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Campus Criciúma FABIO VICENTE OLIVEIRA JULIANI PEREIRA BATISTA VINÍCIUS DOS SANTOS NUNES INSTRUMENTOS DE MEDIDA Relatório experimental referente a prática de laboratório da disciplina de Física Experimental, do curso Graduação em Engenharia Mecatrônica, do Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia de Santa Catarina - IFSC como requisito parcial para obtenção de nota semestral da disciplina. Prof. Evandro da Cunha e prof. Paulo Montedo. Criciúma Setembro de 2017 Campus Criciúma INSTRUMENTOS DE MEDIDA Fábio Vicente Oliveira / fabio.v07@aluno.ifsc.edu.br Juliani Pereira Batista / juliani.pb@aluno.ifsc.edu.br Vinícius dos Santos Nunes / vinicius.sn@aluno.ifsc.edu.br Resumo: O relatório executado aborda a utilização dos instrumentos de medição conhecidos como paquímetro e micrômetro, as suas formas de utilização principalmente na indústria mecânica, o seu desvio médio a ser considerado, tal como o emprego de cada um tratando-se da necessidade de uma precisão específica na medição. Foram utilizadas no experimento a seguir algumas peças a serem medidas e posteriormente calculados seus volumes para a demonstração da importância do cálculo do desvio médio. A partir disso, também é mostrado à conclusão de qual material o sólido é composto, sendo possível a partir dos cálculos da densidade das peças comparando com a densidade já exibida em livros. Palavras chave: Paquímetro, micrômetro, massa específica, desvio médio padrão. INTRODUÇÃO Unidades de medidas na física são grandezas pré-estabelecidas que mensuram determinadas quantidades, sendo estas de crucial relevância para se efetuar a explicação algébrica de fenômenos físicos. Os babilônios, uma das primeiras civilizações urbanas a surgir, por exemplo, definiram algumas medidas para viabilizar e/ou simplificar a harmonia entre os cidadãos; algumas delas foram o dígito (comprimento) e o grão (massa) (EVANGELISTA, 2011). Com o passar dos anos, a adoção de medidas foi se tornando cada vez mais precisa e em 1971 foi estabelecido o Sistema Internacional de Unidades (SI), que estabeleceu sete grandezas fundamentais tomadas a partir de experimentos rigorosamente precisos (são elas, a saber: o metro, o segundo, o quilograma, o ampère, o kelvin, o mol, a candela), e suas respectivas medidas (HALLIDAY, 2006). Dentre vários instrumentos de medidas, vale ressaltar dois bastante utilizados na indústria: o paquímetro e o micrômetro. O primeiro é amplamente empregado devido a sua versatilidade podendo medir comprimento, diâmetro, espessura e profundidade. O segundo tem a mesma função que o paquímetro, porém mede com uma maior exatidão, ou seja, menor margem de erro. Mas ainda assim possui um desvio médio em sua medição devido à variação no dimensionamento de uma peça. No paquímetro há a leitura de décimos ou até centésimos de milímetros através de uma estrutura denominada nônio, tendo sua escala graduada em milímetro ou polegada, que pode ser fracionária ou milesimal. Tal como já se referiu atrás, a escala do cursor é então chamada de nónio ou vernier, tendo como homenagem aos seus dois inventores, o Português Pedro Nunes e o Francês Pierre Vernier (BRASILIENSE, 2000). Jean Louis Palmer foi quem apresentou o micrômetro pela primeira vez, devido a isso na França em homenagem ao seu inventor, o micrômetro tem o nome de Palmer. O princípio de funcionamento do micrômetro assemelha-se ao do sistema parafuso e porca. Assim, há uma porca fixa e um parafuso móvel que, se der uma volta completa, provocará um descolamento igual ao seu passo. Ao longo do relatório será apresentada a realização da medição de dois cilindros, um maciço e outro vazado, de um paralelepípedo e assim como de um fio de cobre, e para isso foram utilizados o paquímetro e o micrômetro. Nota-se que ambos os instrumentos possuem taxa de erro que serão aqui abordadas. Campus Criciúma Figura 1 – Paquímetro analógico e Micrômetro analógico. MATERIAIS UTILIZADOS Paquímetros; Micrômetro; Balança digital; Paralelepípedo; Cilindro maciço; Cilindro vazado; Fio. Figura 2 – Materiais de medição utilizados. Figura 3 – Balança digital similar à que foi utilizada. (Fonte: http://econolab.com.br/v8/produto/s622- balanca-de-precisao-620-gramas-bel/) Campus Criciúma Figura 4 – Peças metálicas apresentadas na aula. