento Superficial (C): os valores de C devem ser obtidos através do coeficiente volumétrico C2, obtidos na Tabela 1, onde C = 0,67.C2 • A critério da consultoria e supervisão da PBH, para projetos de drenagem em áreas restritas com uso e/ou ocupação específicos, podem ser utilizados os valores de C, indicados na Tabela 2 Parâmetros Hidrológicos utilizados na Microdrenagem de Áreas Urbanas Tabela 1 – Coeficiente Volumétrico em função do zoneamento urbano Tabela 2 – Valores de C para áreas urbanas restritas • Vazão De Projeto (QP): As vazões de projeto para o sistema de microdrenagem serão calculadas pelo Método Racional, empregando-se a seguinte fórmula Qp = 0,00278 C I A onde, Qp = Vazão de projeto, em m 3/s C = Coeficiente de escoamento superficial I = Intensidade da chuva de projeto, em mm/h A = Área de drenagem, em ha Parâmetros Hidrológicos utilizados na Microdrenagem de Áreas Urbanas PARÂMETROS HIDRÁULICOS Dimensionamento de SARJETAS Sarjetas faixas formadas pelo limite da via pública com os meios-fios, formando uma calha que coleta as águas pluviais oriundas da rua Em Belo Horizonte, adota-se o limite de 1,67 m para a largura de alagamento nas sarjetas. Uma exceção é admitida para os trechos iniciais (trecho entre o divisor de águas e a primeira boca de lobo) das vias locais (vias com até 15 m de largura), onde se adota uma largura de alagamento máxima de 2,17 m para o caudal de escoamento Parâmetros Hidrológicos utilizados na Drenagem de Vias Urbanas Figura 1– seção típica de uma via Passeio Faixa de Alagamento Pista 2% 3% Y CÁLCULO DAS VELOCIDADES MÉDIAS DOS ESCOAMENTOS SUPERFICIAIS ( U ) • Os escoamentos superficiais serão considerados como permanentes e uniformes. Neste caso, aplicar-se-á a fórmula de Manning para cálculo de suas velocidades • As velocidades médias deverão ser limitadas a valores máximos tendo em vista a proteção das estruturas contra os efeitos da abrasão, e a valores mínimos para a garantia da auto limpeza destes condutos Fórmula de Manning: sendo: U = velocidade média, em m/s n = coeficiente de rugosidade (tabelado) RH = raio hidráulico, em m S = declividade média do conduto, em m/m H Coeficiente de Manning • Os valores de “n” a serem adotados nos estudos e projetos de microdrenagem urbana, deverão ser aqueles indicados na Tabela 6. Tabela 6 – Coeficiente de rugosidade “n” de Manning VELOCIDADE MÁXIMA NAS REDES TUBULARES • tubo de concreto Umax = 8 m/s • tubos de PVC helicoidal: DN > 1200 mm Umax = 5,0 m/s DN < 1200 mm Umax = 7,00 m/s VELOCIDADE MÍNIMA NAS REDES TUBULARES Umin = 0,75 m/s VELOCIDADE MÁXIMA NAS SARJETAS DE CONCRETO Umax < 4 m/s VELOCIDADE MÁXIMA NAS GALERIAS PRISMÁTICAS DE CONCRETO Umax = 12 m/s VELOCIDADE MÍNIMA NAS GALERIAS PRISMÁTICAS DE CONCRETO Umin = 0,75 m/s Dimensionamento de BOCAS DE LOBO Boca de lobo Deverá haver bocas de lobo nos pontos mais baixos de quadra, se não se dispuser de dados sobre a capacidade de escoamento das sarjetas, recomenda-se um máximo espaçamento de 60 m entre as bocas de lobo, não se recomenda colocar bocas de lobo nas esquinas, pois os pedestres teriam de saltar a torrente em um trecho de descarga superficial máxima para atravessar a rua, além de ser um ponto onde duas torrentes convergentes se encontram, a melhor localização das bocas de lobo é em pontos um pouco à montante das esquinas Critérios para disposição das BOCAS DE LOBO Disposição das bocas de lobo Tipos de bocas de lobo (DAEE/CETESB, 1980) • os PV devem atender à necessidade de visita em mudanças de direção, de declividade e de diâmetro, ao entroncamento dos trechos e às bocas de lobo. • O afastamento entre poços de visita consecutivos deve ser o máximo admissível, conforme o quadro abaixo Poços de visita • Os diâmetros comerciais correntes são: 0,30; 0,40; 0,50; 0,60; 0,80; 1,00; 1,20 e 1,50 m; • o dimensionamento das galerias é de tal forma que funcione à vazão