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POSTAGEM 2 PEID

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LICENCIATURA EM SOCIOLOGIA 
PRÁTICA DE ENSINO: INTRODUÇÃO À DOCÊNCIA (PE:ID) 
 
 
POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2 
REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO SELECIONADO 
 
Elvira Maria F. de Andrade Baltieri RA 1717800 
Gley Maycon Barboza RA 1704417 
Marina Ap. Cuconati Torres RA 1720530 
 
 
 
 
 
 
 
Polo 
 
São Pedro-SP 
 
2017 
 
 
 
2 
 
Sumario: 
 
 
1. Texto selecionado...............................................3 
2. Reflexão sobre o texto........................................5 
3. Referencias.........................................................7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. Texto selecionado 
 
A equação mais difícil 
Aquela história que nossos pais e avós cismam de repetir, de que “no meu tempo era 
diferente”, às vezes soa como puro saudosismo; outras vezes, serve para mostrar a 
mudança de costumes e valores de quando eram jovens para os dias de hoje. Muitos 
aproveitam para alfinetar: “como as coisas pioraram”. 
Meu pai, quando lembra seus tempos de escola, foge um pouco da regra. Ele suprime 
parcialmente a memória afetiva e fala de certos absurdos vividos naquela época. Algumas 
passagens que hoje em dia seriam caso de polícia e que outrora eram vistas com 
naturalidade. Como o caso de um colega seu, negro, e um dos mais baderneiros da turma. 
Quando ele exagerava na bagunça, a diretora, sem a menor cerimônia, passava-lhe um 
duro carão e o chamava de “negrinho”. Não bastasse isso, por vezes complementava a 
reprimenda dando, pasme, cascudos na cabeça do arteiro. Ele, porém, não se sentia nada 
humilhado com tal agressão (afinal, naqueles tempos, tabefes nos infantes, sobretudo 
nos atentados, eram considerados corretivos eficazes): assim que a diretora se retirava do 
recinto, ele começava a praguejar, furioso: “tomara que um avião passe e jogue uma 
bomba nessa escola”. Era o tempo da Segunda Guerra. 
Se a escola de outrora traz essas lastimáveis lembranças – assim como a palmatória, em 
tempos ainda mais remotos –, tinha também o lado bom: a alta qualidade do ensino e o 
respeito com que o professor era tratado pelos alunos e pela sociedade. Fico 
impressionada como meu pai lembra, ainda hoje, de diversos conteúdos aprendidos: de 
fórmulas matemáticas a acontecimentos históricos, passando por elementos da sintaxe 
da nossa língua e declinações latinas. Outra coisa que me chama a atenção sobre o alto 
nível da educação de antes se deve ao fato de meu pai ter sido um rapaz proveniente de 
família pobre, estudante de uma escola pública – que não era do nível de um Colégio 
Pedro II, e sim uma simples escola do subúrbio – e, mesmo trabalhando (como não 
tinha dinheiro, teve que trabalhar quando terminou o Ensino Médio), conseguiu passar 
no vestibular de Medicina para a então Faculdade Nacional de Medicina. Claro, não tiro 
o mérito do meu velho, que ainda hoje é muito estudioso e inteligente, mas ele mesmo 
divide a responsabilidade de seu êxito com a boa base que sua escola lhe deu. 
4 
 