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para começar os procedimentos, de início zerou-se o paquímetro, cuja precisão é de 0.05mm e a capacidade de medida 0.00 – 150.00mm, para verificar a congruência de zeros (medida e faces medidoras). Posteriormente, com o auxílio do mesmo, mediram-se quatro vezes as cotas de comprimento, largura e base de um mesmo paralelepípedo (Figura 5), sendo cada medição feita com o revezamento entre os membros da equipe e/ou com um paquímetro diferente. No cilindro maciço (Figura 6) houve a determinação da altura e diâmetro. No cilindro furado (Figura 7), além do diâmetro externo e altura, houve também a medição do diâmetro interno usando- se a devida face para tal ato. Figura 5 – Paralelepípedo. Campus Criciúma Figura 6 – Cilindro Maciço. Figura 7 – Cilindro furado. Já com o fio (Figura 8) empregou-se o micrômetro, sendo o mesmo ajustado os zeros, cuja precisão é de 0.01mm e capacidade de medida 0.00 – 25.00mm, para medir a altura e o diâmetro. Figura 8 – Fio. Campus Criciúma Em seguida pesou-se cada peça em uma balança, cuja precisão é de 0.01g e capacidade de medida 0.5 – 2200.00g. Com as quatro medidas coletadas, calculou-se o volume de cada peça utilizando as devidas fórmulas de análise de erro manual e erro instrumental, sendo considerado sempre o maior dos mesmos. Posteriormente utilizou-se esses dados para determinar a densidade dos materiais para fins de estudo. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após obter as medidas de cada peça metálica, foi possível observar diferenças de medição. Isso se deve as imperfeições das peças, como o abaulamento e desgaste superficial. Podemos citar também o erro do medidor, como a paralaxe e pressão de medição e também o erro de calibração dos instrumentos, pois foram utilizados três paquímetros e um micrômetro (ARGOLLO, 1998). A Tabela 1 expressa às medidas obtidas do paralelepípedo e os seus respectivos valores médio e desvio médio absoluto que serão detalhados a seguir. Paralelepípedo Todas as medidas estão expressas em mm Cotas Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4 Valor médio Desvio médio absoluto A 31,60 31,65 31,60 31,60 31,61 0,02 B 19,00 19,00 19,50 19,00 19,13 0,19 C 19,00 19,00 19,90 19,00 19,23 0,34 Tabela 1 – Dados do paralelepípedo. Cálculos das médias das medidas do paralelepípedo: Comprimento (A) Largura (B) Base (C) Campus Criciúma Cálculo dos desvios e suas médias: Comprimento (A) A média do desvio é menor que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do instrumento. A medida do comprimento deve ser escrita da seguinte forma: Largura (B)A média do desvio é maior que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do desvio médio absoluto. Portanto a medida da largura deve ser escrita da seguinte forma: Base (C) Campus Criciúma A média do desvio é maior que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do desvio médio absoluto. Portanto a medida da base deve ser escrita da seguinte forma: Cálculo do volume: Volume (V) = Comprimento * Largura * Base V = (31,61 0,05) * (19,13 0,19) * (19,23 0,34) V = (31,61 * 19,13 (31,61 * 0,19 + 19,13 * 0,05)) * (19,23 0,34) V = (604,6993 6,9624) * (19,23 0,34) V = (604,6993 * 19,23(604,6993 * 0,34 + 19,23 * 6,9624)) V = (1162 8 ,37 339,48) Cálculo da densidade: Massa do paralelepípedo (M) = (100,88 0,01) g = M/V = = 8,68 * [ ] = (8,68 * ) A Tabela 2 expressa às medidas obtidas do cilindro vazado e os seus respectivos valores médio e desvio médio absoluto que serão detalhados a seguir. Cilindro vazado Todas as medidas estão expressas em mm Cotas Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4 Valor médio Desvio médio absoluto A 18,40 18,30 18,35 18,40 18,36 0,04 B 50,90 50,75 50,70 50,80 50,79 0,06 C 44,50 44,25 44,35 44,50 44,40 0,10 Tabela 2 – Dados do cilindro vazado. Campus Criciúma Cálculos das médias das medidas do cilindro vazado: Altura (A) Diâmetro externo (B) Diâmetro interno (C) Cálculo dos desvios e suas médias: Altura (A) A média do desvio é menor que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do instrumento. Portanto a medida do comprimento deve ser escrita da seguinte forma: Diâmetro externo (B) Campus Criciúma A média do desvio é maior que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do desvio médio absoluto. Portanto a medida da largura deve ser escrita da seguinte forma: Diâmetro interno (C) A média do desvio é maior que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do desvio médio absoluto. Portanto a medida da base deve ser escrita da seguinte forma: Cálculo do volume: Re = (25,40 0,06) mm Ri = (22,20 0,10) mm V = H V = ( ) * 3,14 * (18,36 0,05) V= V = Cálculo da