plena para a vazão de projeto, sendo que a velocidade máxima admissível é função do material empregado (Ex. para tubo de concreto: 0,60 m/s ≤ V ≤ 5,0 m/s), • ao se empregar canalizações sem estrutura especial, o recobrimento deve ser maior que 1,00 m, • se, por motivos topográficos, houver imposição de um recobrimento menor, as tubulações deverão ser dimensionadas sob o ponto de vista estrutural, Galerias circulares Alinhamento dos condutos • Os tubos devem ser alinhados pela geratriz superior, no caso de mudanças de diâmetro, conforme figura abaixo. Galerias circulares Quando é necessária a construção de bocas de lobo intermediárias ou para evitar que mais de quatro tubulações cheguem em um determinado poço de visita, utilizam-se as caixas de ligação. A diferença entre as caixas de ligação e os poços de visita é que as caixas não são visitáveis. Locação das caixas de ligação Caixas de ligação Caixas de ligação MACRODRENAGEM • Destina-se à condução final das águas captadas pela drenagem primária, dando prosseguimento ao escoamento oriundo das ruas, sarjetas, galerias. • Pode-se dizer que a macrodrenagem de uma zona urbana corresponde à rede de drenagem natural pré-existente nos terrenos antes da ocupação, sendo constituída pelos córregos, riachos e rios. Degradação da Drenagem Natural A demanda por interferências na macrodrenagem surge: • À medida que são implantadas obras de Microdrenagem, aumentando as vazões afluentes aos receptores originais, • Quando ocorre a ocupação dos leitos secundários de cursos d’água, • Quando ocorre aumento da taxa de sedimentos (devido ao desmatamento, manejo inadequado do solo, disposição de resíduos, etc.), • Quando há necessidade de ampliação da malha viária em vales ocupados. Hidráulica de CANAIS Ocorrência de Escoamentos com Superfície Livre Canais Artificiais Condutos fechados Rios Estuários Canais Naturais Circulares Retangulares Ovais Ferradura etc. Condutos abertos (escavados) Semi-circulares Retangulares Trapezoidais Triangulares etc. Canais Naturais Há uma superfície de contato com a atmosfera Variáveis fundamentais: – Velocidade (U ) – Vazão (Q) – Nível da água (h) As condições de contornos não são tão bem definidas como nos condutos forçados variáveis no tempo e no espaço • Constância ao longo do tempo em um determinado trecho do canal: Escoamento permanente • Constância ao longo do espaço: Escoamento uniforme A maioria dos escoamentos livres ocorrem em grandes dimensões físicas grandes Números de Reynolds raramente são laminares Deformabilidade extrema remansos, ressaltos Variabilidade de forma e rugosidade Escoamentos com superfície livre Características dos Escoamentos com Superfície Livre Canais Artificiais Canais prismáticos: a seção do conduto é constante ao longo de toda a sua extensão (prismas: paralelismos entre as faces e seção transversal constante). Canais prismáticos retos: escoamento permanente e uniforme: característicasHidráulicas constantes ao longo do espaço e do tempo. CANAIS – Características Cursos de água artificiais, destinados à substituir trechos de rios, visando: Melhor organizar o escoamento Retificar ou fixar margens Possibilitar a navegação Aumentar a capacidade de vazão Aduzir água de captação para sistemas de irrigação, abastecimento, etc. 50 51 CANAIS – Características Dimensionamento de canais, mesmos princípios básicos das leis de conservação: - de Massa (Continuidade) - Energia (Eq.Bernoulli) - Quantidade de movimento - APLICAÇÕES - Saneamento - Drenagem Urbana - Contenção e Previsão de Cheias - Irrigação - Hidroeletricidade - Navegação - Qualidade da Água - Condução e Tratamento de Esgotos - Diagnósticos e Estudos de Impactos Ambientais - Conservação / Recuperação Ambiental Hidráulica dos Escoamentos com Superfície Livre Características básicas dos escoamentos Um escoamento pode ser classificado, quanto à pressão reinante