Hoje em dia, vendo meus alunos e ouvindo o relato de meus colegas de trabalho, penso 
que, se não fossem as cotas para os estudantes de escola pública (não me refiro à meia 
dúzia de escolas públicas top de linha como o Pedro II, os colégios de Aplicação e as 
escolas técnicas, que estão entre as mais bem colocadas do Enem), muitos deles 
encontrariam sérias dificuldades para passar para uma universidade pública de 
medicina. Não penso que isso seja por incompetência deles – alguns, inclusive, são 
bastante inteligentes –, mas pelas lacunas deixadas pela educação que tiveram. Há uns 
dois ou três anos, por exemplo, dei aula para uma turma que ficou o ano inteiro sem 
aula de Química e meio ano sem aula de Biologia. Assim, por mais inteligentes que 
alguns possam ser, fica difícil passar em um vestibular concorrido, que tenha um grau 
de exigência maior em tais disciplinas. 
Nestes anos de magistério presenciei muita coisa: carência de professores, salas sem 
porta e com as paredes riscadas, cadeiras quebradas, professores faltosos, alunos 
desinteressados com seus fones de ouvido com volume nas alturas, lousas pichadas, 
professor ofendendo aluno, aluno ofendendo professor, entre outros absurdos. Alega-se 
que, com a aprovação automática, muitos alunos não se esforçam nos estudos, pois 
sabem que vão passar de ano; por outro lado, se não fosse esse sistema, muitos 
desistiriam na primeira repetência. Como resolver tal teorema? Dou aula para o Ensino 
Médio e, apesar de não ser professora de Português, não posso deixar de corrigir quando 
um aluno me entrega um texto com grafias como “derrepente”, “porisso”, “quiz”, 
“oque” (este último peguei hoje). Com falhas desse nível, fica difícil tirar uma nota 
realmente boa numa redação de vestibular. 
No tempo do meu pai, as escolas não tinham ar-condicionado, nem sala de vídeo, nem 
computador. Acho bom que tenha tudo isso, mas é mais fundamental que as escolas 
tenham professores e que eles sejam mais valorizados. Antes, o professor era 
reverenciado: todos os alunos se levantavam quando ele adentrava a sala de aula e só se 
sentavam quando ele mandava. Os professores iam de terno e gravata e as mulheres de 
salto alto, vestiam-se como os executivos atuais. O professor não precisava implorar por 
silêncio, pedir repetidamente para o para o aluno sentar, tirar o boné. Por outro lado, eu, 
como professora, tento ter uma relação tranquila com os estudantes e entendo que os 
jovens de hoje são mais contestadores – o que é bom, não são como as ovelhinhas 
reprimidas de outrora. E faz parte desta fase da vida testar os próprios limites e o dos 
outros; além disso, muitos têm necessidade de se auto afirmar. Nesse afã de ser aceito, 
por vezes ultrapassam os limites: confundem liberdade com zoeira, amizade com 
5 
 
intimidade – exageros de que nem mesmo os adultos estão livres. Difícil saber definir 
essa linha. 
Se antes o salário de um professor era alto o suficiente para que ele não fosse obrigado a 
trabalhar em cinco escolas e, com isso, tivesse mais tempo para preparar aulas, pedir 
trabalhos mais elaborados e estudar, talvez muitos alunos de escolas públicas pudessem 
disputar em condições de igualdade o ingresso numa faculdade concorrida. 
Escuto muitos professores dizendo que os alunos “não sabem nada”, sobretudo os 
docentes da área de exatas, cuja matéria é toda encadeada e necessita de uma base sólida 
para aprender os novos conteúdos. Vejo que essa falta de fundamento faz com que 
muitos alunos terminem o terceiro ano do Ensino Médio sem saber fazer sequer uma 
equação de segundo grau nem diferenciar advérbio de adjetivo. Da parte dos estudantes, 
escuto reclamações de que alguns professores não ensinam direito, faltam, chegam 
atrasados. Afinal, de quem é a culpa: dos jovens que colocam os pés em cima da mesa 
ou dos salários abaixo da média? 
Tal descaso com a educação faz com que uma coisa puxe a outra: muitas vezes escutei 
alunos, reclamarem, principalmente nos últimos tempos de sexta-feira: “pô, professora, 
você não falta, que saco! ”. É a cultura do “sair mais cedo”; mas foram eles que 
inventaram isso? Ou foram se adaptando à carência constante de professores? O jogo é 
tão confuso que professores e alunos, ora apontados como vilões, são na realidade 
verdadeiros heróis: o que dizer do professor que dá aula em diversas escolas, prepara as 
aulas com esmero, estuda, fica até de madrugada corrigindo trabalhos e preparando 
apostilas? E do aluno que acorda às cinco da manhã, pega o ônibus cheio – que muitas 
vezes nem para no ponto –, às seteda manhã já está dentro de sala mesmo cansado 
(muitos trabalham na parte da tarde), mas não deixam de ir, dia após dia, mesmo que 
tenham um ou dois tempos de aula? 
Na situação em que a escola pública se encontra, como resolver a equação? 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. Reflexão do texto selecionado 
 