densidade: Massa do cilindro vazado (M) = (23,64 0,01) g = M/V = = [ ] = ( ) Campus Criciúma A Tabela 3 expressa às medidas obtidas do cilindro maciço e os seus respectivos valores médio e desvio médio absoluto que serão detalhados a seguir. Cilindro maciço Todas as medidas estão expressas em mm Cotas Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4 Valor médio Desvio médio absoluto A 60,05 60,00 60,20 60,10 60,09 0,06 B 19,00 19,00 19,05 19,10 19,04 0,04 Tabela 3 – Dados do cilindro maciço. Cálculo das médias das medidas do cilindro maciço: Comprimento (A) Diâmetro (B) Cálculo dos desvios e suas médias: Comprimento (A) A média do desvio é maior que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do desvio médio padrão. Portanto a medida do comprimento deve ser escrita da seguinte forma: Campus Criciúma Diâmetro (B) A média do desvio é menor que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do instrumento. Portanto a medida do diâmetro deve ser escrita da seguinte forma: Cálculo do volume: R = (9,52 0,05) mm V = V = ( * 3,14 * (60,09 0,06) V= V = Cálculo da densidade: Massa do cilindro maciço (M) = ( 0,01) g = M/V = = [ ] = ( ) Campus Criciúma A Tabela 4 expressa às medidas obtidas do fio e os seus respectivos valores médio e desvio médio absoluto que serão detalhados a seguir. Fio Todas as medidas estão expressas em mm Cotas Medida 1 Medida 2 Medida 3 Medida 4 Valor médio Desvio médio absoluto A 19,71 19,82 19,82 19,81 19,79 0,04 B 2,01 2,05 2,02 2,01 2,02 0,01 Tabela 4 – Dados do fio. Cálculo das médias das medidas do fio: Comprimento (A) Diâmetro (B) Cálculo dos desvios e suas médias: Comprimento (A) A média do desvio é menor que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do instrumento. Portanto a medida do comprimento deve ser escrita da seguinte forma: Campus Criciúma Diâmetro (B) A média do desvio é menor que a precisão do paquímetro, logo deve-se adotar o erro do instrumento. Portanto a medida do diâmetro deve ser escrita da seguinte forma: Cálculo do volume: R = (1,01 0,05) mm V = V = ( * 3,14 * (19,79 0,05) V= V = Cálculo da densidade: Massa do fio (M) = ( 0,01) g = M/V = = [ ] = () Campus Criciúma CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do experimento foi possível verificar o manuseamento, aplicabilidade e limite de precisão que os equipamentos paquímetro e micrometro possuem, sendo de suma importância verificar também a possibilidade de erro no dimensionamento prático. Quanto à composição química, notou-se na comparação entre a densidade teórica com valor de 8,83 e densidade prática com valor de 8,68* que o paralelepípedo é feito de bronze. Já o cilindro maciço é composto de ferro por ter densidade prática de e densidade teórica de 7,87 10 3g/mm3. O cilindro furado é formado por alumínio, por ter densidade prática de e densidade teórica de 2,70 . Por fim, o fio é constituído de ferro tendo densidade prática de e densidade teórica de (CALLISTER, 2012). Além disso, com as medidas coletadas, foi praticável o cálculo dos desvios médios absolutos advindos da medição manual, e sua importância em resultados mais complexos foi notável. Podemos tomar como exemplo o volume do paralelepípedo, que teve 339,48 de erro. Ademais, na determinação da densidade, o erro considerado até o final nos permite uma comparação melhor para a composição do material. Campus Criciúma REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ARGOLLO, R. M.; FERREIRA, C.; SAKAI, T. Apostila de Teoria de Erros e Mecânica. 1998. Dep. de Geofísica Nuclear - IF/UFBa. BRASILIENSE,Mário Zanella. O paquímetro sem mistério. Ed. Interciências Ltda – Rio de janeiro 2000. CALLISTER Jr, W. D. C. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 8ª Edição. 2012. EVANGELISTA, L. R. Perspectivas em História da Física: Dos babilônios à síntese newtoniana. V. 1. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2011. HALLIDAY, D. Fundamentos de Física: Mecânica. v. 1, 7ª Edição, ed. LTC, 2006. Campus Criciúma FABIO VICENTE OLIVEIRA JULIANI PEREIRA BATISTA VINÍCIUS DOS SANTOS NUNES INSTRUMENTOS DE MEDIDA Relatório experimental referente a prática de laboratório da disciplina de Física Experimental, do curso Graduação em Engenharia Mecatrônica, do Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia de Santa Catarina - IFSC como requisito parcial para obtenção de nota semestral da disciplina. Prof. Evandro da Cunha e prof. Paulo Montedo. Criciúma Setembro de 2017
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