em: condutos forçados ou com superfície livre Conduto Forçado: pressão maior do que a pressão atmosférica Piezômetros A A Seção AA Tubulação Q 11 p h 22 p h Com superfície livre: pressão reinante = pressão atmosférica B B Seção BB Canal Q Patm Patm Um escoamento pode ser classificado, quanto à pressão reinante em: condutos forçados ou com superfície livre 57 Escoamentos com superfícies livres e forçados, disponível em: http://dc219.4shared.com/doc/fH_6mzCn/preview.html Conduto livre (seção plena) Patm Pinterna > Patm Patm Patm Condutos livres Conduto Forçado Canais naturais Canais artificiais Tubulações de esgoto e drenagem pluvial pressão atuante = pressão atmosférica Hidráulica dos Escoamentos com Superfície Livre conduto forçado escoamento com superfície livre Escoamento em conduto forçado Lagoa natural na região do Pantanal – MS Foto: Wilson-Jr (2004) Parâmetros geométricos e hidráulicos Os parâmetros geométricos e hidráulicos, utilizados nos cálculos hidráulicos, são dimensões características da seção geométrica por onde flui o líquido. x Seção ou área molhada (A): seção transversal perpendicular à direção de escoamento que é ocupada pelo fluido. Perímetro molhado (P): comprimento da linha de contorno relativo ao contato do fluido com o conduto, excluindo a SL. Largura superficial (B): Largura da superfície líquida em contato com a atmosfera. Profundidade (y): É a distância do ponto mais profundo da seção do canal e a linha da superfície livre. Profundidade média : média das profundidades em diferentes verticais. Profundidade hidráulica (yh): Razão entre a área molhada (A) e a largura superficial (B), yh= A/B . Raio /(Rh): É a razão entre a área molhada e o perímetro molhado (RH=A/P) x y Parâmetros Geométricos da Seção Transversal Observação: O perímetro molhado leva em conta somente a parte em contato com o líquido Y Observação: O perímetro molhado leva em conta somente a parte em contato com o líquido Parâmetros Geométricos da Seção Transversal y B A p Seção Transversal yh B A yh p A Rh Rh = raio hidráulico yh = profundidade hidráulica 66 Parâmetros Geométricos da Seção Transversal Seção Longitudinal Parâmetros Geométricos da Seção Transversal Principais propriedades geométricas dos cursos de água leito menor PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO margem direita cota de extravasamento da seção leito maior seção transversal NA máximo NA mínimo 68 Seções com geometrias conhecidas Parâmetros Característicos de Seções Transversais OBS: Ângulo em radianos Parâmetros Característicos de Seções Transversais Parâmetros Característicos de Seções Transversais Seções circulares Vazões mais reduzidas redes de esgotamento sanitário e pluvial, bueiros Seções triangulares Canais de pequenas dimensões sarjetas rodoviárias e urbanas Seções retangulares e trapezoidais Comuns em canais abertos Trapezoidais preferidas algumas vezes por não necessitar de estruturas rígidas para estabilizar taludes. Mas podem precisar de mais espaço nas laterais Canal do sertão em Alagoas Seção retangular aproveitando a rocha Velocidade média de escoamento permanente uniforme em um canal aberto com declividade constante do fundo e da linha da água • Equação de Manning u = velocidade média (m/s) RH = raio hidráulico da seção transversal S = declividade (m/m, ou adimensional) n = coeficiente de resistência ao escoamento, (coeficiente de Manning) n SR u 2/13/2 H Seções com geometrias irregulares Supor um conjunto de trapézios, triângulos ou retângulos pequenos o suficiente Canais largos quando a largura é muito maior do que a profundidade mostra-se que: A ≈ B y P ≈ B e RH ≈ y Exercício Foram efetuadas medições em um curso d’água como indicado na figura abaixo. Pede-se: 1. calcular os parâmetros hidráulicos característicos (área, perímetro molhado, raio hidráulico, largura superficial e profundidade hidráulica. 