Ao longo dos anos a escola foi cenário de muitas mudanças, boas e ruins. Se por um lado 
a escola de outrora tinha uma ótima qualidade de ensino, professores bem qualificados, 
mais respeitados e muito melhor remunerados, por outro lado havia mais repressão, mais 
exclusão, mais racismo e preconceito de modo geral. Obviamente a qualidade do ensino 
naquela época não se compara a de hoje em dia e isso possibilitou a muitos alunos de 
famílias pobres, estudantes de escolas públicas, ingressarem em universidades públicas 
bastante concorridas e se tornarem profissionais importantes. Atualmente isso parece 
cada vez mais distante da realidade. 
Analisando honestamente o nível da educação atual em comparação com as décadas 
passadas, pode-se comprovar que nem sempre o que se chama de evolução o é de fato, 
pois se percebe sem dificuldade alguma que este nível está caindo de forma preocupante, 
ano após ano, em todos os sentidos. Desde um bom tempo, investe-se pesado em 
diminuir a qualidade do conteúdo ensinado enfraquecendo a capacidade intelectual dos 
que deveriam ser exercitados na busca pelo saber. Estamos "emburrecendo" pessoas, 
formando ignorantes, sem respeito mútuo entre alunos, professores, diretores, pais e os 
demais profissionais que integram a área da educação. Em busca de uma evolução do ser 
humano, o que está sendo alcançado é uma involução para seres irracionais. 
Não só o nível do ensino caiu assombrosamente, como o respeito entre as pessoas. Deixar 
de lado bons costumes, moral, organização, dentre outras coisas que valorizam tanto 
profissionais, como instituições e alunos, com pretexto de ser algo ultrapassado, 
desatualizado, que não condiz com novos tempos, não pode ser considerado avanço. Não 
há progresso sem ordem. Hoje em dia vemos uma escola mais democrática, mais 
inclusiva, menos preconceituosa. Muitos alunos que nos anos 70 e 80 seriam obrigados a 
frequentar instituições para crianças especiais ou deficientes, dividem hoje o espaço 
igualmente com todos os outros alunos. Talvez, até, essa possa ser uma "justificativa" 
para a queda tão acentuada na qualidade do ensino nas últimas décadas. 
Existem princípios que são inegociáveis, permanentes, não devem ser alterados a não ser 
para aperfeiçoamento, e é exatamente aí que se tem errado. Na tentativa de 
aperfeiçoar, acaba-se por deteriorar princípios fundamentais para o progresso. Se 
a intenção é implantar melhorias, não se pode ignorar os fundamentos, ou ainda, não se 
pode construir a não ser partindo dos fundamentos. A falta de políticas públicas eficazes 
7 
 
na melhoria do ensino, a falta de capacitação e remuneração dos professores, configuram 
os principais problemas na educação hoje em dia. Nos dias de hoje dizer que é professor 
de escola pública, de periferia então, é motivo de risos. 
As instituições vêm perdendo a admiração e o respeito da sociedade à medida que abre 
mão de seus fundamentos buscando modernidade, modificando o que deveria ser 
permanente e paralisando o que deveria ser dinâmico. As escolas têm uma carência 
constante de professores e os poucos que tem, para conseguir se manter, dão aulas de 
manhã à noite em várias escolas. Isso se reflete em professores faltosos e desanimados, 
alunos desmotivados e sem conteúdo para estudar, alunos que terminam o ensino médio 
sem saber ler e escrever. O problema é tão complicado que não se sabe dizer quem é vilão 
ou herói nessa história. 
Se houver empenho em manter a organização, a moral, o respeito, a valorização dos 
professores, a exigência para a aprovação dos alunos, bem como o amparo do estado às 
instituições e profissionais e investimento na capacitação dos mesmos, pode-se alcançar 
melhores resultados. Não se deve abrir mão doas avanços científicos e tecnológicos, mas 
também não se deve considerá-los substitutos dos princípios fundamentais. A chave para 
o progresso está na conciliação entre o permanente e o dinâmico. Sem a vontade política 
e investimento necessário, principalmente na valorização humana, será muito difícil 
resolver essa equação. 
 
3. Referencias 
 
Texto – A Equação mais difícil, Mariana Cruz, publicado em 14 de agosto de 2012 em 
www.educacaopublica.rj.gov.br

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