2. calcular a vazão média através dessa seção transversal. Variação de Velocidade nos Escoamentos com Superfície Livre Variação de Velocidade • A distribuição de velocidades é não uniforme na seção transversal de condutos livres devido ao atrito do líquido com o ar e com as paredes do conduto. • As velocidades aumentam da margem para o centro e do fundo para a superfície. 2 8,02,0 UU U 4 2 6,08,02,0 UUU U 6,0UU ou ou Variação de Velocidade Na vertical, o perfil é aproximadamente logarítmico Vmax ocorre entre 5% e 25% da profundidade Vmed é aproximadamente a média entre V20% e V80% ou aproximadamente V60% Variação de Velocidade Perfil de velocidade média AU Au AU dAu α 3 n 1 i 3 i 3 A 3 a é o fator de correção de energia (Coriolis) Para levar em conta as irregularidades na distribuição de velocidades AU Au AU dAu 2 n 1 i 2 i 2 A 2 é o fator de correção de Quantidade de Movimento (Boussinesq) Para levar em conta as irregularidades na distribuição de velocidades Isótacas (linhas de igual velocidade) Canais artificiais Canais naturais Variação de Pressão nos Escoamentos com Superfície Livre Representação da LE conduto forçado Representação da LE canais Condutos forçados pressão praticamente constante em toda a seção canais pressão função da profundidade Se o escoamento for paralelo linhas de corrente sem curvatura Distribuição de Pressão hidrostática (Lei de Stevin) Variação da Pressão na Seção Transversal • Diferentemente dos condutos forçados, em que a pressão é considerada constante na seção transversal do conduto, no caso de escoamentos livres há grande variação da pressão com a variação de profundidade. Considera-se que a distribuição de pressão na seção obedece a Lei de Stevin (pressão hidrostática). a) Para Io < 1% Considera-se pressão aproximadamente igual a hidrostática y.PB b) Para Io > 1% Deve-se levar em consideração o ângulo de inclinação (pressão pseudo-hidrostática) 2B cos.y.P Escoamento não for paralelo a pressão não é hidrostática Se o escoamento tiver declividade não desprezível PB = g y cos 2a Distribuição Pseudo hidrostática Pressões em Escoamento Bruscamente Variado • No caso em que a curvatura da linha de corrente no sentido vertical é significativa, como p.ex. VERTEDORES, caracterizando um escoamento curvilíneo, há alteração na distribuição hidrostática de pressões, devendo-se utilizar um fator de correção para determinação da pressão do escoamento. Escoamentos Curvilíneos a) Escoamento Côncavo Observa-se uma pressão adicional (∆P) b) Escoamento Convexo Observa-se uma subpressão (∆P) ou redução da pressão em relação à pressão estática P’ = P + ∆P P’ = P - ∆P r U . g γh ΔP 2 P’ = pressão resultante corrigida P = pressão hidrostática = peso específico da água g = aceleração da gravidade U = velocidade média do escoamento r = Raio de curvatura do fluido Subpressão (crista) Sobrepressão (pé) Energia Total na Seção Transversal de um Canal • A energia total numa seção transversal (H) de um canal é dada pela soma de três cargas: Cinética, Altimétrica e Piezométrica. Energia Total 2g U 2 a yZH α - Coeficiente de Coriolis ~ 1 1,0 < α < 1,1 – Esc. Turbulentos 1,03 < α < 1,36 – Esc. Livres Energia Específica • A energia específica (E) representa a energia medida a partir do fundo do canal para uma dada vazão (Q). Energia Específica 2 2 2: A Q U A Q UComo 2 2 2 : gA Q yELogo a = 1 Energia Potencial Energia Cinética 2g U 2 yZH Regimes de Escoamento • Sendo Q = cst e A = f(y), a energia específica dependerá apenas de y : 2 2 )(2 yfg Q yE Esta expressão permite estudar a variação da energia específica em função da profundidade, para uma vazão constante. )Hipérbole( )y(fg2 Q 2 e)ta(Rey 1 21 2 2 EE EEE yg FR m ==FroudedeNúmero U U : Escoamento Permanente e Uniforme – superfície livre Profundidade Área molhada da seção transversal Velocidade São constantes ao longo do canal Escoamento Permanente e Uniforme – superfície livre Fórmula de Manning: 2 1 3 21 IR n u h ou 2 1 3 21 IRA n Q h onde: u é a velocidade média na seção transversal Q é a vazão no conduto livre Rh é o raio hidráulico I é a declividade do fundo do canal n é o coeficiente de resistência ao escoamento de Manning (dependente do material de constituição das paredes do canal) Escoamento Permanente e Uniforme – superfície livre Valores de n para a Fórmula de Manning Natureza das Paredes Condições Muito boas Boas Regulares Más Tubos de ferro fundido sem revestimento 0,012 0,013 0,014 0,015 Idem, com revestimento de alcatrão 0,011 0,012* 0,013* - Tubos de ferro galvanizado 0,013 0,014 0,015 0,017 Tubos de bronze ou de vidro 0,009 0,010 0,011 0,013 Condutos de barro vitrificado, de esgotos 0,011 0,013* 0,015 0,017 Condutos de barro, de drenagem 0,011 0,012* 0,014* 0,017 Alvenaria de tijolos com argamassa de cimento; condutos de esgotos, de tijolos 0,012 0,013 0,015* 0,017 Superfícies de cimento alisado 0,010 0,011 0,012 0,013 Superfícies de argamassa de cimento 0,011 0,012 0,013* 0,015 Tubos de concreto 0,012 0,013 0,015 0,016 Condutos Livres Fechados * Valores aconselhados para projetos Escoamento Permanente e Uniforme – superfície livre Valores de n para Condutos Livres Artificiais Abertos * V al o re s ac o n se lh ad o s p ar a p ro je to s Es co am en to P er m an en te e U n if o rm e - V al o re s d e n p / M an n in g Natureza das Paredes Condições Muito boas Boas Regulares Más Condutos de aduelas de madeira 0,010 0,011 0,012 0,013 Calhas de pranchas de madeira aplainada 0,010 0,012* 0,013 0,014 Idem, não aplainada 0,011 0,013* 0,014 0,015 Idem, com pranchões 0,012 0,015* 0,016 - Canais com revestimento de concreto 0,012 0,014* 0,016 0,018 Alvenaria de pedra argamassada 0,017 0,020 0,025 0,030 Alvenaria de pedra seca 0,025 0,033 0,033 0,035 Alvenaria de pedra aparelhada 0,013 0,014 0,015 0,017 Calhas metálicas lisas (semicirculares) 0,011 0,012 0,013 0,015 Idem corrugadas 0,0225 0,025 0,0275 0,030 Canais de terra, retilíneos e uniformes 0,017 0,020 0,0225* 0,025 Canais abertos em rocha, uniformes 0,025 0,030 0,033* 0,035 Idem, irregulares; ou de paredes de pedras 0,035 0,040 0,045 - Canais dragados 0,025 0,0275* 0,030 0,033 Canais curvilíneos e lamosos 0,0225 0,025* 0,0275 0,030 Canais com leito pedregoso e vegetação nos taludes 0,025 0,030 0,035* 0,040 Canais com fundo de terra e taludes empedrados 0,028 0,030 0,033 0,035 Valores de n para a Fórmula de Manning Arroios e Rios Condições Muito boas Boas Regulares Más (a) Limpos, retilíneos e uniformes 0,025 0,0275 0,030 0,033 (b) Idem a (a), porém com vegetação e pedras 0,030 0,033 0,035 0,040 (c) Com meandros, bancos e poços pouco profundos, limpos 0,035 0,040 0,045 0,050 (d) Idem a (c), águas baixas, declividades fracas 0,040 0,045 0,050 0,055 (e) Idem a (c), com vegetação e pedras 0,033 0,035 0,040 0,045 (f) Idem a (d), com pedras 0,045 0,050 0,055 0,060 (g) Com margens espraiadas, pouca vegetação 0,050 0,060 0,070 0,080 (h) Com margens espraiadas, muita vegetação 0,075 0,100 0,125 0,150 Condutos Livres Naturais Abertos (Arroios e Rios) Escoamento Permanente e Uniforme – superfície livre Escoamento Permanente e Uniforme – superfície livre Limites aconselháveis de Velocidades Escoamento Permanente e Uniforme – superfície livre Limites aconselháveis de Taludes das Margens Escoamento Permanente e Uniforme – superfície livre Outras estruturas de drenagem Estrutura de dissipação de energia Bibliografia Básica 1. Hidráulica Básica – PORTO, Rodrigo de Melo, São Carlos: EESP/USP, 2000. 2. Manual de Hidráulica – Azevedo Netto – Ed. Edgard Blücher Ltda., 2000. 3. Hidráulica Geral – SILVESTRE, Paschoal. Rio de Janeiro: LTC, 1979. 4. Fundamentos de Engenharia Hidráulica – 3ª Ed. Revisada e Ampliada, 2010. Baptista, Márcio; Lara, Márcia. Editora da UFMG.
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